sexta-feira, 20 de maio de 2011

Platão Modas

Se você acha que as únicas contribuições dos gregos para a civilização contemporânea estão no campo da matemática e filosofia, está muito enganado. Não é raro encontrarmos influências gregas de Platão e cia no mundo da moda! Você não leu errado. Eu disse Moda mesmo. A tendência é tão forte que chegou inclusive aos eventos de gala com direito a tapete vermelho, vestindo algumas das maiores estrelas de Hollywood, sob a etiqueta de vários estilistas famosos, mas que, no fundo, foram criações da desconhecida grife Platão Modas.


A Platão Modas surgiu a partir de um momento absolutamente descontraído e despretensioso. Durante a leitura de Lições de Princesa (e isso já na época do lançamento, pra você ter noção), a blogueira que aqui vos fala trocava SMS’s com a amiga Jamille e comentava passagens do livro (porque, pra variar, a gente não se aguentava e tinha que comentar todos os livros uma com a outra). Uma das coisas que mais chamou a atenção delas foi uma passagem bem inocente até, mas que despertou risadas escandalosas das duas, na qual a Mia comentava, em réplica à Grandmere, que o modo como você se veste não tem nada a ver com a sua capacidade intelectual, afinal de contas: “Platão era um grande pensador, e ele só usava um lençol enrolado”.

Muito tempo depois, enquanto gravávamos o Adriana Awards (nosso vídeo-presente de aniversário de 15 anos da Adriana, no qual ela concorria em 15 categorias e não ganhava nenhuma – hahahahaha!), que também teve direito a um tapete vermelho (feito de papel camurça da Tid’s. Uma das folhas de graça até, já que a moça não quis receber a diferença do troco que tinha me dado errado, mas enfim) com celebridades e, claro, nós mesmas vestindo trajes improvisados como lençóis (rasgados ainda por cima). Quando perguntada pela Fernanda, a repórter oficial da TV Rádio Legal, quem era o responsável por tamanha elegância, a Esther, também inspirada por toda a sabedoria de Mia Thermopolis, não se fez de rogada e anunciou o nome do gênio por traz de tudo aquilo. Nascia ali a Platão Modas.

Com o suporte da Princesa Giselle de Encatada, que, em parceria com a Andalásia Modas, trouxe para a empresa o know-how de como transformar simples cortinas em vestidos deslumbrantes, a Platão Modas desde então, tem ampliado seus horizontes, não se limitando apenas a modelitos feitos de lençol, como também tem aperfeiçoado sua técnica para com cortinas, toalhas de mesa, capas de sofá, entre muitos outros tecidos subestimados da coleção Cama, Mesa e Banho.

Em entrevista à Revista Legal, Giselle declarou: “Fiquei muito feliz em participar do projeto, principalmente porque a Princesa Mia serviu de inspiração. Mas devo confessar que não sou precursora de nada. A Maria da Noviça Rebelde, por exemplo, já tinha utilizado das influências de Platão muito antes de mim”.

Como fazer pra consertar Maria?

Não demorou muito para a Platão Modas chegar aos guarda-roupas de várias celebridades...

Anne Hathaway, um ícone fashion, por exemplo, gosta de brincar com o visual Platão Modas no seu dia-a-dia, porque lhe proporciona modelos confortáveis e elegantes:

O Diabo Veste Prada, mas Anne Hatahaway veste Platão Modas
Anne Hathaway com calça Platão Modas, tirada da coleção  
Capas de Sofá são o que Há

E e às premiações mais badaladas. Confira alguns de nossos modelos em pleno tapete vermelho:

Inspirados nos lençóis mais sofisticados, a Platão Modas desenhou a coleção O Brilho do Lençol que já foi usado por:

Michelle Williams no Globo de Ouro 2011
(Eu bem que desconfiei, e depois a mulher do Fashion Police só confirmou minhas suspeitas. A única coisa que ela errou foi que disse que o vestido era do Valentino, quando está na cara que é um Platão Modas legítimo!), 

Jéssica Biel,

e Ashley Greene (modelo da esquerda)

Já o da direita é da coleção Como uma deusa, inspirada realmente nas togas gregas e feitas com lençóis egípicios de mil fios, como também usaram:

Hilary Swank no SAG Awards 2011
(Ela disse que era Versace. Aham, Hilary, senta lá!), e

Sandra Bullock também nos Globos 2011

Notícia em primeira mão: Nossa querida Sandra será apresentadora do evento de fim de ano Platão Modas Dream Fashion Tour. A atração musical, obviamente, não podia ser outra: Rosana, entoando uma versão em inglês de seu único maior sucesso, Love and Power (Like a Godness), que inspirou o nome desta coleção.

