sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Limpando meu armário

Lembra quando eu falei que a chuva tinha acabado com a minha cômoda e eu estava até sem cama no Natal? Pois então, meu pai e meu avô fizeram uma “cirurgia” e conseguiram salvar a cama. Agora a cômoda não teve jeito, foi perda total. Então, a gente teve que encomendar uma nova, que só ficou pronta esses dias, um pouco antes do carnaval.

E como eu não curto carnaval mesmo, aproveitei os dias de folia para dar uma limpa não só na antiga cômoda (a gente tinha que tirar as coisas de lá pra colocar na nova mesmo), como também no quarto, no meu cantinho de estudo e no, por muitos anos intocado, armário.

O Eminem sabe do que eu estou falando

Como a gente não fazia esse tipo de faxina completa há muito tempo, o processo foi bem demorado (quase um dia para cada etapa) e um pouco cansativo. Mas também foi uma verdadeira viagem no tempo.

Você não tem noção do que a gente achou dentro dessas gavetas/ guarda-roupas! Dentro deles tinham coisas que eu já devia ter jogado fora há séculos, coisas que eu nem lembrava mais que existiam e outras que eu nem sabia da existência.

Felizmente, não tinha nenhum monstro no armário

Encontrei fotos, rascunhos de um monte de bobagem (estavam lá o princípio do Meg’ame e os convites do aniversário da Anne), presentes personalizados, cabides, revistas velhas (desde Sci Fi de 2004, com capa do Tom Welling, passando por Atrevida da mesma época com o Felipe Dylon zoado em todas as fotos, até gibis e o Almanacão da Mônica e a Revista Recreio), o primeiro e único exemplar da nossa revistinha das Heroínas CPEM – Contra as Patricinhas da Escola e do Mundo (hahaha!) - publicado pela Editora Legal, um pôster do Harry Potter, um jornal com a Vanessa Giácomo na capa assinada pela sua sósia, minha professora de história (hahaha!), remédios(???), um pedaço de pizza (brincadeira, mas teve uma vez que a gente achou um pacote de biscoitos mesmo) e um monte de dinheiro (ah, como é bom achar dinheiro! Toda vez que a gente encontrava mais em qualquer forma, gritava: “DINHEIRO $$$$”, hehe)!

É claro que essas coisas com valor sentimental (e o dinheiro, obviamente), a gente guardou pra sempre que estiver fazendo a faxina, achar de novo e aí ficar lembrando desse tempo que não volta mais. Em parte, é também por isso que ela demora tanto. Porque cada uma dessas coisas tinha uma história por trás que a gente foi recordando a tarde toda com o maior prazer.
Infelizmente, não tinha nenhuma passagem pra Narnia também

Mas de nada adianta fazer uma limpeza se for pra deixar tudo lá onde estava. E aquele armário estava implorando por uma havia tempos. Desentulhamos montes de provas e trabalhos acumulados desde o primário (!), fora todos os deveres do curso de inglês.

Quando você digita “A vida é feita de” no Google, ele completa assim:
•    Escolhas
•    Atitudes
•    Momentos
•    Encontros
•    Ciclos, etc.

Mas é claro que o Google diz isso porque ele é um servidor virtual, porque se fosse uma pessoa arrumando o armário, com certeza ia dizer que a vida é feita de... papel. Toneladas de papel.

Sabe quando tinham aqueles sorteios de casas no Faustão e aí tinha uma pilha enorme de cartas em que as dançarinas ficavam nadando ali dentro? O meu quarto ficou mais ou menos assim. Eu tive que pegar um saco de lixo daqueles bem grandes pra caber tudo. E quase que não coube.

E não pense que a gente jogou tudo fora sem olhar. Mas observar tudo isso foi até bem divertido. Observamos cada lauda e vimos como a gente mudou de lá pra cá!

As letras, por exemplo! Não sei nem dizer se mudaram pra melhor ou pra pior, mas, com certeza, eram escritas com mais paciência. Tanta paciência que usávamos até canetas coloridas pra enfeitar o caderno. Hoje em dia, SE a gente copiar alguma coisa, já é algo muito raro. Aliás, caderno é outra coisa que eu também já não sei o que é hoje em dia. Só um bando de folhas perdidas e bagunçadas dentro de qualquer pasta.

