quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Jamie Cullum no Brasil, EU FUI! - pt 2

O caminho até o teatro em SP foi tranquilo. Desembarcamos em Congonhas umas 20:40, pegamos um táxi com um motorista bem comunicativo (quando eles não são, não é mesmo?) que foi nos mostrando os principais pontos da cidade e sabia de cor o quanto custou cada obra, inclusive as inacabadas, e chegamos ao Teatro Tom Brasil lá pras 21:30. O show era às 22:00.

Dividimos a mesa com um grupo de amigos mais velhos que ficaram atrás da gente e com duas outras meninas mais ou menos da nossa idade que ficaram com as cadeiras da frente. Uma era de SP, outra de Recife. Conversamos como tinha 10 anos que esperávamos por esse show, e como o Jamie era incrível e como tínhamos certeza que iríamos gritar muito durante o show. Esboçamos um plano de tentar entrar no camarim também quando o show acabasse.

Pensei que só fosse começar lá pras 22:30, mas quando nos encaminhamos para a mesa, já tocava o primeiro sinal. Pontualidade inglesa!

Só uma coisa preocupava. A onda de jornalistas que estava colada ao palco para tirar fotos. Se eles não saíssem logo dali, a o bagulho ia ficar tenso!!!!!

O show começou com Same Things e Jamie batucando naquele tambor louco dele, a plateia ainda esquentando, mas cantando todas as letras. Logo depois veio Get Your Way, com a clássica subida no piano seguida do salto lá de cima. O povo cantava lindamente o refrão. Eu tocava todos os instrumentos no ar (como sempre faço em casa e sempre soube que ia fazer no show).

Ao fim de Get Your Way, demos uma dura nos jornalistas, que prometeram ficar ali só as 3 primeiras músicas. Fiz questão de lembrar que já era a terceira agora. Ele cantou Don’t You Know me Babe, do Interlude, que sinceramente, ninguém liga, mas se era pra ele cantar uma música que ia ser atrapalhada pelos fotógrafos, que seja essa mesmo. Aproveitamos pra tirar fotos.


Daí os jornalistas saíram mesmo e o Jamie foi para o piano elétrico. Todo mundo achou que ele fosse tocar uma música mais nova e continuar na vibe jazz clássico quando ele entoou os primeiros versos do refrão de Mind Trick e a galera foi à loucura!!!!!!!

Ele começou bem lento, as pessoas acompanhando todas as sílabas, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. ELE QUASE NÃO TOCA MIND TRICK NOS SHOWS!!!!! E essa música no Brasil fez um sucesso estrondoso. E é uma das minhas preferidas dele!!!!!!! Foi a que me apresentou ao seu trabalho, na verdade. Cheguei a pensar que ia ficar só nesse interlúdio mesmo, mas depois ele aumentou o ritmo e cantou a música no seu andamento original, com aquela pegada dançante que é UMA DELÍCIAAAAA!

IIIIIII missed the opportunity
Toooooo get to you babe to stay with me

A gente se segurava na cadeira, querendo levantar pra dançar, mas tinha que manter o protocolo. Logo depois vieram What a Difference a Day Made (cantada também a plenos pulmões) e Save Your Soul (AMO MUITO Save Your Soul! É uma música que tem um significado enorme, uma energia forte, e durante uma época da minha vida parecia traduzir exatamente aquilo que eu estava sentindo) com direito a plateia fazendo “Eeeeeeeeee” e “Ooooooooo” nas partes certas. No final ele pediu que a gente continuasse a capella e foi lindo, lindo, lindo! Vocês tinham que ver a carinha dele quando a gente cantava o “Eeeeeeeeee” e “Ooooooooo”, meio sem acreditar que o povo tinha vindo estudado e já sabia todas as nuances do show, meio sem acreditar que aquele povo sabia as músicas dele a tal ponto de decorar esse tipo de coisa!!!!!!

E então, mais uma surpresa: Everlasting Love!!!! (QUE ELE TAMBÉM QUASE NUNCA CANTA!!!!!) Talvez tenha sido a sequencia de Bridget Jones no cinema, na verdade. Mas assim, todo mundo AMA Everlasting Love, foi uma das primeiras músicas que eu gostei dele, e o povo tava cantando MUITO ALTO todas as letras pra variar! No meio dessa, ele ainda tocou trechos de Next Year (“I’m gonna teeeeeell yooooou, how I feeeeeeeeelllll”), que, nossa, é sempre a minha trilha de 31 de Dezembro, e, amo demais de paixão!!!! Sério, tava difícil de acreditar que ele tava cantando todas as músicas mais legais!

