domingo, 28 de abril de 2013

200 posts e...Imagina na Copa!


Bem Amigos da Rede Internética!

Está entrando em campo o Inútil Nostalgia, há 4 anos no ar e completando a marca histórica de 200 posts.

Para comemorar, o blog veste hoje sua camisa especial, uma versão personalizada do manto sagrado, trazendo o número 200 nas costas.


E para aqueles que dizem que os jogadores de hoje em dia não sentem mais o peso da camisa (até porque as camisas de hoje são feitas de um material muito mais leve do que o algodão da década de 50), devo lhes confessar que vinha adiando esse post há algum tempo. Talvez eu tenha sentido o peso da camisa mesmo.

Depois de passada a temporada de decisões em que tive de ficar concentrada com o resto da equipe, passo agora por um momento pessoal de repensar um monte de coisas. Talvez esteja na hora de mudar de clube e a todo momento me pego tentando traçar outras estratégias e esquemas táticos que possam trazer a vitória a médio ou a longo prazo.

E pensar nessas coisas sérias às vezes me deixou meio desanimada, sem vontade de grandes comemorações. Escrevi alguns outros posts, queria ter escrito até mais, mas a sombra do ducentésimo post (sim, eu pesquisei) continuava pairando a cabeça da blogueira junto com esse monte de problemas que insistem em se acumular e a promessa que ela tinha feito de promover uma coisa diferente para celebrar a conquista.

No meio de tudo isso, o país inteiro parece suspirar futebol com a proximidade da Copa das Confederações e a inauguração dos estádios e as finais dos estaduais e o chocolate levado por Barca e Real Madrid na Champions.

E ao mesmo tempo em que eu dizia para mim mesma que não valia a pena fazer o que eu havia planejado fazer e que ninguém ia ligar, o mundo todo mandava sinais para deixar de ser besta (além dos motivos já explicitados, ainda recebi um comentário inesperado e inspirador e assisti um filme bem mais ou menos, mas que tinha futebol, e futebol faz tudo ficar melhor) e com essa exposição do futebol na mídia o momento é mais do que propício à primeira promoção do Inútil, que não tem a menor vergonha de se apropriar de um dos memes mais do que batidos da internet, para criar suas regras. Mas tudo bem, porque nossos governantes também não têm vergonha de inaugurar o Maracanã inacabado, então, estamos quites.

PROMOÇÃO INÚTIL NOSTALGIA:
IMAGINA NA COPA!

Bom, ainda sou nova nessas coisas de promoção, então tudo é muito simples. Só que a execução não é tão simples assim.

O desafio é o seguinte: Criar uma anedota, historinha - coisa curta, de uma página no máximo (ou um pouco mais, sei como esse negócio de limites é difícil, rs) - que tenha como tema o bordão “Imagina na Copa”, ou apenas “Copa” no meio. A mais legal (ou conhecendo o entusiasmo dos leitores do Inútil, talvez a única!) vence.

Ah, sim, claro, esqueci da parte mais legal do concurso. Não vale usar “Copa” como sinônimo de “torneio, campeonato”. Vamos pegar o dicionário e redescobrir (ou inventar) os outros significados para a palavra. Sem fazer muito esforço, me vêm à cabeça umas 2 ou 3 definições.

Para participar, mande sua inscrição para o formulário de contato ali do lado. E só. A promoção dura até quando eu achar que vale a pena aguardar novas inscrições.

Ainda estou decidindo o prêmio. (Vou fazer como a Ju e estabelecer premiações surpresas pra ver se animo vocês!)

Além das inscrições tradicionais, também estamos aceitando desenhos, montagens e qualquer outra coisa que sua criatividade bolar (juro que o trocadilho foi sem querer). Caso você queira realmente mandar sua inscrição via canal audiovisual, hospede em algum site e cadastre o link ali no formulário.

Sejam criativos e não tenham vergonha de qualquer bobagem que lhes vierem à mente. Garanto que qualquer ideia será melhor do que as três sugestões para nome do mascote que nos foram apresentadas.


