quinta-feira, 31 de março de 2011

Annemaniacs - parte final

Quando a mulher falou: “Então eu acho que vocês vão conhecê-la”, a minha vontade foi de pular de alegria e gritar histericamente: “NÃO ACREDITOOOOOOOO!!!!”. Mas até que todo mundo conseguiu manter a compostura. O coração acelerou demaaaaaaais na hora.

Adentramos o hotel devagarinho, ainda sem acreditar que aquilo tudo estava acontecendo. A mulher perguntou nossos nomes e logo vimos uma cabecinha com um chapeuzinho sentada de costas. Era ELAAAAA!

A mulher pediu pra gente largar as coisas no sofá e apresentou a gente pra Anne: “This is Patrícia, Jabille e Elisa...” (abafa que ela errou o nome da Jami, mas nessa hora estava valendo tudo) e aí a Anne se virou olhando pra gente. Pra gente!

A Patrícia saiu falando “I love you so much” (eu não falei nada, porque ainda estava em estado de choque, tentando conter a minha vontade de sair gritando pelo recinto) e então a Anne fez a coisa mais legal de todas: “Vocês precisam de um abraço!”

E ABRAÇOU a gente!   *-*  *-*  *-*

E não foi qualquer abraço. Foi um abraço gostoso, apertado, demorado, caloroso (o corpo dela estava até meio quente!) e com direito até àquela balançadinha. Sério, foi um abraço muito bom! Gente, eu morri e fui pro céu nessa hora, sem brincadeira.

Ela, toda preocupada, explicou que tinha visto a gente lá do lado de fora, mas que não dava pra parar o carro por causa dos paparazzis, então tinha pedido pra gente entrar, e logo depois, perguntou como a gente estava. A felicidade era tão grande, que tudo que ela dizia eu ficava só rindo e concordando e observando pra ter certeza que era verdade mesmo. A minha perna tremia desesperadamente. O cérebro já não conseguia processar mais nada. Quando ela perguntou como a gente estava, tudo que eu consegui dizer foi ‘Waiting... Tired...”.

A assessora dela nos perguntou se falávamos inglês e a Patrícia respondeu que estava entendendo tudo o que ela dizia, mas não conseguia falar quando ela estava nervosa. A mulher traduziu isso pra Anne. Eu só fazia que sim, mais ou menos com a cabeça. Nem “Yeah” estava saindo direito.

Eu perguntei se ela podia assinar umas coisas, o que ela se prontificou totalmente em fazer. Aí a Anne foi lá e assinou os nossos DVDs (todo mundo levou o do Diário. Não só foi o primeiro filme que a gente viu dela, como foi o primeiro que ela fez – ou pelo menos o primeiro que saiu para o grande público. E como ela mesma disse uma vez: “O Diário da Princesa é um clássico”), com a maior atenção.

Detalhe pro coraçãozinho do autógrafo. Coraçãozinho = Muito amor.

E então a Patrícia perguntou quando ela ia embora e eu nem ouvi a resposta porque aí a Jamille se lembrou da foto do gengibre e me perguntou se a gente ia mostrar pra ela. Aí eu falei: “Claro!”.

[Pausa para explicação da Foto do Gengibre: Eu e Jamille, quando estamos vendo as fotos da Anne, gostamos de ficar comentando e teorizando e nos divertindo com cada detalhe delas. A gente gosta das fotos em que ela está arrumada e bonita também. Mas pra esse tipo de coisa, as melhores fotos são aquelas espontâneas. A do gengibre é uma delas. Aliás, é a melhor delas. Porque ela aparece numa mercearia comum e SE ESTRAGANDO DE RIR com um gengibre na mão. Pra começar, a risada da Anne é contagiante, e a gente também SE ESTRAGA de rir só de olhar pra essa foto. E por isso mesmo, SEMPRE se perguntou o que é que tinha de tão engraçado naquele dia pra ela estar rindo daquele jeito. Teve uma vez até que fizemos um ensaio fotográfico imitando a foto de tanto que a gente gosta dela. E a gente sempre disse que, se um dia encontrasse com a Anne, ia perguntar do que ela estava rindo naquela foto. Sério, é um negócio que a gente sempre quis saber. Porque qualquer jornalista do mundo pode questionar como foi apresentar o Oscar, ou como foi contracenar com a Meryl Streep ou se ela gosta de moda. Agora do que ela estava rindo na foto do gengibre, isso aí, só a gente NO MUNDO podia (e queria) perguntar.]

Pois então, a Jamille me deu o envelope com a fatídica foto e lá fui eu, cheia de vergonha e morrendo de nervosismo, fazer a pergunta que não queria calar. “I wanted to know... what’s... the reason... why... you were... laughing... so hard... in this picture” (assim pausadinho e gaguejado mesmo) Incrivelmente ela entendeu de primeira e eu nem tive que repetir! (o que seria um martírio, diga-se de passagem) Ela olhou pra foto, analisou.... (e nem fez cara de tipo: “Por que é que essa maluca quer tanto saber isso?”, ela respondeu a pergunta a sério mesmo!) e falou que se lembrava daquele dia, mas não conseguia se lembrar do que ela estava rindo, que era alguma coisa que ela tinha dito, mas que não se lembrava mesmo (e ela estava fazendo cara de que realmente estava tentando lembrar!!!).

A assessora ficou interessada em que raio de foto era aquela e aí a Anne teve que explicar que era uma foto que tinha saído e tal, mas que ela não se lembrava do que ela estava rindo no dia. Pensei: “Poxa vida, acho que vamos ficar com essa dúvida pra sempre agora”. Mas não perdi a oportunidade de pedir pra ela assinar a foto: “Could you sign...the picture?”. Aí ela foi lá e escreveu: “That’s so funny” e autografou embaixo.

:D :D :D 
Demais, né não?

Eu perguntei se ela estava gostando do Rio (consegui balbuciar em um bom inglês até nessa hora: “Are you enjoying Rio?”) e ela respondeu que estava adorando, que tinha acabado de voltar do Cristo e perguntou se a gente já tinha ido lá. Eu lá fazendo cara de boba só concordando, ainda fui capaz de responder num tom legal: “I’ve never been to Cristo”, como quem puxa papo. Aí ela falou que a gente devia ir (alô, a pessoa está há 3 dias no Rio e vem dar conselho pra mim que mora aqui a vida toda? Mas, tudo bem, Anne, se ser carioca também é um estado de espírito, você realmente já é nativa, rs!) e eu tive vontade de falar: “Pois é, eu sou uma carioca de araque”, mas não arranjei expressão de significado semelhante, de modo que voltei só a rir e concordar bestamente. A Patrícia então perguntou se ela tinha ido ao Pão de Açúcar (essa foi em inglês, hein, Pathy, eu ouvi :P) e ela respondeu alguma coisa que ninguém mais lembra, mas provavelmente foi que não tinha dado tempo. (No Pão de Açúcar eu fui, não sou tão de araque assim. Mas também não consegui falar isso na hora).

A Patrícia perguntou se a gente podia tirar umas fotos e então, nós fomos tirar as fotos. As outras câmeras já estavam posicionadas e eu fui pegar a minha (quem mandou ficar perguntando curiosidade?). A Anne perguntou se a gente não podia mandar as fotos pro email uma das outras, por causa da hora (ela apontou pro relógio), porque ela tinha que arrumar a mala. Eu disse que tudo bem, mas aí a Anne ficou preocupada de a gente não ter o email umas das outras e perguntou se nós éramos todas amigas. Todo mundo tentou responder num inglês sofrível e gaguejado (Pathy: “They were, but we met in the Premiere”, Eu: “Yep...Yep, Yep” – e apontando pras pessoas), mas que no fim eles entenderam que éramos sim todas amigas, eu e Jami já éramos amigas há mais tempo e a Pathy a gente conheceu na premiere (mas que parecia que a gente já conhecia há bem mais tempo – essa última parte entre parênteses não ia sair lá na hora nem por um decreto).

E lá fomos nós fazer pose para a foto. O Adam estava com uma máquina e a assessora com a outra. (Ah, sim, o Adam não falou uma palavra, mas estava com a maior cara de orgulhoso da namorada o tempo todo. Muito fofo! Fiquei fã de verdade. Vou torcer pra ele conseguir uns papéis melhores a partir de agora.) A assessora falou: “Cheeese!” e os dois bateram ao mesmo tempo. Aí a Anne falou: “Tira outra que eu não estava olhando pra essa câmera”. (fofíssimaaaa!) E então eles foram e tiraram mais uma.