No Platão Modas Dream Fashion Tour, também serão apresentadas as coleções:  

Por cima do Edredom,
Rita Wilson mostra o que rola por cima do Edredom

Rachel McAdams arrasando no Oscar 2010*,  
*Como muito bem reparou a amiga de Mia Thermopolis, Lilly Moscovitz.

Zooey DeChannel

Eva Green (Reparem no detalhe cortinesco das mangas), e

Florence Welsh no Oscar 2011

[EDIT]
Lucy Liu no Globo de Ouro 2013

Capas de Sofá são o que Há 
(versão estampados),
Beyonce no Oscar 2009
Bridget Fonda no Oscar 2009

January Jones no SAG 2011

Mesa e Beleza,
Uma Thurman

Scarlett Johansson no Oscar 2011
Uma curiosidade: Esse vestido foi feito de uma toalha de mesa igual a da Uma Thurman, mas acontece que  derramaram uma garrafa inteira vinho tinto nele, e aí...

E chegando agora no mercado, a coleção:
Um banho de glamour,
trabalhada com itens de decoração tirados de elegantes casas de banho
Este look que a Emma Roberts usou na premiere Pânico 4, por exemplo, foi feito de lindos tapetinhos de banheiro. Olha que legal!

EDIT: Atendendo a pedidos de nossa pesquisa de opinião, a Platão Modas tem o prazer de anunciar a sua nova garota propaganda, ela que é sósia da blogueira (pelo menos é o que o avô dela diz, apesar de ninguém mais concordar), a ex-Helena de Tróia, Taís Araújo. Taís, tanto na novela quanto na vida real é adepta dos modelitos Platão Modas, como vocês poderão ver nas fotos abaixo, e declarou que não será nenhum sacrifício vestir roupas com tanto estilo e conforto. Veja Taís Araújo divando com Platão Modas:

O visual da Platão Modas se adequa tanto às festas...

Quanto ao dia-a-dia...

E até para ir ao deserto!

E não só são as mulheres que podem desfrutar de toda a beleza de nossa grife. A Platão Modas também está investindo em modelitos para o público masculino, como camisas de futebol inspiradas em Mesas de Restaurante Italiano, confira:


[EDIT 09/11/2013] E olha só o Daniel, desfilando seu modelito Platão Modas no The Voice BR:


Aproveitando a oportunidade, gostaríamos também de divulgar nossa mais nova parceira: a Tid’s Modas, que nos apoiou desde o começo lá no Adriana Awards doando o Tapete Vermelho, e agora também se aventura no mundinho fashion ao lançar modelos inspirados em artigos de papelaria.

Cate Blanchett no Oscar 2011
Reparem que o topo do vestido é feito de nada menos do que EVA (o famoso emborrachado), muito conhecido das professoras primárias.

E pra quem ficou curioso, também pode conferir o trabalho da Eco Modas, dirigida por ninguém menos do que Betty, a feia, que agora está lançando uma coleção todinha de chapinha de refrigerante e sacos de lixo.

Vale ainda lembrar que a Platão Modas tem grande consciência de sua responsabilidade social. Em entervista à Revista Legal, a Princesa Mia Thermopolis demonstrou-se entusiasmada com o projeto: "É muito importante que sejam tomadas iniciativas como essa de reaproveitamento da matéria-prima e de incentivo ao desenvolvimento sustentável. Muitas dessas grifes conhecidas se aproveitam inclusive da mão-de-obra infantil chinesa, por exemplo."

Não aceite imitações! 
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sábado, 14 de maio de 2011

Sandy: devassa como nunca, cantando muito como sempre

Talvez seja segredo para algumas pessoas, mas, pois é, adoraaava Sandy e Junior. Ainda gosto, aliás. A 'agora falecida' dupla fazia aquele pop chiclete gostoso e inocente que gruda no ouvido de não sai da nossa boca. E fazia bem!!!!!! Tinha graça, sentimento e melodia como há muito eu não vejo no cenário ‘comercial’ do país. Sinto até pena da geração atual por não ter um novo “Sandy e Junior” do Brasil pra curtir. E tudo bem, você pode falar o que quiser, mas não pode negar que os dois têm talento (ao contário de muito ídolo teen que se veste com roupas coloridas por aí. E até o Junior que não canta grande coisa, perto do Fiuk é um Pavarotti, vamos combinar).