E é isso. Sei que a promoção é meio fuleca, mas, aproveite, porque a concorrência será baixa (mandando a sua história, é bem capaz de você ganhar por W.O.) e talvez seja o único concurso de Copa que você tem chances reais de ganhar!!!
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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Defina: Azar


Semana passada, mais uma tragédia tomou conta dos noticiários do Rio de Janeiro: um ônibus capotou de um viaduto, voou e caiu em plena Avenida Brasil. Sei que o ônibus caiu por causa da briga entre o motorista um passageiro, que o acidente matou 7 pessoas e só porque nessa semana que passou não tive tempo de assistir nenhum jornal, já que estava lá, no meio da rua, sofrendo com o resto do povo, tentando chegar em casa.

O acidente aconteceu na última terça-feira, dia 2 de abril, e como tinha saído no meio da tarde pra buscar o resultado de um exame, deixei o trabalho, por volta das 19h30. Peguei o metrô numa boa, desci na Central, e na maior tranqüilidade, entrei no meu Japera, sem problemas. Chovia um pouco e o trem logo saiu da estação. Uma mulher chegou até a elogiar:

- Hoje o trem tá rapidinho. Chega um, sai o outro, chega um sai o outro. Não podia ser assim sempre? Eles devem estar com um esquema de segurança por causa do acidente na Brasil. Você vê só como eles têm trens sobrando, né? Por que não colocam pra rodar? É uma safadeza essa Supervia.

Parecia que ela tinha premeditado, porque o trem andou uns 10 minutos, e na altura do Méier, no meio do caminho, ele parou. E lá continuou parado por mais 50 minutos!!!!

Pensei: “Não bastava ter o acidente na Brasil, tem que dar problema no trem também!”!

Ficamos todo esse tempo sem nenhum aviso por parte do maquinista (alguns achavam que ele tinha morrido), e eu só fui descobrir o motivo da paralisação porque entrei no Twitter da SuperVia (@SuperVia_trens) e vi eles respondendo os questionamentos dos passageiros em tempo real. Segundo eles, havia ocorrido uma queda de energia em Deodoro, o que paralisou praticamente todos os ramais. Parabéns, SuperVia! Nota Dez em interatividade na internet. Nota Zero em prestação de serviço e comunicação pelo alto-falante.

Quando o trem finalmente conseguiu estacionar em Eng. Dentro, percebi que daquele mato, não ia sair cachorro. Desci da estação. Isso já eram 21h da noite. E chovendo. Peguei um ônibus pra Cascadura, já com os pés todos molhados. Quando eu chegasse lá (coisa de 15 minutos), pegava um ônibus pra N. Iguaçu e se desse tudo certo, eu logo estaria em casa.

Não deu. Ao chegar ali na rodoviária de Cascadura, logo percebi que não tinha nenhum N. Iguaçu no ponto. E que tinha uma fila enorme ali esperando por ele. Saquei logo que aquilo não ia dar certo. A solução foi ir andando até Madureira, pra ver se pegava um ônibus por lá, já que mais à frente passam outros N. Iguaçus saídos de outros lugares.

Pensei: “Não bastava ter o acidente na Brasil, tem que dar problema no trem, estar chovendo e não ter ônibus pra pegar”!

E lá fui eu, andando, na chuva, na lama (só pra lembrar tem uma obra infinita por ali, o que torna tudo mais sujo e mais difícil), no meio da rua. Nisso já deviam ser umas 22h. Pensei em pegar um táxi, mas nesse tempo de chuva, com esse caos no trânsito, com todo mundo sofrendo pra chegar em casa, cadê que passava um vazio?

Passou um N. Iguaçu lotado (possivelmente saído de Cascadura) e ouvi um homem reclamar: “Mas não vai parar de passar N. Iguaçu lotado, não?”. É, a coisa estava pior do que eu pensava.

