Buffy Anne Summers descobriu, quando ainda era uma adolescente, que não era uma menina comum. Buffy é uma das escolhidas para lutar contra o mal, forte e corajosa que tem um destino a cumprir: proteger o mundo de monstros. Assim, depois de ser treinada por seu Guardião, Giles, ela vai alternar sua vida entre matar vampiros e demônios e curtir sua vida em Sunnydale, uma cidade que abriga a Boca do Inferno, de onde saem os piores seres possíveis. Buffy conta ainda com a ajuda de seus amigos Xander e Willow.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Buffy anuncia: Vou voltar!
sábado, 27 de junho de 2009
A gente não quer só comida
Digamos que a massa do livro-pizza seja o enredo. Aquele arco elementar que rege o livro. O basicão de qualquer história. O famoso “início, meio e fim”.
Pois bem, a pizza Crepúsculo tem uma massa mal amassada e falta fermento (conflito). A autora simplesmente pegou a farinha, jogou o ovo com casca e tudo, bateu um pouquinho e achou que isso bastava. Ela teve aquele sonho, mas não o desenvolveu. Limitou-se a repeti-lo por 400 páginas. E depois, não satisfeita, o repetiu por mais outras mais de mil páginas, se você considerar as continuações. Mas, como eu só li o primeiro, vou manter os comentários só nele.
Demora-se muito para engatar o romance de fato e este só começa porque o cara fica vidrado no cheiro de sangue da menina e não consegue ler a sua mente (hã?) e a garota o adora por causa do bafo de hortelã hipnotizador dele. Antes mesmo de eles saberem qualquer coisa um do outro, já estão completamente apaixonados. (Mas que droga de romance é esse? O que aconteceu com os personagens que se aproximavam por afinidade ou coisa parecida?). Antes disso, o mocinho salva a mocinha inúmeras vezes sem razão aparente, e, mais à frente, quando a menina vai conhecer a família do cara, aparece um vampirão do mal DO NADA que quer porque quer matar a mocinha (sério. Até esse momento, não havia sido feita nenhuma menção ao vilão. No filme, pelo menos, o cara aparecia no meio). E a partir daí, só o que há é uma correria para salvar a garota. Ah, o mistério e a sensualidade que a sinopse sugere também não existem.
Eu diria que a massa da pizza Crepúsculo parece um queijo suíço (ou as estradas brasileiras) de tanto buraco. Muita coisa fica sem explicação e elas são do jeito que são simplesmente porque sim. “Por que o Edward brilha? Por que a Bella é tão desajeitada em Forks se ela se virava tão bem na outra cidade, que era bem maior? Como é que os vampiros fazem com relação a seus documentos datados de séculos atrás? A Bella não menstrua, não?” são só algumas das questões que ficam sem resposta.
b) Molho de tomate
O molho de tomate da pizza Crepúsculo é um molho raliiiinho e ainda vem com uns pedaços de tomate picados que não foram devidamente liquidificados. Como o livro não foi planejado, a autora não se preocupou em desenvolver seus personagens. Eles são rasos, e por muitas vezes inúteis ou pouco verossímeis. É até difícil se identificar com qualquer um deles, uma vez que são tão insípidos.
Passei quase o livro todo tentando descobrir quem era a protagonista. Do que ela gostava e não gostava, o que ela fazia, qual era a dela, afinal de contas. Ao final da obra, concluí que ela era mesmo uma personagem autista e muito mala. Supostamente ela é inteligente e esperta, já que percebe algo errado com os Cullen logo no primeiro dia. Mas na verdade ela faz mesmo o gênero mocinha indefesa, e é tão completamente dependente do vampiro pelo qual se apaixona à primeira vista que quer logo que ele morda o seu pescoço para que ela se transforme numa vampira também (eu já falei, e vou repetir. Não sei para que ela quer viver para sempre. Tá legal, ela vai ficar com o Edward PRA SEMPRE. Mas pra que viver PRA SEMPRE se não se pode ter os dois maiores prazeres da vida: comer e dormir? E não vou nem entrar na discussão que acusa a série de machismo, porque ia render pano pra manga). Além de não ter amor à própria vida e ser muito sem noção, - ela pra morrer e preocupada se o Edward, QUE NÃO MORRE NUNCA, estava bem foi imperdoável – Bella não tem nenhum hobby, nenhuma habilidade especial, não interage com o resto do mundo, nem tem opinião sobre nada relevante e nem nenhuma história interessante para contar.