Pois então, desde dezembro de 2007, último show da dupla no Rio em que TODAS as músicas ganhavam um ar de declaração de amor, emoção e despedida, eu não via um show de Sandoca. De lá pra cá, muita coisa mudou. Eu entrei pra faculdade e estou quase terminando (aquele último show inclusive foi no dia da prova da 2ª fase da UERJ, onde eu estudo hoje), e Sandisléia casou, cortou cabelo, lançou carreira solo, assumiu um discurso sonolento de “Sou melancólica, não gosto de festas, prefiro filminho, etc” e no início desse ano pegou todo mundo de surpresa ao fazer propaganda da Devassa!!!!

No início achei a história toda um tiro no pé. Pensava que era muita incoerência alguém que nos últimos meses vinha tentando convencer a todos que ‘ela tinha crescido agora, e era mulher (séria)’ se prestar a um papel desses. Mas depois que o negócio virou piada nacional (e eu fui uma das primeiras a fazer piada, porque redondo é rir da vida – ops, esse é o lema da concorrência), e ela mesma entrou na brincadeira, comecei a curtir a palhaçada.

A partir de então, passei até a torcer pra ela assumir logo o “lado devassa” – aquele mais desinibido e descontraído – e se soltar mais, falar mais besteira e principalmente adotar Conga Conga no setlist. Porque nos tempos de dupla Sandisléia sempre riu de si mesma, fez coisas diferentes e proporcionou esses momentos mais bobildos. Exemplo: Fazer caras e bocas em Enrosca, brincar com os boás em Discutível Perfeição, dançar funk no Caldeirão do Huck... Essas coisas que fazem o torramento na frente da TV valer a pena, oriundos daquela liberdade boa que pop te dá.

Bom, a Sandy da re-estreia do Manuscrito bem que tentou ignorar a campanha da Devassa (eu gritei pedindo, mas não rolou Conga Conga, infelizmente. É, eu fico bem retardada quando as luzes se apagam.), mas cadê que o povo deixou? O próprio Vivo Rio fez uma promoção especial de “6 Devassas Loiras por apenas R$ 25,00”! E antes mesmo de o show começar, ao invés do tradicional “Começa! Começa!”, a galera puxou um “Devassa! Devassa!”. E depois ainda houve alguns outros momentos em que a propaganda foi lembrada.

Pra você não dizer que eu tô mentindo

O cenário do show parece uma sala de estar decorada com artefatos de antiquário e espelhos que viram telões em que são projetados clipes especiais para cada canção ou ainda imagens do palco filmadas por alguma micro-câmera. Tudo muito simples, mas também muito artístico.

O repertório é basicamente todo o Manuscrito (há quem diga que o nome do CD é esse porque Sandy não sabia mexer no computador, rs!), com exceção de Mais um Rosto – preferiria que a suicida Duras Pedras ficasse de fora -, e a adição de músicas tapa-buraco de outros artistas muito boas – mas com letras talvez tão simbólicas quanto as de autoria da cantora -, e direito até a um par de músicas da dupla.
*Quando que fiquei sabendo que ia rolar um Recordar é Viver, arrisquei que as duas músicas seriam Abri os Olhos e Estranho Jeito de Amar, por já serem da safra mais nova e adulta da dupla. Acertei 50%, porque incrivelmente Sandoca incluiu Quando Você Passa (Se esse turu turu turu aqui dentro, que faz turu turu turu quando você passa...), que é bem mais legal! Pois é, é o efeito Maria Gadu que transformou Quando Você Passa em cult, né?

E depois de o Vivo Rio incrivelmente não passar aquela mensagem de “É proibido filmar, fotografar, etc, etc, etc”, que a gente sempre vaiava (pois é, eles desistiram), foram ouvidos os primeiros acordes foram de Pés Cansados – música icônica do retorno de Sandy para a música - e toda vez que ela cantava “Os mesmos pés cansados voltam pra você, pra você...”, os fãs cantavam loucamente apontando pra ela, como que dissessem: “Também estamos voltando pra ti, Sandoca”. Se depender de mim, Pés Cansados já tem lugar no setlist da minha formatura, porque ia ser lindo demais entrar ao som de:
Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados voltam pra você.
Pra você.

Fala sério, tem tudo a ver! E se você vai ser formar, fica a dica. Pés Cansados.

