sábado, 25 de fevereiro de 2012

UPP: Pop em dose dupla

A UPP de hoje estreia com um pé nos EUA, o outro no México e os dois cravados no pop. Sim, no total são quatro pés mesmo. Isso porque a personalidade da coluna de hoje, na verdade são duas em uma só: a dupla de irmãos fofurinha Jesse y Joy.

Filhos de pai mexicano e mãe americana (ambos pastores), Jesse y Joy se apaixonaram pela música logo cedo, tocando na igreja (daí a influência da música gospel em sua música. Desconfio eu que o primeiro disco tenha um monte de canções originalmente cristãs).

Um dia gravaram uma demo para a Warner, e em pouco tempo estavam estourando em toda América Latina e subindo no palco do Grammy (local onde os conheci, e apaixonei à primeira vista) para ganhar o prêmio de revelação do ano. No Brasil, são mais conhecidos por emplacarem 2 músicas na trilha de Bela, a feia da Record. 

Com canções melódicas (mas nem por isso menos grudentas), uma influência do gospel, muito talento, e uma habilidade incomum de fazer música com comida, os dois tem tudo para cruzar a fronteira do seu preconceito e invadir o seu player com a língua hispânica.


Para, para, para tudo!!!!!! 
Dupla de irmãos de irmãos, um de cada gênero, 
Cantando música pop, melódica e grudenta...
Peraí, Elisa, isso aí é Sandy e Junior do México!!!!

Pois é, a comparação é inevitável. De fato, o tipo de música feito pelos mexicanos tem tudo para agradar os órfãos da dupla brasileira. E seria uma mentira deslavada dizer que as semelhanças acabam por aí. A trajetória das duas duplas tem muito em comum. Mas também tem muita coisa diferente. Em suma, eu diria que a dupla mexicana é um Sandy e Junior igualmente talentoso, mais discreto, menos bonito e com menos controvérsias na bagagem.

Pensando nisso, continuo a apresentar os personagens da UPP de hoje, ressaltando justamente o que eles têm de igual e o que têm de diferente. Sem preconceito, mas sem esquecer o bom humor. Simbora.

Assim como S&J, a parte feminina da dupla lidera os vocais, e a masculina fica responsável pela parte instrumental (o menino também toca tudo! Ele não arranha não, ele toca!!!). Diferente de S&J, em que a Sandy disse que ia aprender a tocar violão no show do Maracanã e a gente está esperando até hoje, a Joy manda bem na viola, de verdade.

Assim como S&J, é ela quem assina a maioria das letras e ele quem assina a co-produção dos discos também. E diferente de S&J, que, a partir de um momento, o Jr começou a querer cantar quase tudo, tiveram que implorar muito para o Jesse soltar a voz nesse último disco. Ele prefere ficar “à sombra” da irmã, e não vê problema nenhum nisso.

Assim como S&J, metade da dupla usa o “segundo” nome como “artístico” para esconder o primeiro vergonhoso (Em S&J, o Jr é Durval. Em JyJ, a Joy é Tirzah). E assim como S&J, eles têm sobrenome relacionado a atividades rurais (S&J são Lima, JyJ são Huerta). Diferente de S&J, o nome da parte masculina (Jesse) é que vem antes, e ele é o mais velho da dupla.

Assim como S&J, nos programas de TV, fica visível que o mais velho dos dois é a parte mais eloquente da dupla. Diferente de S&J, e é ele que se apodera dos microfones nas entrevistas, e praticamente se apropriou do twitter oficial da dupla (ele é que é chamado de @jesseyjoy), obrigando a irmã mais nova a criar um outro perfil @solamentejoy.

Assim como S&J, eles também tiveram contato com a música desde muito pequenos. Diferente de S&J, só vieram a fazer sucesso mesmo depois de burros velhos. O que faz a gente pular algumas músicas vergonha alheia (Jesse y Joy já começaram com discos autorais), os vídeos no Faustão que fazem a retrospectiva desde criança, a insistência nos boatos de separação (afinal de contas, os dois já entraram nessa sabendo o que queriam, e são muito bem resolvidos com isso), e o fascínio da mídia pela vida pessoal dos dois, que, vamos combinar, não deve ter nada de interessante (o Jesse então é casado, com filhos...). O resultado é um nível de preconceito infinitamente inferior por parte do público e até certo respeito da crítica (eu já falei que eles levaram o Grammy, né?).

Assim como S&J, eles também têm forte apelo com o público juvenil. Já fizeram ponta em filme de qualidade duvidosa (S&J no filme do Didi, eles na versão nacional de HSM – Desafio), e tiveram música na trilha local de filmes estrangeiro (Sandy & Junior em Mulan, etc, Jesse y Joy em Eclipse - sinta-se envergonhado do seu país, o artista nacional escolhido aqui no Brasil foi o Fiuk). Mas nem de longe lembram o estouro da dupla brasileira no final dos anos 90/início dos anos 2000. Diferente de S&J, eles não protagonizaram filme próprio, e nem têm milhares de produtos licenciados (não que eu saiba, pelo menos).

Assim como a S&J, eles também são os queridinhos da TV local de maior audiência no país. Todo ano emplacam música na trilha da novela (acho que eles já tem umas 5) e até gravaram a vinheta de final de ano da emissora (essa vinheta está dando de 10 nas da Globo, aliás). Diferente de S&J, eles não tiveram um seriado só deles, e nem estrelaram novela das seis com trama hippie.

E principalmente, assim como S&J, Jesse y Joy sabem entregar música pop boa, melódica, romântica (e grudenta) com letras acima da média, que contém uma boa dose de poesia e direito até a palavras inesperadas como cláusula!!!. Mas, diferente de S&J, que tinham fixação pela lua, o mar, etc, as metáforas preferidas de JyJ envolvem comida mesmo - e o resultado são CDs tão deliciosos (e fofos) que vai ser impossível você não se apaixonar por eles.

Como essa introdução ficou um pouco maior do que o esperado e como eu disse que o personagem da semana é dupla, a gente continua no próximo bloco, com uma passadinha pela discografia dos dois, no estilo Inútil.

Graças a nossa mãe, a gente pode ter dupla nacionalidade também...

Edit: Na verdade, eles nasceram nos EUA, mas foram criados no México. Globalização é isso aí.

3 comentários:

  1. Nossa, nunca ouvi falar. Mas também não sou muito fã de espanhol, são pouquíssimas as músicas no idioma que me conquistam.

    Tizrah é bonito... Se você mora em Israel =P Sério, eu acho bonito perto de outros nomes hebraicos, mas no contexto americano, Joy é bem melhor. Tizrah Huerta. Tadinha!

    Vou esperar pelo próximo post, pra ver se eles têm algum álbum em inglês ou se você consegue me convencer a ouvir em espahol, mesmo =P

    Bjs

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  2. Adorei!!! Eu os conheci a pouco e estou encantada com as canções! Me levaram até a gostar um tico mais do espanhol... pense, adoro inglês! Joy canta so beautiful e escreve letras lindas. Achei seu blog e essa crítica sem querer, mas adorei teu jeito de escrever! rs

    Adoro a dupla!

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  3. Eles são ótimos!!!!!! Escutá-los é um prazer!

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