O mesmo se pode dizer dos personagens coadjuvantes absolutamente dispensáveis para obra. Na verdade, eles estão lá fazendo uma mera figuração. Sua relevância para a história é nula. Os meninos da escola só fazem convidar a Bella pra sair (não entendi a razão de tanta sensação. Só porque “o nome dela quer dizer beleza e não há melhor nome pra ela”? Acho que se fosse esse o motivo, aos 17 anos ela já teria sido convidada para inúmeros bailes na sua cidade natal) e as meninas só fazem ficar com inveja porque os meninos não as convidam, entretanto, também não representam qualquer tipo de ameaça ou rivalidade à protagonista.
A família do Edward, que por um momento eu achei que ia render uns personagens interessantes, só aparece quase no final, e antes que a gente se acostume com eles, já estão todos correndo atrás do vampirão do mal.
Todo mundo dizia que ele era lindo, maravilhoso, romântico, tudo de bom. Não consegui ver nada disso. Edward ficou longe da tal perfeição que autora tentou convencer a todos no grito. E ele padece do mesmo mal da falta de opinião dos outros personagens que o cercam. Para ser um herói legal, ele deveria FAZER coisas interessantes, ao invés de só usar seus poderes e salvar a garota 400 vezes. Ele deveria fazer coisas... humanas, por mais vampiro que fosse. Mas tudo o que ele é e faz deriva de sua natureza vampiresca. O hálito, a pele, a supervelocidade, o dom de ler mentes... Ok, ele gosta da garota. Mas ele só fala que ama a menina, enquanto suas atitudes, por mais justificáveis e bem intencionadas que sejam, cansam. Num momento ele não quer nada com ela, no outro desiste de tentar se afastar, no outro não quer intimidade, no outro invade o quarto da garota e jura amor eterno... E é tudo sem a menor explicação para ele mudar de opinião tão repentinamente. E eu ainda nem falei daquele negócio de ficar espionando a menina dormir durantes meses. Para uns é romântico. Para mim isso tem outro nome: Perseguição doentia.
Abro um parêntese para elogiar um personagem. O pai. Ele devia ter mais espaço no livro. É o mais legal de todos porque age exatamente como um pai normal agiria. Sem noção, não faz a mínima idéia de como conversar com a filha, mas tenta se aproximar todo sem jeito... Cara, quem não tem um pai assim? Todos os momentos do pai são bons. Sacanagem a Bella não gostar de chamá-lo de pai. No início tudo bem que eles não tinham intimidade, agora depois de tanto tempo... Sinto pena do Charlie, tadinho. Ninguém merece uma filha assim.
c) Queijo, catupiry, banana e canela
Em inglês, a palavra para “brega, cafona” é “cheesy”. Não sei se tem a ver, mas vou tentar fazer uma análise etimológica da palavra. Cheesy talvez venha de cheese (queijo), logo cheesy seria “cheio de queijo”, o que no final das contas seria uma coisa muito melada, brega, mesmo.
Pois bem, o recheio da pizza Crepúsculo é cheesy. Tem queijo demais e dificulta a deglutição... E pra completar, o catupiry, depois de um ou dois pedaços, começa a revirar o estômago. Fora a banana e a canela que são muito doces.
O recheio a que eu estou me referindo aqui são as descrições precárias, a narrativa capenga e os trechos de querer fazer vomitar. Eu geralmente não presto atenção nesse tipo de coisa, mas a situação nesse livro estava tão suplicante, que eu até lembrei daqueles trabalhos que a gente fazia no Ensino Médio para a tia Talita e cheguei à conclusão que nem essa parte que era a mais chata e inútil de explicar era bem feita.
