domingo, 30 de maio de 2010

Como estragar 6 temporadas em 5 minutos

Nunca fui das fãs mais xiitas de Lost, nem das mais viciadas também. Comecei a ver 1 ano depois e não me importava de assistir na Globo com esse tanto de atraso (eu gravava os episódios de madrugada, porque Lost era legal, mas eu tinha aula no dia seguinte). Geralmente não ligo de esperar essas coisas que eu gosto mesmo. Não faço questão de ser a primeira a assistir até porque nenhum dos meus amigos acompanhavam a série fervorosamente para eu ter com quem comentar. Só que como esse era o último ano, resolvi fazer um esforço e assistir ‘ao vivo’* porque, bom, era o último ano e seria impossível uma Internet sem notícias do final.
*E olha só que legal: o último episódio passou no Brasil no dia do orgulho nerd, porque Lost é uma série nerd. Muito nerd.

Defendia a série do meu pai - o homem da razão - porque Lost também era uma série sobre a fé. A fé de que no final tudo ia ser mais ou menos explicado (e isso era o de menos) e de que não pensaríamos ter perdido 6 anos de nossas vidas assistindo a um seriado em que estavam todos mortos ou que tinha sido tudo um sonho. E eu mantive a fé na série até os últimos 5 minutos da série. Porque Lost, por mais absurda e bizarra que fosse, fazia sentido. As coisas se encaixavam e se entrelaçavam! A ilha, a Dharma, os números, o botão do Desmond, os personagens que sempre se encontravam... Por mais que houvesse sempre mais perguntas, aquelas que a gente fez lá na primeira temporada: Por que esses personagens são desse jeito? Eles vão conseguir sair da ilha? E depois que eles conseguirem o que acontece? – sempre eram respondidas. E de um jeito sensacional.

Achava um máximo como a série brincava com os flashbacks, e depois flashfowards, e deixava meu pai completamente perdido (sem trocadilho). E depois de a narrativa ir pra frente e pra trás, os personagens voltaram pra ilha e eles é que viajaram no tempo e quando a gente achava que não tinha mais nada pra inventar, eles colocaram toda a história em xeque com uma bomba atômica que prometia apagar tudo o que a gente tinha visto até então. E aí no final da 5ª temporada, a gente ficou louco da vida querendo saber se a bomba ia funcionar ou não, e mais: se tinham sido eles mesmos que tinham provocado a queda do avião.

Aí chega a 6ª temp e a série começa com todo mundo no avião de novo e a ilha no fundo do mar. “Caramba, funcionou!” Só que aí mostra a ilha de novo com todo mundo lá e a Juliet morrendo e a gente fica boquiaberto mais uma vez “Ué! Não tinha funcionado?”. Assim se introduziu a realidade alternativa paralela, que os produtores fizeram questão de frisar tinha relevância para a realidade da ilha e deram diversos sinais de que tinha sido criada pela bomba H, e principalmente, que elas iriam se encontrar. Maneiríssiimo, né? Depois de flashback, flashfoward e viagem no tempo, agora a gente tinha um universo paralelo que responde a outra pergunta que sempre ficou rondando nossa cabeça durante 6 anos: E se o avião não tivesse caído? Será que aquelas pessoas ainda se tornariam amigas? A-há! É por isso que Desmond sempre falava: “Te vejo em outra vida, brotha!”. Genial! Isso é Lost, minha gente! Sempre nos surpreendendo.

A 6ª temporada tem muitos defeitos, mas como eu disse pra você, eu sou uma pessoa de fé. E que também não liga de esperar as respostas, até porque Lost mal ou bem sempre entregou as que eu queria ver (as outras eu nem lembrava mesmo, rs). Por isso e por outros sinais plantados do final da temporada para cá, quando chegou no último episódio eu estava certa de que o Desmond – meu personagem favorito – ia ser o cara que ia servir como elo de ligação entre as tais duas realidades, tomar um superchoque, salvar tudo, ser o herói e criar o final mais super-hiper-mega-blaster das séries, porque é isso que Lost É! É uma série profunda e filosófica sobre os personagens e a vida. Mas que também é uma série sobre uma turminha do barulho que caía numa ilha pra lá de louca e aprontavam muita confusão. Era um negócio que ficava cada dia mais doido (cara, a ilha MUDAVA DE LUGAR!!!), mas no final tinha uma certa lógica. Isso que ela vinha prometendo até então.

