sábado, 31 de julho de 2010

Análise combinatória, Bob’s e decisões

A análise combinatória é a parte da matemática que faz a contagem das coisas de acordo com as decisões a serem tomadas. Dizem ser a matéria mais difícil do Ensino Médio, porém fazer escolhas na vida real é muito mais complexo e nem sempre é útil saber de quantas maneiras diferentes dá pra pedir um hambúrger do Bob’s* (porque no Bob’s você tem escolha. Se você pedir sem pepino no Mc Donald’s a atendente só falta querer engolir VOCÊ vivo).
*Apesar de que o problema das empadas foi o que realmente caiu várias vezes nas minhas provas.

Por vivermos num mundo onde parece que impera filosofia do Bob’s, ficamos com a impressão de que podemos ter as coisas sempre do jeito que a gente quer. Entretanto, fora do balcão, as coisas são bem diferentes. Apesar de tudo o que dizem, não dá pra ter tudo o que se quer. E por isso, estamos o tempo todo fazendo escolhas. Dormir mais cinco minutinhos ou chegar na hora na faculdade? Ir de ônibus ou trem? Rapidez ou conforto?

Só que nem sempre as decisões são tão simples como “colocar bacon ou não”, porque cada escolha às vezes está atrelada a uma série de renúncias. E as mais difíceis são aquelas em que a gente não sabe quais as renúncias está fazendo ou qual o “prato surpresa” que virá daquele pedido.

E se der tudo errado? E se eu não gostar depois? E se eu quiser voltar atrás? Será que estarei perdendo tempo? E se do outro jeito for melhor?

Não dá pra colocar esse tipo de coisa na ponta do lápis. O máximo que dá para fazer é uma lista de prós e contras. Mesmo assim, é só uma ferramenta, não a resposta final para o problema.

Parece que quando éramos mais novos tudo era muito mais fácil. Nossos pais tomavam todas as decisões por nós e a gente não precisava se preocupar. E se depois, a gente não gostasse, pelo menos tínhamos o direito de ficar revoltados e colocar a culpa em alguém depois. Agora, quando uma grande decisão depende de nós, e somente de nós, com quem iremos reclamar depois?

E quando as opções são muitas, às vezes as escolhas também ficam mais difíceis. Seja porque todas elas parecem muito atraentes, seja porque todas têm suas vantagens e desvantagens. (Eu, por exemplo, me apavoro com aqueles “monte-seu-prato” do Spoletto.Além das milhares de possibilidades, não faço a mínima idéia do sabor dos ingredientes.) E em situações mais abstratas, é preciso ver quais delas tem mais peso, mas como pesá-las precisamente se ainda não inventaram esse tipo de balança?

Talvez fosse mais fácil se ensinassem esse tipo de coisa na escola ao invés de como calcular quantos tipos de sanduíche a gente pode pedir. Entretanto, cada um tem o seu hambúrguer preferido e nem sempre aquele que supre as necessidades de um será mesmo o melhor sanduba para outros. É por isso que existem as escolhas. E por mais dolorosas que elas possam parecer, depois de fazê-las, sendo certas ou erradas, se mostram essenciais no processo de crescimento e autoconhecimento.

E às vezes, quem sabe, escolhendo o caminho errado, talvez não se acabe no caminho certo? E às vezes, quem sabe, não se descubra que aquilo que não se quer é na verdade a melhor opção?

Não existe fórmula para esse tipo de coisa. E se tivesse, viver não ia ter a menor graça.
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domingo, 18 de julho de 2010

Balanço no Busão

Senhoras e senhores passageiros, desculpe interromper o silêncio da sua viagem. É que eu venho trazendo aqui o passatempo para alegrar o seu caminho. Estou falando do delicioso (coloque aqui alguma guloseima). Quem pega o ônibus sempre, é sagaz e já conhece o camelô e está até mexendo na bolsa agora para pegar o dinheiro. Isso porque a (guloseima) nas Lojas Americanas, Casa do Biscoito e outros estabelecimentos custa R$ X,xx. Aqui na mão do camelô, você vai levar a deliciosa (guloseima) por somente R$ Y,yy. Isso mesmo. Na mão do camelô, você leva 3 das mais sortidas (guloseimas) por apenas R$ Y,yy ...

Se você já pegou ônibus ou trem, com certeza já ouviu um desses discursos. Às vezes a gente nem quer levar nada, mas a retórica do ambulante é tão boa que nos convence e acabamos comprando o tal doce, ou outras das mais diversas quinquilharias como caneta-calendário, aquelas bolinhas que crescem na água, revistinhas de concurso público, etc.