Sandy emendou logo na ótima Dedilhada – uma música com arranjo dedilhado sobre não levar uma vida “cheia de dedos”(Canseeeei de pensar demaaaais, e os erros meus...) - e depois saudou o público do Rio de Janeiro, dizendo que era uma emoção muito grande estar ali (ela diz isso pra todas, haha!), e que tinha encerrado a turnê de 2010 aqui (na verdade não era pra encerrar aqui, mas teve aquele problema lá no Alemão e ela teve que remarcar o show. Eu bem que tentei comprar o ingresso pro ano passado, mas o povo estava com muita saudade e lotou 3 semanas antes da 1ª data!) e agora estava re-estreando no Rio também, que adora estar perto do público e que estava sentido falta disso tudo (que ela também fala pra todo mundo).

Vou contar um segredo pra você: A Sandy escolheu essa imagem de fundo para Dedilhada em homenagem ao Inútil Nostalgia, mas não espalha, não, senão os outros blogs vão ficar com ciúmes, rs!

Então, assim sem avisar ela mandou Ela/Ele e Perdida e Salva - se você tiver uma mente suja, pode achar essa música devassa também, mas só se tiver a mente MUITO suja, rs! - (Nãããão há sensação melhor não há, Sinto estaaaaar, Perdida e Salvaaaa), simplesmente as músicas mais perfas do CD, para delírio meu e da minha irmã, que estávamos cantando à toda (minha garganta amanheceu até meio rasgada  no dia seguinte). Ela/Ele tinha um clipe fofo de um casalzinho andando de bicicleta e que terminava ainda mais fofo. Gente, Ela/Ele é muito amor! Parece melodia de caixinha de música, com uma letra linda e cheia de poesia. Melhor do CD, fatão!

Depois do momento fofura, Sandy avisou que tinha colocado músicas de outros artistas que ela gosta e que sabia que as pessoas iam gostar também no show, e atacou de Marisa Monte – Beija Eu*. (Ainda bem que ela parou um pouco de cantar as próprias músicas nessa hora, porque não sei se eu ia conseguir manter o mesmo ritmo, não. #velha) Mas, olha, Sandy, você está muito Devassa mesmo! Onde já se viu: 
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
?
Ui, DEVASSA!!!!! Primeiro manda beber, e depois... Meu Deus, por isso que a classificação do show era 16 anos! :-O
*Teoria da Conspiração 1: Eu acho que ela escolheu essa música por causa dos versos: Seja eu/ Seja eu/ Deixe que eu seja eu”.

Logo após teve Put Your Records On* (foi trilha de Páginas da Vida, lembra gente?), mas foi em Tão Comum (adoooro!) e Hoje eu Quero Sair Só* (Lenine) que ela começou a se soltar mesmo. Dançou com o guitarrista, rodou no mesmo eixo, deu “Tchau!” na música do Lenine (essa foi legal, porque toda vez que ela falava “Tchau”, as luzes piscavam no ritmo).
*Teoria da Conspiração 2: Maybe sometimes, we feel afraid, but it's alright/ The more you stay the same, the more they seem to change/Don't you think it's strange?, entre outros versos.
**Teoria da Conspiração 3: Hoje eu quero sair sóooo. Tchau, vai ver se eu tô lá na esquina! Devo estar! Nossa, Sandy! Que revolta! (Depois quando a gente chegou em casa e ficou cantarolando essa música, meu pai comentou que isso era música de cachaceiro por causa dos versos: “Tchau, a lua me chama, eu tenho que ir pra rua”. Aí a Esther: “Ou então de lobisomem, né?” Hahahaha. Hoje eu quero sair só para tema do Jacó Preto JÁ!)
.

Tá escuro e eu fiquei com preguiça de colocar brilho

Ela se movimentou tanto que ficou com calor e tirou o coletinho que estava vestindo por cima do vestido preto e longo dela. Aí eu não me segurei e gritei: “Devassaaaa!”, e povo lá da frente, que também estava animado pra caramba, puxou o corinho: “Devassa! Devassa! Devassa!”. Aí a Sandy falou: “É, sou eu. Quem diria, hein?”. Hahahaha! Ninguém mandou fazer o comercial, agora vai ter aguentar isso no Brasil inteiro.

Então, ela diminuiu o ritmo de novo com O que Faltou Ser no piano (uma espécie de pedido de desculpa que também vira declaração de amor na boca dos fãs - Não me escondo do medo de não me reerguer do silêncio de uma vida sem você, de tudo o que faltou ser) e Duras Pedras, que teve um fundo de trem Maria Fumaça e a Esther disse que era em homenagem ao Botafogo. Hahaha!

