quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Polícia para quem precisa

Eu não sei se você lembra, mas em maio desse ano, um estudante foi assassinato em pleno campus da USP. O alunado protestou por segurança e o reitor na mesma hora já avisara que ia pedir a ocupação da polícia no campus. Os alunos então pediram um plebiscito para decidirem se eram a favor da presença da PM na faculdade, mas o reitor ignorou e colocou a polícia assim mesmo.

Passados alguns meses, a polícia levou para a delegacia alguns estudantes que estavam fumando maconha na universidade. Foi o estopim de uma onda de protestos contra a ocupação da PM na faculdade e mais um monte de outras coisas que culminaram na invasão da reitoria, greve dos alunos e uma baita polêmica no mundo virtual.

Depois de ler um pouquinho sobre o assunto, fica óbvio que toda essa confusão não foi causada só por causa de um baseado.

Na verdade, a questão vai um pouco além da maconha. Tem o problema de o reitor ter tendências ditatoriais, uma vez que não foi eleito pelo corpo estudantil e nem pelos meios oligárquicos da USP. E tem o problema de que esse reitor anda abusando do poder, respondendo a processos na justiça e processando aluno por nada também. A polícia seria apenas mais um instrumento para calar voz dos estudantes e coibir manifestações dos mesmos, o que lembraria ainda mais os tempos de ditadura.

E mídia não divulga, mas, no fundo os alunos até que têm uma luta bacana, com projetos que garantam maior segurança na universidade (como mais iluminação e mais ônibus internos), além da ocupação da polícia. Alguns deles, que a mídia também prefere não entrevistar, não defendem a saída da PM, mas sim um acordo para definir qual o verdadeiro papel da polícia no campus e evitar assim o constrangimento dos estudantes, porque, a polícia, quando quer, também abusa da sua autoridade.

Mas os próprios alunos também não ajudam. Numa votação para desocupar o prédio, foi decidido que eles iriam sair. Ignorando as próprias regras, os mais radicais ficaram. Passado o choque inicial e avaliando apenas um pouco mais a fundo a situação, realmente, o protesto tem causas justas, mas ser iniciado depois do incidente da maconha não deu lá muita credibilidade para o movimento.

Chamá-los de “filhinhos de papai” é errado porque eles estão na faculdade por méritos próprios. Não foi o papai que os colocou lá dentro, como acontece nas faculdades de elite do exterior. Não interessa se eles são ricos ou são pobres. Eles estudaram muito e passaram num vestibular muito disputado, no qual muita gente ficou de fora. Mais respeito aqui.

Agora dizer que eles são “maconheiros” não chega a ser um raciocínio tão infundado até para quem não está na USP, porque quem fez/faz/conhece minimante a universidade pública sabe que os estudantes que geralmente estão envolvidos mais ativamente das questões políticas da universidade são os mesmos que fazem uso da erva. Através dos corredores é possível sentir o odor próximo aos centros acadêmicos, diretórios estudantis e afins, assim como escutar os boatos de outras barbaridades que acontecem dentro das tais salas de reunião.

È ainda mais difícil criar simpatia pelo movimento estudantil quando se percebe que muitos de seus integrantes não vão para faculdade para estudar. E aí eu já nem estou falando fator maconha, que é nojento. Mas do fator política, que é mais nojento ainda.

A escolha da chapa vencedora nas eleições para o DCE é um pouco mais do que o grupo que irá representar os alunos na luta por uma universidade melhor. A maioria delas é apoiada por partidos políticos e a escolha da chapa vencedora significa, também, qual o partido que irá “comandar” os alunos daquele pólo estudantil.

Sim, a universidade também é um espaço para o debate político e, querendo ou não, é através da política que se resolvem os nossos problemas. Mas acontece que muitos desses alunos não estão lá com o objetivo de se formar. Fora os amigos da erva, que vão ficar por lá durante um bom tempo por motivos óbvios (depois dizem que maconha não faz mal...), ainda tem a galera que está na universidade com fins de se lançar na carreira política futuramente e pra eles, quanto mais tempo permanecerem por lá, melhor. E quem está pagando para esse pessoal NÃO estudar é VOCÊ!!!!! (E você vai se surpreender se eu te disser que alguns deles nem matriculados estão!)

