domingo, 12 de julho de 2009

DP para iniciantes

Para não perder o costume, antes da criação, conheça primeiro a criadora, Meg Cabot. E conforme avança a biografia, a gente vai entendendo a(s) obra(s).

No caso de Meg, é até bem interessante fazer esse tipo de análise porque criador e criatura, estão sempre se confundindo. Só que a mulher já escreveu 50 livros, então sua biografia está toda fragmentada por meio de seus romances. O maior pedaço, claro, ficou com a Mia.

Nos extras do DVD de Casamento Grego, a atriz que faz a protagonista releva que também é a roteirista e que se inspirou história do seu próprio casamento para escrever o filme. Ela diz que as partes mais malucas e mais legais são todas verídicas. As outras partes normais ela inventou.

Desde então eu aprendi uma coisa. Quando tem uma situação muito, muito, muito bizarra ou com muitos detalhes numa história é porque deve ter sido verdade.

Com O Diário é não é diferente. Cabot diz que a série toda é praticamente auto-biográfica, com exceção da parte de princesa (óbvio). E é mesmo. Suspeito eu que até o endereço da Mia é meio verdadeiro. Chega de papo, segue a biografia:


Meet Meg
*Dessa vez o toque pessoal de ironia vai ser menor, porque a autora já é boba o suficiente pra zoar consigo mesma.

Não falei?

Meg Cabot cresceu em Indiana, interior dos EUA, e tem 2 irmãos mais novos (igual a Steph de Como ser popular).

Na adolescência, era a mais alta da turma, detestava Matemática e sofreu com o alcoolismo do pai. Não era das mais populares, mas tinha sua patota e chegou a fazer parte do Clube de Teatro (igual a Jen do Ídolo Teen). Na mesma época, gastava o tempo das aulas chatas desenhando (igual a minha amiga Fe e a Sam do Garota Americana. Tsc-tsc-tsc, que coisa feia, hein, Meg!) e mantinha um diário (é dele que saem as maiores inspirações para DP).

Quando terminou a faculdade de Artes, foi para Nova York tentar a sorte como ilustradora. Não deu certo. Acabou trabalhando de inspetora na Universidade NYU (igual a Heather do Tamanho 42). No tempo livre, passou a desenvolver seu outro passatempo favorito: escrever. Meg começou com romances históricos e a intenção sempre foi colocar bastante comédia nos livros para fazer a vida das pessoas mais feliz. "De drama, já basta a realidade".

Seu primeiro romance A Rosa de Inverno foi publicado em 1998, sob pseudônimo para não chocar a avó com o conteúdo do livro. Mas nessa época, é claro, não dava para sobreviver dos livros, então continuava escrevendo e trabalhando.

Antes disso, em 1993, fugiu para casar na Itália (igual a Holly de Todo Garoto Tem) com o escritor financeiro e poeta Benjamin Egnatz, com quem está casada de verdade até hoje, apesar o enlace ter sido no dia 1º de abril. (Esse Benjamin deve ter dado muita força pros livros dela porque está em TODOS os agradecimentos. Eles parecem até aquelas crianças que iam no programa da Xuxa. “Para Fulano, Cicrano, Beltrano e especialmente... Benjamin Egnatz”).

Escrevendo O Diário

Depois da morte de seu pai, a mãe de Meg lhe noticiou que estava namorando. Não seria nada demais se o tal namorado não fosse ninguém menos do que um professor seu (da Meg, quero dizer). Constrangedor, né?

Mesmo já tendo 30 anos na cara e ser até casada, ela ficou indignada. “Como assim a minha mãe vai namorar justamente o meu professor?”. A indignação foi tanta que ela tinha que descarregá-la de alguma forma. E a melhor maneira que ela arranjou foi escrevendo.

Os amigos deram força e sugeriram que ela fizesse um livro sobre isso. Mas também alertaram que uma mulher adulta reclamando desse tipo de coisa ia ficar muito ridículo e um livro que tivesse só isso de conflito ia ser muito chato. (Senhor, abençoe os amigos da Meg. Sábias palavras essas! rs).

