sábado, 26 de fevereiro de 2011

3 filmes muito legais que quase ninguém viu

Às vésperas da entrega do Oscar, as discussões que preenchem as conversas de mesa de bar são todas relacionadas à premiação mais famosa da sétima arte.

A Rede Social ou O Discurso do Rei? Sabia que o Javier Bardem conseguiu a indicação só porque a Julia Roberts pediu? É a Julia Roberts, ela PODE! E os apresentadores desse ano, hein? Anne Hathaway e James Franco! Ele está indicado, né? Vai zoar tanto a Anne por causa disso... Vai ser engraçada a cerimônia. E a Anne? Eu ouvi dizer que ela vai ser a Mulher Gato, não é? Aliás, uma sacanagem o Christopher Nolan não ser indicado a Melhor Diretor!

Enfim.

Aproveitando a temporada da cinemania, hoje indico 3 filmes muito legais (muito legais mesmo) de anos anteriores, mas que, injustamente, quase ninguém viu.

Se você parar para pensar, os 3 filmes têm até uma certa correlação entre si, e com um dos assuntos do Oscar 2011, mas isso a gente discute no final...

1. O Grande Truque
Sinopse: Que tipo de segredo levaria você a matar? Neste eletrizante thriller de suspense do diretor Christopher Nolan (Batman Begins, Amnésia), Hugh Jackman e Christian Bale interpretam mágicos cuja rivalidade para ver quem é o melhor, os conduz a mortais decepções. Scarlett Johansson também está no elenco interpretando uma assistente de palco que desempenha importante papel nesta rivalidade. Um elenco coadjuvante brilhante (incluindo Michael Caine e David Bowie) e também com duas indicações ao Oscar® 2007 de melhor direção de arte e melhor fotografia. Uma engenhosa história. Uma assombrosa vingança. Uma vez que você assistiu a O Grande Truque, você gostará de assisti-lo novamente. Mas olhe bem de perto...

O Grande Truque não é um filme para ser visto. É um filme para ser assistido, com toda atenção do mundo, assim como se assiste a um show de mágica, tentando desvendar o segredo por trás do coelho na cartola.

Lançado mais ou menos na mesma época em que O Ilusionista, cujo tema também é a mágica – mas que apela para o lado paranormal da coisa -, O Grande Truque tem uma história muito mais interessante (e que não lembra O Profeta, da Globo) que alia mágica e ciência e coloca o filme com Edward Norton NO CHINELO! Ainda estou para entender porque último fez mais sucesso do que a obra-prima de Chris Nolan.

Mais uma vez, Nolan (diretor e roteirista) brinca com o espectador numa trama entrecortada e intrigante que nos faz ficar discutindo a história por horas e horas a fio e ter vontade de ficar voltando a fita (fita, haha! Mentira, já era DVD quando esse filme saiu) para sanar as dúvidas/teorias ao final da película (quando eu vi esse filme com as minhas amigas, a gente fez isso mesmo. Acho que nunca discuti tanto um filme quanto O Grande Truque). E a cada vez que se assiste, percebe-se quão genial ele é.

E se você ainda não se convenceu, aí vão 4 motivos para você tomar vergonha na cara e ir alugar logo o filme.
1) Hugh Jackman
Precisa dizer mais alguma coisa? Acho que não. Hugh Jackman por si só já é um motivo mais do que suficiente para se assistir o filme. E prestando MUITA atenção. E melhor que Hugh Jackman, vamos combinar... ops, melhor deixar quieto, porque senão eu estrago o filme.

A seguir, comentários para quem JÁ assistiu o filme. Sério! Não leia se você não viu. Eu vou contar o final, de verdade.

[SPOILER]
Quando a gente viu esse filme, logo depois de ficar indo e voltando com o DVD para “desvendar O Grande Truque”, e discutir por mais uma meia hora, fomos jogar uma partida de Jogo da Vida e aí todo mundo, na hora do casamento, casava com a cópia do Hugh Jackman. Porque a gente achou um desperdício aquele bando de Hugh Jackman lá morto com tanta gente precisando.
[SPOILER]

2) Christian Bale
Outro que dispensa comentários. E ele está raivoso do jeito que a gente gosta. Quer dizer, mais ou menos...

3) Scarlett Johansson
Tá bom, tá bom, você é homem e não vai ver o filme por causa da beleza dos protagonistas. Então veja pela Scarlett Johansson, oras!. Eu pessoalmente a acho uma atriz muito sem graça, mas tem quem goste...

4) Chris Nolan
O Grande Truque foi dirigido e idealizado por ninguém menos do que Christopher Nolan: o mesmo dos últimos dois Batmans e do elogiadíssimo A Origem. É impressionante como ele só faz filme bom!
O meu aniversário está chegando, quem quiser me dar um DVD do Grande Truque, eu não ligo não, viu!


Um filme para Mister M nenhum colocar defeito. Pra ficar melhor, só se tivesse narração do Cid Moreira.