Eles se disfarçam de estudantes politizados, quando na verdade são OS PRÓPRIOS POLÍTICOS. Talvez não os políticos de hoje. Mas certamente os vereadores, deputados, prefeitos e senadores de amanhã (ou assessores deles). E pode ter certeza que quando eles chegarem lá, a primeira coisa que farão será dar as costas para o movimento estudantil do qual fizeram parte, como um certo ex-prefeito de Nova Iguaçu.

Ou talvez nem precisem esperar tanto, porque a corrupção já começa no próprio campus. Os aspirantes a políticos são os mesmos que só aparecem na sala de aula no dia da prova (na faculdade eles sempre estão, mas nunca estudando) e sempre desenrolam um jeitinho brasileiro de entregar os trabalhos fora do prazo.

Agora, quando foi que algum desses movimentos tomou o seu partido para reclamar daquele professor que cometeu a maior injustiça? Quando foi que você viu algum aluno indo à aula como você? Quantas vezes ele foi então?

Falta ação nas pequenas coisas, mas sobra revolta contra o imperialismo, os EUA, a Alca e o FMI. Falta compromisso com o curso, mas sobra lábia para conseguir vantagens que os outros alunos não conseguem. Faltam às aulas mesmo, mas espalham fumaça na faculdade!

Pois é, pode ser que eu esteja generalizando, mas é bem mais provável que a história que eu vou contar agora também se aplique a sua universidade, colégio, ou mesmo à USP.

Antes de entrar na UERJ, fiz CEFET, e aí já se vão 7 anos que, com muito orgulho, eu não sei o que é pagar pela minha educação. Lá no CEFET, a gente tinha problemas de infra-estrutura e de ordem política até também. E foi lá que eu aprendi a lutar pelos meus direitos porque, se eu não o fizer, ninguém mais o fará. Ninguém mesmo.

Os integrantes do grêmio dificilmente apareciam nas aulas, pois estavam militando para o partido deles ou tentando eleger chapas amigas em outros colégios/faculdades do Estado ou protestando contra o FMI ou coisa parecida. Sim, eles até ajudaram em algumas conquistas como o passe para entrar nos ônibus que era um problemão. E conseguiram isso graças a seus contatos políticos, é verdade.

Mas por quase não assistirem à aula, não tinham a mínima ideia de nenhuma das revoltas da turma contra professores safados que queriam fazer o que quisessem (e nem se metiam também). E olha que essas revoltas eram muitas! Aquela INFO era fogo! (E falando em fogo, foram alguns integrantes desse mesmo grêmio que participaram do episódio fogo no sítio, mas enfim). Se a gente dependesse de grêmio, estaria ferrado.

Mais revoltante ainda foi ver, depois terminado o 3º ano, a líder do grêmio, que havia sido reprovada (provavelmente por falta) querendo entrar com recurso para conseguir o diploma dela de qualquer jeito! Essa mesma “militante” fez campanha para um deputado nas últimas eleições (por que será???) e disse estar indo ajudar na causa da USP (o que ela foi fazer lá????).

Daí também você já vê como tem gente se aproveitando dessa situação para simplesmente fazer bagunça, protesto e propaganda política ao invés de debater as ideias referentes aos problemas da universidade de um jeito sério.

Apesar disso tudo, não sou a favor da polícia fora do campus, nem de polícia perseguindo aluno que não fez nada ilícito (que por acaso era o que os alunos que foram o estopim para toda essa confusão estavam fazendo) e muito menos de policial que bate em aluno. Ou “aluno”. Torço muito para as coisas se acalmem e, principalmente, se resolvam democraticamente lá na USP. Mas também não vou sair em defesa de nenhuma das partes, porque, sinceramente, nenhuma delas merece.
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

5 razões para assistir A Mentira (Easy A)

Descolado, clichê (sim, dá pra ser os dois!) e engraçado na medida certa, A Mentira é uma comédia adolescente dotada de inteligência como não via desde Meninas Malvadas – que por acaso é o filme favorito do Felipe. Injustamente, a película protagonizada por Emma Stone saiu direto para DVD aqui no Brasil (essas distribuidoras não entendem nada mesmo!) e como não tinha na TV ainda e só ouvia elogios do filme, aproveitei minha ida ao outro lado da cidade, onde fica minha atual locadora-gigante, já que aquela minha outra do coração faliu, e dei uma força pro negócio. Valeu que o filme passou na HBO uma semana depois, mas enfim.