Pois é, eu era uma pessoa organizada. Eu até fazia esse tipo de faxina com uma certa freqüência! Que vergonha! Quando a gente cresce, devia ficar menos bagunceiro, não o contrário. Minha irmã diz que é porque conforme a gente vai ficando mais velho, a quantidade de papel vai aumentando muito e aí a gente não consegue acompanhar esse crescimento de desperdício de árvores e deixa tudo zoneado mesmo.

Bom, pelo menos foi reconfortante ver como a minha escrita melhorou de lá pra cá. Nossa, peguei uns textos que a profª mandava fazer na 4ª série e deu a maior vergonha. Frases mal-estruturadas, expressões mal-escritas... Até as redações do curso de inglês ficaram melhores com o passar dos períodos. Um monte de preposições erradas, Jesus! Por que os professores não faziam o seu trabalho e corrigiam, né? Não, eles ainda diziam que estava bom! Mas isso é normal. Ruim mesmo seria se eu chegasse à conclusão que os textos de hoje são da mesma qualidade de uma menina de 10 anos.


A gente cresce, deixa o armário bagunçado, depois ele se vinga da gente

No final, foi bem libertador tirar 10 kilos de papel do quarto. Mas até que no meio de toda essa herança egípcia, conseguimos salvar um exercício com uma bobagem histórica aqui, uma redação engraçada ali, um poema escrito na aula acolá...

E também foi um pouco estranho encontrar tanta velharia entulhada. Muitas das coisas parecem que pertenceram a outra pessoa que não eu. De certa forma, foi como um encontro com uma versão distante da pessoa que sou hoje. E um encontro com uma versão muito próxima da que vos escreve também.

E escolher o que ficava e o que ia embora, na verdade, também significava escolher do que queríamos nos lembrar e o que queríamos apagar de vez da nossa memória. De vez em quando, o nosso passado nos dá vergonha e a gente tem que se livrar das provas que comprovem que aquilo foi real. E isso não tem a ver só com o que éramos, mas também com o que somos e principalmente, com o que queremos ser.

Pensando nisso, aliás, até que o Google não estava tão errado em suas divagações sobre a vida. A vida é sim feita de escolhas, momentos, encontros, ciclos... Principalmente para uma pessoa limpando o armário.
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sábado, 13 de fevereiro de 2010

CEO (Coisas que a Esther Odeia) #01: Carnaval

Oi.

Apesar do que a dona deste blog alega junto de todas as nossas amigas, eu não odeio tudo. Talvez eu simplesmente não seja predisposta aos mais ou menos. É claro que eu gosto um pouquinho de uma porção de coisas, mas, na maioria das vezes, não gosto, ou se preferirem: odeio. Seguindo esses caminhos extremos, eu me reservo a gostar realmente de poucas coisas, entretanto, não apenas “gosto”, amo.

Amo ler. Aliás, essa é uma das atividades que menos gera comentários do tipo “EU ODEIO”. Costumo valorizar bastante o trabalho do escritor; até mesmo me considero uma leitora fiel (daquelas que percebem o quão ruim o livro é, mas segue lendo-o para simplesmente terminá-lo), característica a qual não é compartilhada pela minha irmã. Se ela não gosta, não gosta; larga o livro em qualquer canto e nem se importa em ler seu final.

De qualquer forma, o fato é: eu odeio uma quantidade enorme de coisas, sejam elas programas televisivos, pessoas famosas e suas atitudes, músicas... Então é melhor seguir o roteiro e dissertar sobre uma delas. Proposta é proposta. Não há como fugir dela. Minha editora/irmã provavelmente espera que eu siga o meu contrato.
   
    Eis o tema do meu primeiro post: Eu odeio carnaval.
    Só para esclarecer: Eu não odeio o Chris nem amo o Raymond.

Não se enganem! Eu adoro feriados. Não fazer absolutamente nada é um dos meus hobbies. Mas tudo que envolve o carnaval não me agrada, ou melhor, me enoja. Quando digo que odeio carnaval, refiro-me ao do Rio de Janeiro. Desconheço-o nos outros estados e simplesmente não posso julgá-los. Assim, o objeto de minha análise é o carnaval carioca. 