2. Obrigado Por Fumar
Sinopse: O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: Obrigado por Fumar "pode acarretar problemas colaterais por provocar excesso de risadas" (Maxim)! Aaron Eckhart estrela no papel de Nick Naylor, um carismático e sexy porta-voz especialista em manipulação a favor da indústria tabagista, que luta para proteger o direito de fumar da nação - mesmo que isso possa matá-lo, e ao mesmo tempo preocupa-se em ser um exemplo para seu filho de 12 anos. Contudo, quando ele provoca a ira de um senador (William H. Macy) que faz campanha para "apagar" os cigarros de vez, os poderes de Nick de "filtrar a verdade" serão colocados à prova. Como Nick sempre diz: "Se quiser um trabalho fácil, vá trabalhar para Cruz Vermelha." Com um elenco "abrasador" que inclui Rob Lowe, Maria Bello, Katie Holmes, Adam Brody e Robert Duvall, esta comédia inteligente e "diabolicamente divertida" (Good Morning America) causa dependência. 
Fonte: http://www.filmesdecinema.com.br/filme-obrigado-por-fumar-3691/

Antes de dirigir Juno, o primeiro filme de Jason Reitman foi esse Obrigado por Fumar. Inteligente, sarcástico e divertido, o filme não é uma mera crítica à indústria tabagista, mas se trata principalmente da arte da retórica e da manipulação de ideias através de argumentos válidos. Afinal, se você tiver os argumentos corretos, nunca estará errado. Geralmente, quando a lista de celebridades no elenco é muita, o santo desconfia. Mas fica tranqüilo porque o roteiro do filme é bom pra caramba. Por isso que todo mundo quis participar.

Os pôsteres desse filme são muito legais. É um melhor que o outro. Olha só aqui.

3. Mais Estranho que a Ficção
Imagine só que você está lá vivendo sua vidinha pacata. Acorda no mesmo horário, pega sempre o mesmo ônibus, vai para o trabalho, volta para casa... Num belo dia, enquanto escova os dentes exatamente do mesmo jeito de sempre, começa a escutar uma voz que narra tudo o que você faz, como se fosse num romance! Não bastasse isso tudo, a tal voz ainda anuncia que você está prestes a MORRER! É isso o que acontece com o auditor da receita Harold Crick em Mais Estranho que a Ficção.

Com a ajuda do professor de literatura Jules Hilbert (Dustin Hoffman) – uma das maiores sacadas do filme - , Harold descobre que ele é o principal personagem de um conto que está sendo escrito e que aquela voz que ele sempre escuta é de Karen Eiffel (Emma Thompson), uma autora excêntrica famosa por matar seus personagens principais de maneiras inusitadas (segundo minha irmã, uma espécie de Nicholas Sparks de saias). E agora Harold precisa arranjar um jeito de achar Eiffel e fazer com que ela pare de escrever antes que ela encontre uma maneira de acabar com ele.

No meio disso tudo, ainda temos Maggie Gyllenhaal como a rebelde e encantadora confeiteira que sonegou impostos e não mede esforços para dificultar a vida do protagonista, que trabalha para o governo.

Um show de metalinguagem. Uma aula de literatura. Sensível, engraçado e original, Mais Estranho que a Ficção pode até ter uma premissa “estranha”, mas que funciona perfeitamente bem, tornando o filme simplesmente genial.
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E aí, conseguiu adivinhar o que os 3 filmes tem em comum?

Todos eles possuem atores que já trabalharam em Batman - Christian Bale (o próprio homem-morcego), Michael Cane (Alfred), Aaron Eckhart (Duas Caras), Katie Holmes e Maggie Gyllenhaal (Rachel Dawes, a namorada do Batman) – de Christopher Nolan, que também dirigiu O Grande Truque e foi esquecido pela Academia esse ano por A Origem.

Pois é, Hollywood é um lugar muito pequeno.

Agora é torcer pra Toy Story 3 (Go Woody e Buzz, ao infinito e além! Sonhar não custa nada, né? Digo, pra melhor filme, porque pra melhor animação, já tá no papo desde a estreia) e se divertir com essa dupla de apresentadores do barulho.


Olha a cara de Mia da Anne nesse vídeo. Muito bom!

PS. Ah, diz que o Hugh Jackman vai participar também! Outro ÓTIMO motivo pra assistir.
PS2. E a Mandy Moore também vai cantar a musiquinha do Enrolados, junto com o Zachary Levi (foi mal, Toy Story. Eu podia até torcer pra sua música também, mas só se fosse 'Hay Un Amigo En Mi'). Quero ver só a Anne apresentando a Mandy Moore. Será que rola piadinha com o Diário? Poxa, filme de princesa da Disney, Anne e Mandy Moore é piada pronta, senhores roteiristas!
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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cri-críticos

No outro post, eu falava um pouco sobre crítica especializada, e deixei o tema em aberto meio que de propósito, porque sabia que se fosse para falar mais sobre o assunto, ia ter que ter um post só para isso, então, aqui vamos nós.

O crítico
O crítico é aquele cara que vê o que ninguém vê. Conta algo que ninguém sabe. Analisa o contexto da obra (porque texto não é nada, contexto é tudo). Faz comparações. Apresenta uma visão diferenciada e mais aprofundada da arte (e quando eu digo arte, falo de um jeito Nick Hornby, que também é crítico e considera cultura pop uma arte, sim, senhor!). E o faz de um jeito interessante de acompanhar.


Isso não quer dizer que você deve concordar com tudo o que ele diz. A crítica não é um ultimato de qualidade. É só a visão de um um cara sobre algo. E muito mais do que te falar se é o negócio é bom ou ruim, sua missão é abrir os olhos do leitor para aquilo que talvez você não prestasse atenção e te fazer refletir um pouquinho. Depois de um tempo lendo as críticas e olhando as coisas por outros ângulos, a leitura (e por leitura eu quero dizer interpretação de qualquer coisa, inclusive daquelas sem nenhuma palavra) feita por você também vai ficando mais afiada.