Vários ônibus escrito GARAGEM passavam. Algumas pessoas se questionavam: “A essa hora ainda tem trem?” Ao passo que eu tinha que responder: “Não vai contando com o trem, não! Saí de lá porque está tudo parado!”. E todos compartilhavam aquele olhar condescendente de “Classe Média Sofre, hein!”.

Milagrosamente, parou um ônibus saído da Praça Seca vazio, e pegou todo mundo que estava no ponto. Todo mundo mesmo. Ele ficou uns 15 minutos parado, e catou todo mundo. Nessa eu entrei. Fui em pé. Mas tenho de dar graças a Deus porque consegui entrar. E nem posso reclamar muito porque nem estava entupido de gente igual ao outro ônibus que tinha passado há pouco. E lá fomos nós.

Quando estávamos chegando a Marechal, um engarrafamento enorme. Os veículos virando numa rua que não está no itinerário do ônibus para fugir do trânsito. Um pouco mais à frente, a explicação: TUDO ALAGADO!

Pensei: “FERROU! Não bastava ter o acidente na Brasil, tem que dar problema no trem, estar chovendo, não ter ônibus pra pegar e ficar preso no meio da rua! Não vou chegar em casa hoje! E eu já estou super-cansada porque fiquei em pé durante 1 hora e andei mais um bocado depois”!

Lembrei de um outro episódio, pelo qual passei por situação parecida, há uns 3 anos. Planejei o post para o blog. Porque a maratona estava longa e estava mais do que evidente que eu tinha material suficiente para um post.

Até que o motorista foi esperto e cortou caminho por Guadalupe. Entrou em umas ruas que eu nunca vi, mas foi rápido e felizmente, fugidos daquele pedaço de Marechal, mais à frente, encontramos pista seca. Se o alagamento persistisse até Deodoro, Anchieta, seria o fim.

Por volta de 23h30 eu consigo soltar perto de casa. (Isso aí! 4 horas pra chegar em casa!!!!!) Planejei o que iria fazer quando entrasse pelo meu portão.

Ufa! Cheguei! Vou jantar uma comida bem gostosa (estava com desejo de lasanha de microondas e muita, muita FOME), tomar um banho, me esparramar no sofá, (nem vou entrar na internet hoje que estou muito cansada), colocar o DVD de 30 Rock, dar umas risadas com Liz Lemon e dormir.

Mas ao chegar perto da minha rua, logo percebi que alguma coisa estava errada. O Habbibs estava aceso, mas logo à frente, as quadras estavam num breu sem fim.

Não pode ter faltado luz! Não pode ter faltado luz! Não pode ter faltado luz! Hoje, não! Por favor!

É. Estávamos sem luz.

Não bastava ter o acidente na Brasil, tem que dar problema no trem, estar chovendo, eu ter que ir andando até Madureira, enfrentar um pedaço do caminho alagado, estar cansada e com fome, quando eu finalmente chegar, a casa tem que estar sem luz!!!!!!!!

É isso aí! Quando a gente está com sorte, não tem jeito! E sabe o que é pior? É que só estavam sem luz umas 3 ou 4 quadras próximas à nossa. O resto da cidade, parecia normal.

Lá se foram meus planos de comer lasanha e ver 30 Rock

Minha mãe disse que a luz tinha caído lá pela hora do Jornal Nacional. Já eram mais de 23h. Legal, não ia voltar tão cedo.

Jantei fora naquela noite – no quintal. Um jantar à luz de lanterna, que ilumina mais. Minha irmã nem estava em casa pra eu desabafar com ela (não agüentei e liguei pra ela!) e contar da minha maratona.

Mas que isso sirva de lição pra vocês que quando você acha que nada mais pode dar errado, ah, colega, podes crer que ela é possível, sim!