À primeira vista, tudo parece tão colorido e feliz que odiá-lo definitivamente é apenas um motivo mesquinho de criticar a festa mais popular do Brasil. O que me obriga a explicar: essa beleza para mim é questionável, na verdade, chega ao status de repulsa quando paro e reflito um pouco sobre ela. 

Provavelmente meus termos podem soar fortes e até ofensivos, mas gostaria de dizer que as pessoas as quais gostam de carnaval têm total direito de discordar. Não escrevo para impedir ou forçar que desgostem do que gostam, apenas para reforçar o quanto não gosto. Assim finalizando essa saturação do verbo usado incontáveis vezes nesse mesmo parágrafo.

Odeio a também saturação de propaganda na televisão sobre escolas de samba. Noite e dia só é possível escutar os estrondos dos instrumentos de percussão e os berros dos tais puxadores. Em sua grande maioria, gordos, movidos a altas doses de cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica. È irritante como logo após o Natal, tudo gira ao redor disso. O motivo: a alegria barata das massas. Sim. Porque existe forma mais fácil de enganar quase 190 milhões de pessoas do que promovendo festas?

Certamente não. Mas fingir que todos se importam 24 horas com a corrupção e os problemas nacionais é hipocrisia. Eu mesma me incluo nesse grupo gigantesco de pessoas que cansaram de assistir aos jornais. A impunidade tornou-se mais uma ala indispensável no grande carnaval que vivemos durante todo o ano.

Entretanto, para mim, parece animalesco demais todo esse propósito persistente até a quarta-feira de cinzas. Pessoas embebidas de suor e álcool saltando dizendo divertir-se não é a minha definição de satisfação. Obviamente ela não necessariamente precisa restringir-se a livros e teatro, ou à cultura aristocrática. Ir ao cinema e assistir a um blockbuster é divertido e não tenho nada contra. Assistir ao Rob Schneider dizendo bobagens não me irrita, apenas não é lá muito engraçado. Se ele suprir o seu, prossiga! O mesmo vale para o Adam Sandler, Dwayne “The Rock” Johnson, Ben Stiller... 

O segundo fator que mais me ultraja é o completo vazio das tais letras culturais dos sambas-enredo das escolas. Por Deus! Dizer “Ô Ô, Abraça-Flor é amor” não é rima, muito menos se assemelha ao mínimo que se pode exigir de uma poesia ou letra de música. Fingir que o seu tema é vasto em possibilidades de mostrar o quanto a literatura brasileira é rica é intragável. Temas repetidos e batidos como o descobrimento do Brasil preenchem os ouvidos em uma forma falsa de “culturar” um dos prazeres menos racionais que o homem inventou.

O ideal sempre manjado de ser pseudoinstrutivo é uma tolice sem tamanho e não tem sentido. Se querem voltar aos tempos dos bacanais e curtir sua libertinagem livremente, sem problemas; mas encobri-la com um véu finíssimo de candura e intelectualidade é certamente uma estratégia que beira o ridículo. A culpa é em grande parte da TV, afinal, transmitir pornografia em horário nobre é imoral, enquanto mulheres nuas abraçando uma bandeira, jurando ser puras e que seu trabalho repousa sobre os braços da arte – como se esta permitisse tudo –, é belo. Para mim, é feio, ou melhor – ou seria pior? –, horrível.

Assim, o último fator e possivelmente o mais importante, aquele que provoca náuseas e em muitas vezes explosões de completa fúria é a superexposição de mulheres sem roupa. De fato comentar se as donas dos tais “corpos esculturais” são gênios ou vegetais quando se trata de pensar, não é certo, ao menos não politicamente correto, afinal, o assunto abrange política e a péssima educação que o povo recebe. Do que posso falar é do quanto as mulheres, em sua ilusão de endeusamento, na verdade não passam de objetos nessa semana de “festa”.

Mentira deslavada essa sobre nossas passistas serem o que nos representa e o que representa o país como um todo. Dessa forma, o que nos define são alguns dias e nádegas? Talvez por isso ouve-se com grande freqüência como o país é uma bosta (com o perdão do trocadilho).