Sinopse: 'A Mentira' acompanha Olive (Emma Stone), uma menina comum que era meio invisível no colégio. Um dia ela decide ajudar seu amigo gay e finge que teve um caso com ele. Os dois se tornam os mais populares. Ela percebe que sua vida se tornou parecida com a heroína do romance "A Letra Escarlate", Hester Prynne, e começa a fazer dessa ajuda a garotos desesperados, seu modo de ficar popular.

E enquanto assistia, não pude deixar de elaborar uma pequena lista mental de por que o Felipe devia assisti-lo, não só porque o filme tem uma pegada Meninas Malvadas mesmo, mas também porque estava cheio de piadas internas da produção que por acaso calhavam de ser um monte de piadas internas compartilhadas pelo nosso grupo de amigos. Então, chega de enrolação. Vamos à lista:

5 razões para o Felipe assistir A Mentira (Easy A)

1.    Roteiro afiado e redondinho
O roteiro é inteligente, subversivo e afiadíssimo a la Meninas Malvadas. Redondinho, ele deixa você boquiaberto do início ao fim tanto pelas piadas ágeis e non senses quanto pelas reviravoltas até o final. São 90 minutos sem gorduras que amarram todas as pontas deixadas pelo caminho.


2.    Elenco afinado
Não, ninguém canta no filme. Quer dizer, tirando a Emma Stone em uma das cenas (a comentar). Na verdade duas. Mas enfim, não é isso que eu quero dizer. Dá pra ver os atores se divertindo horrores durante as cenas, em especial os pais de Olive, interpretados por Stanley Tucci e Patrícia Clarkson, que parecem rir o tempo todo, e o professor (interpretado pelo Homem Areia do Homem Aranha 3), que simplesmente inventava todas as falas no improviso. E como já deu pra perceber, assim como qualquer comédia adolescente que se preze, TODO MUNDO ESTÁ NESSE FILME! Sério, se você parar pra contar, são mais de 10 nomes de destaque, entre eles Amanda Bynes (que desistiu da carreira de atriz depois desse filme), o James de Crepúsculo (a escalação desse aí foi ironia pura, genial!), o Dan de Gossip Girl e a Phoebe de Friends. Fazer o quê? Quando o roteiro é bom, todo mundo quer participar.

Nem que tenha que vestir uma fantasia bizonha dessa

3.    Emma Stone (que é ruiva!)
Sim, o elenco de apoio é ótimo e o roteiro é bacana à beça, mas não fosse Emma Stone, Easy A poderia  facilmente (sem trocadilho) deixar de ser uma comédia realmente legal para se tornar apenas um filme de mau gosto e metido a engraçadinho. Era preciso uma boa dose de carisma, um belo tempo de comédia e uma pitada de inteligência e sensibilidade para dar vida à personagem que, sim, é nerd e antissocial, mas ao mesmo tempo é cheia de malandragem e pensa nos outros antes de si mesma. E a ruivinha a interpretou com maestria sem descambar para nenhum dos lados. Reza a lenda que Emma Stone abandonou uma proposta de trabalho em Sucker Punch para ser protagonista de A Mentira. Fez bem. Ao contrário do mico que ia pagar no filme do Snyder, aqui ela mostra realmente qual é O Papel da Mulher Ruiva no Mercado Elitista de Holllywood. Eu já gostava dela em Zumbilândia (outro filme bacanérrimo!), assistirei ao novo Homem Aranha feliz só pra ver o que ela vai aprontar.

Isn't She Lovely

4.    Referências a clássicos da literatura e da cultura pop
Tal qual As Patricinhas de Beverly Hills, Easy A faz a lição de casa e consegue contextualizar clássicos da literatura como A Letra Escarlate e Huckeberry Finn (que todo mundo odeia) com os clássicos adolescentes da Sessão da Tarde de John Hughes como Gatinhas e Gatões e O Clube dos Cinco (que todo mundo adora), entre outros. E o melhor de tudo, SEM DEIXAR NINGUÉM PERDIDO. É claro que se você tiver uma noção das referências vai ser muito mais legal, mas se não fizer a mínima idéia do que se tratam os títulos que eu acabei de citar, pode ficar tranqüilo, porque além de fazer o trabalho, Easy A ainda apresenta o seminário e faz aquele resuminho antes da prova pra quem não leu o livro tirar nota boa. Ah sim, caso você faça parte do último grupo, é bem capaz de querer caçar os clássicos depois que acabar o filme.