A visão do crítico obviamente estará comprometida pelo seu gosto pessoal, por sua história de vida, por experiências anteriores, sua formação profissional e acadêmica, entre muitos outros aspectos que variarão de acordo com aquele que escreve a crítica. Porque as pessoas são diferentes e ninguém enxerga a vida, e conseqüentemente, a arte do mesmo jeito.

Entretanto, mesmo aprisionado por razões altamente subjetivas - ou seja, relacionadas ao sujeito: o próprio crítico -, ele deverá sustentar sua tese por meio de argumentos objetivos – ou seja, relacionados ao objeto: a obra.

E então, aquilo que para ele foi defeito, para você, pode muito bem ser uma qualidade.

Cri-críticos
Mas se o crítico é aquele que vê o que ninguém vê, muitas vezes, de tanto forçar a vista, ele acaba ficando um pouco míope.

Depois produzir toneladas de comentários diferenciados por tanto tempo, o crítico começa a achar tudo muito chato ou passa a super-analisar aquilo que nem precise de tanta análise assim. Se não for diferente de tudo o que ele já viu, o negócio já não presta. E todas as obras que ele considera inferiores são analisadas com desdém.

Ele se esquece que a crítica também deve levar em consideração o público-alvo e acha um absurdo que os outros, meros mortais desprovidos de tal intelecto, não concordem com ele.

E da mesma forma que um autor que só elogia tudo me parece muito suspeito (vide o post da semana passada), também fico com os dois pés atrás quando encontro um que não consegue enxergar nenhuma qualidade em nada. O cara não gosta nem do que todo mundo gosta e nem do que todo mundo não gosta. Fica parecendo implicância. São os cri-críticos.

Quem dera que a solução para os cri-críticos fosse usar óculos...

O perigo da visão raio-X
Uma questão muito delicada é aquela famosa história do “o que o autor quis dizer” (e quando eu digo autor, também quero dizer músico, pintor, diretor, etc). Porque nunca se sabe de verdade o que estava passando na cabeça do cara.

O crítico pega aqueles quadros que só são um bando de rabiscos e tenta arranjar sentido para aquilo que às vezes são só...um bando de rabiscos. Uma música que só tem um refrão grudento sobre algo banal vira ícone da poesia contemporânea. Um livro que é diversão pura é considerado a obra mais profunda do mundo.

Às vezes realmente existe algo mais por trás da superfície simplista da coisa, mas às vezes...não. E tudo bem que cada um pode (e deve) enxergar a arte da sua forma. Essa é que a parte legal de ler as críticas. É poder falar: “Olha lá que legal, não tinha reparado nisso!”, ou então: “Putz, nada a ver, viajou na batatinha”. A diversidade de opiniões é o que as torna tão interessantes. (Por isso eu peguei no pé das resenhas semana passada. Porque se você faz uma resenha que só repete o que todo mundo diz e não fala como a obra te fez sentir de verdade, não tem graça nenhuma).

Mas a parte perigosa dessa super-análise é quando justamente o crítico coloca palavras na boca do autor. Porque aí, ao invés de visão de raio-X, o super-poder utilizado é o da telepatia. E nem sempre ela funciona.

O outro lado da moeda
Eu preciso abrir meu coração. Já achei os críticos muito mais cri-cris. Hoje, depois de um pouco mais “vivida” e de começar a escrever pra cá também, vejo que às vezes eles são por muitas vezes incompreendidos. Deixe-me explicar direito.

Quando eu escrevo pra cá, eu penso duas, três, quatro vezes na escolha de uma palavra. Gosto de polir os meus textos. Deixo umas pegadinhas, uns easter eggs, escolho algumas palavras de propósito para fazer algum trocadilho ínfimo (ou infame) e ver se alguém vai reparar. E se EU, que não sou nada, faço essas graças, imagina um escritor/músico/diretor consagrado!

É até ingenuidade pensar que as palavras, os tons ou o jeito de filmar escolhidos por eles estão ali por acaso. Às vezes até estão, mas depois de tanto estudar e pescar essas coisas, um profissional com a visão mais aguçada custa a acreditar que talvez aquilo não tenha nada de mais. (Eu mesma já quebrei a cara uma vez. Tinha CERTEZA que um negócio tinha sido de propósito, e no final não era nada daquilo. Mas é que eu estava tão absorta no negócio que pra mim, tudo já tinha um outro sentido). É meio natural. E é por isso que também o cara tem que tomar cuidado pra não sair usando o seu super-poder assim em qualquer coisa.


A crítica da crítica
E se de um lado você tem os cri-críticos que não gostam de nada, do outro você tem os cri-críticos dos cri-críticos. Reclamam de tudo o que o cara disser, e dizem que ele está errado, só porque o que ele falou não bateu com sua própria opinião.

Só que mesmo que pareça que o crítico é prepotente (e às vezes ele é mesmo) e está se fazendo de Jean Grey, é só o jeito dele enxergar a obra.

O que também não tira o seu direito de achar que ele escreveu um monte de besteiras. É importante também ter uma opinião sobre a opinião, para não ficar como aqueles acionistas minoritários que só balançam a cabeça.

Mas do mesmo jeito que ele não conseguiu vê-la de um jeito por não pertencer ao público-alvo, será que você também não é o público-alvo da crítica dele?