Irrita-me como através de fotos e filmagens em loop de figuras femininas desnudas, a imagem que o mundo inteiro tem sobre todas as demais mulheres brasileiras serem “fáceis”, como seres de intelecto inferior cuja vontade e cujo raciocínio não são relevantes.

Seria a culpa dos estrangeiros preconceituosos? Não! A culpa é de todos os que permitem e divulgam abertamente, tomando-o como verdade, o conceito de uma população sem pudores e animalizada (no estilo Tarzan). Não seria demais dizer: sem roupa, sem cérebro...

Odeio, odeio mesmo como os americanos e europeus nos vêem. Odeio como não temos moral alguma para exigir mais respeito. Odeio como desvalorizamos fatores realmente importantes como educação e saúde enquanto empurram goela abaixo uma cultura dita puramente brasileira. Odeio perceber que não lemos, que não produzimos e quando o fazemos são em proporções mínimas. Odeio o posicionamento que tomamos ao largar direitos e assumir esse jeitinho brasileiro que exige pouco porque é facilmente manipulado ao satisfazer-se com uma mulher pelada na TV e uma lata de cerveja por uma semana. Afinal de contas, o carioca é malandro e sua “esposa” ou “amante” vive sua vida rebolando e sambando.

Odeio ver os propósitos feministas — não que eu seja uma, apenas defendo a inteligência e perspicácia feminina. Na verdade, acredito mesmo que mulheres são mesmo mais inteligentes, mas isso não vem ao caso. — sendo varridos junto com a purpurina que descola das microfantasias.

Odeio tanto o carnaval que poderia extingui-lo. Mas não tenho o poder nem o direito de fazê-lo. Pelo menos posso escrever o quanto adoraria concretizar um sonho há anos guardado.

PS.: Eu deveria ter sido um pouco menos enfática. Eu sei. Desculpas pelo entusiasmo. É... Espero que gostem do blog. Já disse como a Elisa é legal? Porque ela é. E...Ah! Eu não a odeio.
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

15 razões porque Lost é Lost

Dia 22 de Setembro de 2004 

O avião do vôo 815 da Oceanic Airlines cai numa ilha misteriosa, deixando algumas dezenas de sobreviventes e assim embarcamos na série mais comentada dos últimos de TODOS os tempos.

Não há palavras para descrever o que Lost significa (não vem com graça dizendo que quer dizer Perdidos, disso eu sei). Há quem diga que a TV se divide em a.L e d.L (antes de Lost e depois de Lost). Lost é uma verdadeira revolução no modo de se fazer e ver TV. Tem uma trama absolutamente intrínseca e ao mesmo tempo envolvente, com personagens tridimensionais e que a gente torce com facilidade. Lost não QUER SER. Lost é!

Enfim, eu não sou a maior especialista em Lost, mas com a estréia no Brasil da última e mais aguardada temporada final da história, nada mais justo do que o seriado ganhar uma listinha. Se você está por fora e quiser ler mesmo assim, fica tranqüilo, a lista é livre de spoilers.

Vamos lá então:

15 razões porque Lost é... Lost!
(porque eu não podia perder a oportunidade de usar um dos Números, né)

1.    Porque Lost é mundial
Em que outra série você veria americanos médicos ou ex-presidiários, asiáticos matadores de aluguel, árabes terroristas, africanos traficantes, um descendente de latino ganhador da loteria, um brasileiro que quase não fala e até um hobbit que tocava numa banda de rock? A premissa de fazer uma série que começa com um acidente de avião abre caminhos para colocar pessoas de todos os lugares do mundo, evidenciando assim a grande aldeia global em que vivemos (tanto na série, quanto depois do episódio, quando todo mundo – todo o mundo mesmo - corre pra internet pra discutir as nuances de cada episódio). E com as histórias do passado que se cruzam o tempo todo, a gente fica pensando: “Será que eu já não conhecia esse meu amigo de algum outro lugar?”. Sério, o povo da escola realmente fez essa pergunta.

2.    Porque Lost é uma série com tudo dentro
Sem dúvida o grande trunfo do seriado é colocar um monte de perguntas na nossa cabeça e mesmo quando as responde, tratar logo de encucar outras interrogações em nossa cachola. Mas se fosse só isso, a série não duraria tanto tempo. Lost tem mistério, romance, ação, comédia, drama e, claro...mais mistério! Aí os nerds assistem porque tem ficção científica, os pitboys assistem porque tem explosões gratuitas, os românticos assistem porque dá pra torcer pelos casais, os desencanados assistem pra rir dos apelidos do Sawyer... E até os acadêmicos assistem... 