A de amor is for Awesome

5.    Trilha sonora esperta
Segundo o diretor, o filme tem quase 40 músicas de trilha sonora. E quando ele fala trilha sonora, não é no sentido de temas instrumentais, mas sim de trilha sonora de novela mesmo, com músicas para tocar no rádio. E a seleção foi feita de um jeito muito bacana de forma a estender o espírito do filme através das músicas. O destaque, claro, vai para a piada interna* com a música da Natasha Bigfield, patronese do Projeto Casa do Bolso Cheio de Luz do Sol (piada mais interna ainda), que aparece no começo da película e depois continua por todo o filme, construindo assim uma gag musical. Mas ainda tem Don’t Cha para caracterizar 2005/06, We Go Together (do Grease),  Don’t You Forget About Me (do Clube dos Cinco) e Good Life (que toca no trailer de Um Dia, que por acaso também tem a Patrícia Clarkson no elenco, que também tem a Anne, que já trabalhou com o Stanley Tucci... Tá parei, rs)
* Nos comentários, o diretor contou que escutou a música uma vez e achou que essa era a “pior música do mundo” (tal qual na cena), mas aí, durantes as filmagens, eles colocavam a música pra tocar, e no final do dia, a equipe toda a estava cantando alto. E a Natasha Bigfield, na verdade, achou muito legal de ter recebido essa homenagem. Sério.

Take me awaaaaaay, a safer plaaaace
Take me awaaaaaay, a safer plaaaace

Bônus:  
 6. O diretor é Iguaçuano.
Brincadeira. Mas é que o cara cismou de espalhar laranjas pelo filme como recurso estilístico. Isso é o que dá ficar assistindo ao filme com comentários (ele e a Emma Stone são hilários!!!). Deu vontade de comprar o DVD só pra contar as laranjas. rs

Easy A não só faz o dever de casa, mas dá aula de como fazer filmes adolescentes bacanas. Espero que assim como os filmes John Hughes, este também possa fazer escola.

Curtindo a vida adoidado

Obs. O título em português, apesar de genérico, fala toda a verdade sobre o filme, que realmente é sobre uma mentira, mas o trocadilho-triplo de Easy A (“A” da Letra Escarlate/ Mocinha fácil/ Fácil de tirar A) é muito mais legal.
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aquele com a menina que gostava de seriados

A TV é o novo cinema. A crítica especializada não cansa de noticiar que as histórias da telinha estão dando um banho nas da telona. Foi-se o tempo em que televisão era subproduto da dramaturgia e servia apenas para impulsionar a carreira dos astros para Hollywood.

Nos últimos anos, o que se viu foi justamente o contrário. A TV virou cenário de superproduções, oscarizados como Steven Spielberg, Martin Scorcese e Glen Close apostam suas fichas em projetos televisivos (pois é, agora eles querem um Emmy também!) e atores que amargavam papéis ruins no cinema como Patrick Dempsey (McDreamy lindooo!!!!), Alec Baldwin (genial!!!), Kiefer Sutherland (Drop the gun!!!) e Hugh Laurie (amooo!!) tiveram suas carreiras revitalizadas depois de estrelarem as cultuadas Grey’s Anatomy, 30 Rock, 24 Horas e House, respectivamente. As 4 séries, juntamente com Lost, Mad Men, Dexter e Desperate Housewives (esqueci alguma? COM CERTEZA!!!!), foram* protagonistas – e com todos os méritos - do que se chamou de A Era de Ouro da TV Americana.
* O verbo está no passado, porque, infelizmente, algumas das séries já acabaram, as que continuam no ar visivelmente não tem o mesmo pique de antigamente e as novas parecem longe de empolgar e revolucionar do jeito que essas o fizeram.

E de fato, com as pessoas indo cada vez menos aos cinemas, Hollywood arrisca cada vez menos e as melhores ideias acabam indo parar na televisão. Conseqüência disso é que já não é tão raro encontrar pessoas que vibram mais com séries do que com filmes.

Luke: Welcome to The O.C, bitch!

Paula Pimenta parece ter consciência disso e faz os seriados tomarem o lugar das películas nas citações de início de capítulo e no coração da nova protagonista.