Finalizando
A crítica é um comentário subjetivo, porque é feita por pessoas. E por mais que as obras sejam as mesmas, as pessoas são diferentes, têm visões diferentes e com estilos de escrever diferentes. E se o escritor achou que aquela comédia romântica que você adora é horrível, essa é a opinião DELE. E você tem que respeitar. Assim como ele tem que respeitar a sua. Não é porque ele é critico que possui a "visão correta". Nem a visão do autor pode ser considerada desse jeito.

Por isso que as boas críticas são criticas interessantes, por mais que as obras não sejam. E se todas elas estão comprometidas pelos “olhos do autor”, a solução é ler um monte e tirar uma média. E principalmente, avaliar você mesmo e tirar suas próprias conclusões. Porque ninguém é dono da verdade. Aliás, como já diria aquela música, se você parar pra pensar, a verdade não há.

[BÔNUS TRACK]
Terminei o post falando de Pais e Filhos, mas tem uma outra música da Família Lima (pois é, eu conheço algumas músicas da Família Lima, rs!) que eu acho que se encaixa muito mais no tema de hoje. Fica tranqüilo que não é nada clássico, e é até animadinha. Mas a letra, como diria o próprio Lucas, é bala demais.

Liberdade é a felicidade
Que se sente quando consegue entender
Que nem sempre o que \"é\"
Vai ser o mesmo
Pra mim e pra você



E quem se interessar, eles cantam Pais e Filhos no show também.
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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pseudocríticos

Na semana passada, uns dias antes da Cidade do Samba pegar fogo, a Blogosfera Literária entrou em polvorosa quando um de seus integrantes postou um protesto bombástico de que uma editora havia enviado um email intimando que ele tirasse do ar uma resenha negativa de um de seus livros.

Não sei direito o que aconteceu, porque quando vi o tal blog já tinha até sido deletado. Mas sendo verdade ou não (acho até que desmentiram a tal história – seria o tal blogueiro um troll?), a polêmica em torno dos blogs literários e as parcerias com as editoras já estava causada.

Para você que está totalmente por fora do esquema, o que acontece é o seguinte: as editoras dão livros de graça para os tais blogs, e estes se comprometem em resenhá-los, como forma de divulgação. Isso fora os exemplares extras para os malditos sorteios.

Se a editora realmente faz questão de só falem bem do livro, eu não sei, porque nunca fui contatada e nem vou contatar nenhuma delas para qualquer tipo de parceria. Porque assim como os sorteios, eu também acho que essas parcerias não são de Deus.

A blogosfera amanheceu pegando fogo, fogo, fogo!

O início
Há alguns anos, algumas pessoas que gostavam de ler começaram a criar blogs para fazer amizades com aqueles que também tinham a leitura como prazer em suas vidas. Era basicamente um grande Clube do Livro On Line em que se trocavam ideias, expressavam-se opiniões e tinham os livros como tema das discussões.

Não me recordo/Não sei se as tais parcerias começaram por iniciativa dos blogueiros, ou das editoras. Mas com elas o que se viu foi uma explosão de blogs criados da noite para o dia, com os objetivos únicos de ganhar livros de graça e angariar seguidores que vendem a alma nos sorteios.

Os jornalistas
Não sei se você sabe, mas é prática comum distribuir livros e CDs para que críticos renomados de jornais de grande circulação façam sua análise da obra. Antes de um filme entrar em cartaz, as distribuidoras fazem sessões destinadas à imprensa para que os jornalistas escrevam sua crítica e coloquem-na no jornal. E também por isso, muita gente da imprensa entra de graça em show.

O crítico ou jornalista sério o faz com a maior naturalidade, mas deixa claro que não pode haver nenhum tipo de censura. Porque aquilo ali é o TRABALHO dele. Seu compromisso maior é fornecer uma opinião isenta sobre a obra para o leitor. E assim como ele vai ver muita coisa legal, também vai ser obrigado a avaliar muita porcaria. E se não derem o negócio de graça pra ele, a empresa vai pagar, então, ele ganhar um ingresso de cinema é algo meio tanto faz.

Também não é nada incomum que os departamentos de marketing enviem brindes para tais veículos realizarem promoções com o intuito de divulgar o filme. No Omelete, por exemplo, os estúdios até convidam seus autores para visitarem os sets de filmagem antes do lançamento. Entretanto, quando isto é feito, o jornalista não pode (ou pelo menos não poderia) aceitar o convite, se o acordo exigir uma crítica positiva, ou mais leve do tal filme mais tarde. (O pessoal do Omelete mesmo diz que não aceita nessas condições). Porque, repito, esse é o seu TRABALHO, e reza a ética que o jornalista deve ter compromisso com a verdade, com a comunidade, etc.

E digo mais: qualquer caso de SUSPEITA de compra de opinião, num ambiente sério, é absolutamente abominado por seus colegas de classe. Vou contar outra história para você:

Uma vez, ao invés da gravadora enviar CDs da Maria Rita para os críticos, decidiram mandar as músicas num iPod. A comunidade ficou estarrecida, achou que a gravadora estava querendo comprar críticas positivas e jogou no ventilador. O caso ficou conhecido como O mensalinho da Maria Rita. Ficou feio para a gravadora que mandou os iPods, e ficou feio para os jornalistas que avaliaram o álbum de forma positiva e não devolveram o negócio.

Resumo da história:
Quando o jornalista recebe qualquer agrado, deve deixar claro que continuará imparcial. Ou simplesmente não aceitar. É o que manda a ética. Seu trabalho é avaliar a obra. A divulgação acontece por tabela.


Jabá em troca de crítica positiva? i-Não-Pod!