Tanto é que nos outros dois dias seguintes, o trem deu problema de novo e descarrilou 2x no mesmo lugar. A minha sorte (uma hora ela ia ter que aparecer!) foi que quando descia do metrô na quarta, encontrei um amigo do trabalho, voltando do trem, me contando da bagunça que estava a estação (mesmo assim, bota aí mais 1 hora de metrô até a Pavuna, mais chuva e meia hora de ônibus na conta) e no outro meu pai me avisou e eu fui de bus do Centro mesmo.

Acho que acabou, mas essa semana foi dureza, viu!
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terça-feira, 2 de abril de 2013

Caos no Bob’s


Quando eu era pequena, sair pra rua era sinônimo de permissão para comer besteira. Pizza Hut, Bob’s, Mc Donalds, Habbibs... Acho que o negócio não era nem os brinquedinhos do kit infantil, porque meus pais nunca foram de comprar o kit que vinha com os brindes mesmo, mas o simples prazer não precisar comer comida de verdade na janta.

Depois que minha irmã ficou doente (há exatos 10 anos) e entrou numa dieta especial que meio que, senão proibiu, restringiu algumas comidas, isso nos afastou do mundo dos fast-foods. Se eu vou ao Mc Donalds duas vezes no ano é muito. E devo confessar que não senti a menor falta.

Nos últimos anos, até que eu tenho ido até um pouco mais por causa desses dias que quando dá 18:00 é só o início do segundo turno da jornada de trabalho. E ao contrário do que eu pensava quando era pequena, hoje eu dou tudo por um prato de arroz com feijão.

Desde pequena sempre preferi o Bob’s ao Mc Donalds, mesmo que o Mc Donalds tivesse brindes melhores. O sanduíche do Mc é muito seco, sem graça. Ao passo que o Big Bob tem aquele molho saindo pelas beiradas, sujando aquela caixinha azul e vermelha. E você sempre pode pedir pra customizar o seu sanduba, tipo "sem cebola ou com mais queijo", que eles não ficam cheios de calafrio como no Mc. E tem um milk shake mais gostoso também.

No entanto, o Mc Donalds tem a melhor batata. Não sei quantos milhões de conservantes eles colocam ali (por favor, vai dizer que vocês acreditam nessas propagandas do Mc que ficam mostrando aquelas plantações maravilhosas?), mas o negócio é que a batata deles não tem comparação. Nunca comi do Burger King (ainda), mas dizem que lá é onde tem o melhor hambúrger.

Então, para um lanche supimpa, a combinação seria: Hambúrger do Burger King, a batata do Mc Donalds e o milk shake do Bob’s.

Mas se você levar em conta a fila das três redes de fast-food, logo você desiste dessa ideia idiota, porque até você conseguir juntar tudo, a batata ou o sanduba já estariam frios.

O atendimento no Bob’s sozinho já desafia o conceito de fast-food. Ele pode até ter o melhor milk shake, mas é só isso mesmo. Não importa a filial, as mesas têm sempre aquele aspecto sujo e os funcionários nunca vão conseguir atender você rápido ou bem.

Não foram poucas as vezes em que me estressei com a falta de pró-atividade de seus funcionários. Pra falar a verdade, o Bob’s é conhecido por esse seu problema operacional de não fazer jus ao rótulo de fast-food, já que nada por lá é rápido.


Mas acontece que teve um dia em eu estava com fome. Desculpe, eu me expressei mal. Eu estava MORRENDO DE FOME!!!! Tinha tido um dia MEGA estressante, ia fazer serão, às 18:00 saí do cliente pra encontrar com a sênior no escritório, e sabia que se eu não comesse alguma coisa, não ia conseguir fazer mais nada e ia acabar jogando alguém pela janela.

Ultimamente tenho até preferido comer no Subway, porque o sanduba é mais gostosinho, mais saudável, a gente se estressa menos, os funcionários são mais atenciosos, mas nesse dia eu estava com um pouco de pressa não queria perder 20 minutos subindo as escadas do shopping e pedindo um Subway. 