Só que chegou a 5 minutos do final da série, a realidade paralela não era nada. NA-DA! No final, a “outra vida” do Desmond era um purgatório. O lugar pra onde todo mundo ia depois que morresse para depois caminhar para a luz. Me senti enganada. Fiquei revoltada. Fiquei indignada! Como assim? O Faraday falou da bomba nessa temporada mesmo!!!! Eles prometiam juntar as duas realidades. E isso não fazia sentido algum! Você percebe que está morto e fica feliz? E se o Jack não tivesse salvado o Charlie no vôo 815, ele ia morrer de novo? E a missão do Desmond todo enigmático atropelando o Locke para ele se lembrar da ilha? Foi só pra eles irem pro céu depois? No final a realidade paralela era sim ALTERNATIVA!

Porque no final tudo TANTO FAZ, todo mundo morreu. E eles não morreram porque o avião caiu, nem porque a bomba explodiu. Eles morreram porque todo mundo morre... E pra ter um final desses, a história que eles contaram antes podia ser QUALQUER UMA!!!!! Sério, os caras inventaram isso em cima da hora, só pode. Aquele não era o final da série que eu acompanhei por anos. Era o final de uma outra série que passa num outro universo paralelo chamada Bost, isso sim.

E eu estava gostando até 5 minutos antes do final. Diálogos auto-referenciativos (a Kate falando que não ia seguir o Sawyer porque ela sempre ia atrás dele, o Miles falando da fita-adesiva, o Hurley falando que o Jacob era pior que o Yoda, o Charlie pegando as coisas pro parto da Claire...), personagens que a gente nem lembrava mais aparecendo de novo*, os casais se reencontrando (no final, realmente Lost era uma série sobre o amor, oooown!), o vilão morrendo... Era um final legal, como deve ser o final de qualquer série.
*Até a Rose e o Bernard apareceram! Na hora que o Boone voltou, eu não resisti e gritei: “Cuidado, ele é um vampiro!”. Só ficou faltando o Rodrigo Santoro mesmo. As más línguas dizem que ele foi no banheiro na hora que mostrou a cena final, hahaha! Vai ver por isso que o Hurley falou que o Ben era um bom número 2... O que, vamos combinar, tem tudo a ver com o nome da série no do universo paralelo que eu falei, rs.

E estava achando genial a realidade parela e seus flashs da outra porque geralmente isso em outras obras é algo só para o telespectador, uma homenagem à serie dentro da série (e consequentemente, aos fãs também) mas em Lost aquilo tinha um significado e eles estavam misturando os recursos narrativos para fazer esse tributo. Mas aí veio a cena lá na igreja e em 5 minutos cagou tudo.

Na realidade verdadeira (a ilha), o Jack morreu no bambuzal fechando o olho em oposição ao começo da série (coitada da Kate, vai ficar esperando até a morte – putz, ficou muito literal essa frase agora), o Hurley ficou preso na ilha por milênios provavelmente organizando campeonatos de golfe entre outros passatempos, o Desmond – o personagem mais sinistro que tinha  - só tirou uma rolha doida do lugar, o MIB morreu (coitado, ele só queria sair da ilha! Mas tinha que morrer mesmo.)... E nada! Todos os outros morrem no seu tempo e vão pro céu depois.

Mas, mesmo com o Jack morrendo, e o Hurleu refém da ilha por milênios, e o Demond não servindo de quase nada, eu até que estava levando. O que eu queria mesmo é que tirassem o Desmond de lá, deixassem a rolha fora da parada e todo mundo pegasse o avião de volta com a ilha explodindo ao fundo. Porque por mais que ela tivesse significado e mudado suas vidas também era um negócio que deixava sempre alguém escravo de protegê-la de ninguém, num ciclo sem fim. Isso porque não rolou o encontro das duas “realidades”.

Agora os 5 minutos finais, realmente, não deram pra engolir. Deixa eu expressar a minha revolta: 5 minutos! 5 minutos! 5 minutos! Como assim uma série fantástica dessas tem esses 5 MINUTOS finais de dar vergonha alheia? E se você ainda não viu, faz o seguinte: assiste todas as temporadas, aí quando faltar 5 minutos pra acabar o The End, você para de assistir, abre o Word e escreve uma fic que qualquer coisa que você escrever será melhor do que o original.