Os pseudojornalistas
O trabalho do blogueiro literário é muito simples. Ele lê o livro e diz o que pensa sem se preocupar muito com o que vão pensar. É bem semelhante ao de um jornalista ou crítico literário, mas sem o peso na consciência de ter de seguir um grande padrão ou atender às necessidades do veículo de comunicação ao qual está atrelado, uma vez que o blogueiro é o próprio dono do tal veículo (o blog). Seu compromisso é somente partilhar suas sinceras opiniões com a comunidade cibernética.

Só que a partir do momento que a editora entra na jogada, o blogueiro é elevado ao STATUS (palavrinha importante essa, que também explica a sede por parcerias) de jornalista. É como se a parceria fosse uma espécie de selo que “profissionaliza” o blog e diz para o leitor que aquele espaço é mantido com seriedade. Sendo assim, os endereços virtuais sem a certificação das editoras são considerados “amadores”.

Entretanto, apesar de firmada a parceria que deu status de profissional da crítica especializada (afinal, o que a editora fez foi simplesmente enviar o livro para ele, como faria com qualquer outro crítico de renome), o blogueiro comporta-se (por razões pré-definidas ou simplesmente indefinidas) apenas como um simples blogueiro ou ainda pior, como um divulgador. Eu explico:

Eu, como leitora, gosto de ler uma crítica de qualidade. (E isso não significa “opiniões semelhantes às minhas”. Posso muito bem adorar a crítica e discordar de tudo o que o autor falou.) Gosto de resenhas diferentes, bem escritas, estruturadas, com análises mais aprofundadas, com curiosidades e, se possível, divertidas. Mas na falta de todos esses adjetivos, me contento em ler uma com uma opinião sincera.

E, me desculpe você que tem um blog literário com ou sem parceria, as resenhas que eu encontro por aí estão bem longe do que eu considero uma boa crítica. Tem gente aí que não se preocupa nem com a simples ortografia! E tudo bem, de vez em quando eu também escrevo sobre livros por aqui, e apesar de me esforçar para fazê-las ficarem parecidas com as que eu gosto de ler, não acho que sejam profissionais também. Tenho plena consciência de que não sou crítica de nada. Apenas tenho acesso a Internet.


E tudo bem que você também não se ache nada disso, e nem tenha a pretensão de fazer nada muito elaborado. Você é blogueiro, não tem a obrigação de ser profundo, nem nada. Agora, mesmo sendo blogueiro, você tem de ter compromisso de emitir sua opinião sincera sobre a obra como um jornalista. Aliás, deveria emitir com ainda mais sinceridade que o jornalista, já que você só o faz porque gosta.

Só que, mesmo alçado ao status de jornalista, você ainda é blogueiro, e ao realizar uma parceria dessas, sua opinião deixa de ser imparcial.

As parcerias
Porque, querendo ou não, a parceria tira a espontaneidade do blogueiro. A questão é que ele não recebe um salário como jornalista e, ALÉM DISSO, o livro para resenhar (E nesse caso o jornalista tem que prestar contas principalmente àquele que paga o seu salário todo mês – o que infelizmente tira também a imparcialidade do seu trabalho). 

Mas o blogueiro não tem ninguém depositando nada na sua conta. Ele recebe só o livro e, de um certo ângulo, a editora ganha ares de patrão. O blogueiro agora não posta mais pelo simples prazer, mas porque tem de cumprir um acordo com outra parte interessada que não seus leitores. Sua opinião, por mais que não sofra intervenção, já não está mais tão isenta quanto antes.

Por isso não faço parcerias. Quero postar só QUANDO eu quiser, SE eu quiser, e COMO eu quiser. Gosto dessa liberdade proporcionada pelo blog, que muito escritor profissional não tem.

Se eu tivesse lido Crepúsculo através de uma parceria, a resenha não poderia ter ficado do jeito que ficou. Eu mesma não ia querer fazer desse jeito. Entretanto, não foi assim e eu a fiz. Acho até que peguei pesado em alguns pontos sim, e tenho medo das crepusculetes por causa disso também. Mas aquela lá é a minha opinião. E muita gente gostou e concordou com ela. Acho que em nenhum momento denegri a autora e a obra. Pelo menos, não gratuitamente e sem argumentos.

Não sei como é o tratamento que as editoras dão aos blogueiros, mas digamos que elas os tratem muito bem, sempre com muito carinho e atenção e estes não recebam nenhum tipo de “comando de cima” na hora de escrever. Quer dizer, a relação dos dois não é nem de patrão-empregado. É de amizade mesmo.

Pois bem, quando o blogueiro recebe o livro, por mais que ele tenha achado o livro MUITO ruim, vai aliviar na resenha, porque, afinal de contas, o pessoal da editora é muito gente boa. Quer dizer, ninguém está agindo de má fé. Só que há um constrangimento por parte do blogueiro, por causa dessa amizade. Espinafrar o livro, de um certo modo, é criticar o trabalho de uma pessoa que você gosta muito. E isso é absolutamente natural.

Digamos que você tenha uma avozinha muito querida e que no Natal ela te dê um suéter feio de dar dó que ela mesma tricotou. Ela pergunta se você gostou. Você não vai dizer na cara dela que aquilo ali não serve nem pra pano de chão. No máximo, vai dizer que a estampa não é bem do seu gosto.

Pois é, né, vó, é que eu não uso muito esse tipo de roupa...

