Nunca fui das fãs mais xiitas de Lost, nem das mais viciadas também. Comecei a ver 1 ano depois e não me importava de assistir na Globo com esse tanto de atraso (eu gravava os episódios de madrugada, porque Lost era legal, mas eu tinha aula no dia seguinte). Geralmente não ligo de esperar essas coisas que eu gosto mesmo. Não faço questão de ser a primeira a assistir até porque nenhum dos meus amigos acompanhavam a série fervorosamente para eu ter com quem comentar. Só que como esse era o último ano, resolvi fazer um esforço e assistir ‘ao vivo’* porque, bom, era o último ano e seria impossível uma Internet sem notícias do final.
*E olha só que legal: o último episódio passou no Brasil no dia do orgulho nerd, porque Lost é uma série nerd. Muito nerd.
Defendia a série do meu pai - o homem da razão - porque Lost também era uma série sobre a fé. A fé de que no final tudo ia ser mais ou menos explicado (e isso era o de menos) e de que não pensaríamos ter perdido 6 anos de nossas vidas assistindo a um seriado em que estavam todos mortos ou que tinha sido tudo um sonho. E eu mantive a fé na série até os últimos 5 minutos da série. Porque Lost, por mais absurda e bizarra que fosse, fazia sentido. As coisas se encaixavam e se entrelaçavam! A ilha, a Dharma, os números, o botão do Desmond, os personagens que sempre se encontravam... Por mais que houvesse sempre mais perguntas, aquelas que a gente fez lá na primeira temporada: Por que esses personagens são desse jeito? Eles vão conseguir sair da ilha? E depois que eles conseguirem o que acontece? – sempre eram respondidas. E de um jeito sensacional.
Achava um máximo como a série brincava com os flashbacks, e depois flashfowards, e deixava meu pai completamente perdido (sem trocadilho). E depois de a narrativa ir pra frente e pra trás, os personagens voltaram pra ilha e eles é que viajaram no tempo e quando a gente achava que não tinha mais nada pra inventar, eles colocaram toda a história em xeque com uma bomba atômica que prometia apagar tudo o que a gente tinha visto até então. E aí no final da 5ª temporada, a gente ficou louco da vida querendo saber se a bomba ia funcionar ou não, e mais: se tinham sido eles mesmos que tinham provocado a queda do avião.
Aí chega a 6ª temp e a série começa com todo mundo no avião de novo e a ilha no fundo do mar. “Caramba, funcionou!” Só que aí mostra a ilha de novo com todo mundo lá e a Juliet morrendo e a gente fica boquiaberto mais uma vez “Ué! Não tinha funcionado?”. Assim se introduziu a realidadealternativa paralela, que os produtores fizeram questão de frisar tinha relevância para a realidade da ilha e deram diversos sinais de que tinha sido criada pela bomba H, e principalmente, que elas iriam se encontrar. Maneiríssiimo, né? Depois de flashback, flashfoward e viagem no tempo, agora a gente tinha um universo paralelo que responde a outra pergunta que sempre ficou rondando nossa cabeça durante 6 anos: E se o avião não tivesse caído? Será que aquelas pessoas ainda se tornariam amigas? A-há! É por isso que Desmond sempre falava: “Te vejo em outra vida, brotha!”. Genial! Isso é Lost, minha gente! Sempre nos surpreendendo.
A 6ª temporada tem muitos defeitos, mas como eu disse pra você, eu sou uma pessoa de fé. E que também não liga de esperar as respostas, até porque Lost mal ou bem sempre entregou as que eu queria ver (as outras eu nem lembrava mesmo, rs). Por isso e por outros sinais plantados do final da temporada para cá, quando chegou no último episódio eu estava certa de que o Desmond – meu personagem favorito – ia ser o cara que ia servir como elo de ligação entre as tais duas realidades, tomar um superchoque, salvar tudo, ser o herói e criar o final mais super-hiper-mega-blaster das séries, porque é isso que Lost É! É uma série profunda e filosófica sobre os personagens e a vida. Mas que também é uma série sobre uma turminha do barulho que caía numa ilha pra lá de louca e aprontavam muita confusão. Era um negócio que ficava cada dia mais doido (cara, a ilha MUDAVA DE LUGAR!!!), mas no final tinha uma certa lógica. Isso que ela vinha prometendo até então.