E mesmo com os 5 MINUTOS finais MAIS RIDÍCULOS que eu já vi (custava dar um final digno para série mais bombante -em todos os sentidos - dos últimos anos?), não me arrependo de ter acompanhado durante todos esses anos. Porque o que aconteceu, aconteceu. 5 minutos bizarros são insignificantes perto de 6 temporadas brilhantes (o que dizer do episódio da Constante então? Sem palavras.). Lost continua sendo um ícone pop que mudou a história da TV e exigiu um grau de comprometimento muito mais elevado dos telespectadores para com o programa, nos divertindo, nos emocionando e nos fazendo pensar. E realmente se o final foi algo meio ‘tanto faz’, eu prefiro me apegar a todo o resto que tinha sentido, mesmo que no mundo real uma ilha com ursos polares que se move no tempo-espaço, e os números e a Dharma, entre outras coisas, pareçam ser a maior viagem.

PS. Como sempre a Super fez um pronunciamento absolutamente coerente e que resume aquilo que a massa que não gostou do final acha.
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domingo, 23 de maio de 2010

Sobre formaturas, escola, vestibular, e uma porção de coisas.

Certa vez, eu devia ter uns 10 anos, eu preparava meu pão com manteiga e leite com Nescau para o café, e minha mãe me falou o seguinte: “Aproveite enquanto você está estudando porque é a melhor fase da sua vida”. Nessa época, eu era uma pessoa meio desiludida com a vida, muito cética, pragmática, e não dei muita bola para o que ela falou, mas inconscientemente e felizmente, mais tarde acabei seguindo o seu conselho e me diverti horrores nos meus tempos de colégio.

Ontem teve formatura do ensino médio da minha irmã e, claro, eu fui lá prestigiar. E como toda formatura que eu assisto (seja real, em filme ou seriado, e até em livro) eu me emocionei. Já é de conhecimento geral que tenho muita saudade dos tempos de escola. Foi lá que eu me transformei da pessoa pragmática dos 10 anos, nessa outra totalmente diferente aos 20. Lá que eu aprendi a resolver meus próprios problemas, vivi momentos que nunca vou esquecer e conheci pessoas que levo no coração até hoje.

Por mais que passem os anos, acho legal como as formaturas são mais ou menos a mesma coisa. Não a parte da cerimônia. Mas o sentimento de quem está ali reunido, celebrando o fim de uma caminhada. O brilho no olhar daqueles jovens cheios de histórias passadas e sonhos futuros. Relembrando tudo o que passou como se fosse um filme. Celebrando todas as amizades ali construídas. Com uma vontade enorme de conquistar o mundo. Alegres por terem concluído mais uma etapa de suas vidas. Tristes porque tudo aquilo agora vai ficar para trás. É um negócio bonito demais de se ver. Dá vontade de chorar.

Tenho uma identificação muito forte com as formaturas. Quando é do Cefet, então, nem se fala. Só quem estudou lá sabe, mas você pode acompanhar em posts antigos aqui, quão inesquecível foi essa fase da minha vida - mesmo com toda a dificuldade. Acho até que tanto perrengue é o que mais ajuda a unir e a formar o caráter daquele povo todo. Vai ver é por isso que quando chega na colação de grau fica todo mundo choroso, declarando uma incomensurável paixão pelos colegas, professores e pelo próprio colégio. E ao mesmo tempo que penso que a MINHA turma foi ÚNICA e INCOMPARÁVEL, também acho ótimo que as turmas que se seguiram também pensam a mesma coisa sobre elas mesmas.

E aí toda vez que vejo a formatura dos outros, me vejo ali festejando também. Lembro-me da minha e de tudo que veio antes dela. É um momento de despedida, de passagem... Mas ao mesmo tempo de felicidade, de celebração dos amigos, e de ter conquistado o objetivo. Um sentimento de dever cumprido. De olhar pra trás e pensar: "Como eu cresci nesse lugar!". É legal ver que a sensação dos nossos ‘sucessores’ é exatamente a mesma. Ficaria chateada se não fosse. Sabe aquele sentimento de que você fez parte de algo maior, marcou algum lugar, deixou um legado? Pois é.