Minha Vida Fora de Série é um spin-off da outra série de sucesso de Paula, Fazendo meu Filme, se passa no mesmo universo ficcional da mesma, só que, dessa vez, dá voz à amiga da Fani, Priscila, que se descobre fissurada em seriados depois de apresentada via DVD à série mais literária e com os diálogos mais legais da TV, Gilmore Girls*
* A referência a Gilmore Girls logo no início abre faz inclusive um paralelo com a relação mãe e filha da protagonista.

Vou confessar pra você, houve uma época da minha vida em que eu não curtia seriados. Nenhum. Mesmo. Eu achava que todos os seriados americanos eram chatos. Minha irmã, que assistia praticamente toda a grade de programação do SBT, é que era a seriadora de casa.

Mas aí, domingo, hora do almoço, e no SBT passava um tal de Smallville com o protagonista mais gato de todos os tempos e Globo passava a Turma do Didi. Aí eu pensava Seriado-Com-Carinha-Muito-Gato ou Turma-do-Didi-Sem-Graça? Hmmm, acho que eu prefiro Smallville. E aí eu fiquei MUITO viciada em Smallville. Assistia todo domingo, mesmo com o SBT trocando os horários sempre, e com os comerciais gigantescos, e com o Celso Portiolli atrasando horrores a exibição da série (a TV a cabo só chegou aqui em casa tem mais ou menos um ano).

Conversava com as amigas depois sobre como o Tom Welling estava (muito) bonito no episódio (gente, eu também tive 14 anos! E, o que fazer se o cara é lindo mesmo? Qualquer pessoa com olhos fica desnorteada, numa boa), procurava fotos dele na internet (e a Fernanda nunca vai esquecer daquele email com aquela foto...) e depois de descobrir que um grupo de professoras – apelidadas por nós de Smallvillemaníacas – também era fissurado em Smallville e seu protagonista-super-gato, colocamos até o Tom Welling na capa de um trabalho (sério, a gente aprontava muito nessa época!). Ai, Deus, lembrei da música do Lex, Fe!!!!!

Yataaaaaaa! \o/ <--- Hiro Nakamura, from the future

Na cola de Smallville (Somebody saaaaave meeeee...), passava, também no SBT, The O.C, ou melhor, O.C – Um Estranho no Paraíso (Californiaaaaaaaa, here we coooome...), que eu comecei a assistir porque estava esperando "As aventuras do Superboy". E porque era legal mesmo. Passado o preconceito inicial, vi na TVAberta temporadas inteiras de CSI, Monk, Chuck, Desperate Housewives, Heroes (que eu sempre achei ruim) e milhares de séries canceladas no SBT (a mais traumática sem dúvida foi Reunion, que era uma série do tipo "quem matou?" e ficou sem final). Baixei as 3 primeiras temporadas de House (que vejo até hoje com muita dó no coração de como está agora), Grey`s Anatomy (que não assisto sempre por pura preguiça porque sempre que vejo está bem boa) e vi Gilmore Girls todinha em maratonas de DVD. 

Infelizmente, teve uma hora que eu tive que largar Smallville, porque, não importava o quanto seu protagonista fosse lindo, a história já não dava mais pra aguentar (depois da 4ª temporada a série se perdeu muito e na última acho que só sobrou o Clark do início pra contar a história). E depois da decepção que foi o final de Lost (mesmo achando que ainda assim é uma série que coloca quase todas as outras no chinelo. A Constante, então, é tipo o MELHOR EPISÓDIO JÁ FEITO NA TV!), prefiro as séries sobre pessoas e assisto ocasionalmente Pych, Parenthood, Big Bang Theory, Gossip Girl, Glee (eu sei que é ruim, mas não consigo não ver), Friends (o Chaves americano) e recentemente reservei um lugar no meu coração para 30 Rock porque a Tina Fey é simplesmente genial. Merece todos os Emmys que tem. Ponto.

Lorelai: Oy with the poodles already!

E se os seriados derivados (Joey, Private Practice, Angel...) dificilmente são tão bons quanto os originais, MVFS consegue a proeza de ser MUITO melhor do que a série que lhe originou. Os personagens estão com características muito mais definidas e a trama muito mais bem amarrada e sem ecos, nem dejavu, e o mais legal de tudo, com ritmo de seriado mesmo.