Eu fico olhando pra essa foto e não ainda não acredito que no meio tem a Anne e do outro lado tem... EU!

Na hora de ir embora, ela abraçou todo mundo de novo (o mesmo abraço gostoso do início) e se despediu.

A gente saiu pela rua feliz da vida, pulando, gritando, ainda sem acreditar que aquilo tudo tinha acontecido. Eu não conseguia nem falar nada ainda. Ainda estava no modo “sorrindo e concordando com tudo”. A gente não se cansava de ficar repassando o ocorrido e, durante pelo menos umas 20 horas, eu não conseguia parar de sorrir (não é força de expressão, eu fiquei igual a uma boba alegre um tempão de verdade). Nada mais tirava o meu bom humor. Nada mesmo! Voltamos pra casa rindo à toa e cantando loucamente músicas que remetiam aos filmes que a Anne tinha feito. Não estávamos mais nem aí para o que o resto do mundo estava pensando. Se eles tivessem vivido o que a gente tinha vivido, também estariam assim. Em êxtase total!

Não dava pra acreditar que aquilo tudo tinha sido real. Quando tudo isso começou, tudo o que eu esperava era um tchauzinho de longe e já me dava por satisfeita. Só não digo que não imaginava algo desse tipo nem em sonho, porque, tipo, eu já sonhei sim(era a premiere do Agente 86, lá no BarraShopping, aí eu conseguia, de alguma forma conversar com ela e assinar alguma coisa). Mas pensar que ela fosse mandar chamar a gente lá fora e ter um encontro particular assim sem ninguém perturbando de verdade, e que ela ainda ia abraçar e conversar com a gente do jeito que foi? Isso aí nem passava pela minha cabeça! (Na verdade, devia passar, porque depois, no dia seguinte, eu me lembrei de uma história que ela tinha comprado pizza pra uns fãs que ficaram esperando no final de uma peça dela lá em NY, algo assim. Fala sério, mais fofa que isso não tem!)

O mais engraçado que na terça-feira que tinha tudo pra dar certo, deu errado. E na sexta, que tinha tudo pra dar errado, deu certo. Foi um negócio de Deus mesmo. Ela ter se hospedado no Fasano (que é menorzinho) e não no Palace (que tem uma porção de entradas), ter saído de manhã pro Alemão justamente na sexta-feira (o que garantiria que ela ia ter que voltar e passar pela porta do hotel), ter voltado só depois que eu cheguei, depois ter CHAMADO a gente pra entrar e tratado a gente com uma simpatia absurda. Se antes eu já gostava dela, agora então, nem se fala.

Ela aparentava estar meio cansada, afinal, havia passado o dia todo na rua, mas nem por isso deixou de tratar a gente com atenção e respeito. Pensei que em algum momento ela fosse soltar uma piadinha pra quebrar o gelo (como ela sempre faz), mas o que a gente viu foi uma pessoa muito serena, gentil, tímida e atenciosa.

Achei-a muito mais parecida com a Anne que supostamente derrubou a cadeira sem querer no teste pra fazer a Mia – supostamente, porque diz ela que essa história é lenda e que não sabe de onde é que ela surgiu. Eu sei, Anne. Vai reclamar com o Garry que colocou isso no DVD! – do que com essa Anne descontraída que aparece nas entrevistas fazendo caras e bocas ou glamourosa que usa Valentino.

É uma menina, que está levando a vida assim igual a todo mundo. E que por acaso é mundialmente famosa por causa do seu trabalho (que aliás, ela curte pra caramba). Anne está nessa não para aparecer nos jornais, mas porque realmente gosta que faz (e entende que as coisas não tão legais assim fazem parte do pacote, diferente de outras celebridades que só fazem morder o lábio em cena). Já pensou se todo mundo fizesse o seu trabalho com gosto e tratasse todo mundo com educação desse jeito?

E Anne entende o fã porque também deve ter seus ‘momentos tiete’. Depois vocês dão uma olhada no que ela falou quando encontrou com a Meryl Streep (está na minha lista das declarações bizonhas de Anne Hathaway). Mas, antes de ser artista, ela é uma atriz, e antes de ser atriz – muito talentosa, por sinal - , ela é... uma menina querendo ser feliz (ela parece uns 5 anos mais nova pessoalmente). Branquinha, traços delicados, sem maquiagem, tererê no cabelo... Até o tom de voz era diferente, uma oitava abaixo do que a gente está acostumada a ouvir.

E eu gostei de ter conhecido essa Anne de detrás das câmeras. Gostei de ver pessoalmente que ela é simples e não tem nada de estrela, sabe? Senti que ela mesma se considera uma pessoa normal, apesar de entender o papel dela como atriz de ter de dar entrevistas e passar pelo tapete vermelho e tal (e gostar disso). Se ficasse mais um pouco, dava até pra rolar uma amizade (haha). Mas isso a gente deixa pra próxima vez...
 

Lições aprendidas com a saga da Anne no Brasil
- Nunca diga nunca.
- Não desista dos seus sonhos.
- Se uma coisa tem chance de dar errado, mas tem, pelo menos, uma mínima chance de dar certo também, arrisque. O máximo que vai acontecer é... dar errado. Mas se você não tentar, nunca vai saber se o que poderia ter acontecido. Vai que a sua atriz favorita te chama pra entrar num hotel 5 estrelas, e você consegue conversar com ela, tirar foto e abraçá-la (duas vezes)?
- Definitivamente, milagres acontecem quando você acredita.

Agradecimentos

A Deus, que orquestrou todos esses momentos, guardando o melhor para o final e fazendo até o sol sair pra gente e pra Anne.
À FoxFilms, que não respondeu meus emails e organizou aquela premiere furada. Se não fossem vocês, eu não ia cometer essa loucura de sexta e nada disso teria acontecido. Valeu, Fox!
À Jamille e à Patrícia, que descobriram altas paradas, e foram ótimas companhias de espera.
À Olivia, que nos emprestou a casa na terça-feira. Sem você a gente ia dormir na rua (mentira, a gente ia voltar pra casa, mas foi bem mais prático ir pra casa dela ali pertinho).
Ao guardinha que nos mostrou o caminho do ônibus.
Ao Gabriel Simas, que não mentiu pras meninas e foi muito útil no Twitter (aliás, acho que o Twitter nunca foi tão útil como sexta-feira). Mas também, o Gabe é fã do Jamie Cullum (acho), tinha que ser gente boa, rs!
Ao Adam, que mesmo sem falar uma palavra conquistou meu coração. Quem falar que a Anne tem que ficar com Jake Gyllenahal agora vai se ver comigo, rs!
E é claro, à Anne Hathaway, que mostrou que na vida real também é uma princesa, não só pela educação, preocupação e simpatia, mas porque, naquele dia, fez 3 meninas felizes para sempre.
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terça-feira, 29 de março de 2011

Annemaniacs - parte 2

Eu sempre achei essas pessoas que fazem plantão em aeroporto e porta de hotel um bando de desocupados. Perder o seu dia em pé, com sede, fome e vontade de ir ao banheiro e no final ainda correr o risco de a pessoa que você quer ver sair pelos fundos é muita maluquice. Prometi a mim mesma que NUNCA faria isso na minha vida. “Eu sou meio pirada, mas tenho dignidade”, dizia eu.

Só que aí na quarta à noite, a Jami me liga dizendo que a Anne talvez ainda estivesse no Rio e que ia ficar até sexta ou sábado (graças a Patrícia e seus 1001 contatos, que descobriu essa história toda).

Jami: Elisa, a gente tem que ir pra porta do Fasano!
Eu: Ai, nãããão!
Jami: A gente só tem que confirmar se eles ainda estão aqui. Se estiverem, a gente vai pra lá na sexta.
Eu: Ai, meu Deus! Jamille, eu jurei pra mim mesma que NUNCA ia fazer isso. Hoje mesmo eu almocei com a Marcelle e falei que isso era coisa de gente desocupada.
Jami: Eu também acho isso tudo, Elisa. Mas é o único jeito.
Eu: Ai Jesuuuuus! O pior é que agora há pouco acabou de ligar uma mulher querendo marcar uma prova pra um estágio que eu nem lembrava mais que tinha me candidatado na sexta. O horário que ela queria não dava pra mim, acabei de enviar um email, sugerindo outro. Não sei nem o que fazer.