E se você ainda está na escola, preocupado com as notas, com raiva daquele professor safado, se descabelando por causa do vestibular, vou te dizer uma coisa: O vestibular não é lá esse bicho-papão que falam. Nem é a coisa mais importante na vida. Aos 10 anos eu também achava que era, mas não é MESMO. Porque a matéria que você aprende para o vestibular faz o favor de sumir do seu cérebro assim que você termina a prova. Mas as pessoas, as histórias, as piadas, o aprendizado pessoal é aquilo que você vai levar pra sempre na memória.

Então, eu deixo o mesmo conselho que minha mãe me deu há 10 anos. Aproveite enquanto você está na escola. Pode parecer o pior lugar do mundo às vezes, mas não é. É o lugar mais legal que existe. É lá que você vai fazer amigos pro resto da vida, que vai construir sua própria história, e transformar você de criança em gente grande (não totalmente, mas uns 60%).

E se você já terminou o colégio, isso não tem nada a ver. Troque o final do conselho pelo lugar onde você está agora. É uma coisa meio carpe diem mesmo. A gente vai vivendo um dia de cada vez, mas se o fizermos de um jeito intenso, é isso que vai transformar qualquer situação comum em inesquecível.

[OFF] É hoje o final de Lost! E achei um comentário do Jorge Garcia (Hurley) sobre o final que tem tudo a ver com o post de hoje: "É como se você estivesse no último ano de colégio, quando todos estão se divertindo e um monte de lembranças voltam à tona". Pois é, a gente também está se 'formando' em Lost, dude.
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Onde Glee desafina

A série queridinha do momento voltou ao ar mês passado. Com uma direção de arte e fotografia caprichadas e antigos e novos hits do pop interpretados por um coral de losers, Glee conquistou milhares de fãs ao redor do mundo (inclusive aqueles do tipo fanático que dão vergonha alheia na alma de quem vê aquele povo todo fazendo L na testa ou jogando um balde de tinta na própria cara).

Alçada ao patamar de ‘o melhor que aconteceu na TV nos últimos anos’, é comum ver atrelados ao seriado adjetivos como ‘inovador’ e ‘revolucionário’ citados por gente séria e entendida, mas basta assistir uns 2 ou 3 episódios para perceber que a série passa longe dessa inovação toda.

Se você é fã de Glee, provavelmente vai me odiar agora, mas a real é que a série foi pensada especialmente para agradar o público órfão e agora mais crescidinho de High School Musical. (Nem vem com esse papo de que não tem nada a ver. Até o pianista barbudinho* do HSM bate ponto em Glee) E não há nada errado com isso.
*O mais engraçado é que o cara já tem fã-clube sem ter dado uma palavra na série. Tô pra ver o dia que vão fazer um episódio só pra ele, ou derem uma fala pro cara, haha.
Edit: Foi mal. Eu confundi. Ele não aparece em HSM e sim e Gilmore Girls.

Eu adoro HSM. Acho os filmes uma gracinha e com mensagens de “você pode ser quem você quiser” muito legais pra essa garotada que tem a TV como babá eletrônica. Já assisti várias vezes, adoro as músicas e acho a maior bobagem esse povo que fala mal das canções do filme quando essas não são nada lá muito diferentes do que qualquer hit que toca na rádio e esse mesmo pessoal adora.

E como gosto do HSM, esperava que Glee seguisse a mesma linha. E em parte segue. A parte musical é ótima, mas o seriado do coral tem sérios problemas narrativos. Os diálogos são prepotentes, querendo pagar de humor ácido dentro de uma trama absolutamente clichê, cheia de lição de moral (que ficam forçadas dentro de um roteiro que mira no politicamente incorreto o tempo todo. Incorreta por incorreta, Gossip Girl é menos enjoativa) e muito repetitiva. Já perdia a conta de quantas vezes alguém quis sair do coral, a história da gravidez é muito novela mexicana e os personagens mudam de opinião como mudam de roupa. E HSM pode ser muita coisa, mas pelo menos é da Disney, o que já o torna por si só genuinamente inocente, e foi muito mais honesto e esperto ao acabar logo no 3º filme (e é claro que a Disney também não é boba e fica criando umas coisas sem noção em cima da franquia, mas pelo menos a história que o povo queria ver mesmo já acabou).