E esses são só os mais tradicionais vendedores com seus produtos mais comuns também. 
Tem ambulante sem noção:
“Eu não sei falar, só sei latir. Halls, Halls, Halls...”;
engraçadinho:
“Compre uma empada e ganhe um Oi!” – aí a pessoa compra a empada e o cara fala: “Oooooii”;
tecnológico:
“Está no cinema e já está aqui na mão do camelô. DVD do Eclipse! Com quem você acha que a Bella vai ficar? Com o Edward ou com o Jacob? Compre aqui na minha mão e descubra. E se você estiver com medo do disco não funcionar, a gente testa aqui na hora” – sim, o cara vem equipado com um DVD Player de teste. Nem na loja você tem essa garantia!);
moderno:
O carinha vende aqueles corta-tudo de cozinha, demonstrando e com um alto-falante!;
com dor de consciência:
“Você aí que acha que o camelô está fazendo por esse preço porque é roubado, eu garanto! Não é roubado. Eu repito. Não é roubado!”
e descarado:
“Acabou de virar um caminhão ali da na Dutra e aqui na minha mão você leva pela metade do preço”

E aqueles caras que vendem o Meia Hora na época do caso do Ronaldo com travesti: “Extra! Extra! Depois da Mulher Melancia, e da Mulher Morango, Ronaldo saí com um novo tipo: A Mulher KinderOvo, aquele que vem com uma surpresa!”.

Sem dúvidas, essas coisas alegram a nossa viagem. Por isso eu acho o metrô um meio de transporte muito sem vida. Fica todo mundo em silêncio, não tem um mísero camelô vendendo bala... Andar de trem/bus é muito mais legal.

Mas, nos últimos meses, eu presenciei uma nova forma de entretenimento nos meios de transporte.

Estava lá eu, atrasada para a faculdade, e fiz sinal e peguei meu ônibus. Aí quando eu passo pela roleta, me deparo com, acho que, a maior figura que eu já dentro de um ônibus. Um carinha todo estranho com uns dreads na cabeça, o olho vermelho que só, amarradão, tocando uma espécie de banjo numa língua próxima do portunhol. Vou repetir pra você que não entendeu: UM CARA FAZENDO SHOW DE BANJO DENTRO DO ÔNIBUS! E o pior é que o maluco tocava bem! Só estava faltando a flautinha boliviana! Por isso, quando aquela música que ele performava acabou, todo mundo, acho que até eu, super aplaudiu!

Aí o maluquinho ficou todo emocionado, falando com um sotaque espanhol: “Ora, muito obrigado, muito obrigado. No esperaba tantos aplaussos... Muito obrigado! Essa musiquinha” – detalhe que ele não falou nem “musiquita”. Foi musiquinha mesmo! – “que eu acabei de tocar é una mistura de música brasileira, com indígena, com música latina....” – Aí eu me segurando para não rir, crente que já acabado, ouço – “Y ahora eu vou tocar una otra musiquinha para vocês que gostaram...Y para vocês que não gostaram também”.

Nessa hora eu quase que soltei a maior gargalhada. Eu não podia acreditar no que meus olhos e ouvidos me diziam. Era muito bizarro. Era um pocket-show, ou melhor, bus-show, de verdade! E ele ainda tinha completa noção do que estava fazendo!

A segunda música era muito parecida com a primeira, senão igual, e quando esta terminou, mais um monte de aplausos. E aí ele se despediu, e enquanto recolhia o couvert artístico (eu que estou dando esse nome), ia brincando com todos os passageiros, principalmente com as meninas (“Oh, chica. Estoy solo, quiero uma namorada... Tienes telefone?”). E aquilo só me fazia ter mais vontade de rir. E as pessoas deram dinheiro pra ele com o maior prazer! Teve um senhor que até falou pro Maluquinho-de-Dread: “Você faz aquilo que gosta e faz com amor! Continue assim! Parabéns!”

Naquele dia eu estava meio cansada, de saco cheio porque ainda ia ter que ir para a faculdade de noite e para uma aula tão inútil, mas depois do showzinho no ônibus, eu fiquei feliz. Já perdi a conta de quantas vezes já contei essa história porque, sério, foi muito marcante! Devia ter gravado aquilo com o celular pra mostrar pra vcs! E eu até ia dar um trocado pra ele, já que tinha alegrado tanto a minha noite, mas, como eu sabia que ele ia gastar com drogas, dada a vermelhidão de seus olhos, decidi não ajudar a sustentar esse vício.

