Esse mês sai o 10º volume do Diário da Princesa (DP). Quem me conhece sabe que eu simplesmente A-DO-RO, então o mês será dedicado à série.
É impossível falar de DP, sem contar um pouco da minha história pessoal e de como se desenrolou essa paixão pela série, pela leitura, o aprimoramento do meu inglês, a admiração pela autora, o avanço da Internet, entre outras coisas, afinal lá se vão 7 anos desde que eu ouvi falar pela primeira vez em O Diário da Princesa. Vou começar a contar do começo então.
Um dia, estava eu assistindo Tv, se eu não me engano o programa era o Zapping Zone, na época no SBT, depois do CRUJ, e passou um trailer de um filme chamado O Diário da Princesa. Lembro-me que mostrava aquela cena do garoto que quase senta em cima da Mia. Foi ali naquele momento que eu me apaixonei por Mia Thermopolis. O engraçado é que eu não prestei muita atenção ao trailer e quando pedi pro meu pai para a gente assistir o filme no cinema eu achava que a história era: “Uma menina que descobre que é princesa e muda de escola e tem que aprender a lidar com os novos colegas etc”.
Fomos ao cinema e assistimos o filme na sala 3 aqui de Nilópolis, acho que uma das poucas vezes que passou um filme da Anne por aqui, por sinal. Chegamos um pouco atrasados, mas nada que comprometesse e conforme a fita foi se desenrolando, eu fui percebendo que não tinha nada a ver com o que eu pensei que fosse. Mudar de colégio? Onde é que foi que eu vi isso??? Perdoa, gente. Eu tinha 11 anos, pô! Mas aí, uma coisa mais estranha aconteceu. Eu gostei do filme. Gostei muito, aliás. Achei a Anne parecida com a Sandy na época, adorei o final superfofo, enfim. Amei. Tinha entrado para minha lista mental dos filmes mais legais de todos os tempos.
Numa época em que estava chegando Internet discada aqui em casa, eu jogava as coisas no Cadê (não tinha Google ainda) nos fins de semana e ficava horas e horas lendo e procurando alguma coisa diferente na net. Num surto de tédio, coloquei o nome do filme no Cadê (ainda faço isso hoje em dia, só que troquei o Cadê pelo Google). Achei o site oficial. Muito legalzinho, por sinal. Fiquei um tempão brincando lá. E o tempão se estendia um pouco mais porque a Internet era discada. Também achei um monte de resenhas sobre o filme. Passei o dia todo lendo as críticas que na maioria delas achavam o filme previsível, bobo, infantil, etc. Eu não achava nada disso, claro. Mas as resenhas não mudaram em nada a minha opinião.
De link em link, acabei parando numa reportagem velha do jornal O Dia que anunciava o lançamento de A princesa sob os refletores, o segundo volume da série O diário da princesa. Opa! Dessa eu não sabia! Aquele filme legal era baseado num livro? Que ótimo! Tenho que ler isso.
Na época eu ainda não era uma leitora compulsiva. Quer dizer, não tanto quanto hoje, mas eu acho que já era uma leitora compulsiva em potencial. Também era uma época difícil de achar algum livro infanto-juvenil sem figuras realmente legal. A maioria tinha meninas grávidas, ou meninas com AIDS e se o protagonista fosse masculino, ele tinha que trabalhar para ajudar a família. Fora aqueles que falavam em preservar o meio-ambiente, mas também eram pouco inovadores, e aqueles Coisas que toda a garota deve saber. Que saco!
Ah, não vou mentir: tinha Harry Potter e Ártemis Fowl, mas até hoje não consigo ler as duas séries. Acho que o problema é comigo, que não sou muito chegada a essas coisas de fantasia e tal. Então você entende porque eu achei a melhor notícia do mundo quando eu descobri que O diário da Princesa era livro!!!
Comentei com uma amiga da escola que também tinha gostado do filme. Ela já era uma leitora compulsiva e comprou logo o segundo volume. Li as 50 primeiras páginas do exemplar dela e depois, nossos caminhos foram ficando cada vez mais distantes e eu fui parando de falar com ela, sem mágoas nem nada. Nas primeiras 50 páginas que eu tinha lido, percebi que alguma coisa estava errada. A Mia ainda não estava namorando o carinha que ela tinha ficado no final do filme e o pai dela no livro era vivo!!!! :O
Como não podia mais contar com a cópia da minha amiga, comprei o primeiro volume: O diário da Princesa. Li em uma semana. Na época foi um grande feito ler um livro de quase 300 páginas sem figuras em uma semana. Realmente, o livro tinha pouco a ver com filme, mas acontece que o livro ainda era MELHOR que o filme!!! Me apaixonei pelo livro também. Como é que pode um negócio ser tão bom????
Em pouco tempo, eu já tinha comprado e devorado o segundo volume. O segundo era tão ou mais legal que o primeiro e ainda tinha uma pitadinha de suspense e no final dava para perceber que com certeza tinha que existir um terceiro livro.