Glee não é o primeiro e nem será o último fenômeno jovem que se apóia em “música + coreografia”, porque a fórmula é praticamente infalível e, além de tudo, viciante. Por mais que muitas vezes a trama não seja lá essas coisas, a gente sempre pode dizer: “Mas as músicas eram boas”, e mesmo que elas não sejam as melhores do mundo, é divertido demais ficar em frente à TV tentando imitar os passos da coreografia.

Dos imortais Michael Jackson, Grease e clássicos Disney, passando por boys band tipo N’Sync e BSB (Esse último merece o nosso respeito!), versões latinas como Menudos, Chiquititas (esse abrasileirado, né!) e RBD, sem esquecer dos produtos nacionais Twister (eu rio só de escrever, hahaha. Aquele cabelo do Sander era muito vergonha alheia), Br’Oz e Rouge (vai dizer que você nunca tentou fazer a coreografia de Ragatanga? Lá no colégio era febre total. O povo botava o Cd e aí ficava todo mundo, inclusive os meninos – esses de zoação, claro - na arquibancada dançando. Bons tempos!), e finalmente chegando ao melhor videoclipe de 2009, que conta somente com um fundo branco e uma dancinha contagiante de Beyonce (este, inclusive, homenageado no seriado), são inúmeros os casos de sucesso que nos conquistam por causa das canções ou por desafiarem nossa inábil coordenação motora.

Caraca! Lembrei daquele Ivan Santos - o dançarino mais POP do Brasil, como ele mesmo se define - que ia na Claudete para ensinar as coreografias acompanhado por aqueles (d)efeitos especiais na imagem, pra ficar parecendo vídeo-clipe, aos brados de “Atitude!”. Hahahahahaha! Muito bom! Gente, vale a pena assistir. É hilário: 
Se liga que logo no início eles ainda falam do Dominó! A gente era feliz e não sabia...

O único problema desses fenômenos teen é que, como o nome já sugere, são voltados para um público específico e esse público, infelizmente, cresce. E os caras dos grupos também crescem. E aí querem mostrar amadurecimento, querem dispensar os produtores, não querem mais dançar, aí não demora muito, o negócio acaba. (Por isso que eu falei que a gente tinha que respeitar os caras do BSB. Esses são corajosos. Trinta anos na cara e continuam gravando o mesmo tipo de música para um público sei-lá-quem!).

Agora tá assim. Antes mesmo do Michael Jackson morrer, toda festa de casamento já que tinha que rolar uma encenação de Thriller. Esse vídeo é de um casamento no Azerbaijão!

E aí que mora o inimigo de Glee. Até quando uma série com uma trama tão rasa e instável vai se sustentar? Até quando o público vai se interessar por essa história que não vai pra frente? Até quando eles vão enganar a gente de que aqueles atores são adolescentes e ainda estão na escola? Até quando eles vão ficar na escola, aliás?

Sessão Good Times. Imagina todo mundo no salão, no supermercado, na escola andando feito egípcio. Pois é, a letra fala isso mesmo. Mas o melhor é a dancinha!
E pode parar de zoar o vídeo, tá? Foi indicado a melhor clipe na época. Merecido. Até que enfim uma coreografia que todo mundo consegue acompanhar!

Acho que o formato da trama sugere muito mais um filme, tipo Mudança de Hábito 2, do que um seriado (de fato, o projeto inicial era de que fosse um filme mesmo), porque o desafio ali enfrentado pede uma resolução mais imediata e sem muito espaço para criar outro grande dilema que envolva a todos. E eu digo isso sem nenhuma implicância porque adoro os números musicais de Glee e a série tem seus bons momentos (o episódio 1.13 é sensacional!), mas alguém aí tem ideia do que mais o coral do Mr. Schue pode enfrentar depois que vencer o campeonato, sei lá, mundial dos corais lá na frente? E isso tinha que acontecer no máximo daqui a uns 2 anos, mas cadê que os produtores vão deixar uma aquela renda polpuda oriunda de músicas no iTunes, CDs, DVDs e outros produtos licenciados ir embora assim fácil? A ganância dos caras sempre fala mais alto. Fato!

Ah, sim! Quase esqueci da Macarena!
Fala sério! São essas coisas que fazem nossos dias e festas mais felizes!

O pior é que apesar de tudo, eu continuo assistindo Glee. Eu ainda mantenho viva a chama da esperança de que o seriado pode melhorar, porque Glee tem tudo pra ser muito mais legal, se cortarem alguns exageros. E como eles cantam logo no episódio piloto, eu atendo o pedido e não paro de acreditar.