Pois é, eu ainda achava aquilo coisa de doido – o que demonstra que a minha sanidade ainda não estava tão abalada. Mas eu não ia me perdoar se a Jamille conseguisse uma foto com a Anne e eu não!

Dali a pouco a Jami me manda um link de uma notícia:


Jami: Eles ainda estão no Rio! Eu vou pro Fasanoooo! (seguido de um emoticon do Muppets pulando de um lado pro outro).
Elisa: Ai, meu Deus! (resmungando)

Graças a Deus, a quinta-feira amanheceu com sol (e aí a Anne pôde aproveitar a piscina \o/) e a mulher do estágio respondeu marcando o negócio para a segunda-feira seguinte. Menos mau. Já dava pra ir, pelo menos depois do almoço. Eu chegava cedo no estágio (a profa da manhã estava com dengue mesmo) e saía cedo também. À noite, verifiquei o horário dos vôos para NY (eu falei que eu sou Sherlock, mas a Patrícia é muito mais. Ainda bem, rs!). 6 da manhã, 21h e 23h e tal. Só horário ingrato. Se ela só saísse pra ir embora, o negócio não ia prestar.

Sexta-feira, 25 de março de 2011: O Grande Dia

Bom, vamos fazer diferente agora. Como eu fiquei longe a maior parte do tempo, vamos alternar os pontos de vista entre mim e a Jami que passou o dia todo lá.

Chego ao estágio cedo e vou fazendo as minhas coisas enquanto verifico o twitter do @gabesimas, o best da Anne no Brasil (não sei como essa gente faz pra conseguir essas coisas, sério!).

10h e pouca: Ele posta que vai sair com o povo na contra-mão pra ir pra favela divulgar o filme. Aviso a Jami.

[JAMI] Pretendia chegar la perto de meio dia, mas acabou que consegui chegar umas meia hora antes e assim que cheguei liguei pra patrícia e ela ainda nem tinha almoçado!

Entrei em desespero pensando no que eu ia ficar fazendo la sozinha sem um lugar pra sentar! Ai fui falar com o segurança. “Moço, bom dia!! Eu sou fã da Anne Hathaway e eu gostaria de saber se ela esta ai ou se saiu, se vai voltar ou coisa assim... Eu só quero ver, tirar foto.. essas coisas, não vou bagunçar nada”. Ele disse que ela tinha saído a meia hora (pra ir para o Alemao!) mas que eu poderia voltar la mais tarde* e perguntar na recepção (como se alguém na recepção fosse me responder!!). Frustrada eu atravessei a rua e fui sentar no banco no calçadão da praia (de costas pra praia, pq se a Anne aparecesse eu não veria hauhuauhaa e eu estava bem de frente para o Fasano, na direção em que ela apareceu na piscina com o binoculo, ainda pensei ‘se ele estiver blefando e ela estiver ai na piscina, daqui eu vejo’ huauha! ), liguei para Elisa e ela me confirmou que a Anne de fato estava no Alemão, então me dei ao luxo de ir almoçar!!

[Pausa para observação: O segurança não achou mesmo que ela ia ficar esperando lá o dia todo. E quando elas me contaram da parte da recepção e que eles nunca que iam informar se ela já estava lá dentro, eu dei a ideia de fazer igual ao Hugh Grant em Notting Hill e começar a perguntar por personagens de desenho animado. É impressionante como as nossas mentes trabalham em sintonia, porque elas disseram que lembraram da mesma coisa! Hahaha!]

[JAMI]  Quando estava quase chegando, a uns 3 ou 4 minutos do Fasano, Patrícia me liga desesperada dizendo que estava la no hotel e que tinha visto o motorista da Anne! Esse povo fica me desesperando!! Sai correndo pela rua pra no final ela dizer ‘é, não era ela não!’ alivio tão grande nessa hora!!

Ficamos la horas e mais horas conversando, jogamos adedonha com os filmes que ela fez! Descobri que a Patrícia tinha feito o mesmo que eu ao sair de casa: Passado Lâncome Maginific (perfume do qual a Anne fazia propaganda) em homenagem a Anne!

[Pausa para observação: Tô te dizendo que tava rolando um transmimento de pensação (ou Bluetooth sem celular, como a gente dizia no Cefet) impressionante!]

[JAMI]  Todos os carros pretos e mais chiques que paravam no Fasano a gente já ficava ligada! Mas só saia senhoras ou caras de terno! Observamos o casal que passou por nós 3 vezes!! Coisas que começamos a notar quando se passa muito tempo no mesmo lugar sem fazer nada! Também concluímos que a garagem que a Anne entraria (só tinha uma), era garagem de carga e descarga do hotel, e não uma garagem para hospedes, já que la, o hotel tem motoristas que levam e buscam os hospedes, então o único carro que entrasse ali, seria o da Anne ( ela estava fazendo isso para não ter que sair e ser fotografada, dessa forma ela já saia dentro do hotel, por isso não tem foto dela na frente do hotel).

Depois do MEU almoço normal, volto pro twitter e por volta de 13h30, o tal do G. Simas posta: “Do Cristo Redentor direto pro aeroporto. Tem um carro de paparazzi seguindo a gente. Vai vendo a decepção dele qdo ver que so tem eu dentro.”

E agora? Ele é que ia embora sozinho? Ia todo mundo direto pro aeroporto? E eu que ainda estou aqui! Eu já tinha que estar lá!

Mando um SMS pra Jami: Acho que eles vão embora.

Ela responde: Como você sabe?

Meus créditos acabam. (Eu sabia que isso ia acontecer.)

[JAMI]  Um tempo depois a Elisa manda uma mensagem “eles estão indo embora” ai pronto, bateu o desespero! “Eliiisa, embora pra onde??? Pro hotel ou pro aeroporto???faz MUITA diferença!” Elisa por sua vez não sabia! Ficamos eu e Patrícia desesperadas e ela queria porque queria pegar um taxi ate o aeroporto(!). Foi difícil convence-la de que NÃO tínhamos DINHEIRO huahuauha!

A comunicação foi impecável ahuauhua, Elisa logo ligou [elas que ligaram porque meu crédito tinha acabado] falando que o Gabesimas, amigo brasileiro da Anne e que estava postando tudo no Twitter, disse que ele ia para o aeroporto para despistar os paparazi! Eu achei meio suspeito, pq se ele queria despistar, como ele posta isso justo no twitter?? Mas enfiim! Logo depois ele chegou no hotel e eu ainda estava no celular com a Elisa, quando a Patrícia foi perguntar a ele.

Patrícia: Você é o gabesimas?
Ele: Sim sou eu!
Patrícia: Eu queria muito ver a Anne, você sabe se ela vai voltar?
Ele: Olha, eu estou indo para o aeroporto para despistar os paparazi, mas ela vai voltar.

Ele logo saiu batido no carro! E eu não me convenci muito, pq ainda tava achando que ele estava blefando, mas depois parei pra pensar: Cara, a Anne esta desde cedo na rua, num calor, aquela coisinha branquinha deve estar cansada, sem banho! Ela não pode pegar um avião e só chegar em casa amanha e ficar um dia sem banho, ela deve voltar pra cá, tomar banho e pegar as coisas dela! Talvez o gabesimas não esteja blefando, vamos ficar aqui!

[Pausa para observação: Esse raciocínio do banho foi demais! É óbvio que ela tinha que tomar banho antes de sair! Eu hein! A Anne é uma pessoa limpa!]

Conforme ia chegando a hora de ir, eu já não tinha mais concentração pra fazer nada. Até que 14h30 eu saio do estágio. Ufa! Será que eu chego a tempo?

15h15 – Desembarco em Ipanema. Quando eu vejo aquele céu, aquele mar, e aquele sol, penso: “É, Gil, o Rio de Janeiro continua lindo mesmo!” E logo encontro com as meninas.