E quando eu achei que não podia aparecer nada mais absurdo do que o Maluquinho-de-Dread, duas semanas depois eu peguei o mesmo ônibus e eis que me entra um PALHAÇO! Sim, um palhaço daqueles com nariz vermelho e tudo. Ai Jesus! Eu mereço! Depois daquele doido, agora me aparece um palhaço dentro do ônibus!

O palhaço era evangélico (menos mal), e fazia propaganda do seu grupo de teatro para possíveis festas infantis. O melhor da sua apresentação foi quando ele falou para a Jaqueline (ele se dirigia a todas as moças do ônibus como Jaqueline) ia colocar um telão lá no fundo e aí ia aparecer alguma coisa (não lembro mais o que era, só sei que era algo de última tecnologia, hahaha). Obviamente, não tinha telão nenhum, mas todo mundo (inclusive eu), não resistiu e olhou pra trás procurando igual a uns idiotas, hahahaha! Aí depois ele cantou uma música (sozinho, ninguém aceitou o seu convite de cantar com ele) e na hora de terminar a canção, o trocador ficou piscando a luz do ônibus para completar o grand finale. Sem brincadeira, ficou muito bom!

Teve um outro dia também que eu vi o mesmo palhaço parado na calçada se preparando para entrar em algum outro ônibus e há algumas semanas, eu presenciei um mímico entrando num outro busão passando.

Fico me perguntando o quê mais falta encontrar agora: Engolidores de Faca? Cuspidores de Fogo? (Isso já existe, mas por enquanto estão só nos sinais) Cortorcionistas? Equilibristas? Domadores de Leão? Daqui a pouco está o circo todo dentro do ônibus. E eu vou adorar se isso acontecer.
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domingo, 11 de julho de 2010

Restartando o colorido

O seu namorado termina com você. Você se debulha em lágrimas. E como não vê mais sentido em viver sem ele, pensa em se matar. Mas muda de idéia quando ouve aquela banda falar dos sentimentos que estão machucando o seu sensível coração partido. Só que depois de chorar, entrar em depressão, ameaçar cortar os pulsos e pintar o olho e o cabelo de preto, você enfim supera a separação e segue em frente. O mundo não está mais em xadrez preto e branco. É hora de recomeçar, de curtir e colocar cor na sua vida!

É mais ou menos isso o que aconteceu com os emos. Eles cansaram de serem tristes. Cansaram de fazer chapinha na franja e daquele guarda-roupa depressivo. Agora eles são felizes e só querem saber de curtição. Uhuuulll! Tal qual Mario Bros, os emos passaram de fase. E assim como o Pikachu evoluía para o Raichu, os emos também evoluíram para o tal do Happy Rock.

 O pior que é que os caras tem até nome relacionado a videogame

Mas engana-se quem pensa que todo esse pessoal apresenta alguma novidade estilística. Se os emos foram buscar inspiração no estilo sertanejo para compor e se vestir, os coloridos foram ainda mais longe. Abriram o baú dos pais, cataram as roupas que eles usavam quando foram ao primeiro Rock In Rio (naquela época ainda no Rio) e resolveram avacalhar logo de uma vez com os cabelos. Se o Fresno pode usar as calças do Zezé, eles também podem usar o corte do Chitãozinho!

Ó o cabelo como é igualzinho!

A grande ironia da coisa é que ano passado, eu fiz um post que falava pro Junior, que na época passava por uma fase de rebeldia tardia, apostar num estilo que tivesse mais a ver com o passado dele, e então ele não precisaria ter mais vergonha do seu passado e, principalmente, do cabelo que ele usava. Agora aparecem esses trastes com uns cortes obviamente inspirados no visual dos pais do Ju (sim, porque todo mundo sabe que Chitãozinho e Xororó são os pais de SandyJunior, que aliás é uma pessoa só, rs).

De certa forma, os coloridos são até um certo alívio para tanta chorumela dos emos. Pelo menos, eles são felizes, né! Não que eu goste deles nem nada, mas os caras que usam aquelas roupas em pleno 2010 não fazem a menor questão de serem levados a sério. E se um dia você se encontrar com uma dessas criaturas e mandar um “Você é ridículo!”, está arriscado a escutar um “Helloooo, disso eu sei, agora conta uma novidade, vai!”.

Tô nem aí, tô nem aí...

E a bizarrice dessas coisas dá até vontade de rir, embora letras, de tão sofríveis, façam chorar. É ainda mais engraçado ver que os adolescentes em pelo 2010 agora saem pela rua amarradões com aquele vestuário que só seria adequado numa festa brega, quando até alguns dias atrás eles mesmos tiravam o maior sarro das roupas chamativas dos anos 80. Fora a cegueira das meninas, que parecem ter algum problemas nos óculos da moda para acharem esses doidos com cabelo do Chitão bonitos.