3.    Porque Lost é cultura. Muita cultura!
Os produtores e roteiristas de Lost são pessoas cultas. Parece que os caras já leram ou estudaram toda a enciclopédia e a cada episódio são jogadas milhares de referências culturais. Só com relação a nomes temos homenagens a John Locke, Rousseau (filósofos iluministas), Faraday (físico), o Jack é Shepard (pastor em inglês, porque ele é o líder do grupo, ha!), a Kate é Austen (a escritora mais importante da literatura inglesa), o filho da Claire chama Aaron (Arão da Bíblia), e por aí vai.

A última ceia, a la Lost

Também há referências ao experimento da Caixa de Skinner, trechos e personagens bíblicos, o Big Brother de George Orwell, citações de outros seriados, constantes, variáveis, e o buraco de minhoca que faz viagens no tempo (é sério. Essa teoria existe mesmo! É tudo ciência!).

4.    Porque faz a gente querer estudar
As referências científicas/filosóficas/bíblicas/históricas são tantas que é impossível catar todas. Mesmo assim, você não fica perdido (ha!), se não souber disso tudo. É só um tempero a mais. Só que dá a maior vontade de saber essas coisas todas porque, quanto mais você estuda, mais embasamento tem para elaborar suas próprias teorias sobre os mistérios que a série propõe. Se você quiser estudar Lost, acesse LostPedia. (nada mais justo do que Lost ter a sua própria enciclopédia, né!) Ai, ai, só Lost mesmo pra fazer a gente ter vontade de estudar.

5.    Porque Lost é filosofia
No meio de todas aquelas explosões, monstros e ursos polares, Lost também é uma série profunda, complexa e faz a gente pensar. Ela propõe umas discussões interessantes do tipo: a discussão da eterna disputa entre a ciência vs. a fé (representados por Jack, e Locke, respectivamente), o debate entre destino x livre arbítrio (mais uma vez representados pelos 2), o mito da caverna de Platão (essa daí está em todos os lugares, até fora de Lost, não adianta fugir. Tudo é o mito da caverna, acredite)... Fora aquela pergunta lá do início (que nada mais é do que a Lei dos 6 passos) e tem gente que vê até discussões sobre teorias econômicas na série...

Sabe, eu nunca gostei de estudar essas filosofia no colégio, mas acho que se o professor passasse Lost na sala de aula, ia ser muito mais legal, porque Lost é cultura, mas tudo isso está disfarçado do mais puro entretenimento a serviço da cultura pop. Ô coisa boa!

6.    Porque dá vontade de gritar no final do episódio

Na verdade, dá vontade de gritar no meio também. Mas principalmente no final, quando vem aquele gancho desgraçado que vai nos faz querer assistir ao próximo episódio imediatamente. O urro fica ainda mais forte quando é final de temporada e a gente sabe que vai ter que esperar UM ANO INTEIRO até a série voltar. Quando a série faz a gente vibrar assim, é porque ela é muito boa, não tem jeito.

7.    Porque “o que aconteceu, aconteceu”
Quando o Faraday está explicando o nó que é esse negócio de viajar no tempo, ele solta a seguinte pérola: “O que aconteceu, aconteceu”, que poderia ser uma frase óbvia, mas dentro do contexto faz sentido e eu ainda acho que era uma mensagem subliminar dos roteiristas que, inclusive, resume um pouco a história da série. Quer dizer, desde o início os produtores sabiam onde eles queriam chegar, não foram rumando a esmo. Estava tudo escrito. Maktub. A gente é que não tinha conhecimento suficiente para colocar as peças todas juntas.

Selva de Pedra
Até porque uma série que se sustenta em suspense não pode abrir tantas perguntas sem saber as respostas. É legal ver que os caras tinham um plano desde o início. (Não é igual Heroes, que o produtor já admitiu publicamente que não sabe mais o que fazer com a série.) E conforme as temporadas vão passando, as lacunas todas vão se encaixando e as coisas mais mínimas são retomadas inúmeras vezes de pontos de vista diferentes e os personagens todos se encontrando no passado...Adoooro!