Só que chegou a 5 minutos do final da série, a realidade paralela não era nada. NA-DA! No final, a “outra vida” do Desmond era um purgatório. O lugar pra onde todo mundo ia depois que morresse para depois caminhar para a luz. Me senti enganada. Fiquei revoltada. Fiquei indignada! Como assim? O Faraday falou da bomba nessa temporada mesmo!!!! Eles prometiam juntar as duas realidades. E isso não fazia sentido algum! Você percebe que está morto e fica feliz? E se o Jack não tivesse salvado o Charlie no vôo 815, ele ia morrer de novo? E a missão do Desmond todo enigmático atropelando o Locke para ele se lembrar da ilha? Foi só pra eles irem pro céu depois? No final a realidade paralela era sim ALTERNATIVA!
Porque no final tudo TANTO FAZ, todo mundo morreu. E eles não morreram porque o avião caiu, nem porque a bomba explodiu. Eles morreram porque todo mundo morre... E pra ter um final desses, a história que eles contaram antes podia ser QUALQUER UMA!!!!! Sério, os caras inventaram isso em cima da hora, só pode. Aquele não era o final da série que eu acompanhei por anos. Era o final de uma outra série que passa num outro universo paralelo chamada Bost, isso sim.
E eu estava gostando até 5 minutos antes do final. Diálogos auto-referenciativos (a Kate falando que não ia seguir o Sawyer porque ela sempre ia atrás dele, o Miles falando da fita-adesiva, o Hurley falando que o Jacob era pior que o Yoda, o Charlie pegando as coisas pro parto da Claire...), personagens que a gente nem lembrava mais aparecendo de novo*, os casais se reencontrando (no final, realmente Lost era uma série sobre o amor, oooown!), o vilão morrendo... Era um final legal, como deve ser o final de qualquer série.
*Até a Rose e o Bernard apareceram! Na hora que o Boone voltou, eu não resisti e gritei: “Cuidado, ele é um vampiro!”. Só ficou faltando o Rodrigo Santoro mesmo. As más línguas dizem que ele foi no banheiro na hora que mostrou a cena final, hahaha! Vai ver por isso que o Hurley falou que o Ben era um bom número 2... O que, vamos combinar, tem tudo a ver com o nome da série no do universo paralelo que eu falei, rs.
E estava achando genial a realidade parela e seus flashs da outra porque geralmente isso em outras obras é algo só para o telespectador, uma homenagem à serie dentro da série (e consequentemente, aos fãs também) mas em Lost aquilo tinha um significado e eles estavam misturando os recursos narrativos para fazer esse tributo. Mas aí veio a cena lá na igreja e em 5 minutos cagou tudo.
Na realidade verdadeira (a ilha), o Jack morreu no bambuzal fechando o olho em oposição ao começo da série (coitada da Kate, vai ficar esperando até a morte – putz, ficou muito literal essa frase agora), o Hurley ficou preso na ilha por milênios provavelmente organizando campeonatos de golfe entre outros passatempos, o Desmond – o personagem mais sinistro que tinha - só tirou uma rolha doida do lugar, o MIB morreu (coitado, ele só queria sair da ilha! Mas tinha que morrer mesmo.)... E nada! Todos os outros morrem no seu tempo e vão pro céu depois.
*E olha só que legal: o último episódio passou no Brasil no dia do orgulho nerd, porque Lost é uma série nerd. Muito nerd.