Spend less money on shoes...
Dá uma olhada no tênis dele!
Em I Get a Kick Out of You, ele faz um gesto no nariz na parte em que canta “I get no kick from cocaine”, como quem estivesse usando drogas. HA! Nem gosto muito dessa música, mas adoro quando ele faz isso. Ia ficar extremamente chateada se não fizesse.

De repente, silêncio. Ele começa a batucar o piano (um clássico da Cullumlogia!). E ele bate de um lado. “Ainda não tá bom”. E bate do outro, “Ainda não tá bom”, e bate mais um pouco... E emenda num beatbox maneiríssimo. A gente já sabe qual a música. “Love for Sale” em sua versão malvada, que só o Jamie sabe fazer. A gente vai cantando, acompanhando quando Jamie simplesmente resolve DESCER DO PALCO e IR PRO MEIO DO POVO. Isso tudo sem parar de cantar.

Um clássico

Ele para em frente a uma menina e canta toda a parte da ponte como se fosse pra ela, sortuda, que dá um abraço nele, claro. Nisso, está todo mundo enlouquecido em suas mesas tentando o acompanhar o que está acontecendo no meio da plateia, quando ele resolve voltar ao palco. Só que volta CHAMANDO TODO MUNDO PRA IR ATRÁS DELE!!!!!!! (Sério, ele fazia o gesto com a mão mesmo, tipo: “Vem, vem, pode vir!”).

Aí, meu irmão, não tem compostura que resista. Todo mundo vai pra frente. Eu deixo meu celular na mesa, sem nem pensar duas vezes. A menina da nossa mesa acha que ele tava chamando pra subir no palco e tenta escalar o palco (o segurança não deixa, óbvio). E então, o show, que já estava bom, FICA SENSACIONAL!!!!! Aquela energia contida nas cadeiras extravasa total e a gente curte o show como se não houvesse amanhã! São braços para o alto o tempo todo, inclusive tentando pegar na mão dele que passava ali de vez em quando, e fotos, e vídeos, e corpos dançando e vozes em uníssono entoando TODAS AS LETRAS!!!!

Mãos ao alto!

Sério, galera, os fãs do Jamie são os melhores fãs. Dava pra sentir no ar como as pessoas estavam extremamente felizes, meio extasiadas até, vivendo aquele momento totalmente mágico de assistir o show do seu cantor favorito (definitivamente eram fãs, não tinha desavisado ali), depois de esperar 10 FREAKING anos!!!!!!!!

Depois de Love For Sale, ele conversa um pouco com a plateia, e pede desculpas por ter demorado tanto pra voltar. Ele pergunta “How do I look?”, porque desde então ganhou umas ruguinhas no rosto. Alguém da plateia diz: “You look best”, errando a gramática, mas ele entende, e agradece a generosidade. Ele elogia a performance do público e nos faz prometer que iremos dançar no restante do show (como se fosse necessário pedir).

Ele se dirige para o piano e conta uma historinha sobre um menino que era rejeitado pelas meninas na escola, e que promete que quando ele crescesse, ia virar um cantor muito famoso, e ia se vingar daquelas garotas metidas. Ele complementa que aquele menino, é claro, não é ele, como vocês já sabem (aham!). E a gente já sabe mesmo porque ele sempre conta essa história antes de começar When I Get Famous. E cantamos, e dançamos e pulamos muito durante a música, que é Jamie Cullum na sua essência! (Ah, sim, claro, ele pula do piano mais uma vez nessa, só pra não perder o costume)

A gente ainda estava se recuperando de When I Get Famous, quando ele resolveu começar o bombardeio de hits. Don’t Stop The Music transformou o Tom Brasil numa verdadeira balada, com a plateia cantando a plenos pulmões, experimentando à vera a letra da canção, e praticamente implorando para que o Jamie Cullum por favor não parasse a música. Logo depois, um cara grita “Jamie, I Love You!”, meio de sacanagem, e ele responde com uma voz estilo Barry White: “I love you too”, levando todo mundo aos risos, para então transformar o teatro num grande coral com All at Sea. Era de arrepiar!!!!!! A conexão entre o público, as músicas e o Jamie era quase tangível. Estávamos todos num imenso transe coletivo, e não fazíamos questão de acordar.