7. Porque fica cada vez mais doido
Para uns isso é ruim. Eu me amarro. Quando a gente pensa que não tem como ficar mais louco do que está, Lost vai lá e mostra que dá sim! Uma ilha tropical que tem urso polar, um monstro misterioso, propriedades curativas, confronta as pessoas com o seu passado e servia de experimentos científicos de uma iniciativa pirada, passando por um povoado que parou no tempo há mais de 30 anos e uma seqüência de números que se repetem a todo instante? Não, pára! É muita loucura isso!
E eu não falei nem 10% das maluquices que tem. Sim, é por isso que eu gosto de Lost. A trama é tão absurda, tão absurda, que eu acredito em tudo que ela propõe, e olha que eu não sou disso.

8.    Porque dá vontade de comentar URGENTEMENTE o episódio
Por ser um seriado com um enredo superenrolado com milhares de perguntas, teorias muito piradas, e surpresas de fazer nosso queixo cair e querer gritar pra TV, Lost dá uma vontade INCONTROLÁVEL de comentar o episódio porque o choque é muito grande e com certeza a gente nunca consegue captar todos os detalhes.
Vou fazer uma previsão: dia 22 de maio de 2010, a Internet vai parar. Só vai dar Lost. Primeiro, vai ter o aquecimento pré-Series Finale. Depois, vai ter o torramento durante o episódio. E finalmente, quando tudo acabar, TODO O MUNDO vai baixar e depois comentar o episódio. Ainda bem que eu não tenho Twitter, porque senão estava perdida (juro que dessa vez foi sem querer).

9.    Porque até os episódios ruins são bons
Existem as séries de TV. E existe Lost, que está um patamar acima de todas as outras. E aí, até quando um episódio é ruim, para os padrões de Lost, ainda é bom, para o padrão das outras.

10.    Porque a narrativa de Lost é um caso à parte
A narrativa não-linear de Lost, que primeiro fazia flashbacks, depois passou para flashfowards e finalmente ficou pulando como uma vitrola quebrada, com os personagens perdidos não só naquela ilha muito louca, mas também no próprio tempo. Eu também acho que o nome e o jeito da série de contar a história também faz ruma brincadeira com nós espectadores, porque, vamos combinar, estamos sempre perdidos no meio daquela doideira. Por fim, quem acompanha o seriado percebe que, apesar de os personagens estarem obviamente perdidos naquela ilha desconhecida até pelo Google, é ali que eles realmente encontram um sentido para suas vidas. Profundo, hein! Isso tudo de um nome absolutamente inocente.

11.    Porque cada personagem é importante 
Geral posando pra "foto"

Cada personagem é peça importante para montar o grande quebra-cabeças que é a série. Nem que seja para morrer, o personagem tem sua significância. Com exceção do Rodrigo Santoro, claro, que só desembarcou no Havaí pra fazer m***, literalmente! Mas então, tirando o Santoro, todo mundo tem um draminha pessoal e quase sempre ganha um episódio com flashback/flashforward só pra ele. Sobre o meu preferido... Que mané Jack, que mane Sawyer! Meu personagem preferido é o Desmond!

12.    Porque Lost não é só uma série de TV
Lost é o exemplo perfeito da convergência das mídias. Tem episódio no celular e jogo de RPG pela internet. E muito, muito conteúdo online extra-série. Você pode ser cadastrar e obter uma carteirinha da Lost University ou se inscrever para o programa de seleção da Dharma (sério, uma professora minha fez isso). Tem até livro que o Sawyer achou no avião que foi publicado depois. O bacana desses joguinhos de RPG são as páginas fake que parecem reais.

13.    Porque os fãs de Lost são loucos

Os fãs de Lost são tão pirados quanto o seriado. Para eles, tudo pode ser uma pista para desvendar o mistério da ilha. Pra você ter uma noção, eles assistem o episódio EM CÂMERA LENTA para captar os mais minúsculos detalhes! E na Comic Com desse ano? Tinha gente com cartazes com pedidos de casamento e camisetas com os rostos dos produtores (que estão longe de serem bonitos). Era uma histeria no nível Xuxa na época de ouro. Dá só uma olhada aqui. 