Ah, se Glee fosse assim o tempo todo...
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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pixel, a garota perfeita

Há alguns anos, eu e minha irmã começamos um projeto de montar um banco de dados com os piores filmes que a gente já tinha visto. A idéia era fazer um negócio tipo o IMDB, só que somente para filmes ruins, os quais daríamos notas de -10 (menos 10) a 5 (cinco), e no final estabelecer um padrão de quais diretores/atores não eram confiáveis.

Em pouco tempo a lista de filmes já tinha ultrapassado a marca de 50 películas e só fazia crescer porque quanto pra mais gente contávamos do projeto, mais filmes péssimos eram lembrados. Alguns entravam na lista por causa do final decepcionante, outros pela obviedade do roteiro e outros porque a história era tão absurda, mas tão absurda que a gente se perguntava: “Meu Deus, como é que tiveram coragem de fazer um filme desses?”. Os integrantes do último grupo eram os mais legais de comentar, claro, porque aí a gente descobria que o fato de o filme ser tão ruim era o que na verdade o tornava um pouco bom.

Um desses filmes era Pixel – a garota perfeita, que a Esther já tinha contado várias vezes e a gente já tinha rido horrores com a bizarrice que era só de escutar, mas que eu só tive a oportunidade de assistir há pouco tempo. E sabe qual é a pior parte? Depois de ter assistido, eu vi que o filme realmente tem lá suas qualidades (além dos defeitos-virtudes que já havíamos comentado tanto). O enredo é bizarro, claro, mas não é nada previsível, tem uma porção de reviravoltas e até passa uma mensagem (forçada, mas) positiva no final.

A história é a seguinte: tinha uma banda de meninas que lutava para conseguir espaço na mídia (hello, o filme era do Disney Channel. Eles tinham que colocar música no meio!), só que o agenciador achava que essa banda não tinha futuro porque as meninas não mostravam energia no palco (leia-se: não dançavam afetadamente como lagartixas descoordenadas igual a um outro grupo que se apresentava logo depois).

Então, o melhor amigo da vocalista da banda resolve criar a “garota perfeita” em holograma (É, ele tinha uma fixação com esse negócio de perfeição também igual a Stephenie Meyer. Se esse filme fosse feito um pouquinho depois, aposto que iam trocar os gêneros dos personagens para virar uma paródia de Crespúsculo) para substituí-la e poder dançar do jeito que o carinha queria, e a banda enfim fazer sucesso. Aí ele juntou pedaços de várias partes do corpo de diversas mulheres (assim recortando revistas mesmo), misturou as vozes de algumas cantoras e criou “Loreta, garota perfeita” (a partir de agora vamos chamar o holograma de Pixel, que é mais curto e mais legal).

A Pixel não podia ficar fora de lugares fechados senão sumia (?????) e por isso, quando eles queriam levá-la de um lugar para o outro, a colocavam numa latinha especial (:-S ????????). Aí tá, a banda foi fazer a 1ª apresentação pro agenciador com a nova vocalista e ele, claro, adorou porque a Pixel dançava enlouquecidamente parecendo uma lagartixa sendo eletrocutada e, apesar de eu não fazer a mínima idéia de como ela aparecia, porque não tinha projetor, só o laptop do menino, a Pixel ainda dava uns mortais muito sinistros tipo Daiane dos Santos (!!!!!).



No meio da história tem um babosel do menino com problemas de relacionamento com o pai, e a antiga vocalista que gostava do menino e ficava com ciúmes da Pixel, e o garoto que achava que gostava da Pixel porque ela era “perfeita”, mas vamos pular para a parte legal da coisa. Lá pro meio do filme, a Pixel começa a ter uma crise a la Pinóquio, porque queria ser de verdade e sentir a chuva na pele etc. Aí ela decide entrar na Internet. E quando eu digo isso, eu não quero dizer ACESSAR A INTERNET. A Pixel entrou MESMO na Internet e ficou lá dentro vendo todos os pacotes trafegando de um lado pro outro (essa cena é MUIIITO bizarra! È uma aula de Redes! Minha professora tinha que assistir! Hahaha!). Aí tá, a Pixel entrou na Internet, ficou perdida lá dentro, mas conseguiu se colocar num email (!!!!!!!) e voltou ao mundo real.