A partir de então, passei a freqüentar o site da autora semanalmente para saber de novidades sobre os outros livros. O site na época era num tom de rosa feio, o design meio brega e não tinha nem blog ainda (Meu Deus! Eu sou velha mesmo!!!!). Foi lá que eu descobri em primeira mão que haveria uma continuação do filme (foi logo no início do blog, que também era feio e difícil de ler. No início ela não sabia como é que colocava link, foto, vídeo, nem nada. hehe), e fiquei chocada quando li que Genovia não existia (foram anos de ilusão procurando no Atlas e achando que o mapa estava desatualizado hehehe).
Conforme eu ia me familiarizando com a língua inglesa, aprendia um monte de palavras novas (algumas foram até fundamentais nos vestibulares que eu fiz) e fui ficando “íntima” e cada vez mais fã da Meg. Não é todo autor que tem blog (divertidíssimo também. Rio horrores dos posts de Dona Meg), fórum pros leitores discutirem os livros (criado um pouco depois), responde a perguntas dos leitores, inclusive aquelas que não tem nada a ver com os livros, e mais tarde, também passou a fazer videozinhos engraçados demaaais e aproveitar os recursos da Internet para gerar um marketing viral como eu jamais vi nenhum escritor fazer. Nem mesmo a JK Rowling. Pronto. Agora o pacote era completo. Tinha me apaixonado também pela autora.
E como demorava muito pra sair o próximo volume e a editora do Brasil ainda não tinha um canal de comunicação decente, toda vez que eu ia numa livraria ficava à espreita para ver se já tinha saído o próximo volume da série. Foi assim que eu descobri que o terceiro e o quarto volumes já tinham sido lançados (não ao mesmo tempo, claro). E você pode imaginar a minha cara quando avistava o livro lá na prateleira todo reluzente. É claro que assim que eu os via, tinha que levá-los para casa. E, agora, em menos de uma semana, eu já os tinha devorado fácil, fácil.
Nesse ponto, já não bastava ler. Eu precisava comentar. Viciei a Fe e mais tarde a Jami no Diário. Dá pra acreditar que a Jami nunca tinha visto o filme até 2004 e que ela achava que o filme tinha cara de ser chato? Ai ai! Agora, ela já perdeu as contas de quantas vezes ela já assistiu e sabe as falas de trás pra frente, de frente pra trás. Haha!
Em 2004, foi criado o orkut, aí eu entrei numa comunidade decente do livro (aquele grupo do Yahoo era muito precário. Tão precário que eu e a Jami fingíamos que não nos conhecíamos ali para animar um pouco. Bons Tempos!). Fomos assistir ao filme 2 na estréia com a trilha sonora na ponta da língua rs (só Deus sabe o que a gente aprontou pra assistir isso na estréia. Bons tempos messsmo!) e compramos o DVD do primeiro filme quando teve numa promoção do O Globo, numa época em que nenhuma de nós tinha DVD player ainda. Sem contar a vez que a gente "inventou" um trabalho só pra assistir o filme na casa da Fe. E o PDP? E a história da greve? Nossa, a gente aproveitou muiiiiito esse ano. Muitas histórias bizarras pra contar.
Sem dúvida 2004 foi um ano muito legal. Só que não saiu livro do Diário no Brasil. Saíram outros livros da autora muito bons por sinal. Mas o quinto volume que era bom, nada! Que absurdo! Foi nessa época que eu e as outras pessoas começamos a encher o saco da editora perguntando quando é que o livro ia sair. E foi nessa época também(2004) que a banda larga começou a se popularizar, e que as pessoas começaram a reclamar que o segundo filme não tinha nada a ver e eu decidi virar advogada da Disney e eu e a Jami passamos a procurar notícias da Anne.
Depois, não sei porque a série hypou legal e já não era mais necessário fazer esforço para as pessoas começarem a lê-la, mas essas mesmas pessoas começaram a encher o saco naquela comunidade perguntando a ordem dos livros mesmo a droga da ordem estando na descrição da própria comunidade (Eu me perguntava se essas pessoas eram burras ou cegas. Meu Deus! Elas lêem livros de 300 páginas, qual é o problema de assimilação que elas não conseguem compreender 10 linhas de descrição???) e fazendo tópicos infinitamente repetidos com as mesmas perguntas idiotas (Eu sempre fiquei com raiva disso porque na época em que não tinha Google, nem banda larga, eu achava as coisas, por que eles não podiam fazer a mesma coisa?). Graças a Deus, isso parou. Acho que elas se acostumaram com a tecnologia.
De lá para cá, a Internet deixou de ser sonho e virou realidade, dona Meg virou ídola das adolescentes do mundo todo, Obama assumiu o poder, eu entrei para a faculdade, estou terminando o curso de inglês, e a editora demorou, mas em 2007, finalmente criou um selo direcionado ao público infanto-juvenil, e um site com notícias sobre as publicações, além de um fórum pros leitores! Agora a gente não precisa mais encher a caixa postal deles com a mesma pergunta. Quando sai o próximo volume do Diário?. Eles mesmos se encarregam de noticiar.