Então, espertamente, por já saber desse probleminha operacional do Bob’s, quando desci em frente ao escritório, que tem um Bob’s do lado, pedi o número do telefone, pra pedir Delivery lá em cima. Quando estivesse pronto, depois eu descia e pegava as coisas na portaria, mas não ia ter que encarar a fila, o caixa, os funcionários perdidos, todas essas coisas já conhecidas do Bob’s.

Quando chego lá em cima, ligo pro Bob’s (só lembrando mais uma vez, eu estava MORRENDO DE FOME!):
- Alô, eu gostaria de fazer um pedido, por favor.
- Pedido? Pedido é só pela internet agora.
- Mas eu acabei de pegar o panfleto aí com vocês agorinha.
- Desculpe, senhora, só pela internet.

Eu podia ter pedido pela internet, mas estava com muita fome, e achei um desaforo ter que fazer o pedido pela internet, tendo a parada ali embaixo. Sem contar que, vai saber como essa central de pedidos online funciona, e vai que ele manda pra uma filial lá no fim do mundo e eu fico mais de uma hora esperando um hambúrguer. Quer dizer, não é impossível, é do Bob’s que estamos falando!

Por que, Senhor, a moça não me disse que eles não atendiam pelo telefone quando eu pedi o papelzinho pra ela????

Mito!

Decidi abreviar o sofrimento. Desci pra fazer o pedido pessoalmente mesmo.

E, vou te contar, já tive experiências ruins no Bob’s. Mas sem dúvidas essa foi a pior. (Acho que talvez porque eu estivesse com mais fome).

Quando desci, não tinha praticamente fila nenhuma e fui logo atendida, muito embora desse pra perceber que dos 3 caixas só 1 estava funcionando e esse ainda parecia estar com o sistema travando. Pedi um trio Big Bog. O mais simples possível, já pra não dar problema.

Tinham uns 10 funcionários ali. Mas dos 10 só 3 pareciam estar trabalhando mesmo. Alguns estavam limpando as coisas, outros olhavam para o nada. A gerente não demonstrava nenhum sinal de preocupação. A mulher do caixa brigava com a máquina.

A fila começou a crescer e chegou uma mulher pedindo só o sanduíche. (Nessa hora o caos já se instalava no local, porque já tinha um atraso considerável e ninguém, NINGUÉM, conseguia ser atendido.) A mulher percebeu o caos e reclamou com o marido: 
- É por isso que eu não gosto de vir no Bob’s. Você percebe a diferença do Bob’s pro Mc Donald’s. No Mc Donalds as coisas funcionam. No Bob’s não. Em qualquer unidade, NADA funciona.

Ela reclamou também da falta de higiene dos funcionários que não estavam usando luvas (o marido falou que as luvas tinham sido abolidas porque elas acumulavam mais bactérias do que se eles estivessem sem), e da ausência de um álcool em gel pra eles desinfectarem as mãos então...

E aí eu, que estava cheia de fome, tinha tido um dia horrível, e ainda ia trabalhar até mais tarde, resolvi abstrair. Quer dizer, gente, é o Bob’s! Ao invés de ficar com raiva, comecei foi a rir da situação. Ri da mulher revoltada e mostrei pra ela que na verdade tinha um negócio de álcool em gel sim, escondido ali do lado da máquina do milk shake, ao passo que nem isso a convenceu de que alguém ia usá-lo porque estava muito distante da cozinha. Ri de novo, um sorriso do tipo: “Ah, colega, aí você também já está querendo demais”. Uma coisa é ter a parada, outra coisa é usar. E ela estava reclamando que não tinha... E isso era mentira!

Queria saber quem tem coragem de comer o sanduba com o papel

A mulher já estava arrependida de ter pedido o Big Bob.

E eu logo percebi que devia ter pedido só o sanduíche também, porque tinha uma menina limpando o negócio das batatas e tirando várias queimadas cheias de óleo dali de dentro. E sem a menor pressa. E de um jeito meio nojento mesmo.