Ah, sim! Quase esqueci dos nomes! Toda dupla sertaneja que se preze tem que ter nome artístico e os nomes dos garotos coloridos são muito bons! Fiuk, Pe Lanza, Pe Lu... Não parecem saídos de um gibi da Mônica? Eu super ia comprar um gibi que tivesse o título de “As aventuras de Pe Lu e Pe Lanza” ou “Turma do Fiuk”, de verdade. Parece ser uma revistinha legal!

Não vou chorar, nem vou me arrepender...

O que não é o poder da indústria da moda, né? Aqui em casa a gente tem uns óculos desses coloridos que os meninos do Restart usam (originalmente das antigas, claro) e só o colocávamos em alguma peça da escola, ou para tirar uma foto engraçada. Agora você anda na rua e vê todo mundo com um desses na cara. E apesar disso, eu não tenho essa coragem de sair com isso em público, mas sabe que eu acho os óclinhos até simpáticos?

A única coisa que entristece mesmo é que o Restart dos anos 80 proposto pelos coloridos fica só no visual. A descontração, a alegria e o senso de humor resgatados da década mais sem noção da cultura pop (e por isso mesmo, tão inspiradora) infelizmente ficam devendo quando você vai olhar as letras, que de tão pobres parecem pedir uma esmola de rimas diferentes dos sufixos do infinitivo. Isso quando tem alguma rima. Tristemente, eles são só a geração do miguxês com um guarda-roupa novo velho. 

Pô, até o nome da revistinha ia ser igual!
Mentira, ia ser nada. 
A nova versão ia vir com tudo ixcrito axim...

Como disse também em outro post do ano passado, o pop do Brasil anda numa decadência só. Tá difícil de aparecer alguma coisa original que se sustente pelos méritos da música e para tocar em português (ou algo parecido com a língua materna) nas nossas próprias bandas, só apelando para a avacalhação. Ao que tudo indica, parece que tomamos um Game Over no Jogo do Conteúdo e agora temos que conviver com um restart piorado daquilo que um dia foi símbolo de “nova onda”.

 De caretas os caras são bons, agora de música mesmo...
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domingo, 4 de julho de 2010

Brasil, Uruguai e Botafogo!

Um primeiro tempo espetacular. Logo no início, gol do Robinho. Passe, olha só que absurdo, do Felipe Melo! Eu e o Brasil inteiro achamos que já estava no papo. Suco de Laranja no café. Ô delícia! Ledo engano. Duas bolas na área, um gol contra, um jogador expulso (sim, ele mesmo! Felipe Melo!), um time descontrolado e, puf! O Brasil está fora da Copa. Foi doído. Muito mais que em 2006, porque o pior é que esse time era bom!

Foi doído porque a gente sabia que merecia ganhar. Foi doído porque a gente via que os jogadores estavam dando o sangue em campo. Foi doído porque o Júlio César chorando era de cortar o coração e o Lúcio, ai gente, o Lúcio tava jogando muito, &%#$!

Há quem diga que a campanha anti-drogas do Dunga foi o que arruinou a seleção brasileira, que ele devia ter levado o Ganso, o Neymar, o Ronaldinho Gaúcho, etc. Mas poderíamos muito bem ter ganhado não só da Holanda, mas Copa, sim, sem todo esse pessoal. O time do Brasil não estava devendo nada a esses outros que ficaram. Faltou equilíbrio ao Brasil, mas eu prefiro um time que perde se esforçando, do que um apático, que não está nem aí.

Vamos fazer uma retrospectiva.

Campanha pré-2006: Toda vez que tinha uma convocação, a imprensa anunciava que tal jogador não havia sido liberado por tal clube, que fulaninho de tal não ia poder jogar porque o cachorro morreu, o outro não podia vir porque a avó ficou doente.... Era um festival de desculpas esfarrapadas de um pessoal que já tinha ganhado todos os títulos coletivos e individuais possíveis e, por isso, mesmo balofos, tinham vaga garantida na seleção. Amistosos imbecis, as estrelas da seleção protagonizando milhares de comerciais, mulheres agarrando o Ronaldinho (como tem gente cega nesse mundo!)... Já é! A Copa do mundo é nossa!