Nos livros em série, prefiro aqueles com formato episódico (com finais satisfatórios e que funcionam de um jeito mais ou menos independentes) ao estilo novelão (sempre com ganchos para o próximo volume). E se na capa de MVFS1 há a menção de que esta é a 1ª temporada, tal fato não é apenas uma brincadeirinha com a mocinha viciada em seriados. O livro realmente tem a estrutura e ritmo de uma temporada completa com episódios de apresentação começando nas férias, depois início das aulas, desenvolvimento de tramas, episódios fillers (os famosos enche-lingüiça), personagens que aparecem no meio da temporada, personagens que voltam no meio da temporada e botam lenha na fogueira pra season finale... Aliás, a única diferença de MSFV para qualquer outra série de TV foi que se fosse na televisão, o episódio de fim de temporada (o famoso season finale) com certeza ia ter um super-gancho (que os seriadores gostam de chamar de cliffhanger) pra temp. seguinte. SEMPRE tem!


Seth: Pudim! Eu gosto tanto de falar pudim. Pudim, Puudim.

Apesar de ser um spin-off, por sua protagonista quase não ter destaque em FMF e por todos os personagens terem por volta de 13 anos (o que vai de encontro à tendência atual de "envelhecer" os personagens para torná-los mais atrativos ao público teen), MVSF é uma história nova e não se apoia o tempo todo no sucesso de sua progenitora. É uma série com um BAITA potencial (mais que FMF, inclusive), com universo e os personagens muito ricos (digo, ricos em personalidade. Isso aqui é Brasil, não o Upper East Side) e que renderiam umas 6 temporadas, com o pé nas costas.

A Priscila é simpática até dizer chega, o Rodrigo um fofo, o Leo bobildo demais... Dá vontade de ser amigo deles!!!! Como a distância geográfica aqui não será problema (como em FMF) a série permite que os coadjuvantes roubem a cena nas próximas temporadas, com tramas próprias e o fato de todo mundo ter 13 anos possibilita que se acompanhe o crescimento dos personagens daquele jeito bem seriado mesmo.

Seth: 'I... wish I were a mermaid'
Summer: You remember that? That was, like, sixth grade.
Seth: 'I wish I were a mermaid, and friends with all the fish. A shiny tail and sea shells, that
[Summer kisses him]
Seth: would be my wish.'


Aliás, essa idade é um problema. Outro dia estava conversando com um amigo que achava que estava ficando velha, e não tinha mais paciência com livros com histórias adolescentes. Mas, depois de MVFS, cheguei à conclusão de que: 1) eu devia estar de TPM quando falei isso e 2) Na verdade, eu NUNCA tive paciência pra essas historinhas que tratam o adolescente como o adolescente mesmo. Porque eu não tinha paciência com meninas (e meninos) de 13 (na verdade meninas(os) de 12 são bem piores) nem quando EU tinha 13 anos!!!!! Que dirá agora!

Por isso não estava curtindo aquele episódio piloto com a P(i)riscila piriguetando lá no clube – o que logo acabou e bem feito pra ela teve que comer o pão que o Marcelo amassou depois. (Priscila e Marcelo foi tipo a Summer dando em cima do Ryan no 1º episódio de The O.C. Olha isso! Summer e Ryan! ERRADO, totalmente errado. Ainda bem que The O.C não sobreviveu tempo suficiente pra fazer os roteiristas apelarem pra um casal desses!)

Se bem que a minha 7ª série foi bem divertida com chegada da Deborah e das Smallvillemaníacas (mesmo sem serem Smallvillemaníacas ainda) e as palmas únicas e/ou silenciosas, e os papéis que a gente passava fazendo enquete para descobrir “Quem é o pai do carrapato?” e “Onde está o Osama?”, e a trollagem (na época não tinha esse nome também) de, quando pedissem a borracha emprestada, fazê-la rodar a sala toda, mesmo a pessoa estando do lado daquele que pediu o negócio... Acho que foi o ano mais legal do ginásio, na verdade.

Mas depois que os personagens voltaram das férias, deixaram de agir como pré-adolescentes e sim como pessoas normais e legais, eu lembrei dessa minha 7ª série maneiríssima e me identifiquei totalmente com o livro e a história decolou que foi uma beleza.

Lorelai: O que aconteceu com as bigornas?

