sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Copos e pessoas

Acho que não gosto de mudanças. Não gosto de não saber o que vem depois. Não gosto de não ter mais as coisas que eu gosto. Não gosto de ter que me adaptar de novo a algo que talvez já estivesse tão bom.

Parando pra pensar, acho que a maioria das minhas mudanças de escola foi meio traumática. A primeira, bom, eu não tinha escolha, a escola não ia além do jardim de infância. Mesmo assim, fiquei triste e chorei quando acabou o C.A. Também foi difícil de me acostumar quando eu mudei de escola pela 2ª vez. E agora na faculdade, está sendo muito difícil de aceitar que as coisas não serão tão felizes quanto eram na escola.

É chato quando algo que a gente gosta de repente acaba. Por exemplo: você está andando na rua e aquela loja que sempre esteve ali, de repente não está mais. Ou vai ao supermercado e procura aquele biscoito que você comia quando era pequeno e descobre que não é mais fabricado. Ou liga a TV e encontra outro programa passando no lugar do seu programa preferido. Ou visita sua antiga escola e não vê aquela árvore que você costumava zoar o seu colega de classe.

Você meio que se sente injustiçado. Ok, as coisas mudam, mas é como se não tivessem perguntado a sua opinião antes. Você meio que sente a sua história esmaecendo. Você meio que se sente esmaecendo um pouco também.

Acho que eu me apego muito às coisas. Sou muito nostálgica. Gosto de ficar me lembrando das coisas. E aí me decepciono quando comparo com o atual e vejo que nada será como antes. Como se as gerações futuras fossem te achar ultrapassado. E você sente pena elas porque não vão provar o que era bom de verdade. Sei lá, parece que a vida está passando. Que o tempo, com seu poder implacável, está passando.

E com esse negócio de tecnologia da informação, tudo se torna velho muito rápido. Parece até que os novos bebês-tempos estão tomando hormônios ou anabolizantes, sei lá, porque eles chegam e somem cada vez mais rápido. Se fossem corredores, seriam corredores de 100m rasos, como Usain Bolt, batendo recordes mundiais a cada dia. Corredores que num piscar de olhos, já acabaram a prova. Se fossem lutadores, a cada dia derrotariam um velho-tempo-não-tão-velho-assim por nocaute fácil, fácil.

Por exemplo, uma música, um artista. Quanto tempo eles conseguem ficar no topo do sucesso antes de serem jogados fora como copos descartáveis e substituídos por outros?

Não gosto da idéia da melhor banda de todos os tempos da última semana, nem da música do momento.

Sempre penso: “E depois?”.

Eu quero me lembrar desse artista, dessa música. Quero que eles façam parte da minha vida (ô carência!). Quero assistir ao mesmo filme 1000x e ele ainda ser o meu favorito. Não precisa ser pra sempre, mas que seja eterno enquanto dure. Que um dia eu possa falar: “Caramba! Como isso era bom!”. Ou melhor ainda, depois de anos, eu ainda gostando dela, aquela banda ainda existir e eu ir a um show com eles na crista da onda.

Fazer isso é como se eu me sentisse dando um murro no tempo, que faz questão de tornar tudo diferente pra tentar nos fazer esquecer quem éramos, ou melhor, quem ele era. Mas eu não quero esquecer! Quem eu sou hoje é fruto do que eu já fui um dia!

Talvez o tempo não seja lá muito bem resolvido consigo mesmo. Talvez seja eu quem não seja bem resolvida comigo mesma.

Talvez seja por isso que eu e todo mundo gosta tanto de um “felizes para sempre”. Talvez seja por isso que todo mundo busque um amor eterno. Ou relacionamentos em geral: fraternos ou românticos. Porque essas coisas parecem ter o poder de vencer o tempo. Afinal, como pode algo durar pra sempre? Pra sempre é muito tempo! Nada dura pra sempre!

Mas, no fundo, todo mundo quer, todo mundo espera que exista algo que exista até o fim. Quer ter a certeza de que pelo menos uma coisa não vai mudar. E a gente se apega, se agarra nela, esperando que, para pelo menos um alguém no mundo você não é só o melhor-amigo-de-infância-da-última-hora-que-nem-sabe-o-seu-nome-amanhã. Você é alguém especial que fez, faz e vai fazer parte da vida dele. Você é alguém que se tornou eterno para esse outro alguém. Contrariando todas as vontades e neuroses do tempo

5 comentários:

  1. Elisaaaaaaaaaaaa!!!!
    Nossa, amei!!!
    É sério!!! Inrível como você pensa que nem eu!!!
    Perfeito tudo o que vocÊ falou, e concordo plenamente!!!!
    As vezes acho que o meu passado, deveria sempre ser o meu presente (acho que você me entende)!!!
    Enfim, realmente tenho saudades de muitas coisas, pessoas (que nem lembram d emim mais, eu as vezes pareço que sou tao idiota achando que aquela pessoa q ja significou tanto pra mim, iria se lembrar de mim)!!!
    Enfim num vou falar uito não, se nõa eu que vou começar a "viajar" de mais, e vocÊ vai acabar não entendendo nada!! E afinal de contas o blog é seu!!!
    Beijinhos!!!
    E muitas saudades suas!!!
    Beijão!!!
    Ingrid - CEFET

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  2. Olhaaa
    quando eu estava lendo a única imagem que vinha em minha cabeça era a de um velhinho sentado ouvindo um vinil ^^"
    Enfim...
    Gostei do post sim
    Acredito que existem realmente coisas do passado que trazem saudade, mas o fato do tempo vencer essas coisas ou não, é outra história.
    É claro que o tempo pode acabar com o físico, com o que vemos e isso é muito chato ou ruin, mas enquanto mantermos vivas as lembranças em nossos corações, o tempo nunca irá conseguir acabar com elas.
    Sei que isso pareceu frase de filme infantil (hehehe) mas é nisso que eu acredito.
    Beijos elissaa.

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  3. me vi escrevendo isso =)...tá, não me vi escrevendo pq eu nunca escreveria tão bem =P mas enfim, acho q o texto teve bem a ver comigo tbm...poder voltar no tempo seria muito bom...rs

    interrompendo o momento emo, gostei do blog =D realmente me surpreendi com tudo .-. mas ficou bem legaal (y)
    beijos Liii =*

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  4. Eu particularmente sou uma pessoa muito desapegada mas tbm odeio mudanças! Sabe qd tudo tá perfeito e de repente tem q mudar? estudamos numa escola q já faz parte de nossa rotina , rimos com amigos q parecem de infância , interagimos com os professores e de repente... acaba! E a faculdade começa... e aí vc tem q tentar reconstruir tudo o q tinha antes , e td mundo sabe q nunca vai ser igual :(

    Adorei o post \o/

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