E a gente faz isso inconscientemente o tempo todo. Outro exemplo: o seu artista favorito faz um show na sua cidade. O cara está rouco e canta só metade das músicas do show. Como você gosta muito do cara, não vai nem ligar pra isso. Vai até achar que foi um dos melhores shows da sua vida!

Agora, partamos para outra situação em que a editora talvez queira meter o bedelho e exija resenhas “imparciais”, como eu já vi uma falando abertamente aí (essa daí eu vi mesmo).

Para começar, uma resenha imparcial é absolutamente sem sentido. Se ela quer que você escreva uma resenha, deveria estar interessada na SUA opinião. Se a editora quer imparcialidade, é mais fácil pedir que saiam por aí reproduzindo sinopses. (Mas acho que nesse caso, ela só se expressou mal e quis dizer apenas que era para não falar mal dos livros, ou pegarem leve nas críticas).

Em segundo lugar, não existe texto imparcial. Até as notícias que a gente vê no jornal deixam escapar a opinião do jornalista (e da empresa onde ele trabalha às vezes também). Não tem jeito. Somos escravos de nossas opiniões. Vide o caso do artista que só cantou metade do show. Acontece que o blogueiro, livre como ele é, deveria ser escravo apenas das suas próprias opiniões e não de algum outro acordo comercial envolvido.

E por último, esse tipo de intromissão é CENSURA!

Concordo quando você diz que a editora não pode deixar o blogueiro usar palavras de baixo calão, nem ofender ninguém, até porque ela não está lidando com profissionais e não pode “dar mole” pra os trolls da vida, que só sabem falar mal de tudo e do jeito mais idiota possível.

Mas se todo crítico tivesse que “pegar leve” com as obras que avalia, estaria sem emprego. Aliás, essa é a manha do crítico. Escrever resenhas extremamente negativas, de um jeito interessante e sem apelar para a baixaria (xingar por xingar é coisa de adolescente revoltado, vamos combinar). Ele sabe que, se passar do limite, vai levar um processo nas costas.

E aí, acaba que esse tipo de “cláusula” no contrato da parceria – “proibido resenhas negativas” ou “se não gostar, alivia aê!” - (fora a questão psicológica e natural que eu já comentei) causa o que eu chamo de “pasteurização das resenhas”. Você não encontra mais pessoas que não gostam dos livros que lêem. Quando não gostam, quase não criticam. Não existe mais livro ruim. A experiência quase sempre é ótima. E conseqüentemente, as resenhas ficam todas iguais. Os mesmos livros lidos e com as mesmas opiniões.

Os divulgadores
Ok, agora você está pensando: “Mas se o acordo foi firmado com o consentimento de ambas as partes, não há nada de errado na parceria. Os blogueiros serão divulgadores da editora, qual o problema nisso?”.

Tecnicamente e comercialmente falando, nenhum. Afinal, blogueiro não é profissão regulamentada mesmo. Ele pode usar o blog como bem entender.

Mas, eticamente falando, é uma situação no mínimo complicada.

Porque quando tudo isso começou, era só pra ser um Clube do Livro OnLine, lembra? E quem lê o blog, o lê como uma espécie de jornalista, crítico especializado, ou simplesmente um amigo compartilhando as leituras e espera um pouco mais do que uma simples divulgação.

Não é como a propaganda de Monange em que ninguém acha realmente que a Xuxa USA Monange. Ela está ali como garota-propaganda. Todo mundo entende isso. Agora o blogueiro não. Ele tem uma relação de confiança com o leitor e este espera sinceridade e pouco envolvimento com o fornecedor na sua avaliação. Sem contar que o próprio blogueiro não admite que está só fazendo propaganda, né?

Tem gente que diz que nem é a Xuxa de verdade que aparece na propaganda
E aí, blogueiro, quer fazer igual?

Concluindo
A editora tem que entender que a tarefa do blogueiro, tal qual a do jornalista é AVALIAR a obra. A divulgação acontece por tabela. E o blogueiro, por sua vez, tem que ter o mínimo de credibilidade e resenhar o livro do mesmo jeito que faria se tivesse comprado. (Eu sei que essa última parte é praticamente impossível, mas não custa nada sonhar)

Mas, mesmo que não haja nada de errado no acordo, penso que O SISTEMA de parcerias está todo errado.

Porque os blogs deveriam ser veículos LIVRES para compartilhar IDEIAS (essa é a grande vantagem do amadorismo dos blogs!) e não plataformas para pseudocríticos se lançarem como celebridades virtuais (não estou falando de ninguém em específico. Por favor, não ache que foi uma indireta para você ou para qualquer um, porque não foi mesmo).

Penso, logo blogo

As pessoas deveriam criá-los não para ganhar status, ou brindes, ou qualquer coisa do gênero, mas porque elas têm algo de novo para trazer para a blogosfera.

E se no fundo, estamos todos no mesmo barco dos amadores, o selo da parceria, ao invés de funcionar como um indicador de qualidade, ao menos para mim, infelizmente é um alerta de desconfiança.

Ah, sim, fechando o caixão de verdade agora
Não acho que as editoras sejam seres malignos que querem controlar os blogs. Na verdade, acho que o pessoal que trabalha nelas deve ser muito gente boa, pois já tive a chance de encontrar com alguns. Acho que provavelmente a maioria das exigências que eles fazem é só para controlar os blogueiros aproveitadores e os trolls. E também não acho que todo blogueiro que tem parceria é porque quer livro de graça.