Começando pelas descrições altamente repetitivas ou ausentes... Cansa a vista ter que ler as palavras “perfeito” e “lindo” e “sorriso torto” e “perfeito” de novo toda a vez que o Edward, ou algum outro membro da sua família aparece. Tudo bem, ele podia até ser perfeito mesmo. Mas custava explicar por quê? Variar os adjetivos e as características que o fazem atraente também seria bom – colocando características psicológicas de preferência. E aquela história da “pele branca e suave”? Ah, vai te catar, vai! Parece até propaganda de sabão em pó. Eu já li FANFIC com descrições melhores!
Li muitos comentários de gente falando que a narrativa é fraca porque é em primeira pessoa e fica tudo muito restrito e que (sic) “escrever em primeira pessoa até eu”. Eu, pessoalmente, prefiro os romances em que o narrador também é personagem. Acho que ele e o leitor ficam muito mais íntimos. É verdade que a narrativa em primeira pessoa restringe os fatos sim, mas o escritor deve tirar vantagem dessa restrição e lançar dúvida ao leitor que só tem acesso àquele ponto de vista. Mas em Crepúsculo nada disso ocorre. Não há espaço para o leitor criar qualquer teoria, uma vez que os personagens em volta da protagonista são tão vazios quanto a narradora e não há conflito algum. Só a menina repetindo incansavelmente quão “perfeito” o Edward é e ele respondendo com aquelas cantadas baratas.
Mas isso são só suposições, porque se fosse o Edward o narrador, mas se mantivessem diálogos como:
"Eu deixo você tonta?" "Com muita freqüência."
"E então o leão se apaixona pelo cordeiro" "Que cordeiro idiota" "Que leão masoquista e doentio”
Saideira
Mas o que mais me deixa boba é como essa mulher conseguiu ganhar tanto dinheiro com um negócio tão ruim. Não é questão de gosto. É porque é mal feito. Nem as descrições foram boas. Na boa, qual o sentido de ficar adjetivando mato? E, gente, é sério, eu não estou de implicância. Eu juro que tentei gostar, mas simplesmente não deu.
E não é alguma coisa do tipo: “Ah, mas nos outros livros melhora”. Não! Na verdade, nos outros livros as coisas desandam ainda mais. Eu sei porque, ao contrário de Stephenie Meyer, eu segui as três regrinhas básicas para escrever seu texto e não só pesquisei (li milhares de resenhas e fóruns de discussão sobre todos os volumes da série, mais site da autora e entrevistas com a mesma. Se bobear tô sabendo mais de Crepúsculo do que muita gente que gosta e leu todos os livros), como dei tempo para amadurecer e planejei o meu texto (eu li o livro em março, mas só agora estou fazendo a crítica, depois de muito discuti-lo e, inclusive, assistir o filme de novo) para não sair escrevendo bobagem.(se esse texto fosse de março era provável que tivesse um nível mais baixo rs).
É até uma afronta a imprensa comparar isso com Harry Potter. Eu que nem li Harry Potter me senti ofendida. Harry Potter tem “início, meio e fim”, gente!
Para ampliar é só clicar
Showdown: HP vs. Twilight by =EmpressFunk on deviantART
Às vezes eu fico com pena das pessoas que não conseguem ver isso. Às vezes eu fico com raiva da escritora por estar ganhando dinheiro às custas dessa cegueira. E às vezes eu fico com raiva das pessoas que são muito cegas.
É uma pena que tenham tantos autores tentando serem publicados, talvez alguns até bons, e esse negócio nas prateleiras. Ai, ai! A vida é mesmo muito injusta! Edit: Eu sempre me perguntei como é que uma editora colocou isso no mercado. E em tão pouco tempo - entre o sonho e aceitação do livro foram só 6 meses! Até outro dia em que eu resolvi descobrir que editora era essa. A Wiki respondeu. Tinha que ser uma editora ruim, eu sabia. Era a mesma que publicou um livro repleto de trechos plagiados de outros livros há alguns anos. Se ela tinha deixado um livro com plágio chegar às prateleiras, publicar Crepúsculo era o de menos.