Defendia a série do meu pai - o homem da razão - porque Lost também era uma série sobre a fé. A fé de que no final tudo ia ser mais ou menos explicado (e isso era o de menos) e de que não pensaríamos ter perdido 6 anos de nossas vidas assistindo a um seriado em que estavam todos mortos ou que tinha sido tudo um sonho. E eu mantive a fé na série até os últimos 5 minutos da série. Porque Lost, por mais absurda e bizarra que fosse, fazia sentido. As coisas se encaixavam e se entrelaçavam! A ilha, a Dharma, os números, o botão do Desmond, os personagens que sempre se encontravam... Por mais que houvesse sempre mais perguntas, aquelas que a gente fez lá na primeira temporada: Por que esses personagens são desse jeito? Eles vão conseguir sair da ilha? E depois que eles conseguirem o que acontece? – sempre eram respondidas. E de um jeito sensacional.
Achava um máximo como a série brincava com os flashbacks, e depois flashfowards, e deixava meu pai completamente perdido (sem trocadilho). E depois de a narrativa ir pra frente e pra trás, os personagens voltaram pra ilha e eles é que viajaram no tempo e quando a gente achava que não tinha mais nada pra inventar, eles colocaram toda a história em xeque com uma bomba atômica que prometia apagar tudo o que a gente tinha visto até então. E aí no final da 5ª temporada, a gente ficou louco da vida querendo saber se a bomba ia funcionar ou não, e mais: se tinham sido eles mesmos que tinham provocado a queda do avião.
Aí chega a 6ª temp e a série começa com todo mundo no avião de novo e a ilha no fundo do mar. “Caramba, funcionou!” Só que aí mostra a ilha de novo com todo mundo lá e a Juliet morrendo e a gente fica boquiaberto mais uma vez “Ué! Não tinha funcionado?”. Assim se introduziu a realidade
A 6ª temporada tem muitos defeitos, mas como eu disse pra você, eu sou uma pessoa de fé. E que também não liga de esperar as respostas, até porque Lost mal ou bem sempre entregou as que eu queria ver (as outras eu nem lembrava mesmo, rs). Por isso e por outros sinais plantados do final da temporada para cá, quando chegou no último episódio eu estava certa de que o Desmond – meu personagem favorito – ia ser o cara que ia servir como elo de ligação entre as tais duas realidades, tomar um superchoque, salvar tudo, ser o herói e criar o final mais super-hiper-mega-blaster das séries, porque é isso que Lost É! É uma série profunda e filosófica sobre os personagens e a vida. Mas que também é uma série sobre uma turminha do barulho que caía numa ilha pra lá de louca e aprontavam muita confusão. Era um negócio que ficava cada dia mais doido (cara, a ilha MUDAVA DE LUGAR!!!), mas no final tinha uma certa lógica. Isso que ela vinha prometendo até então.
Só que chegou a 5 minutos do final da série, a realidade paralela não era nada. NA-DA! No final, a “outra vida” do Desmond era um purgatório. O lugar pra onde todo mundo ia depois que morresse para depois caminhar para a luz. Me senti enganada. Fiquei revoltada. Fiquei indignada! Como assim? O Faraday falou da bomba nessa temporada mesmo!!!! Eles prometiam juntar as duas realidades. E isso não fazia sentido algum! Você percebe que está morto e fica feliz? E se o Jack não tivesse salvado o Charlie no vôo 815, ele ia morrer de novo? E a missão do Desmond todo enigmático atropelando o Locke para ele se lembrar da ilha? Foi só pra eles irem pro céu depois? No final a realidade paralela era sim ALTERNATIVA!
Porque no final tudo TANTO FAZ, todo mundo morreu. E eles não morreram porque o avião caiu, nem porque a bomba explodiu. Eles morreram porque todo mundo morre... E pra ter um final desses, a história que eles contaram antes podia ser QUALQUER UMA!!!!! Sério, os caras inventaram isso em cima da hora, só pode. Aquele não era o final da série que eu acompanhei por anos. Era o final de uma outra série que passa num outro universo paralelo chamada Bost, isso sim.