14.    Porque os produtores sabem disso
Agora, se as pessoas ficam assim, a culpa é dos produtores, que só atiçam os fãs da série com uns easter eggs (ovos de páscoa) safados - tipo os números em todos os lugares possíveis e impossíveis, uma lata de tinta com a palavra “futuro”, ou ainda um quadro com um urso polar escrito “namaste” ao contrário -  pra testar quem prestou atenção mesmo no episódio. Às vezes os ovinhos são pura brincadeira. Mas vai falar isso pros Lostmaníacos? Eu não sou doida de ficar colocando as coisas em câmera lenta, mas adoro essas gracinhas que os continuistas fazem com a gente. Aliás, ser continuista de Lost deve ser dureza. Porque para os fãs até uma inocente sombra fora do lugar pode gerar uma nova teoria mirabolante.

Ô Darlton, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!

Outro exemplo de como os produtores da série sabem do tamanho da paixão dos Lostmaníacos também se viu nessa mesma Comic Com com fãs enlouquecidos munidos de presentes e camisetas personalizadas. Darlton (como eles são chamados) armaram o maior teatrinho na coletiva, com direito ao Ben fazendo teste pra Hurley e o Sawyer roubando o papel com o roteiro do episódio final da série. Divertidíssimo. Eles merecem! Eles merecem!

15.    Porque Lost adiou até o discurso do Obama
Lost está com tanta moral que até o Obama adiou o seu tradicional discurso do dia 02 de fevereiro só pra não atrapalhar a estréia da temporada final de Lost. (Ai dele se são adia o discurso também. O mundo todo ia ficar contra ele! Até eu já estava xingando o cara aqui.) Com Locke, Yes, We Can!

Ufa, fim da lista!
Mordendo as unhas pra temporada final. Só não vale matar o Desmond ou vir com aquele final a la Matrix com tudo começando de novo e de novo. De resto, tá valendo tudo (acho).
Te vejo em outra vida, brotha!
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Hoje vai ter uma festa...

Bolo de fubá
Muita água pra beber
É o seu aniversário...
Aeeeee! 1 ano de blog!

Há exatos 365 dias, eu tomei coragem e comecei esse blog, que eu tinha prometido criar como resolução de ano novo.

De lá pra cá, ele não mudou muita coisa, nem cresceu tanto, até porque essa nunca foi a intenção mesmo. Não tenho nenhuma pretensão de fazer desse cantinho uma forma de ganhar dinheiro ou coisa do tipo, nem de virar blogueira profissional, e nem de ser uma celebridade virtual, ou que as opiniões postadas aqui tenham grande impacto sobre a sociedade num geral. Até porque isso ia dar muito trabalho. Não tenho paciência para ficar batendo boca com gente desconhecida.

Da última vez que eu postei alguma coisa nem tão polêmica, tive que tirar o post do ar porque um portal copiou o texto na íntegra, sem consultar, e deixou o link daqui como forma de dar o crédito. Resultado: não demorou muito para aparecer um ativista querendo tomar satisfações sobre o texto e aí eu tive que entrar em contato também com o cara do portal pra tirar o post de lá, porque senão, não ia adiantar de nada eu apagar aqui. Agora eu sei como a Xuxa se sente...

Pois então, o objetivo do Inútil Nostalgia sempre foi simplesmente eu ter um cantinho para publicar as coisas que eu gosto de escrever, porque é uma paixão minha desde pequena. A professora do C.A. mandava os alunos fazerem uma frase com a palavra CASA, e aí todo mundo fazia: “A casa é amarela” ou ainda “A caza é grande”. As minhas eram sempre muito complexas tipo: “A casa era de palha e por isso foi levada pelo vento”. Tá, esse pode não ser um exemplo totalmente verdadeiro, mas era mais ou menos assim mesmo. E eu me lembro bem que a tia realmente pediu uma frase com CASA e sempre comentava a criatividade das minhas. Frases, quero dizer.

Quem acompanha desde o início, percebe que o blog continua(va) o mesmo layout desde o começo. Além de eu não ter muito talento na área de design, também acho que esse daqui atende perfeitamente às necessidades do blog (que não são muitas), eu já me acostumei com ele, e seria até incoerência da minha parte ficar mudando tudo assim, sendo que logo no primeiro post eu dizia que tinha aversão a mudanças e tendo a gostar mais das coisas como elas eram antes.