E o pior: a literatura adolescente, que vinha até ficando divertida ultimamente, está andando quilômetros para trás de novo. Agora com o melodrama em alta, haja saco pra agüentar livro de meninas em coma, meninas que cometem suicídio, meninas grávidas, meninas com AIDS, meninas órfãs... Affe! Já não bastavam os emos, não? Cadê a Buffy quando a gente precisa dela, hein?
Bom, o conselho está dado. Se você não acredita em mim ou é masoquista igual ao leão ali da frase, leia Crepúsculo. Se eu fosse você não arriscava. Depois demora um tempão pro anti-ácido fazer efeito no organismo...
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson era (e ainda é) simplesmente o MAIOR ídolo pop de todos os tempos. O clipe e a dancinha de Thirller são clássicos. O disco vendeu igual água no deserto - mais de 100 milhões de cópias! Sabe quando outro disco vai vender tanto assim? NUNCA!
As músicas dele já têm mais de 20 anos e mesmo assim o som continua super-atual. Ele inventou a música pop como a conhecemos. A sonoridade, os videoclipes, as mega-turnês, as coreografias... Tudo isso é Michael Jackson. Não há nenhum artista que tenha surgido depois dele que não tenha sido influenciado por MJ. Justin Timberlake, Chris Brown, Maroon 5, boys band e até HSM tem uma pitadinha de Michael.
E o bacana dele é que dá pra perceber que não era uma coisa de marketing, bolada por uma grande equipe que o explorava, ou que fazia as coisas só pra aparecer. É talento puro. O menino cantava desde molequino! E não só cantava como dançava MUIIIIITOOOO! E cantava o que queria. MJ se envolvia ativamente na produção dos cds, na criação dos clipes e na elaboração dos shows.
É por essas e não por outras (a vida pessoal dele é um caso à parte) que não é nenhum exagero dizer que Michael Jackson foi, é, e vai ser difícil deixar de ser o Rei do Pop.
Chega de tristeza! Relembrando coisas bizarras agora
1. Hoje na TV só deu Michael Jackson. Todos os jornais arranjaram um jeito de falar dele. Até o GloboEsporte. E à noite ainda tem um Globo Repórter especial. Não rolava um especial de morte desses desde a morte da Lady Di, a princesas do povo. Mas o Michael também é da realeza, então tá explicado, né!
2. Tinha uma colega da Esther que tinha um periquito chamado Michael Jackson. Ele tinha esse nome porque ela garante que um dia viu ele fazer o moonwalk (aquele passinho que anda pra trás). Michael Jackson - o periquito - já se foi há muito tempo. Descanse em paz. Obs. Só pra constar o cachorro dessa menina chamava Ricky Martin - mas aí eu não sei qual o motivo. Acho que era só porque ela achava o Ricky bonito mesmo.
3. Tinha um menino que estudou comigo que era negro e dizia que todas as personalidades negras eram seus parentes: Will Smith, Eddie Murphy, Benedita... Como o Michael mudou de cor, ele dizia que era renegado da família. rsrsrsrs
4. E a história das três princesas de um planeta distante que eram filhas da Gisele Bunchen com o Brad Pitt e que não podiam sair na rua e por isso tapavam o rosto com um pano igual aos filhos do Michael Jackson que a Fe inventou? Muito louca essa história!
5. Sandy sobre a morte de MJ:
Fiquei muito triste com a notícia. O Michael Jackson fez parte da minha infância, e foi um dos meus grandes ídolos. Na minha opinão, seu talento musical era indiscutível. Penso que ele é como uma lenda: imortal, vai ficar para sempre na históriaTá, né, Sandy!
Edit: Mais piadinhas "humor ex-negro" da morte do MJ
domingo, 21 de junho de 2009
Como não escrever seu texto
E não estou dizendo que não gostei porque não é o meu estilo de leitura. É porque é mal-feito de dar dó mesmo. Já li quase uma centena de livros ou mais, porém, só outros 3 livros despertaram o meu ódio profundo como Crepúsculo despertou. Segue a listinha em ordem cronológica de leitura:
- Um livro em que um garoto ia para uma caverna que o prof da 5ª série mandou ler
- A hora da luta
- Amar, verbo intransitivo
Pois bem. Crepúsculo conseguiu ser pior que todos os três juntos. Ele conseguiu combinar a falta de enredo do livro que o garoto ia para a caverna, os personagens desisteressantes/inúteis do A hora da luta, a pretensão do Amar, verbo intransitivo e ainda acrescentou momentos que dão vergonha alheia no leitor. E eu estou falando SÓ do primeiro livro. Não tenho estômago para ler os outros, que pelo que eu ouço por aí, são ainda piores dos que o primeiro.