A gente fica conversando um monte de besteira, elas contam de como tinha sido o dia até ali, do segurança que tinha implicado com a Patrícia e dito pra ela desistir porque a gente não ia conseguir vê-la (safado!), da Elena que foi lá no dia anterior e tentou invadir a piscina, mas descobriu que tinha que ter chave, de que a Anne ainda ia demorar um pouco porque com certeza tinha ido comer a feijoada tradicional da sexta-feira lá no Alemão mesmo* e depois tinha ido pro Cristo, etc, etc, etc.
* Depois de uns dias é que lembrar que a menina é vegetariana e não ia comer feijoada, mas enfim.

Uma hora depois, já com sede, fome e as costas moídas, a gente começa a pensar num plano B, em que horas a gente ia desistir, se ia desistir, se voltava no dia seguinte... E se ela só voltasse 22h? Porque na terça a gente estava cheia de esperança, mas na sexta a gente já sabia que o normal seria a gente não conseguir ver nada. Foi mais ou menos nessa hora que entrou um carro preto, preto, preto pela garagem de carga e descarga.

[JAMI]  Ate que chegou uma mulher la de dentro e ficou em frente a entrada da garagem e pediu pra umas meninas que estava passando, para não atravessarem naquela hora, ali eu entendi tudo: A Anne estava chegando! Cutuquei as meninas e ficamos la olhando (estávamos bem do lado da garagem) quando um carro MUITO preto passou e não vimos NADA! Quando digo nada, é nada mesmo!!! Bateu uma decepção de “estou aqui a horas e nem sombra dela eu vi??” mas a gente já sabia que corria esse risco quando resolveu ir pra la!

E agora? O que fazer? Ir pra casa? Ir na recepção e perguntar se a Srta. Pocahontas estava hospedada? Invadir o hotel e depois ser presa? Mas eu sou muito nova! Não posso ficar assistindo o sol nascendo quadrado. Ainda mais esse sol lindo do Rio de Janeiro! Ninguém tinha a cara de pau necessária pra aprontar mais nada. A Anne estava lá dentro, a gente não pagar esse mico.

A gente estava discutindo o que ia fazer e olhando lá pelo vidro do hotel pra ver se conseguia enxergar alguém lá dentro, quando eu vejo o Adam (o namorado da Anne) saindo, vindo em nossa direção. Pensei: “Mas o que ele está fazendo aqui? Pensei que eles fossem tomar banho antes de ir embora!” Cutuco as meninas. “Esse é o Adam! Olha o Adam!”

Ele veio acompanhado de uma mulher que se dirigiu a nós e perguntou: “Vocês vieram ver quem?”, aí a gente: “A Anne Hathaway!”. E então, nosso mundo parou quando escutamos a frase que eu nunca mais vou esquecer: “Então eu acho que vocês vão conhecê-la”.
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domingo, 27 de março de 2011

Annemaniacs - parte 1

Você que já acompanha este blog há algum tempo deve saber que a blogueira em questão é meio completamente viciada, apaixonada, fissurada pela atriz americana Anne Hathaway, que não por acaso interpretou a Mia na versão cinematográfica nada fiel de O Diário da Princesa (outra paixão da blogueira) – Anne chegou até a fazer a voz dos 3 primeiros audiobooks em inglês – e que por acaso apresentou a cerimônia do Oscar desse ano.

E se você não for meio completamente alienado, também deve saber que a mesma passou a última semana no Rio divulgando a animação de mesmo nome na qual ela dubla uma arara azul em extinção nativa da Cidade Maravilhosa.

A essa altura do campeonato, você, leitor esperto, já juntou dois e dois e percebeu que a mente da blogueira entrou em parafuso quando calculou que duas das coisas que ela mais gosta na vida (A Anne e o Rio) iriam se juntar. Ela sabia que essa era uma oportunidade única na vida e também sabia que quando isso acontecesse, ela estaria lá para ver. Mas nunca imaginou que a combinação Anne + Rio seria tão boa.

Bom, acho que a partir de agora, é melhor eu começar do começo.

Pois é, a Anne é “a garota que faz a Mia”. E foi por isso mesmo que desde 2004 (época em que viciei a Jami no Diário e em que chegou a banda larga aqui em casa), um pouquinho antes do lançamento de DP2, a gente começou a acompanhar a sua carreira. Mas não demorou muito pra gente se “aprofundar mais no assunto” e perceber que a própria Anne por si só já era um personagem interessante, o qual valia a pena ler e assistir, porque a menina, além de talentosa, é dona de uma simpatia incrível, de um senso de humor certeiro e tem um sorriso tão gostoso que dá vontade de ser feliz.

Ler as entrevistas, assistir aos programas, ver os filmes, apreciar as fotos sempre nos fazia cair na risada. Anne Hathaway nos divertia (e diverte). E é por isso a gente gosta tanto dela.

Em alguns meses, inconscientemente (ou conscientemente, sei lá) eu e Jamille já estávamos “craques” em Anne. A gente já tinha teorias conspiratórias e tudo. Mas, acontece que a gente nunca foi muito legal das ideias. Porque se tem gente que não suporta que zoem aquilo que de gosta, nós mesmas sempre demos um jeito de brincar até com as noticias que não tinham graça.

E de lá pra cá, a gente vem colecionando um monte de histórias e de piadas internas envolvendo a nossa atriz favorita. Os aniversários, as traduções, as buscas na internet, a história do Hospital da Posse, os planos de plantão no Central Park, as legendas para as fotos, o Adriana Awards, o fake do Raffa, a teoria do casaco arrematado por ele com o troco que ele ia dar pro manobrista, a 1ª vez que a Anne apareceu no JN (na parte policial do jornal, por conta de seu ex-namorado ladrão), as teorias, a história de perguntar “Você não é a garota que faz a Mia?” só pra irritá-la (definitivamente a gente não é normal. Mas é claro que a gente não ia fazer isso), a imitação da foto do gengibre, etc, etc, etc.

Eu não lembro muito bem da data que foi divulgado que a Anne ia dublar o Rio. Só sei que achei a notícia legal, que me passou pela cabeça que eles poderiam fazer alguma coisa por aqui e que achei engraçado o Rodrigo Santoro estar escalado no elenco também (Jesse Einsenberg nem foi mencionado na época) porque meses antes tinha inventado uma teoria de que a Anne tinha que ficar com ele, pra poder ficar vindo pra cá sempre (hehe). (Já a minha irmã discordou. Ela acha que o Rodrigo Santoro tinha que ficar é com ela, porque ele fez o Xerxes em 300, e ela se chama Esther, e a Esther da Bíblia casou com ele, então...)

Mas enfim, Anne vindo ao Brasil era algo absolutamente platônico. A gente preferia focar no plano do Central Park (que também era igualmente platônico e a maior zoação da nossa parte, aliás).

Só que aí chegou fevereiro de 2011 e saiu a notícia de que o elenco iria divulgar o filme Rio no Rio no mês seguinte. Quando a Jamille viu, a primeira coisa que ela fez foi me ligar (como sempre). Eu nem estava muito animada, afinal de contas, sabe-se lá onde ia ser a premiere e se fosse na Barra a gente estava ferrada tanto pelo tumulto causado, tanto pela dificuldade de voltar pra casa. A gente precisava se preparar. A gente não sabia se ia dar pra ir. Se isso fosse há uns 5, 6 anos, estaríamos menos despreocupadas. Agora, a responsabilidade chamava um pouco mais alto.

Mesmo assim, só de pensar que ao invés de gastar R$ 2400 na passagem para NY, a gente poderia ver a Anne por apenas R$ 2,40 (mil vezes mais barato), com um bilhete único carioquinha*, era algo que deixava a gente meio atônita.
*A Esther diz que o que os governantes deviam fazer mesmo era um bilhete único com integração aérea também. Você pegava o ônibus, e depois era só passar o cartão lá no aeroporto pra embarcar de novo, rs! Imagina só Rio-NY por apenas 2,40! Hahaha!