Pra completar, a escrita da autora está cada vez mais segura e descontraída e dá pra perceber que Paula está cada vez mais à vontade com seus personagens agora já conhecidos de longa. Inclusive, quem se acostumou a encontrar easter eggs nas cenas de Lost vai sorrir com um par de meta-referências mais do que descaradas.

Torço desde já para que MVFS seja renovada para pelo menos 6 temporadas, porque nos seriados o que menos importa é o final e, como disse, ainda dá pra brincar um bocado com esses personagens e inventar um monte de plots legais. Mas, por enquanto, fico no aguardo da season premiere da 2ª temporada, que tem tudo pra ser ainda mais divertida que a primeira.

Até o S02E01!

Parece o Shelby de Smallville esse au-au...

PS Não pude deixar de reparar que tem um Felipe Fagundes na sala da Priscila e, conhecendo o Felipe Fagundes, meu amigo, não pude deixar de imaginar que, se eles fossem da mesma sala, a Priscila já teria ouvido umas belas broncas sobre como ela deveria ter orgulho de ser ruiva (pra mim ela é ruiva também, porque compro a briga do Felipe!!!) e como o mercado elitista de Hollywood discrimina o homem e a mulher ruiva sempre.
PS 2 Ao contrário do que possa parecer, o título do post não denota displicência da minha parte para com MFVS, mas na verdade, é uma referência aos episódios de Friends, que sempre começavam com “Aquele com...”, já que ninguém nunca lembra o nome dos episódios mesmo.


Desmond: Te vejo em outra vida, brotha!
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Barbie vai ao enterro

Numa época em que não havia um aniversário que passasse em branco e que a gente sempre inventava algum presente criativo para dar umas às outras, Jami teve a ideia de dar pra minha irmã Esther uma Barbie vai ao enterro.

Há muito tempo atrás, Fernanda e Jamille conversavam na 5ª série sobre que Barbie gostariam de ganhar. Então, Fernanda, com sua mente muito criativa e fértil, comentou sua brilhante teoria de que preferia a Susi à Barbie, devido ao fato de a Barbie ser muito falsa, segundo ela. Jamille, surpresa com tal revelação, perguntou o motivo de tamanha aversão à Barbie. Eis que Fernanda responde: “A Barbie vive sorrindo, já a Susi não.” Jami rebateu dizendo que nenhuma criança normal brinca com situações tristes: “Nenhuma Barbie vai ao Enterro”. Agora vai.


Infelizmente, os executivos da Barbie ainda não atingiram esse nível de genialidade (talvez por se darem conta de que a Barbie era muito falsa mesmo), no entanto, isso não foi obstáculo para nossa própria fábrica de presentes criativos (é dela que saíram também a Revista Legal que a gente deu pra Fe, o Meg'ame original, que ganhou versão em inglês para a própria Meg Cabot, e aqueles vídeos bizonhos tipo Adriana Awards que se caírem na internet vão arruinar de vez com a nossa reputação). Compramos uma Barbie qualquer na rua e como não tinha nenhuma com o vestido preto, tivemos que tingi-lo.

Daí foi só arrumar o véu (um oferecimento do armarinho Estrela D'Alva), a caixa, o caixão, e colocar o Ken, que já tinha perdido a cabeça, literalmente, dentro dele. Ah, sim, só pra não esquecer, a gente entregou o presente ao som da Marcha Fúnebre, claro. Mórbido pra um aniversário, eu sei, mas altamente eficaz.


Desfrute do mais novo lançamento da Rádio Legal Corporeition Ltda S/A em parceria com a Sinaf Seguros e a fábrica de brinquedos Mattou. Agora sua Barbie poderá ir a enterros do modo mais fashion. Incluindo um caixão, um morto e um pente.

Aqui nesse mundinho fechado, ela é incrível 
Com seu vestidinho preto indefectível 

Depois do enterro basta tirar o véu e pronto! A Barbie está pronta para mais uma balada. Afinal, sua vida social (uau!) continua viva.

Somos doidas, pode falar.

E não, não adianta insistir. Eu não vou fazer aquela piada infame de que a Barbie viúva vem com a casa do Ken, o carro do Ken, a lancha do Ken....

Obs: Produto inapropriado para crianças menores de 6 anos por conter insinuação à morte. Cuidado com a cabeça do Ken.
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