Logo, Cabot criou Mia Thermopolis, uma adolescente nova-iorquina comum que se sente feia por ser a mais alta da turma, é vegetariana, rói as unhas, odeia matemática e começa a escrever um diário porque fica revoltada quando fica sabendo que sua mãe está namorando o seu professor de... Álgebra! Não bastasse isso tudo, Mia ainda descobre que é a única herdeira do trono de um pequeno principado europeu, devido recém-infertilidade de seu pai (no livro ele está vivo e muito saudável, por sinal. E a avó também está mais pra ‘parenta’. Tem uns conselhos que ela dá que são dignos de Copélia rs). Agora ela era princesa de Genovia. Sua vida, lógico, vira de cabeça para baixo. Mas tudo com muito senso de humor. A idéia era fazer uma espécie de chick-lit para adolescentes. Meg diz que ela tinha duas opções: a menina virar princesa ou a Terra ser invadida por aliens, mas ela achou que a história da princesa era mais realista.

Meg viu que essa história dava pano pra manga e gostou tanto da idéia que decidiu que tinha que acompanhar aquela personagem por todo o Ensino Médio. Só aí ela já imaginou história pra mais de 10 livros. O difícil ia ser arrumar uma editora que comprasse essa idéia.

Publicando

Ela escreveu o 1º livro (com um final) e começou a mandar o manuscrito para as editoras e ver se conseguia publicar. Durante um ano (ou mais), a resposta foi só uma: “NÃO!”. Uma editora reclamou que o livro tinha mais referências aos BackStreet Boys do que a biografia dos BSB (elas devem ter sido limadas mesmo, porque eu não lembro de ter tanto BSB assim no livro). Outra, uma das grandes, chegou a escrever que aquele livro não era apropriado para jovens nem para NINGUÉM! Meg ri deles agora.

As cartas de rejeição continuavam a chegar quando, um dia, toca o telefone:

- Oi! Eu recebi o seu manuscrito. Tem bastante BSB nele...
- Ah, tá... Sei... – Meg respondeu já desanimada.
- Eu ADORO os BSB! Vou publicar!
- Sério? Não acredito! Que ótimo! (...) Mas então, eu tava pensando em fazer uma série...de tipo uns 10 livros...
- Hã? Tá maluca? A gente é uma editora pequena, não tem esse dinheiro todo não!

Eles publicavam. Mas só um. Felizmente, a editora da Inglaterra resolve publicar mais que um. Mas só três. (Por isso que o final do 3 parece que está acabando. Porque até então, era ali que acabava mesmo.)

Então, a agente de Cabot consegue vender o livro para uma produtora para ser transformado em filme. A produtora em questão era ninguém menos que Whitney Houston e ia trabalhar em nenhum lugar senão os estúdios Disney, tendo como diretor Garry Marshall (responsável por Uma Linda Mulher e Noiva em Fuga) e no elenco Julie Andrews (ganhadora de Oscar e condecorada Dama pela Rainha da Inglaterra). Agora sim, a coisa tava ficando boa.

Com o sucesso do filme (mais de 100 milhões de bilheteria não é pra qualquer um), e agora dos primeiros livros (que ficaram em 1º lugar na lista dos mais vendidos), estava dado o sinal verde para Meg continuar a saga de Mia até a formatura. O resto é história. Literalmente.

Tudo na mais perfeita ordem

Obs. A sinopse parece fútil, mas não se engane. Lá no fundo, DP é sobre achar o seu lugar no mundo e ser você mesmo. É sobre ser legal com os outros e valorizar os amigos. Sobre fazer a coisa certa, independente da opinião alheia. É aquele tipo de coisa que a gente já está cansado de ouvir, mas sempre é bom repetir. Pareceu chato agora, né? Mas também não é nada chato. As lições estão bem camufladas pelo enredo e pelo senso de humor implacável de Cabot. No próximo, eu explico porque é tão bom.

Obs2. O país fictício da obra, Genovia, é baseado no principado de Mônaco - aquele do Grande Prêmio de Fórmula 1 que acontece na rua. Pois bem. Na maioria das vezes a arte de Cabot imita a vida, uma vez que ela costuma se inspirar em si própria para escrever seus livros. Mas no caso do Diário, a vida também fez o favor de imitar a arte e em 2006, eis que o príncipe de Mônaco apresenta ao mundo sua filha
adolescente ilegítima nascida em território estadunidense. A garota tem um dos sobrenomes da Mia e ainda faz ações sociais! A diferença é que na vida real, a menina não pode assumir o trono quando o pai morrer. Epa! Pára tudo! A menina faz aniversário junto comigo (e com a Grandmere)!!! Essas fofocas estão saindo melhor que a encomenda. rs

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