Tentei mandar email pra Fox pra descobrir quando e onde ia ser o negócio, mas me ignoraram completamente. O “quando” até que foi logo divulgado (eles iam chegar dia 20 de março, a premiere ia ser dia 22), agora o “onde” a gente ficou sabendo a 5 dias do evento. Cinépolis Lagoon, 20h, lá na Gávea. Lugar tranqüilo, horário ingrato e perfeito pra não ter confusão nenhuma. Além do mais, a minha faculdade ainda estava se acostumando a voltar às aulas, a Jamille não tinha nenhum trabalho pra entregar e a gente conseguiu de se “hospedar” na casa de uma amiga da Jami lá por perto. Estava tudo no esquema.

O pessoal da comunidade do Orkut estava animado. Tinha gente querendo até ir pra porta do Copacabana Palace no domingo (acabou que eles nem ficaram no Palace). Eu e Jamille concordamos que não iríamos de jeito nenhum fazer uma coisa dessas. “É muito mico, é muito arriscado, eu jurei que nunca na minha vida faria isso! Isso é coisa de gente doida e desocupada” – dizíamos nós. E eu tinha um aniversário de 1 ano pra ir e a gente ia vê-los na terça-feira, de qualquer forma. Não havia motivos para estresse.

Na segunda-feira, eu acordei meio de mau-humor, chateada com umas coisas, fui pra faculdade sem a menor vontade. Mas quando eu cheguei ao estágio e vi a foto da Anne desembarcando no Ego com aquele sorriso... ah, aí eu sorri também. Fiquei feliz de verdade. Sério, essa mulher tem um sorriso que ilumina os lugares! E foi aí que eu me dei conta de que a Anne estava ali do lado. E que no outro dia eu ia vê-la passar de pertinho. Senti um orgulho danado de ser carioca. Não porque o Rio iria conhecer a Anne, mas porque a Anne ia conhecer o Rio (desculpaê, você que não é do Rio, mas a nossa cidade é mara demais!). Aí eu me animei de verdade. 22 de março de 2011 ia ser O dia.

Jamille: Olha, o carinha está segurando uma plaquinha com o nome dela!
Eu: A gente tinha que ter ido lá com uma dessas e trazido ela pra casa. Hahaha!

A terça-feira chegou e a Jami me ligou dizendo que o negócio ia encher porque tinha uma menina lá na comunidade dizendo que iria chegar 16:40. Eu falei pra ela se acalmar, que não ia ter praticamente ninguém lá. Tudo estava correndo conforme o plano. Consegui sair do estágio na hora planejada, pegamos o metrô e fomos rindo sozinhas bocózonas o caminho inteiro. Teve até um guardinha que ajudou a gente a pegar o ônibus até a Gávea. A única coisa ruim era a chuva, que estava castigando. Ficamos tristes pelo pessoal do elenco que tinha vindo ao Rio e só pegado as famosas águas de março literalmente fechando o verão. A Anne então, branca do jeito que é, mais do que ninguém, merecia pegar uma cor. A minha preocupação era eles cancelarem o negócio por causa da chuva. A Jami já achou que ela podia emprestar o guarda-chuva dela pra Anne (hahahaha!), em troca de um lugar lá no cinema. “Não quero dinheiro, eu só quero entraaaaar”

Quando a gente solta do bus, vemos o Cinépolis com todas aquelas luzes, e adereços do filme e quase damos uns saltinhos de felicidade. Mas a gente devia saber que aquela chuva era um mau sinal (eu tenho pra mim que ao invés de passar uma arara azul por ali, o que tinha passado era um urubu, isso sim. O que faz total sentido, já que a sede do Flamengo ficava ali perto), porque foi só atravessar a rua pra descobrir que o evento era só pra VIPs. Só entrava com convite. Um absurdo! Mas que raio de premiere é essa em que não tem aquela gradezinha feliz em que a galera fica lá?

Mas, já que a gente tinha vindo de longe mesmo, né! (Aí a gente cantou “Você não sabe o quanto eu caminhei, pra chegar até aquiii” – em homenagem ao Toni Garrido que tinha acabado de passar.) Não custava nada esperar o carro entrar, sabe-se lá o que podia acontecer!

E foi ali que a gente conheceu a Patrícia (que revelou ser “a garota das 16:40”), a amiga dela (que, coitada, nem queria ver ninguém famoso, só queria assistir o filme, hehe) e a Elena (que se revelou ser um fake lá da comunidade). Tinha mais gente lá também, mas não muita. No máximo 20. A maior parte pra ver o Jesse Einsenberg (aquele que fez o filme do Facebook), aliás. E, gente, eu já disse que metade da graça dessas coisas são as pessoas. Estava muito engraçado.

Lembra que eu falei que a maioria dos fãs são adolescentes desocupados? Esquece. Só tinha gente na faculdade ali (ainda vale, né!). Mas a parte de eles saberem se divertir e não se levarem a sério é verdade mesmo. Estava hilário!

- Melhores momentos
* Plaquinhas pro Jesse: “Let us in, pleeeease!”
* Plaquinha pra Anne: A-N-N-E, pra quando ela passar ela ver.

* A ideia de fazer uma plaquinha pro Adam, o namorado da Anne que ninguém conhece: A-D-A-M. Ele ia ficar emocionado e COM CERTEZA ia mandar parar o carro pra atender os fãs dele – que não devem existir em lugar nenhum do mundo.
* Todo mundo se lamentando por não estar fazendo jornalismo na faculdade
* Diálogo Patrícia/Amiga dela

Patrícia: Eu falei pra você arrumar um estágio! A culpa é toda sua da gente não ter convite.
Amiga: Mas por que a culpa é minha? Eu faço Administração!
Patrícia: Porque você ia administrar o evento, oras!
(Todos riem)
* Quando chegou um ônibus cheio de repórter gringo e tinha uma jornalista japonesa sem nenhuma noção de moda. Uma bermuda cintura alta coral curtinha, camiseta e um blazer branco de comprimento maior que a bermuda.
* A ideia de tirar uma foto do convite, vetorizar no Photoshop e imprimir um pra cada um de um outro garoto.
* A galera analisando a geografia local para descobrir por qual a entrada que eles iam passar.
* A gente dizendo que ia ligar pra Anne e aí ELA iam mandar a gente entrar.
* A gente viajando dizendo que ela ia vir lá de dentro, abrindo passagem, tipo “Deixa eu falar com os meu fãs, seu seguranças malvados” (hahahahaha), mais ou menos igual naquela cena do DP2 em que toca Breakaway depois.
* Várias ideias mirabolantes para entrar no hotel, inclusive ir vestido de roupa de praia e sair entrando e levar uma mala vazia fingindo que é hóspede.

* A ideia de ter levado uma cópia pirata de Rio pra eles autografarem, como sinal de vingança por não ter deixado a gente entrar. E a ideia de boicotar o filme também.
* A Jami preocupada que ia rasgar o trabalho que ela tinha que entregar no dia seguinte.
* Jamille e Pathy descobrindo que não eram as únicas que tinham comprado o perfume que a Anne fazia propaganda. (Mas elas disseram que compraram porque era bom também. Se a Anne fizesse propaganda do óleo de amêndoas Paixão, elas não iam comprar. Esse último comentário do Paixão fui eu que fiz, rs!)
* Diálogo:

Menina: Oi, vocês são fãs de quem?
A gente: Da Anne.
Menina: Ah, eu vim pra ver o Jesse.
Não-sei-quem: Ah, o grupo do Jesse é ali do outro lado, ó!
Menina: Ah, tá. (com cara de desolada)
Não-sei-quem: Mas se você quiser ficar aqui, pode ficar também!
* Um ciclista que estava passando e ficou um tempão parado só pra ver o que estava acontecendo.
* Ney Latorraca fazendo cooper e sem entender nada do que estava acontecendo.


Conforme o tempo ia passando, a coluna ia indo pro brejo e o cansaço se aproximava. As pessoas nos ônibus tudo olhando pra galera lá fora (ô vergonha!). Um carinha da produção veio conversar com a gente super gente boa falando que estava preocupado com a nossa segurança, porque os carros vinham que vinham e passavam por cima mesmo, que talvez eles abrissem o vidro e tal. O povo estava colaborando. Aí começaram a chegar mais carros, mais carros, e os caras avisaram pro pessoal chegar pra trás porque dali a pouco iria passar o carro do Sério Cabral e que eles não ligavam de atropelar, não sei o quê...