Não sou dona da verdade e provavelmente meus argumentos têm milhões de falhas, porque o assunto é polêmico mesmo e esbarra em outras questões ainda mais abstratas. Também não sei como funciona o esquema das parcerias e no post mostrei apenas casos hipoteticamente éticos e absurdos. Então se você tiver algo a acrescentar ao debate, por favor, a caixa de comentários está aí para isso mesmo.

[Edit 03/09/2012: Acho que vale a indicação da leitura adicional de um texto bacanudo do Zeca Camargo (você já deve ter reparado que eu adoro o blog do moço) sobre o "comércio de resenhas positivas", recentemente denunciado pelo New York Times. E você aí achando que os brasileiros é que estavam na vanguarda do negócio... Além dos pontos aqui citados no texto, Zeca ainda acrescente outro problema criado pelas resenhas compradas: o da coerção social. Só para atiçar a sua curiosidade, nos EUA, uma resenha positiva está custando 99 dólares. Agora vai lá ler o texto!]
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sábado, 5 de fevereiro de 2011

O melhor de 2 anos

Oba! 2 anos de blog!

Quem diria, hein! Parece que foi ontem que eu tomava coragem pra começar o Inútil Nostalgia... De lá pra cá foram 100 posts, 344 comentários, 40 seguidores (nem todos eles assíduos) e muitas lembranças. Ah, as lembranças...

Semana passada, no Especial de 100 posts do Inútil, eu pedi pro pessoal indicar alguns dos posts mais memoráveis do blog para me ajudar a fazer o Especial de 2 anos (o post de hoje) e devo dizer que fiquei muito feliz com o resultado da brincadeira.

Achei que todo mundo ia indicar os mesmos posts, mas acabou que somando os lembrados deu mais de 10 (considerando as continuações)!

Adorei ver nos comentários que ninguém tem sugestão nenhuma (fora o Douglas, que sugeriu que o blog continue com mais posts de relatos e surtos) – o que significa que o blog está muito bem, obrigado – e encontrar depoimentos como o da Karol, que achou o Inútil totalmente por acaso, e que (essa parte eu não sabia) agora passa por aqui toda semana. Olha só que legal: 

[Essa é aquela parte em que aparece aquele telão e os amigos mandam um recadinho carinhoso pro apresentador]:
Eu acompanho o Inútil há uns 6 meses já. E foi meio que na sorte. Eu fiz um blog e, curiosa que sou, fui procurar no google o nome do meu blog (Literatura Pop) e apareceu o link pra uma postagem do Inútil Nostalgia. Eu li a postagem - que falava das qualidades da Literatura popular, e acabei lendo outras e outras e outras coisas... e fiquei por aqui!

Acho que um dos bálsamos da minha semana é passar aqui e ver o que "anda acontecendo". Acho que porque temos basicamente a mesma idade, nossas lembranças são bastante semelhantes, então, eu sempre acabo me identificando com as historinhas nostálgicas que aparecem aqui.
Obrigada Karol! Gostei de saber que faço parte dos “bálsamos” da sua semana. Muito chique o seu vocabulário, rs! Vou te contar uma coisa: Outro dia eu bem te vi na lista do pessoal que curte o PilulaPop – eu não estou lá porque não tenho Facebook – mas o Pílula é um dos “bálsamos” dos meus dias, e certamente uma inspiração para mim também. Eles são muito bons, né não?

Uma das pessoas que acompanha o blog deesssde o início é o Felipe. É um amigo do peito, irmão camarada, que Jesus colocou na minha vida durante aquele louca e feliz jornada que foi o Cefet (ô tempo bom!). Ele já até fez ponta em uns posts de 2009 quando minha vida estava totalmente de cabeça pra baixo

[Telão de novo]
Esse post eu não posso adiar pra comentar!
100 posts \o/
E são 100 posts críticos, bem escritos e cômicos. Adoro todos eles até quando eu não conheço o assunto eu leio só pra ver seu jeito de escrever mais uma vez.
Toda vez que passo aqui eu aprendo algo novo, uma curiosidade e ainda dou umas risadas.
Parabéns pelos 2 anos do blog! \o/
Sniff, Sniff! Acho que não preciso nem dizer o quanto o Felipe é especial para mim. Fico feliz de ver que o influenciei indiretamente para que e agora também virasse blogueiro e fizesse o maior sucesso com o Fechei com Ele.

A Cíntia também é fiel e defendeu a qualidade dos posts do Inútil:

[Mais telão]
Parabéns pelos 100 posts!
Concordo com você que é melhor escrever um post de qualidade por semana do que vários meia-boca. E seus posts são ótimos, sempre morro de rir.
Quando ela veio ao Rio, a gente até marcou de se encontrar. E apesar do que a mãe do Felipe achou que fosse acontecer, deu tudo certo e eu voltei com todos os órgãos. É legal essas amizades que começam pela Internet, né?

Mas, chega de chorumela, vamos aos Melhores Posts do Inútil Nostalgia escolhidos por ninguém menos do que VOCÊS:

1. Como não escrever seu texto
Numa época em que eu estava com um ódio tremendo da obra de S. Meyer, fiz uma análise das leituras mais decepcionantes da minha vida e como Crepúsculo tinha conseguido ser mais decepcionante do que todas elas. Continua em A gente não quer só comida. Sugerido por Karol e Felipe.

2. Por que os vampiros têm que morrer
Quando esse post saiu, ele agitou o Twitter. Foram RT’s e indicações de gente que nunca tinha visto o blog. Fiquei até com medo de aparecer uma Crepusculete por aqui, achar os textos de cima e começar a encher a minha paciência. Felizmente, elas estão com mais senso de humor e entraram na brincadeira. Essa mistura de política, vampiros e risadas foi lembrada pela Fernanda, que não gosta de vampiros bonzinhos e também acha que eles têm tudo que morrer.