Nisso tinha uma história de uma gravadora no meio também, que depois que descobriram que a Pixel não era de verdade, quis rapidamente assinar um contrato porque aí que a banda começou a fazer sucesso mesmo (incrivelmente as pessoas adoravam aquela dança bizarra dela) e aí eles iam lançar um monte de artistas hologramas (!!!!) porque eles não tinham sentimentos (mas tinham, sim, na verdade) e guardar a Pixel naquela latinha pra sempre, mas essa parte também é muito chata.

Por causa desse negócio da gravadora, a Pixel resolve se libertar e entra na Internet de novo e vai pra Tóquio (!!!!????) porque ela queria conhecer o mundo. Então, a banda fica sem a sua vocalista-lagartixa-dançante e para não deixarem de comparecer a um show, a antiga cantora bota uma peruca loira e resolve fingir ser a Pixel. Só que para ser a Pixel de verdade, ela ia precisar dar aqueles triplo twists carpados, e ela tadinha, não tinha aquela coordenação invejável da Pixel. Resultado: quando a garota foi dar uma estrelinha, escorregou, caiu do palco, bateu com a cabeça e foi parar no hospital EM COMA (!!!!!!).

A menina está lá desacordada e, a Pixel, cansada de viajar pelo mundo, volta num email de novo. Quando encontra a garota lá em coma, a Pixel fica comovida e através do eletroencefalograma (acho que é esse o nome do aparelho), entra na mente da menina (vocês tem que ver essa parte, as luzinhas da Pixel atravessando os fios chegam a ser meio assustadoras) para tentar acordá-la. Lá, no subconsciente dela, elas têm uma conversa bem chata também sobre esse negócio de quero-ser-gente e quero-ser-perfeita e então, a menina acorda. Só que quem está encarnada nela é a Pixel (!!!!!). Aí ela fala assim: “Só há espaço para uma de nós de cada vez. Agora é a minha vez de sentir!” (eu sei, medonho) e levanta para sentir a chuva que está caindo.

Nisso, o menino tem uma conversa com a Pixel-encarnada e revela, num diálogo brega de dar dó, que ama a menina-sem-graça-e-sem-coordenação exatamente por “tudo o que ela é, e tudo o que ela não é” (¬¬). Aí a Pixel-encarnada fica girando na chuva até que vem um raio e A ACERTA (!!!!!), levando o espectro da Pixel e trazendo a menina-sem-graça de volta à consciência.

E pra fechar com chave de ouro, a última cena é a melhor de todas! A banda está acabando de fazer uma apresentação acústica e a vocalista atinge uma nota muito difícil. Aí depois o garoto, agora namorando a menina-sem-graça, vai lá dar os parabéns e a namorada diz que não cantou aquela nota, que foram as suas companheiras de banda, que por sua vez negam terem cantado qualquer coisa. E agora? Quem foi que atingiu a nota, afinal de contas?

Aí aparece uma coisa assim meio etérea se juntando de uma forma quase assustadora (mas que devia ser tipo emocionante), e rá! O FANTASMA DA PIXEL, que agora fica tipo anjo da guarda do pessoal.

E aí acaba o filme, finalmente.

:-O

Fala sério, muito bom! O dia que estiver passando na Sessão da Tarde, vale a pena perder o seu tempo assistindo porque é o negócio é engraçado. Pena que pelos motivos errados.

PS. O pior é que tem muita gente que adora esse filme de verdade. Procura só na Internet. Fiquei boba quando descobri que tinha um povo querendo baixar não só o filme, como as músicas. Alguém teve até a paciência de colocar ele todinho no YouTube! Tô falando, a Pixel é um sucesso! 
PS2. Esse menino do filme só se apaixona pelas garotas erradas. No episódio de House em que ele apareceu, descobriu que a mulher que ele dizia amar mais do que tudo era ninguém menos que sua irmã! Tadinho, não tem sorte.
PS3. Qualquer dia eu peço pra Fe fazer uma participação especial aqui no blog pra contar pra vocês aquele filme que tem uns clones de pessoas famosas e sem umbigo (hahahaha!) ou pra Esther fazer um post sobre o filme do Cachorro Atômico (esse eu não tive nem coragem de assistir. A trama, além de triste, chega a ser assustadora. Não sei como a Globo ainda passa aquilo de tarde...).
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