Passaram uns carros muuuuito pretos e todo mundo xingando: “Esse Sérgio Cabral é um safado! Ele não quer se reeleger, não!”. Dali a pouco uma gritaria: “ELES TÃO LÁ DENTRO!”. Todo mundo virou macaco e subiu na grade. Eu fui perguntar pro carinha gente boa e ele falou que eles ainda iam chegar. Alguém com uma câmera semi-pro diz que conseguiu captar eles lá de dentro. Outro alguém diz que tinha visto a foto.

Se ampliar dá pra ver

É isso aí. A Anne passou bem na nossa cara e a gente não viu nem a sombra dentro do carro. Ela ia embora no dia seguinte. O sonho acabou. Tão perto, tão longe. A gente ainda tentou ver alguma coisa lá de longe, mas nem deu (por que eu não levei meus binóculos?). O único que abriu o vidro foi o Carlinhos Brown, crente que a gente estava lá por ele, mandou beijinho e tudo. A Patrícia ainda queria ir pro hotel no mesmo dia, mas a amiga não deixou. Eu também já estava morta e conformada.

É isso aí, a gente sabia do risco. Só não precisava terem mentido assim na cara dura. Se bem que era o trabalho dele, e podiam ter colocado a gente pra dentro, não tinha quase ninguém... Sei lá. De qualquer forma, foi legal. Me diverti com a galera. E na melhor das hipóteses, pelo menos já tinha parado de chover.

Acontece que o sonho até tinha acabado, o que a gente não sabia é que o que estava por vir era muito melhor que pão doce.
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quinta-feira, 17 de março de 2011

Fã de carteirinha assinada

Ao contrário do que muita gente pensa, ser fã dá o maior trabalho. Existem algumas categorias que diferenciam as espécies de admiradores (mais detalhes logo em breve), mas todos eles compartilham 2 características sem as quais é impossível continuar na “carreira”.

Você é que pensa que eles também não batem cartão

Em 1º lugar, o fã é um ser provido de certa quantidade de tempo livre. Porque é necessário que se seja um pouco desocupado pra assistir aos programas de TV, comentar nos fóruns, votar nas enquetes, escrever cartas quilométricas, ler as fofocas... E em alguns outros casos ir aos programas de TV, ficar plantado em fila de ingresso, passar o dia esperando um aceno da sacada do hotel, etc. Não por acaso, a maioria da “classe trabalhadora” dos fãs é composta por adolescentes. Os hormônios ajudam, mas o tempo ocioso e a recém-adquirida mobilidade independente é que são fundamentais.

E depois, o fã precisa de uma certa dose de cara-de-pau. Seja para pedir autógrafo, colocar pôsteres na parede, comemorar o aniversário do ídolo, gritar “Ô, Fulaninho, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”, e principalmente cometer loucuras muito piores, tipo tentar invadir a casa do artista, é necessário que o senso de ridículo do indivíduo seja mínimo.

Entretanto, não é porque todo fã é desocupado e cara-de-pau que significa que eles sejam todos iguais. E fazendo um breve levantamento, eles podem ocupar os seguintes cargos:

1) Fã-nático
Larga o trabalho para acampar na fila do ingresso. Fica semanas na entrada do show pra pegar lugar na fila do gargarejo. Faz tatuagem em homenagem ao objeto de sua adoração (entre outras coisas). Decora a casa somente com aparatos especiais. Corta uma mecha do cabelo da pessoa e guarda. Ameaça a namorada do cara de morte. Compra produtos cujas marcas são as preferidas do ídolo. Se veste de urso de pelúcia, se embrulha num presente e manda ser entregue na casa dele. Alguns deles acabam no consultório psiquiátrico. Outros na cadeia mesmo.

Daqui a 5 anos essa pessoa vai se arrepender tanto! E essa nem é das piores.
O tatuador que deixa as pessoas fazerem essas é que devia ir preso, numa boa.

2) Fã-colecionador
Compra todas as revistas em que o ídolo aparece e grava os programas de TV. Arremata todos os CDs, DVDs, videogames e produtos licenciados relacionados. Em suma, é rico. Mas, pra falar a verdade, o fã-colecionador é bastante útil também, porque coloca os scans das revistas e sobe os vídeos que gravou pro YouTube. Assim o pessoal que não tem tanto tempo ($$$) consegue ler as entrevistas e assistir aos programas também.

Ai, eu queeerooo!

3) Fã-Seguidor
Já encontrou com o artista milhares de vezes, porém MAIS uma foto NUNCA é demais. Frequenta os aeroportos toda vez que o ídolo está para chegar à cidade e é figurinha carimbada nas platéias de programas de auditório quando ele é atração especial (e quando a parte do artista já acabou, sai de fininho deixando o maior buraco na platéia e os contra-regras loucos da vida). Já ficou até amigo dos seguranças, motoristas, empresários e do próprio artista, de tanto que corre atrás do ídolo pra tirar só mais uma ‘fotinha’. (Ah, sim depois eles postam as fotos na internet cheias de logo, porque tem gente malvada que COPIA!!!).

Fã: "Dessa vez a foto é com o cachorro, que ainda não tem foto com você, Xu!"
Xuxa: "Tudo bem, Katilcelene, vamos acabar logo com isso! Diga Xiiis!"
Cachorro: "Au! Au! Au!"

4) Fã-Egoísta
Quer ser diferente e detesta as coisas que fazem sucesso. Tem pavor de que o resto do mundo descubra as qualidades daquilo que ele gosta, porque aí vira modinha e ele perde o status de ‘alternativo’. Considera que outros que chegaram depois não são fãs “de verdade”.

O fã-esgoísta nunca compraria aqui

5) Fã-Stevie-Wonder
Se recusa a enxergar que aquilo de que ele gosta tem defeitos. Ou simplesmente não consegue enxergar mesmo. Para ele não tem discussão: qualquer adjetivo diferente de PERFEITO é considerado uma injustiça.

O amor é cego. Stevie Wonder é cego. Ninguém é perfeito... Ah, eu esqueci o sofisma.

6) Fã-Xiita (também conhecido como Talifã)
É uma evolução do Fã-Stevie-Wonder. Não aceita que os outros tenham opiniões diferentes e vai tirar satisfação com gente que não acha a mesma coisa que ele. Quer discutir opinião com fatos, número de vendas, elogios de gente conceituada... E quando já não tem mais argumentos, apela para o famoso “faz melhor” ou pra baixaria mesmo. Não tem senso de humor e qualquer piada com o objeto de sua afeição (até as engraçadas e de bom gosto) são execradas porque, afinal de contas, quem dá a entender que seu o ídolo não é perfeito é um inimigo e precisa ser combatido. Muitas vezes arranja briga até com quem falou BEM da parada. Aulinhas de Português JÁ!

De vez em quando dá é vontade de dar uns sub-zeros nessas criatura, sabia?

7) Fã-#HashTag
No meu tempo, os fãs perdiam horas e dias e semanas preenchendo cartas quilométricas com mensagens de “Eu Te Amo”. Com o advento do Twitter, surgiu uma nova forma de demonstrar o seu afeto: colocar o seu ídolo nos Trending Topics. E para isso, eles põem a hashtag no final de cada tweet – mesmo que ela não tenha nada a ver com o assunto. Aí, ao invés de divulgar o artista, o que acontece é que o fã acaba angariando uma série de inimigos que não agüentam mais aquelas mensagens sem sentido inundando a sua timeline.

Se liga no Ratinho cheio de dificuldade pra ler a carta...
Eu tenho saudades dessas cartinhas. #prontofalei

8) Fã-Empresário
Se dependesse dele, o ídolo estaria na mídia todo santo dia. Reclama da estratégia de divulgação do CD, dá pitaco nos clipes, discute qual a música deveria ser single para tocar mais na rádio e qual o programa de TV em que o astro teria mais visibilidade... O Fã-Empresário não quer saber de desculpa e só aceita o melhor. Porque a parte dele de votar em qualquer enquete (e eu disse QUALQUER mesmo) só para ter o prazer de ver o ídolo como vencedor, ele faz.

O Justus não tinha nada que ter ido pro SBT. Isso vai diminuir as vendas do CD dele. 
Será que ninguém vê isso?