O povo ainda estava meio sem acreditar que aquilo estava acontecendo, o Jamie concentrado para a próxima música pedia um pouco de silêncio, e talvez o mesmo cara que declarou seu amor pelo Jamie (e foi correspondido) manda a real: “Deixa o mozão cantar!”. Seu pedido é prontamente atendido e Jamie começa High and Dry, que sempre é um grande momento do show. (Dessa vez não rolou aquela brincadeira de dividir a plateia, pra depois misturar, como ele geralmente faz, mas foi lindo do mesmo jeito!).

Se divertindo horrores!

Logo depois, ele veio pra frente do palco, junto com todos os membros da banda* e tocou Uptown Funk, com direito a uma dancinha superridícula no refrão (amo!!!!). Do lado de cá do palco, a galera dança junto e se diverte à vera, mesmo quando Jamie tenta fazer a gente cantar uma parte da letra que a gente não sabe.
* Nota: o baixista era extremamente simpático, posou para várias fotos! Inclusive, depois do show, tiramos fotos com ele, que elogiou nossa camisa, e disse que estava se divertindo muito no Brasil (ele estava no Rio desde o início da semana.

Durante o instrumental dessa música, ele avista alguém transmitindo o show via FaceTime no meio do povo e manda: “Ei, você que está no FaceTime, me dá seu celular”. E ele pega o celular e começa e filmar a si mesmo para a pessoa que estava na teleconferência, tira várias selfies, para depois deixar o celular no piano gravando tudo. E então, pega outro celular da plateia que tb está transmitindo o show ao vivo, e se diverte, colocando os dois celulares um na frente do outro! Um dos momentos mais legais do show!!!!!!

SENSACIONAL!!!!!

Em TwentySomething, ele apronta todas também, levanta a camisa na parte da música que fala do tanquinho (só faltou aquela corridinha clássica). Ele aproveita para descansar durante o instrumental da banda, e se hidratar, e dá até água para um cara da plateia que diz que está com sede. Ele estava claramente se divertindo muito! E a gente também estava se divertindo horrores. O que é a melhor coisa de um show!

Bom, ele tinha cantado praticamente todos os grandes hits, mas ainda faltava o grand finale. Uma ode à nostalgia em forma de canção que é impossível deixar alguém parado quando toca. A minha preferida de Jamie Cullum de todos os tempos. 

A música que eu sonhava em VIVER ao vivo. Porque, senhoras e senhores, Mixtape é mais do que uma música. É uma experiência sensorial quase adolescente em pleno show de jazz. Quando coloco pra ver os vídeos no Youtube, eu não me aguento, e me emociono, e canto e pulo, como se eu estivesse lá!!!!

E eu cantei. E eu dancei. E bati palma. E pulei, como há muito tempo em não pulava em um final de show (acho que desde Sandy e Jr, na verdade), mesmo antes de ele contar até quatro no final. E foi MÁGICO aquele uníssono entoando “Ôooooooooo”, mesmo com a música já encerrada, e o Jamie saindo do palco. E a gente continuou até que ele voltasse pro Bis, igualzinho no vídeo que tem aqui na barra lateral, exatamente como deveria ser (tô falando que os fãs do Jamie estudam!!!!!). O sorriso dele durante essa música era O MELHOR!!!! Parecia que ele não ele não estava acreditando, sabe?


OLHA A CARINHA DELEEEEE!!!!

Na volta pro Bis,ele improvisou um melodia com versos como “The only word I know in portuguese is Paralelepipedo” e “São Paulo, I made up this song for you because I love you....”, ao que, claro que as pessoas respondiam “I LOVE YOU TOO”, como se fosse preciso qualquer prova de que o sentimento era recíproco. Daí então teve These Are The Days com todo mundo cantando junto, inclusive o “pa-pa-pa-pa-pa”. E pra finalizar mesmo, uma performance emocionante da linda Gran Torino.

Sem dúvidas, o melhor show que eu já fui na vida! E a certeza de que Jamie Cullum é, de longe, o melhor artista em atividade. Ele prometeu não demorar tanto pra voltar da próxima vez. Espero que cumpra a promessa mesmo, porque agora estou mal acostumada.


Não gravei Mixtape por motivos óbvios, mas aqui tem o finalzinho com a gente cantando e eles se despedindo. Me arrepio toda vez que dou play!

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