Tem gente que diz que não se deve levar o Crepúsculo a sério, porque é literatura adolescente, do tipo fast-food e não foi feito para ser deliciado mesmo. Acontece que eu adoro literatura despretensiosa. Principalmente adolescente. Já li um monte de livros do gênero que são muito bons. Os meus preferidos, aliás. Não tem nada a ver o fato de ser fast-food. Fast-food é legal. Vai dizer que você não gosta de pizza? (Se você não gosta de pizza, tente trocar por hambúrger, cachorro-quente, salgadinho, batata frita, ou afins).
Só que Crepúsculo não quer ser literatura para ser esquecida. Um livro em que sua capa e primeira página fazem citação a nenhum outro livro senão a Bíblia e ainda carrega frases como “E o leão se apaixonou pelo cordeiro” QUER ser levado a sério. Ele está implorando para que você o ache cult. Crepúsculo não quer ser pizza. Crepúsculo quer ser caviar. A autora é tão louca que acha que o seu casal é o melhor de todos os tempos. Olha aqui e vê a resposta dela para a penúltima pergunta, que aliás, não precisa desse tipo de resposta. Alguém faz o favor de internar essa doida, por favor!
Acontece que, apesar de muito desejar, Crepúsculo não é caviar. E mesmo que você tente engolir como pizza, vai ter uma baita de uma indigestão porque o livro não cumpre o básico do básico do que se espera na literatura.
Peço a você um pouco de paciência agora, porque, para entender como a massa e todo o resto ficaram tão ruins, é preciso antes analisar o pizzaiolo e o processo de fabricação da pizza.
Obs. A biografia abaixo foi baseada no próprio site da autora e em entrevistas dadas pela mesma. É claro que eu coloquei um pouco de ironia, mas a essência é essa mesmo.
Shephenie Meyer é casada, tem filhos, é religiosa, cresceu em Phoenix, Arizona e não gosta de sangue. Nunca leu e nem assistiu a nada com vampiros e nunca tinha escrito nenhum livro antes de Crepúsculo.
Numa certa noite, Stephenie Meyer teve um sonho. Ela sonhou que havia uma menina normal agarrada a um vampiro lindo e brilhante no meio de uma floresta chuvosa. Stephenie acordou no meio da madrugada, pegou o laptop e começou a digitar freneticamente a história de amor daquela menina e do vampiro.
Depois ela percebeu que não sabia nada sobre vampiros e deu uma pesquisada no Google só para não dizer que não procurou nada sobre o assunto. Mais tarde, também percebeu que precisava ambientar sua história num lugar chuvoso e com pouco sol. Então, ela deu mais uma googlada e descobriu a pequena e pacata Forks na Internet. Mais uns meses na frente do PC e o livro estava pronto.
Na hora de escrever o epílogo, Stephenie ficou com saudade do seu vampiro amado e pensou: “Por que eu tenho que terminar? Ah, não! Não vou deixar ele ir embora”. Aí ela continuou escrevendo freneticamente o resto da série e no fim deu quatro livros muito grandes de pura enrolação.
Pois é. Ela escreveu uma história de vampiros, sem gostar de vampiros, nem saber nada deles. Depois, não procurou ler nenhuma obra relacionada, pelo menos para ter uma noção do que se tratava. E não teve nem a DECÊNCIA de visitar a cidade escolhida para ambientar sua trama para dar um pouco mais de realismo em suas descrições. (Por que raios ela simplesmente não inventou uma cidade fictícia?) Ao invés disso, ela se limitou a procurar no Google. E por fim, a idéia do livro foi tida num sonho. Anotação mental: coisas originárias de sonhos geralmente não dão certo. Viu só o caso da banda do Junior? Mas é normal, gente, os sonhos geralmente não fazem sentido mesmo. Por isso não se pode levá-los tão a sério. Eu tenho uma teoria de que se a idéia tivesse sido no banho, o resultado ia ser bem melhor. É sério. O banho é um momento mágico de epifania no qual a gente tem idéias brilhantes. Com o filósofo Arquimedes, a surpresa foi tão grande que ele saiu até pelado pela rua gritando: “Eureka! Eureka!”.