9) Fã-Sherlock-Holmes
É um estudioso do assunto e fuça a Internet para se atualizar. Não se intimida com os textos em outro idioma e usa o Google Tradutor para ler as notícias em inglês, italiano, francês, japonês, russo, hebraico... E se ela não estiver em HTML, ele digita tudo e depois traduz. Como para bom entendedor meia palavra (em qualquer língua) basta, está sempre especulando, juntando dois e dois, fazendo algumas deduções elementares e criando teorias conspiratórias até. Às vezes ele está certo e às vezes... bom... não!

Elementar, meu caro fã...

10) Fã-Desencanado
Esse tipo de fã já transcendeu a fase de loucura, coleção e cegueira. Compra as revistas só quando as matérias são boas ou quando tem dinheiro. Sabe escutar a opinião dos outros e compreende quem não compartilha da sua. Cansou de arrumar barraco com quem nem conhece porque sabe que não vai ganhar nada com isso. Já passou por decepções suficientes para entender que ninguém é perfeito, mas continua acompanhando o negócio mesmo assim porque o prazer que isso proporciona é maior do que os momentos ruins. Acompanha as notícias em cima do laço não para ganhar um concurso de quem sabe mais, mas porque se diverte com isso. Adora tecer comentários sarcásticos sobre todas elas. Já possui um “grau de intimidade” tão grande com aquilo de que gosta que se sente livre para rir da cara do ídolo e tirar um sarro dele também. Pensa que se existe alguém que pode e DEVE zoar o ídolo (e, por que não, rir das loucuras que os próprios fãs aprontam), esse alguém é ele mesmo. Não se leva tão a sério, porque, afinal de contas, ‘redondo é rir da vida’.

Olha lá! As próprias pessoas riem do que estão fazendo!

Embora tenha zoado os fãs durante todo o post, devo dizer que os entendo em quase todos os casos. Entendo porque também sou fã e falei tudo isso aí com conhecimento de causa. (Não que já tenha ocupado todos os cargos citados, longe disso. Na verdade, sou uma mistura do Fã-Sherlock-Holmes com o Fã-Desencanado. Mas às vezes acho que só não faço pior por falta de oportunidade, hahaha!) Já freqüento os fóruns de discussão há algum tempo para ver como o povo se comporta e apesar de toda a loucura e estupidez aparente, tem muito fã legal, engraçado, inteligente (inteligente, sim, senhor!) e criativo.

O que move o sentimento do fã é realmente uma relação de amor. Amor esse que é cego e o impede de enxergar os defeitos daquilo que adora (assim como acontece em qualquer relacionamento). E depois de passada a fase da cegueira, um amor que não liga de saber que até os ídolos têm defeitos (também como acontece em qualquer relacionamento).

E se eles fazem o que fazem, não é necessariamente porque são seres idiotas e sem noção, mas porque querem, à sua maneira, expressar gratidão. Gratidão por aquilo que te faz sorrir mesmo quando você está de cara amarrada. Gratidão por aquilo que te faz esquecer dos problemas da vida real nem que seja por um segundo. No fundo, só o que ele quer é retribuir o carinho daquele que proporciona todas essas aventuras e  torna sua vida menos chata.

E sim, tem gente que passa do limite, mas a maioria nem é assim. Grande parte exerce a profissão porque gosta de entrar na brincadeira e fazer coisas diferentes, conhecer gente nova, e se divertir, acima de tudo. E essa parte aí eu acho isso supersaudável.

 Happy Hour

Aliás, se não for para se divertir e fugir das preocupações, o trabalho de fã não compensa. Afinal de contas, o que ele ganha no final do mês são só o sorriso do ídolo, as risadas, as aventuras, as amizades, os barracos (ah, é claro que tem os barracos também!)... E pensando bem, isso aí tudo já está mais do que bom.

E você, se encaixa em qual dos 10 tipos de fã citados? (Lembrando que não precisa ser necessariamente de GENTE famosa. Pode ser de livro, de filme, de time – aliás, os torcedores, por si só, são uma categoria toda especial -, de HQ, de série de TV, de alguma marca...) E se não se encaixa em nenhum, em qual o novo departamento você ficaria?

Tem crachá pra tudo quanto é gosto
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quinta-feira, 10 de março de 2011

O pássaro e a rata de fórum

Durante muito tempo achei o Twitter a maior babaquice. Não via utilidade em escrever o que se estava fazendo em 140 caracteres. Minha vida não é tão interessante a esse ponto. E 140 caracteres não dá pra nada (olha o tamanho dos meus posts!).

Só que aí, um dia, um trio de amigos insistiu muito e eu acabei entrando na onda.

Não vou mentir para você, eu acabei gostando no negócio. É extremamente viciante (isso era uma coisa que eu temia, aliás) e até que o bichinho pode ser informativo e divertido.

Só que se eu tivesse que escolher entre o Twitter e as outras formas de me comunicar na Internet, foi mal aí, Twitter, mas você ia dançar – ou melhor – você ia baleiar (viu só como eu já estou por dentro das gírias da parada?). Porque, apesar de tudo, eu ainda acho o Twitter muito estranho. Ao mesmo tempo em que você fala com todo mundo, você não fala com ninguém. De vez em quando é como ter um megafone e falar para as paredes. E isso é meio...esquisito!

Tweety vs Twitter

Mas pior do que a sensação de falar sozinho (isso há algum tempo atrás seria considerado loucura, mas enfim) é quando se percebe que realmente as pessoas te ouvem. Você encontra com alguém e do nada a pessoa puxa assunto sobre algo que você comentou no Twitter como se você tivesse contado diretamente para ela. Aí você fica totalmente confuso com cara de “Como você sabe disso tudo?”, e só depois de uns 3 segundos se lembra (ou é lembrado pela pessoa) do maldito do Twitter. É uma situação absolutamente embaraçosa.

E os constrangimentos de estar seguindo alguém ou não? O povo leva pro lado pessoal e arranja a maior confusão por causa do tal do Unfollow. Na boa, Twitter não é Orkut, não! Seguir uma pessoa significa que você está disposto a dar atenção ao que ela tem a dizer, e se ela não diz nada interessante ou twitta pelos cotovelos inundando a TimeLine, sinto muito. Não quer dizer que não você goste dela. Só que não está a fim de segui-la no Twitter – e às vezes você nem conhece o dito cujo! Porque, ao contrário do Orkut, que a pessoa fica lá adicionada quietinha, no Twitter, essa pessoa fala. E vamos combinar, nem sempre nossa vida é assim tão emocionante. Se eu não me conhecesse, não sei se me seguiria também.

Outra coisa que eu não gosto no Twitter é que aquele passarinho assassino mata as outras formas de comunicação virtuais (ou presenciais). Não se acessa mais o Orkut, não se entra mais no MSN, não se manda mais email... E por que o povo deixa de usar todo o resto? Porque as pessoas não gostam de falar a mesma coisa várias vezes. Aí falam no Twitter pra todo mundo ao invés de direcionar ao seu público-alvo - que dependendo do assunto seria conversado com o pessoal dos fóruns, dos Orkuts, do MSN... (Essa falta de direcionamento, inclusive é responsável por esses problemas do tipo “Eu falei isso pra você?”) e renderia umas boas discussões, mas no Twitter o assunto fica lá 'jogado no vento'.

No Twitter, os assuntos são jogados no vento. Igual à Jade.

E, sinceramente, eu odeio esse massacre das outras redes sociais mais antigas. Porque elas são MUITO mais legais que o Twitter.

Fora a liberdade na quantidade de caracteres e a privacidade dos comentários, tem um monte de histórias engraçadas nos fóruns da vida. E eu não sei se eu já comentei aqui, mas eu sou viciada em fóruns! Visito uns 3 ou 4 e me divirto horrores com os comentários postados neles. São as coisas mais hilárias que tem. O povo inventa cada teoria bizarra que vocês não têm noção! Só quem participa dessas coisas é que sabe o quanto é bom.

Dependo do fórum, o pessoal fica amigo, tem os usuários engraçados, os usuários sarcásticos, os usuários malas... É um melhor que o outro. Teve uma época em que o Alenda (que, dos que eu frequento, é - ou era - o mais animado) saiu do ar e o vício do povo era tão grande que fizeram um outro fórum provisório com o nome de Acampamento enquanto o oficial não voltava. Ai, ai, me divirto horrores com o Manicômio (Mani, pros íntimos).