3. Twilight – Versão Brasileira Herbert Richards
Acho que já deu para perceber que eu não gosto de vampiros. Mas o pessoal adora quando eu falo deles, rs! Mas agora que o ódio já passou, eu confesso que também me divirto horrores falando deles, hehe! O surto da versão brasileira de Twilight era mais ou menos antigo, mas só virou post no fim de 2010. E depois a Globo tentou copiar, trocando a dublagem dela de Edward pra Eduardo. Direitos autorais JÁ!!! Sugerido pela Fernanda e pela Cíntia, que morreram de rir com o post, mas não são egoístas e espalharam pelo Twitter para os amiguinhos se divertirem também.

4. Leblon ou Irajá, com os amigos em qualquer lugar
Esse é dos primórdios do Inútil. Relatei esse dia absolutamente inesquecível em que eu e minhas amigas fomos tomar o famoso café do Starbucks. Mas o café é só metade da história, porque quando se está com os amigos acontecem coisas incríveis independente do lugar, ou da bebida. Lembrado pelo Felipe, que sempre pede pra gente voltar ao Starbucks e aparecerem mais posts como esse.

5. Alagados
Eu achei de verdade que não ia chegar em casa nesse dia. E nem foi o dia da enchente histórica do Rio de Janeiro. Um relato tragi-cômico do meu desespero num dia em que deu tudo errado. Sugerido pelo Douglas. Lá em Recife não deve ter essas coisas.

6. A verdade sobre a Pocahontas
Por que a Pocahontas largou o John Smith para ficar com o John Rolfe na continuação da Disney? Era um surto antigo, e ainda ganhou outras versões ainda mais surtadas. Continua em A verdade sobre a Pocahontas (2). Qualquer pesquisa com Pocahontas, o Google manda pra cá. Mas, monitorando as estatísticas, eu acho que às vezes tem gente já procurando especificamente pela história das drogas e do biscoito de isopor. Lembrado pelo Douglas, e pelo Felipe.

7. Life is short, talk fast
A série com o melhor roteiro da TV ganhou dois posts em forma de diálogo que fizeram muita gente ficar com vontade de comprar os boxes de GG. Continua em Life is short, talk fast – parte final. Sugerido pela Cíntia, que realmente comprou os boxes depois de ler essa conversa (a)fiada e surtada a la Garotas Gilmore.

8. Carta ao ET Bilu
A Record fez uma reportagem que parecia super séria que no final virou piada nacional. Esse post pega um assunto que parece piada para falar de um negócio super sério. Porque buscar conhecimento não é tão simples quanto parece. Um dos preferidos do Felipe.

9. Lost in Translation / O nome da rosa
Uma análise minuciosa sobre por que a tradução é importante, um apelo para o pessoal parar de reclamar de tudo (ou reclamar com as pessoas certas) e uma campanha pela volta da Sininho. Foi a Cíntia que lembrou desses.


10. Disnerd
Se você sabe tudo sobre os filmes da Disney, você é um Disnerd. E se você não sabe, não tem problema. Esse post dá uma aulinha sobre (quase) tudo o que aconteceu com o estúdio nos últimos anos, ao comentar Encantada, A Princesa e o Sapo e o mais recente Enrolados (isso tudo sem esquecer de relembrar os clássicos que fizeram nossa infância mais feliz) e vai te promover a um Disnerd também. Quem sugeriu esse foi a Karol, que disse que foi até baixar as músicas de tanta nostalgia que bateu.

A seleção que vocês fizeram foi muito boa. Se eu fizesse uma, a lista ficaria bem parecida. Mas, posso fazer adicionar umas faixas bônus? Eu juro que vai ser bem rapidinho!

Nostalgia Pura – Pensei que esse post fosse aparecer, tendo em vista o reboliço que causou quando foi publicado. Revisite sua infância em Nostalgia Pura.
A TV engana a gente – parte 2 – Um dos textos que fizeram esse blog nascer. Emoção total num dos últimos dias de Cefet.
Meg-a relato da melhor Bienal de todos os tempos – Um relato meg-a detalhado da Bienal 2009 e por que ela foi a mais legal de todos os tempos – não é todo dia que você fica cara a cara com o seu escritor favorito. Dias absolutamente surreais. Às vezes eu mesma tenho dificuldade de acreditar que aquilo tudo aconteceu. Ainda bem que escrevi tudo.

Então, o post de hoje está acabando, e já me despedindo, queria mandar um beijo pro meu pai, pra minha mãe, e especialmente pra você, Xuxa.

Tá bom, parei. Gostaria de agradecer a você, leitor, que acompanha o Inútil, lê os posts até o final - mesmo eles sendo gigantescos – e depois disso tudo, ainda tem fôlego para deixar um “Oi” ali na caixa de comentários. Parafraseando MC Créu, eu sei que pra acompanhar o Inútil tem que ter disposição. Eu posso até não responder a vocês individualmente, mas pode ter certeza de que leio todos, e que esse retorno me dá mais vontade de continuar com o blog, fazendo posts cada vez mais legais.

Acho que é isso. Outra festa dessas, só que ano vem. E se 1 é pouco, e 2 bom, 3 anos vai ser demais!

Um beijinho na pontinha do nariz e tchau, tchau!
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