Só que, ao invés de amadurecer e pensar se a sua idéia era boa mesmo, e planejar a história e de que maneira ela seria melhor aproveitada, a mulher simplesmente saiu escrevendo e atropelando tudo. Sabe como é, né... Já dizia aquele velho ditado: “Apressado come cru”.
E já que estávamos falando de pizza e agora o assunto comida surgiu de novo, no próximo post eu dou a receita completa da Pizza de Crepúsculo, porque eu ainda tenho muiiiito o que falar.
O roteiro do filme dá substância à prosa anêmica e prolixa de Stephenie Meyer. Salpica aventura e suspense(...)
Isso fora que em filmes geralmente tem toda aquela excitação de ver no cinema, o povo zoando, o burburinho rolando e isso já ajuda a não perceber falhas que ele possa ter. E também nos filmes, geralmente, está tudo bem se aparece um monte de personagens irrelevantes e a história é meio superficial mesmo. São só duas horinhas. Não dá nem tempo de sentir falta deles. Agora no livro a gente fica raciocinando, quebrando a cabeça para tentar adivinhar o que vem depois durante dias.
E o principal: o filme é assumidamente pipoca. Bem no estilo, como colocou muito bem a minha amiga, “aqueles seriados chulé que passam de tarde”. Os efeitos são ruins, a movimentação da câmera balançando também, aquele veadinho correndo no início... Parece até filme feito pra televisão. (Se um dia você estiver assistindo a Sessão da Tarde e o filme for ruim, muito ruim de dar dó, desconfie. Deve ser feito pra TV. O baixo orçamento não permite que saia coisa muito melhor do que aquilo.) Ao contrário do livro que quer ser cult, o filme tem uma placa com luzes em neon piscando e dizendo: "Quero ser o próximo blockbuster e ganhar muito dinheiro". Ele se coloca exatamente onde deveria estar: o de hit da temporada. E desse jeito fica muito mais fácil de engolir, mesmo sendo ruim.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Como escrever seu texto
Uma vez na aula de português do Ensino Médio, a professora Talita mostrou-nos um conto chamado “A moça tecelã”. O texto servia de base para a ela introduzir o estudo das narrativas, mas trouxe uma noção interessante. Naquele dia, tia Tatá também com o apoio da história, contou que a raiz etimológica da palavra texto vem de “tecido” (a-há! Texto, têxtil...), pois o texto, assim como o tecido, se faz do entrelaçamento dos fios (ou das palavras) de forma que eles no final sejam uma só peça homogênea. Também daí devem vir expressões ligadas a narrativas do tipo "história bem amarradinha" ou "que não tem ponto sem nó".
Eu não sei costurar. Por isso, apesar de gostar muito dessa analogia texto-tecido, eu prefiro dizer que "escrever é brincar com as palavras". Porque de agulha e linha eu não saco nada, agora falou em brincadeira, é comigo mesmo.
Também no Ensino Médio, a principal atividade das aulas de Ed. Física com o Ch Lobo eram Grandes Jogos. Grandes Jogos nada mais eram do que aquelas brincadeiras de rua tipo pique-cola, queimado, pique-bandeira, e tal. Só que o mais legal dos Grandes Jogos era que o Ch falava que o jogo não tinha regras. A gente ia inventando ao longo da partida. Quer dizer, até tinham algumas regras, mas não era algo do tipo você tem que seguir à risca, senão morre. E a gente realmente ia acrescentando aquelas que a gente achava importantes. A gente brincava de uns jogos muito loucos: queimado com duas bolas, queimado com cemitério dos lados, um jogo que a gente acertava uma bola com um cabo de vassoura e depois saía correndo... A diversão era certa.