Mas foi em Dias Iguais que Sandy levou a galera ao delírio. Essa última teve participação da Nerina Pallot nas telas-espelhos, e dueto das duas arrebentando no vocalize (aquele “aaaahhhhh” da música). Sandy inclusive teve que deixar o pessoal terminar os últimos versos da música, pois se emocionou e derramou algumas lágrimas enquanto cantava. E aí é que o povo aplaudiu de pé mesmo durante um tempão!!!! Sério, Sandy não canta, humilha! Ela agradeceu e disse que essas coisas acontecem, mas que tinha a melhor profissão do mundo e que tinha os melhores fãs do mundo também. *-* *-*

Mas, eu e Esther estávamos impossíveis nessa música. Assim que começou (Quando o céu se cobriu de vermelho, comecei a te esperar), eu mandei: “Olha, a luz devia estar vermelha agora, e não azul”. Aí continuou: “Quando o céu se cobriu de azul, pude ouvir teu respirar”, aí eu falei: “Agora tá certo, a luz tá azul”. E quando chegou no refrão: “Dias Iguaaaaais, Azuis, Vermelhos...”, eu completei: “Agora tinha que piscar azul e vermelho”. Segundo a Esther, a luz não trocava de cor porque, obviamente, o Lucas era gremista e não ia deixar colocar as cores no Inter. Até que no final, saiu do azul e ficou vermelho, acabando com a sua teoria.

Mas o pior foi depois que a Sandy foi explicar quem era a moça que estava no telão: “Essa daí é uma cantora britânica que eu admiro muito, minha amiga, Nerina Pallot”. - Eu pra Esther: “’Minha amiga’, olha isso! Mas é óbvio, deve ficar o dia todo no MSN com ela igual o Marco Luque e o Lula!. Esther: “Mas é claro!” - “e que eu gosto muito de escutar enquanto no meu tempo livre” – Aí a Esther acrescentou: “Que é muito, por sinal!”. Sério, a gente não é normal, não! E nem aproveitamos a promoção da Devassa Loira, hein! Imagina só se a gente bebesse!

Logo depois vieram uma versão jazzística e muito boa de Wonderwall do também britânico Oasis* (arrisco dizer que melhor que a original) e Por Enquanto** (Legião).
* Teoria da Conspiração 4: Música declaração que serve de amor ao povo, simbólica pelo retorno.Vale olhar a letra toda.
** Essa não é nem teoria da conspiração, tá na cara mesmo. Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente... Música-Hino de qualquer despedida. Praticamente uma conversa de Sandy com os fãs e dos fãs com a Sandy: Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre. Sem saber que o pra sempre sempre acaba.? Me emocionei lembrando de 2007 – um ano cheio de despedidas pra mim – e lembrei da minha formatura. Preparou o terreno para o Vale a Pena Ouvir de novo. Minha irmã achou que o show acabava nessa hora por causa do verso Estamos indo de volta pra casaaa.


Agora que já estava todo mundo no clima, sentido saudade dos velhos tempos, a Sandy falou: “Pois é, eu já cantei Marisa Monte, Oasis, Lenine, Corinne... O que mais? Legião agora....”. Aí o povo animado pediu: “SandyJunior! SandyJunior! SandyJunior!”. Aí ela: “Tá bom, eu vou cantar Sandy e Junior pra vocês, mas só porque vocês pediram”, como se não estivesse programado já.

E então se seguiram Quando Você Passa (muito parecida com a versão do acústico, ou da Maria Gadu mesmo) e Estranho Jeito de Amar (com uma nova introdução lindona!). A galera lá da frente puxou um Não Dá Pra Não Pensar e ela completou um pouquinho à capella. (Sandy tá ficando coração mole. Antigamente ela não fazia essas bondades, não! Só que a música que o pessoal sempre puxava era Nada é Por Acaso – perfa demais – e sério, ela era malvada e não continuava! Aaah, tinha uma época também que o povo pedia imitação da Shakira, e ela chegou a atender algumas vezes, mas aí o pessoal começou a espalhar pela Internet e realmente o Brasil inteiro passou a exigir Shakira, e aí ela avisava que a Shakira não tinha ido, haha!).

Ela apresentou a banda e falou que todo mundo ali cantava também, menos o baterista, porque, tá pensando o quê, ela botava todo mundo pra trabalhar mesmo, rs! Senti falta do Andrézito, o guitarrista gato e único sobrevivente da banda dos velhos tempos.