E tudo bem que eu tinha pedido o trio, e a batata não ia sair tão cedo, mas não tinham nem se dignado a separar a minha bandeja, pegado o refrigerante, botado o sanduba lá, essas coisas... Eu já tinha pedido tinha uns 10 minutos e os caras nem se coçaram pra COMEÇAR a me atender!!!!!!

Minha irmã falou que na faculdade ela aprendeu sobre uma doença chamada Crise de Ausência, em que a pessoa fica olhando para o nada, vendo a vida passar, sem dar sinal de estar conectada com o universo. Talvez os funcionários do Bob’s tenham Crise de Ausência. Talvez o Bob’s só contrate pessoas com Crise de Ausência. Deve ser alguma exigência, ou coisa assim. Ou talvez essa seja a explicação.

Depois de mais uns 5 minutos, eles montaram minha bandeja e eu tive que avisar que era pra viagem de novo. Mas no fim, consegui levar meu lanche infectado, eu comi e fiquei feliz. O sanduíche já estava meio frio. E a batata, sabe-se lá Deus como tinha sido frita (resolvi ignorar todo o caos que também afetava a cozinha naquela hora e comi assim mesmo). Mas, como dizem, o melhor tempero é a fome, e eu achei tudo muito gostoso, matou minha fome e eu voltei a trabalhar feliz.

É claro que se eu tivesse pedido um podrão da esquina sairia mais satisfeita. Seria mais rápido, mais gostoso, seria mais bem atendida, o sanduíche viria com bem mais coisas, mas eu precisava de um cupom fiscal pra pedir reembolso depois e isso, infelizmente, o podrão (ainda) não dá.

Fico me perguntando como é que o pessoal do marketing deixa a empresa ser alvo desse tipo de piada? Como a marca registrada da cia pode ser o caos que é o seu atendimento? Como é que pode uma empresa desse porte se manter no mercado com essa fama horrorosa há mais de 50 anos?

Depois eles ficam reclamando, se perguntando por que o Subway está crescendo tanto. Hello, no Subway, eles não têm funcionários do mês. Eles têm Artistas do Sanduíche! No Starbucks, você é atendido pelo nome! (E é por isso que no Starbucks você encontra notas de DÓLAR na caixinha da gorjeta!)

Os sanduíches do Subway não vem assim, mas bem que poderiam vir

Costumava dizer que gostava do Bob’s porque ele é mas humano, porque é nacional e até tentei defendê-lo quando a moça o acusou de não ter o negocinho com álcool em gel - coisa que nenhum funcionário o fez na hora, aliás, o que significa 1) que eles sabem que o Bob’s é uma bagunça mesmo, e 2) eles não faziam a mínima ideia de que a parada existia mesmo, hahahaha -, mas depois dessa não dá mais. Não vou dizer que nunca mais como por lá porque “nunca” é uma palavra muito forte e provavelmente vou comer. E se você freqüentar essas redes de fast-food com mais assiduidade, começa a perceber que nenhuma delas atende ao conceito de “comida rápida” mesmo (é claro que nenhuma consegue atingir o grau de incompetência do Bob’s, mas tem algumas que se esforçam!).

Mas agora, analisando friamente a situação, eu lanço outro questionamento: Será que na verdade a junk food não faz mal e o que causa os problemas de saúde é o estresse até ser atendido? Quer dizer, olhe pra mim, comi o negócio provavelmente supercontaminado, contendo tudo o que há de ruim no universo e passei muito bem. O que realmente estava me tirando do sério era a demora pra comer. E nem isso me fez mal, porque eu resolvi ser uma pessoa zen e encarar a situação toda com bom humor, levando em conta o meu dia e tal.

O que nos leva à conclusão que o problema todo não é o Bob’s. São esses clientes exigentes e estressados que eles têm e não entendem que lá as coisas funcionam num ritmo próprio. Eu, hein! Relaxem, gente.

Adorava essa propaganda! Uma vez minha irmã tirou uma foto igual a essa, porque ela é carente, e me agarra igual o milk shake do comercial.
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