Escrever é mais ou menos a mesma coisa que brincar de Grandes Jogos. Você tem que seguir algumas regras de pontuação, de ortografia, de gramática, mas se errar, também o mundo não acaba. O mais importante é o entendimento da idéia que você quer passar. Agora, o que você quer passar?
Eu não sou escritora, não faço Letras e não gosto desses caras que prometem fórmulas mágicas para fazer um texto, mas vou dar umas dicas bobas, mas que eu acho que são tiro e queda. Existem (não fui eu que inventei) 3 regras básicas que você deve seguir quando quer escrever alguma coisa. Qualquer coisa.
1) Escreva o que você gosta de ler.
Se você escreve algo que nem você gosta, quem mais vai gostar? É também uma regra muito parecida com aquela máxima “Seja você mesmo” ou “Trate os outros da forma que você gostaria de ser tratado”. Um conselho para a vida - Ser sincero sempre ajuda.
2) Escreva sobre o que você conhece.
E se você quiser escrever sobre algo que não conhece, pesquise. Pesquise muito. Assim você vai ficar por dentro do assunto que você quer abordar e tornar a coisa muito mais verdadeira e menos propensa a erros. Mesmo que você queira fazer algo totalmente fora do comum, é bom pesquisar. Porque para quebrar as regras é preciso conhecê-las.
3) Planeje o seu texto.
Não precisa planejar cada vírgula, mas uma breve linha de pensamento é importante para que você não se perca durante o processo e amadureça suas idéias antes de sair escrevendo um monte de bobagens sem nenhum sentido. A qualidade do seu texto será proporcional ao tempo que você gasta nele.
Entretanto, ainda assim, esses três passos não adiantam muita coisa. Para aperfeiçoar a técnica, só praticando muito. De nada adianta só decorar as regras dos Grandes Jogos, se a gente não tentar jogar também. E antes de jogar, é bom dar uma olhada nas pessoas jogando. E aí vem a coisa mais importante em escrever.
Não tem nada a ver com pegar o papel e a caneta ou abrir o editor de textos e sair digitando. O mais importante de tudo é ler. Ler muito. O conselho aqui também vale na hora de aprender uma língua estrangeira.
E não precisa ler necessariamente livros. Leia tudo o que aparecer na sua frente. Jornal, revistas, gibis, notícias na Internet, blogs interessantes (esse aqui por exemplo rs)... E também não precisa ir direto para as notícias de política. Leia coisas legais, tipo fofocas do seu ídolo favorito. Porque o principal objetivo dos Grandes Jogos não é formar atletas e competir nas Olimpíadas, é se divertir. Então, leia algo que te faça feliz.
Sem perceber, depois de um tempo você já estará sabendo um monte de palavras novas, como as frases são pontuadas, onde ficam os acentos, a estrutura do texto... Fora o conteúdo da leitura escolhida. E também vai descobrir o que você gosta de ler, para, aí sim, partir para os 3 passos bobocas e ao mesmo tempo fundamentais ali de cima. Outro dia eu começo a contar o que acontece quando você os ignora.
Ah, mais uma dica legal. Uma vez eu peguei Artemis Fowl pra ler. O livro não fazia o meu gênero, e nem o terminei, mas a frase dos agradecimentos marcou a minha vida. "Para fulana de tal, PORQUE A CANETA É MAIS PODEROSA QUE O EDITOR DE TEXTOS". Esse cara é sábio. Realmente, escrever no papel é outra coisa. Parece que seu contato com a palavra é muito mais palpável, sei lá. Então, se o Word não estiver colaborando, apele para o método tradicional. Mas não precisa ser tão tradicional ao ponto de usar pena ou caneta tinteiro. Caneta esferográfica serve.
No mais, é só pegar as palavras como se fossem bolas e brincar com elas com o prazer de uma criança que joga queimado com os vizinhos (eu estou supondo aqui que os vizinhos são legais). Mãos à obra e divirta-se.
Música da Semana: Amanhã é dia dos namorados e se você não tem namorado, está de saco cheio de todo mundo ficar no seu pé porque está sozinho na data, mas acredita no amor e na pessoa certa, ouça It’s About Time.