Aí no telão apareceram umas imagens da Sandy de batom vermelho mandando beijinho e eu gritei superzoando: “Beijo é Booooom!” (hahahaha!), porque tá legal que ela tava cantando música antiga, mas essa ela não ia cantar mesmo! Não era Beijo é Bom (óbvio!), e sim uma música bacaninha da KT Tunstall (aquela que canta Suddenly I See), Black Horse & The Cherry Tree, que ninguém conhecia. Os telões ficaram bem legais com imagens de um violão sendo tocado/batido e a Sandy de peruca e maquiagem fazendo caras e bocas, mas a Sandy ficou super no vácuo quando pediu pro povo fazer “Uhuuul” com ela no final da música, e ninguém fez. Sandy, fica a dica, troca essa música por Suddenly I See, todo mundo conhece.

Logo depois, Sandy, agora que está sem Junior, é que teve que tocar os tambores em Sem Jeito (ah, em várias músicas ela toca meia-lua – aquele pandeiro pela metade - também). E eu pensei que fosse a única besta que ficava tocando air-tambor, mas tinha uma menina atrás de mim animadona tocando o tambor imaginário também. Esses fãs de Sandy....

Olha ela com a meia lua

E quando soaram os primeiros acordes de Quem eu Sou, a galera correu tudo pra frente, inclusive eu, sem querer nem saber, deixando a câmera com meu pai. Uma coisa boa do Vivo Rio: mesmo se você estiver na última fileira (e eu nem estava) consegue ir lá pra frente nessas horas do show. De lá, subimos numas cadeiras já abandonadas e deu pra ver Fernanda Paes Leme (amiga de Sandy dos tempos de seriado. Aliás, eu cheguei a ver o Mau do seriado passando enquanto esperava para ir ao banheiro antes do show), Fernanda Rodrigues (dos tempos de Estrela Guia) e Bruno de Luca (dos tempos de...que ele estava fazendo ali?) lá em cima no camarote. Mas é claro que eu não fiquei olhando pro Bruno de Luca quando tinha Sandoca muito mais perto. Também avistei vários presentes-projéteis (teve um show uma vez que jogaram um urso, quase acertaram nela, hahaha) voando sobre o palco, mas dessa vez eles não atingiram ninguém.

Com o fim de Quem Eu Sou, Sandy e banda se despedem e saem do palco. Todos gritam “Mais Um! Mais Um!”. Ela volta para o Bis e comenta: “Vocês querem que eu volte? Pensei que vocês não queriam”, se encaminha para o piano e manda Esconderijo. O povo acompanha a plenos pulmões.



Nesse quarto escuro
Existe um menino assustado
Ele é sozinho
E teme que o mundo encontre o seu cantinho...


E em clima de despedida animada segue com Casa do Lulu Santos (Luz aceeeesaaaa – aí as luzes acendiam forte – Me espera no portão, pra você veeeerr, que eu tô voltando pra casa, iêeee!), porque Sandy estava voltando para sua casa – a música – e a gente ia voltar para a nossa casa de verdade logo em breve também.

Ah, Sandy também muito devassa nessa música, ó:
Já dei meia volta ao mundo
Levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro
Já impressos no colchão...

O show termina com Tempo também ao piano e o telão lindamente mostrando as pessoas na platéia. Emocionante!

Me surpreendi com o público, que estava animado e sabia cantar quase tudo (a animação do povo só caía quando ela cantava as músicas que não eram suas). É claro que não é a mesma coisa de antigamente. Se você me perguntar, eu prefiro até os shows de antes em que tudo era mais coração e menos razão, e as letras eram mais grudentas e eu ouvia o eco das vozes do público gritando alto na casa de shows, e dançava e tinha Vamo Pulá no final.

Se na época da dupla, tínhamos As Quatro Estações, o caminho traçado por Sandy agora parece se passar um pouco mais no inverno. Manuscrito é um disco introspectivo com cara de ressaca pós-dupla, cheio de reflexões da cantora sobre seu passado e a insegurança do futuro. E, ao meu ver, isso é muito bom! Quem ouve não fica com a impressão de que Sandy cuspiu no prato que comeu, mas percebe que, embora seja um recomeço, também é uma continuação. E apesar de todo o inverno, estamos no Brasil em que até quando é frio é quente, e também tem música alegre e pra cima, e quase todas tem aquilo que não pode faltar em qualquer música pop: REFRÃO!!!!