E eu estava gostando até 5 minutos antes do final. Diálogos auto-referenciativos (a Kate falando que não ia seguir o Sawyer porque ela sempre ia atrás dele, o Miles falando da fita-adesiva, o Hurley falando que o Jacob era pior que o Yoda, o Charlie pegando as coisas pro parto da Claire...), personagens que a gente nem lembrava mais aparecendo de novo*, os casais se reencontrando (no final, realmente Lost era uma série sobre o amor, oooown!), o vilão morrendo... Era um final legal, como deve ser o final de qualquer série.
*Até a Rose e o Bernard apareceram! Na hora que o Boone voltou, eu não resisti e gritei: “Cuidado, ele é um vampiro!”. Só ficou faltando o Rodrigo Santoro mesmo. As más línguas dizem que ele foi no banheiro na hora que mostrou a cena final, hahaha! Vai ver por isso que o Hurley falou que o Ben era um bom número 2... O que, vamos combinar, tem tudo a ver com o nome da série no do universo paralelo que eu falei, rs.
E estava achando genial a realidade parela e seus flashs da outra porque geralmente isso em outras obras é algo só para o telespectador, uma homenagem à serie dentro da série (e consequentemente, aos fãs também) mas em Lost aquilo tinha um significado e eles estavam misturando os recursos narrativos para fazer esse tributo. Mas aí veio a cena lá na igreja e em 5 minutos cagou tudo.
Na realidade verdadeira (a ilha), o Jack morreu no bambuzal fechando o olho em oposição ao começo da série (coitada da Kate, vai ficar esperando até a morte – putz, ficou muito literal essa frase agora), o Hurley ficou preso na ilha por milênios provavelmente organizando campeonatos de golfe entre outros passatempos, o Desmond – o personagem mais sinistro que tinha - só tirou uma rolha doida do lugar, o MIB morreu (coitado, ele só queria sair da ilha! Mas tinha que morrer mesmo.)... E nada! Todos os outros morrem no seu tempo e vão pro céu depois.
Mas, mesmo com o Jack morrendo, e o Hurleu refém da ilha por milênios, e o Demond não servindo de quase nada, eu até que estava levando. O que eu queria mesmo é que tirassem o Desmond de lá, deixassem a rolha fora da parada e todo mundo pegasse o avião de volta com a ilha explodindo ao fundo. Porque por mais que ela tivesse significado e mudado suas vidas também era um negócio que deixava sempre alguém escravo de protegê-la de ninguém, num ciclo sem fim. Isso porque não rolou o encontro das duas “realidades”.
Agora os 5 minutos finais, realmente, não deram pra engolir. Deixa eu expressar a minha revolta: 5 minutos! 5 minutos! 5 minutos! Como assim uma série fantástica dessas tem esses 5 MINUTOS finais de dar vergonha alheia? E se você ainda não viu, faz o seguinte: assiste todas as temporadas, aí quando faltar 5 minutos pra acabar o The End, você para de assistir, abre o Word e escreve uma fic que qualquer coisa que você escrever será melhor do que o original.
E mesmo com os 5 MINUTOS finais MAIS RIDÍCULOS que eu já vi (custava dar um final digno para série mais bombante -em todos os sentidos - dos últimos anos?), não me arrependo de ter acompanhado durante todos esses anos. Porque o que aconteceu, aconteceu. 5 minutos bizarros são insignificantes perto de 6 temporadas brilhantes (o que dizer do episódio da Constante então? Sem palavras.). Lost continua sendo um ícone pop que mudou a história da TV e exigiu um grau de comprometimento muito mais elevado dos telespectadores para com o programa, nos divertindo, nos emocionando e nos fazendo pensar. E realmente se o final foi algo meio ‘tanto faz’, eu prefiro me apegar a todo o resto que tinha sentido, mesmo que no mundo real uma ilha com ursos polares que se move no tempo-espaço, e os números e a Dharma, entre outras coisas, pareçam ser a maior viagem.
PS. Como sempre a Super fez um pronunciamento absolutamente coerente e que resume aquilo que a massa que não gostou do final acha.
Compartilho dos seus sentimentos em totalidade.
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