2006. Estavam lá Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fofômeno, Adriano, Kaká, e diversos outros craques. O Brasil não empolgou em nenhum jogo. E toda vez que o negócio estava ruim, o técnico ficava com medo de tirar os medalhões porque “a qualquer momento eles poderiam decidir a partida”. Não decidiram. O Roberto Carlos ficou lá ajeitando a meia, o Fofômeno só fez gol para atingir a marca do Pelé, o país chorou e depois eles foram pra uma festa bem bombante comemorar.

Não era de se esperar que a gente tivesse perdido em 2006 com esse histórico. Uma seleção sem comandante, que fazia o que queria, todo dia um escândalo... Era preciso alguém que colocasse ordem na bagaça. Chamaram o Dunga.

Campanha pré-2010: Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Adriano começaram no banco. Kaká jogou bem, ganhou a vaga. Aí o Kaká se machucou. O Brasil fez uns jogos que não saía do 0x0. A torcida chamou o Dunga de burro. (Confesso a você que nessa época eu não levava fé no time). Só que depois o Kaká voltou jogando muito e a seleção começou a ganhar tudo. Com direito a virada em cima dos EUA na final da Copa das Confederações e muita zoação em cima do Ashton Kusher! Enquanto isso, o Gaúcho não jogava nem no seu clube. Falava-se até em aposentadoria do feioso. Adriano também ameaçou parar de jogar, ganhou título ano passado, mas esse ano, bebeu, engordou, bateu na mulher e sabe-se lá o quê mais fez naquela Vila Cruzeiro. Não dá pra levar esses trastes pra Copa, vamos combinar!

Sim, saímos na mesma fase que demos adeus a Alemanha, 4 anos atrás. Sim, ganhamos os mesmo títulos que ganhamos no ciclo anterior, mas a seleção da época não merecia ganhar. Não havia esforço nem para correr na esteira! Que dirá para correr atrás de um resultado. E essa de agora jogava muito melhor, e sem todos esses craques “decisivos”. 

Vocês acham que Ronaldinho Gaúcho ia fazer alguma coisa? Não fez NADA em 2006, assim como o Messi não fez NADA em 2010! E o Neymar e o Ganso iam fazer muita coisa naquele time inexplicavelmente desconjuntado no jogo da eliminação, né? Ah, mas ele levou o Josué, não tinha opção de banco! Tá, podia ter levado alguém diferente no meio de campo, mas o Felipão também levou o Vampeta em 2002! Lembra aí: Vampeta, Edílson, Denílson! Só tava faltando o carinha do Rebolation pra completar o trio elétrico (se bem que o Denílson era mais de pagode. Sério. Ele tinha um grupo de pagode de verdade!) E a zaga, hein! Lembra que o Lúcio não era confiável? E do Roque Júnior? E do Anderson Polga? (confesso que desse eu não lembrava!). Toda vez que o outro time atacava, o coração batia mais forte do que deveria nessas situações.

Perdemos para a Holanda, mas futebol é assim mesmo! Demos azar em 2010. O trabalho foi feito do jeito certo. Se bobear, o time de agora era melhor que o de 2002. Mas nem sempre o melhor ganha, né! Estou com o Dunga, nem vem! Essa seleção merecia um resultado melhor do que obteve, mas pelo menos, vimos um time lutando em campo. E também teve a Argentina que voltou para casa cedo (de lavada), e a gente não teve que ver o Maradona pelado. O mais engraçado é que os argentinos receberam o Dieguito como se tivesse vencido a competição! Vai ver estão agradecidos por não terem de vê-lo nu também...

O que aconteceu foi que a Holanda entrou provocando e o Brasil entrou na pilha. O excesso de vontade de vencer desequilibrou a equipe inteira. É mais ou menos o que acontece quando joga Botafogo e Flamengo. O Flamengo entra fazendo teatro e o Botafogo com o melhor time, como quer ganhar jogando limpo, se ferra!  E como disse, prefiro um time que peca por execesso e tem jogador que dá cartão pro juiz, do que um que fica esperando milagre do craque da equipe. E também, de nada adianta um time bom quando se tem Mick Jagger na torcida!

Mas a Copa continua, e como sou botafoguense, e ahora soy Uruguay desde niña! Porque Loco Abreu é o Fogão na Copa! E o que foi aquele jogo, aquele pênalti no último minuto, aquela cobrança do Abreu? É a história bonita do futebol sendo escrita ali diante dos nossos olhos. Não foi dessa vez que a gente trouxe a taça pra casa (sim, porque o primeiro a ganhar 3 vezes a Copa fica com a taça pra sempre, sabia?), mas 2014 tá logo ali com um mês de férias pra todo mundo, e muitas outras emoções para viver. Porque Copa é assim, feita não só para ser vista, mas principalmente para ser vivida.
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