Tem gente que diz que lá pro meio a série começa a ficar enfadonha e a Mia lerda, neurótica e imatura demais. Eu não acho isso. Pelo contrário, acho que com o passar dos livros, eles foram ficando cada vez mais espertos. E a Mia sempre foi lerda (desde o primeiro, o que não é nem exatamente um defeito. Ela é lerda, mas é legal), mas acho até que vai ficando menos com o tempo. E a neurose dela é o melhor do livro! Os melhores comentários são os mais surtados! Sobre a imaturidade eu também tenho que discordar. Coitada da menina, não tinha nem 16 anos! O último volume deixa muito claro que tudo o que ela precisava era mais um tempo pra crescer. Por isso, eu acho até que na maioria das vezes ela tem razão pra surtar e até que suporta bem. Por muito menos, aqui em casa já está todo mundo arrancando os cabelos.
Como você pode ver, eu sou uma fã de vanguarda. Por isso, dá até um aperto no coração saber que a série está acabando. DP fez parte da minha vida nos últimos 7 anos! Cara, a gente praticamente cresceu junto! Comecei a ler mais nova que a Mia e terminei um ano mais velha que ela. Aprendi um monte com a princesa nova-iorquina e ri um monte também. É como dar um adeus a algum amigo do peito. E Mia e a sua turma são daqueles amigos que a gente não quer se desligar nunca. De tão legais, eles são quase reais. Vai ser duro não esperar outro livro no próximo ano. Aquela ansiedade pra saber o que ia acontecer depois, a excitação quando saía a sinopse ou o primeiro capítulo na net (era engraçado porque a minha reação era sempre a mesma: “Cara, esse livro vai ser muito bom!”), a especulação sobre como seria a próxima capa e quando seria o lançamento... E depois que lançava, a emoção de pagar o livro no caixa (A Jami já falou que vai fazer um discurso pra moça do caixa no dia que ela for comprar o 10, mesmo que a moça não esteja nem aí pro livro), o exagero das reações ao ler, o prazer de comentar o livro depois...
Vou sentir a maior falta da Mia. Mas a gente sempre pode matar as saudades relendo os livros antigos, não é mesmo? E a Meg já falou que fica com saudades também, então quem sabe daqui a uns anos ela não anuncia mais um livro aí?
Obs. Acho que a editora me deve um prêmio, uma homenagem ou qualquer coisa do tipo. Poxa, vida! Eu gosto da série desde o início. Já aprontei pra caramba por causa dela e já me estressei um pouco também. Não era fácil aturar as pessoas perguntando a ordem da série com a resposta na cara delas! (De vez em quando ainda tem gente que faz um tópico desses, mas agora eu sou mediadora da comunidade - título esse concedido por eu tentar colocar a ordem naquela bagaça nos tempos de bagunça - e não perdôo. Apago mesmo. Sem dó.) Na verdade, se você parar pra pensar, eu até ajudava eles nos tempos pré-Galera Record, evitando que todo mundo mandasse e-mails perguntando a mesma coisa. Definitivamente eu mereço uma recompensa. Um emprego, um estágio ou um encontro com a Meg, talvez. Qual é! Sou praticamente uma expert em Mia Thermopolis, colaboro com o trabalho deles (eu acho até que eles levaram em consideração o meu comentário para o lançamento do 10º livro mais perto de Setembro) e ajudo a repassar a informação correta, na medida do possível, faço publicidade espontânea... Sem contar o dinheiro que eles ganham às minhas custas! É isso aí, Record, vocês estão me devendo! E tenho dito! Hahaha! Edit: Depois dessa Bienal, eu tenho que dizer. Record, eu é que estou devendo a vocês! Valeu messsmoooo!
É isso aí! Cadê a recompensa por tantos anos de dedicação?! A Elisa merece muito mais do que dinheiro; quem sabe uma semana em Nova Iorque como repórter passando por todos os lugares pelos quais a Mia passou?! Assim, eu também aproveito e vou de acompanhante.
ResponderExcluirViajei!
Como essas garotinhas e miguxas vivem dizendo: BLoG tÀ LiNdO S2 \o/
Legal. DP também foi o responsável por eu voltar a ler. No ensino fundamental eu era rata de biblioteca, no CEFET e faculdade fui diminuindo. Até que vi o livro 7 em destaque, descobri a série de um dos meus filmes favoritos e comecei a baixar todos os livros que encontrava. Hoje eu quase não leio e-book mais, quero é ter todos mesmo, rsrs.
ResponderExcluirO meio da série eu não gosto tanto assim. Mas o final é perfeito! Aiai... Michael... Eu li o último livro em e-book tb, madrugada de sábado, minha irmã ligando pra polícia porque os vizinhos estavam fazendo muito barulho e eu completamente imersa no livro. Não vejo a hora de ter minha coleção completa.
Ah, e eu detestei o segundo filme. Ou melhor, quando assisti, antes de ler os livros, eu gostei. Depois que li eu passei a detestar, hahaha.
O legal é q vc ganhou seu prêmio qnd a Meg veio!
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