Entretanto, só para não dizerem que o pobre do layout está EXATAMENTE o mesmo desde o início, você já deve ter percebido que eu mudei a cor de fundo e dos links (eu já queria tirar aquele verde faz tempo, mas na hora H, sempre acabava voltando ao original), coloquei uma foto ali no cabeçalho e ocupei um pouquinho mais a sidebar com uma foto que remete à inspiração para o nome do blog e um aplicativo de marcadores.

Desde o começo até aqui, foram 54 posts (contando com aquele censurado e esse de hoje) e para o futuro eu tenho planejados pelo menos mais uns 10. Isso não quer dizer que daqui a 10 postagens, será o fim do blog. Muito pelo contrário. Quando a idéia de montar o Inútil começou a tomar corpo em janeiro do ano passado, eu fiz uma listinha de assuntos que eu queria abordar e tem temas sobre os quais eu não escrevi até hoje. Ou seja, além dos que estão na fila de espera, a todo momento eu penso em algo novo mais urgente para postar que acaba “furando” a tal fila, e assim, o blog se mantém sempre atualizado (na medida do possível).

E como o Inútil está completando um ano de vida e eu já até troquei alguma coisa nesse layout, não custa nada apresentar uma outra novidade também. A partir desse ano, o blog ganhará uma ilustre colunista. Muito chique, né! Calma que também não é ninguém famoso (ainda). A convidada em questão é minha irmã querida do coração.

Na verdade, ela que é a escritora da família. Premiada inúmeras vezes nos concursos de poesia do colégio, ela também passeia muito bem pela prosa, pela narrativa, pela crônica, entre outros gêneros, além de já ter escrito um LIVRO inteirinho de 70 mil palavras. Só falta alguma editora se interessar em publicar. E não é porque ela é minha irmã não, mas o livro dela é muito legal, viu! Quando a professora pedia pra ela escrever uma frase com a palavra CASA, ela escrevia um conto sobre uma casa mal-assombrada por um fantasma  que adorava dar sustos nas pessoas, mas na verdade, era só porque ele se sentia muito sozinho. (brincadeira, essa parte eu estou inventando, hehe).

Mas então, há um tempo eu venho tentando convencê-la a criar um blog, mas ela não se animava, então esse ano, eu mudei a proposta pra ver se ela toma gosto pela coisa e começa seu próprio blog. Quem acompanha o blog sabe que eu falo muito da minha irmã por aqui. E quem me conhece de verdade e a conhece também sabe que é difícil agradá-la e por isso a gente brinca dizendo que a Esther odeia tudo. Por isso, o nome da coluna dela vai ser “Coisas que a Esther Odeia” – porque se fosse “Coisas que a Esther Gosta”, ela não ia postar nunca, hehe!

É claro que eu vou supervisionar a CEO (quando vocês virem essa sigla, saberão que o post é da Esther), porque eu não sou maluca de deixar ela despejar todo o seu ódio quase sempre polêmico por aqui e arriscar a gente a tomar um processo nas costas. Aprendi com aquele post censurado que, por mais que a gente não faça propaganda, nem nada, às vezes o que a gente escreve é lido por pessoas erradas e aí isso dá muito problema.

Bom, acho que é isso. Espero que vocês gostem das poucas mudanças e continuem acompanhando o blog, porque eu curto à beça escrever aqui.

Só está faltando assoprar a velinha, né?

Chegou a hora de assoprar a velinha
Vamos cantar aquela musiquinha....
Parabéns pra você! Parabéns pra você!
Pelo seu aniversário!
EEEEEEEEE!!!!!!!

PS. Não vai ter Com Quem Será porque ia ser tão sem sentido cantar isso para um blog quanto cantar para uma pessoa casada há mais de 30 anos, como fizeram com meu avô – foi a primeira vez que eu ouvi essa música depois do Parabéns. E mesmo que seja para uma pessoa solteira, o que Com Quem Será tem a ver com aniversário? Eu hein! Sou mais a musiquinha avacalhada lá do início. É muito mais engraçada!
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