Foi bom reencontrar não só os pés cansados de Sandy, como constatar que aquela voz que arrepia a gente continua lá e a galera que fica – e a deixa – arrepiada também. E, devassa ou não, pra mim isso já está de bom tamanho.
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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Cabeça de Vento, Frankenstein e O Clone

Em Cabeça de Vento, Em Watts faz parte da classe mais desprezada do universo estudantil – os nerds. Não que ela possua algum problema com isso. Em, por sua vez, também despreza as populares e acha que todos elas não passam de idiotas mortas-vivas sem cérebro adoradoras do corpo. Ela nutre uma paixão secreta pelo melhor amigo Christopher e outra nada secreta por videogames, especialmente pelo jogo Journey Quest. O fato de Christopher também ser viciado em videogame certamente evitaria confrontos do tipo “Ou eu ou o PlayStation?” enfrentados por uma professora minha (a título de curiosidade, ela escolheu o PlayStation), mas, embora Em até desejasse uma briga dessas, essa situação seria bem remota, uma vez que ele nem parece perceber que ela é uma garota.

Porém, tudo está prestes a mudar na vida de Em quando ela vai acompanhar a irmã mais nova no lançamento de CD do mais novo ídolo teen Gabriel Luna* e se envolve num acidente com manifestantes, a modelo sensação do momento e das lojas Stark (tipo uma Fnac-Paraíso-dos-Nerds, que vende de tudo) Nikki Howard, e uma TV de plasma que vai parar em cima da cabeça de nossa protagonista.
*Eu sei que o estilo não tem nada a ver (o cantor do livro faz a linha brit pop, mais ou menos como o Tiago Iorc – que eu adoro, e é bem bonitinho *-*, aliás), mas não pude deixar de imaginá-lo como um Justin Bieber menos afetado (Falando nele, fiquei imaginando se o outro personagem, o Justin Bay, foi inspirado no Bieber. Acho que não. A BieberFever só veio depois de 2008). A parte engraçada é que eu fui digitar de brincadeira o nome no Google agora e achei uns homônimos que tem muito cara de capa de TodaTeen mesmo. Olha só isso. E esse outro aqui até “canta” também! . Hahahaha!

Após dias desacordada, Em descobre que sofreu um transplante de cérebro (TRANSPLANTE DE CÉ-RE-BRO!) e agora terá de viver no corpo de ninguém menos do que aquela que considera a maior das mortas-vivas descerebradas: Nikki Howard.

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Em Frankenstein, o cientista Victor Frankenstein reúne pedaços das mais desprezadas classes da sociedade (mendigos e criminosos) para criar um novo ser humano em seu laboratório. E no meio de muitas discussões que vão desde a relação de criatura e criador até o limite de controle do homem sobre a natureza, percebe-se que, por mais horripilante que fosse, a aberração era capaz de demonstrar sentimentos de bondade.


Já em Cabeça de Vento, Meg Cabot também se aproveita de alguns elementos da ficção científica (TRANSPLANTE DE CÉ-RE-BRO!) para dizer que a beleza interior é o que importa. Mas, desta vez, o foco está em mostrar que, por mais que não pareçam, os bonitos e monstros da moda que levam cachorrinhos em bolsas, tão desprezados por Em, também têm bom coração. (Coração, aliás, utilizado aqui no sentido figurado da coisa, já que o órgão chefe do corpo é o cérebro.)

Mais irônico ainda é pensar que, antes da cirurgia, Em era vista como ‘freak’ por seus colegas populares, mas depois do transplante é que ela passa a assumir a forma ‘frank’.

"Fica de graça que eu te atiro às modelos"

E, embora essa história de transplante de cérebro (TRANSPLANTE DE CÉ-RE-BRO!) pareça a maior maluquice - até o marido da Meg achou que dessa vez ela tinha passado dos limites - , se você parar para pensar, não é muito não. Basta pegar o próprio exemplo do Frankenstein de 1818 para ver que ela nem viajou tanto assim.

Quando se trata de ciência, o que hoje a gente acha completamente louco e impossível, é aquilo que nossos descendentes vão rir da nossa cara e falar: “Não acredito que eles achavam que a Terra é que ficava no centro de tudo! Que idiotas!”.

Num passado não muito distante, pensava-se que o centro das emoções do ser humano estava no coração. Mais tarde descobriu-se que o órgão que as controlava era o cérebro. Imagine só o que não devem ter chiado no primeiro transplante de coração. Aliás, imagine só o que não devem ter chiado no primeiro transplante!

Não que eu seja a favor do transplante de cérebros. Porque aí a gente entra num debate ético-filosófico de onde está a alma, o que é o corpo, o que define a identidade do ser, etc, etc. Só estou levantando a questão de como os conceitos mudam de tempos em tempos também...

Mas não se engane. O debate ético-filosófico e a abordagem científica em Cabeça de Vento estão num nível Novelas da Glória Perez como De Corpo e Alma (o cara se apaixona pela mulher que recebeu o coração da outra que ele gostava e morreu!) e O Clone* (ah, todo mundo lembra e está assistindo no Vale a Pena Ver De Novo!). Ou seja, são quase nada. Assim como a novelista brasileira, Meg apenas tangencia a parte séria da coisa** e foca na comédia e no romance, que são aquilo que ela sabe fazer de melhor.
*A questão da clonagem, inclusive, traz de volta elementos discutidos em Frankenstein como a identidade do clone, criador e criatura, etc. A diferença é que os aparatos tecnológicos do Dr. Albieri eram mais avançados do que o laboratório do Dr. Victor. Repare até que o final do Léo e seu criador é o mesmo do Dr. Victor e seu monstro.
**Também pode parecer loucura a parte da reação aos beijos, mas se você lembrar que quem controla os reflexos não é o cérebro e sim a medula espinhal, até que faz sentido, né?


Sobre as nossas cabeças o sol
Sobre as nossas cabeças a luuuuz
Sobre as nossas mãos a criação
Sobretudo o que mais for o coraçããão

Temos um triângulo amoroso* interessante formado por Christopher (que conhece o interior de Em, mas não dá a mínima para Nikki Howard) e Gabriel Luna (que se interessa por Nikki Howard, mas nunca daria a mínima para Em Watts); o alívio cômico da hilária Lulu, que acha que a amiga na verdade está sofrendo uma transferência espiritual à la Sexta-Feira Muito Louca; a relação engraçadíssima das irmãs, que estão sempre brigando; e de quebra uma organização que parece controlar a vida de todo mundo e deve ter algum plano maligno ainda a ser descoberto.
*A propósito, estou torcendo pelo Christopher, porque, já disse, SEMPRE torço pelos melhores amigos.

A essa altura do campeonato, você já deve ter sacado que a história de Cabeça de Vento em si é assim meio ‘Frank’, com pedaços de várias outras*. Entretanto, essa salada maluca, assim como O Clone (O Clone na verdade estava mais para pastel, né?), funciona incrivelmente bem.
*Forçando bastante a vista eu consegui enxergar Coleção Vaga-Lume, Sessão da Tarde, Gossip Girl, Glória Perez, Frankenstein, Metamorfoses – novela da Record que tinha transplante de rostos e nem teve final -, fora as obras da própria Meg como Diário da Princesa, Garota Americana e Ídolo Teen. Mas, claro, isso aí sou eu viajando na maionese.

Edit: PARA TUDOOO! Estava relendo DP2 essa semana e, meu Deus, como a Meg é descarada! Abre só na página 167 pra você ver. Tem a confissão de que Cabeça de Vento é totalmente inspirado nesse filme aqui. Tsc, Tsc, Tsc, Dona Meg!
Edit2: Ah, lembrei que tinha uma pergunta no fórum sobre esse assunto. Meu lado Sherlock entrou em ação e tudo bem, a Meg não é tão descarada assim, rs!

O livro está longe de ser um dos melhores trabalhos de Cabot e tem a maior cara de filme do Disney Channel, mas fiquei com vontade de ler o resto da série (que Meg sabiamente só fez durar 3 livros). Quero saber com quem a Em vai ficar, quero saber qual é a da Stark (aposto que eles estão fabricando robôs-armas por aí, rsrs), quero ver mais cenas da Lulu e achei a mensagem de que “a beleza interior é o que importa” bacana, sem ser chata e didática.

E se na ficção já fizeram um novo corpo ‘picotado’ tornar à vida em pleno século XIX e já tem clone de seres complexos como ovelhas e cachorros na vida real, não duvido nada que exista alguma organização supersecreta fazendo transplantes de cérebro em humanos por aí. Em macacos já existem experiências desse tipo, de verdade, desde a época que o Dr. Albieri fez o clone dele. E se o Dr. Albieri conseguiu...

PS. Tem um filme da Selena Gomez, em que ela aparece lendo o Airhead!!! Chama Ramona e Beezus e o filme é uma gracinha.
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