O Mani também tinha carteirinha, ó
Pena que ele ande tão abandonado agora. Pois é, as pessoas crescem...

Outra coisa legal é que no final do ano tem amigo – ou inimigo - oculto de siggy (apelido carinhoso para signature – a imagem que o usuário coloca no final de cada postagem) e inclusive premiação de Melhores do Ano (com apresentação e tudo) em que se premiam coisas como Usuário mais Participativo, Tópico do Ano, Usuário mais Barraqueiro... Ah, sim, esqueci de falar, sempre tem os barracos. Muitos barracos!

Acho que nada vai bater o dia em que, no Alenda... Minto não era o Mani não, era um outro que o povo estava acampando enquanto o Mani estava fora do ar que também não era o acampamento, o usuário carlinha.barros85 se revelou ser o Lucas Lima. Sim, o marido da Sandy!!!! (Taí mais uma vantagem dos fóruns: Anonimato!). Isso aí era na época em que a Sandy era analfabyte e não tinha Twitter. Por isso, o povo ficava no pé do marido dela - obviamente a parte conectada do casal. Quem não se lembra do episódio em que ele foi blogar em plena lua-de-mel? Lucas, eu sei que você fez aquilo na maior boa vontade, mas cê pediu pra ser zoado, né não? Hahaha!- e fizeram até uma campanha intitulada Acessa Sandy, para que ela criasse um perfil na rede do passarinho mais tarde. Divertidíssimo!

Antes de dar Unfollow na Wanessa Camargo pra mostrar que é devassa, a Sandy teve que aprender a 'entrar no computador' com a SOS

Mas, então, o barraco. Eu quase peguei o 'ao vivo' da coisa. E era o cara mesmo porque o negócio ultrapassava as barreiras do fórum e se estendia até os comentários do blog dele. A briga foi feia! Ele ficou revoltado por causa de uma discussão besta pra caramba (besta foi uma palavra muito usada naquele dia, aliás) sobre, sei lá, o cabelo dela. Era algo bem idiota desse nível mesmo.

Mas foi um negócio que entrou pra história do fórum. Durante meses, foi uma zoação infinita com o caso 'carlinha.barros85'. É claro que esse dia fatídico (apelidado carinhosamente de Carla Day) levou o prêmio de Melhor Barraco do Ano. Agora eu só não lembro se a Carlinha levou de Usuário Mais Barraqueiro também. Ah, lembrei de uma coisa legal. O Carla Day é 'comemorado' no mesmo dia do aniversário da Sandy. Aí toda vez que a mulher completa primaveras, o povo lembra do incidente.

Outras coisas bacanas de fóruns:

- Quando tinha apresentação na TV. Aí o pessoal fazia o Aquecimento (o flood que rolava antes do programa) e depois o Torramento (comentando o programa em si). Agora o Torramento está todo no Twitter. Ô Saco!
- Relatos (geralmente Bíblias – gíria para comentário gigantesco)
- Tópicos absolutamente sem noção em que o conteúdo não tem sentido algum (na parte do OFF, claro. Ou não...)
- Teorias conspiratórias sobre a identidade de alguns usuários
- Teorias conspiratórias sobre descobertas feitas na Internet ou por meio de fontes não-identificadas
- Comentários bem humorados sobre quase tudo
- Avatares animados
- Barracos (ah é, eu já falei dos barracos. Mas é que eles são muito bons, desculpaê!)

Mudando de assunto, tem umas histórias engraçadas de Orkut, Fakes do Orkut também (Tenho que admitir que em matéria de Fake, o Twitter é bem mais divertido, justamente porque o fake fala)... Mas o mais legal do Orkut é a burrice das pessoas. Acho que a campeã foi um tópico em que a menina dizia que viu o Michael – o personagem - na webcam. E o povo dizia que isso era impossível e ela cismava que tinha visto sim porque uma vez tinha visto o Daniel Radcliffe também. Pena que o Orkut apagou o tópico, senão eu dava print pra vocês verem. Quando eu vejo essas coisas, eu ligo logo pra Jami pra gente rir, porque é muito hilário, sério!

Agora, vê se tem essas coisas no Twitter? Pode até ter uns barracos assim. Mas o veículo não permite reprises. Não dá pra ficar sacaneando o negócio por meses (dá pra zoar por uns dias, no máximo). Não dá pra ter premiação (só acompanhar as premiações de verdade em tempo real). Não dá pra ressuscitar os assuntos. No Twitter só o agora importa. Qualquer coisa depois disso é (ultra)passado. E você sabe como eu gosto de revirar essas coisas velhas... (Aliás, estou me divertindo revirando os fóruns pra fazer esse post).

Aprendi a gostar do Twitter, e é um negócio mais que viciante, que rende algumas risadas. Ele é até útil em algumas situações (quase nenhuma).

Mas prefiro as histórias e o anonimato dos fóruns, a facilidade e privacidade de conversar por MSN, a burrice das pessoas do Orkut, fora a liberdade de caracteres e a organização das ideias de todos eles (com quotes, etc). Porque neles dá pra rir de novo e de novo um monte de vezes depois.

PS. Nossa, tô vendo uma campanha de revitalização de fórum aqui e a galera falando que tinha invasão de haters e até rixa com fóruns rivais! Na moral, é por isso que eu adoro os fóruns!
PS2. Ah, lembrei das "Máfias" do fórum também! Era uma mais legal que a outra. MDFA, MDL, MDS, MDJ, MLQTNS... Hahahaha!
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sábado, 5 de março de 2011

CEO #04: Entorpecidos

Eu sei. Demorei tempo demais para atualizar minha “coluna” (ainda não acostumei com isso, parece até que eu sou jornalista!). Mas vocês entendem que procrastinar é uma dádiva quando se pode concretizá-la pelo simples fato de não ter de fazer absolutamente nada.
 
Não se enganem! Eu já tinha esse texto meio engatilhado na cabeça e queria mesmo pô-lo em palavras, mas sabe como é, né? A preguiça é traiçoeira e nos prende com uma facilidade indescritível.
Bem, deixemos as desculpas de lado e vamos ao texto! Espero que gostem!

A vida é difícil.

Assim. Sem mais desculpas ou rodeios.

Mas não há motivo para pânico, a “coluna” do CEO de agora não termina aqui, com essas quatro palavrinhas que, apesar de dizerem muito, não dizem absolutamente nada sobre o tema a ser discutido. Na verdade, essa frase pequenina com sujeito facilmente identificável e verbo de ligação é de grande ajuda para a conexão de fatos a seguir.
   
Sim. A vida de uma pessoa é uma coleção de lágrimas, decepções, baixas expectativas... E por isso, alguns buscam atalhos escusos para sua fuga. Eles fogem da realidade, seja para encontrar inspiração ou para, pura e simplesmente, esquecer o que os aflige. Vivem então como fantasmas, entorpecidos, flutuando em sua idéia ilusória de felicidade e paz.
   
Esse torpor é encontrado devido ao uso de vários instrumentos: vinho, cerveja, LSD, maconha... Não, meu ponto não chegará nem perto de questões legais como tráfico, violência e política. Talvez por isso me questione se chocolates, bombons, refrigerantes ou sorvetes também não entrariam para lista desse arsenal de meios para sanar a tristeza e os males da alma de maneira furtiva. Digo-o não porque sou contra meios de afastar a dor física, decidindo incinerar todos os anestésicos das farmácias, mas por acreditar que é importantíssimo estar presente em sua própria vida, seja ela uma porcaria ou um mar de rosas.
   
Sendo a última hipótese quase impossível, já que a beleza e o desespero em ser humano são perder-se e desesperar-se todo instante pela insatisfação com o que se tem, tornam-se ainda mais pungentes e justificáveis os goles de uísque no bar e os comprimidos de antidepressivos mergulhando esôfago abaixo. Entretanto, tais justificativas são frágeis quando se deparam com as conseqüências pós-torpor. Adormecer ou alucinar com delírios de constante felicidade durante momentos de crise via pílulas ou soluções intravenosas não torna a realidade mais simples, apenas a cobre com uma máscara colorida.
   
A definição de realidade para os entorpecidos é trêmula e imprecisa, o que, para mim, é gravíssimo. Não há alegria real, não há beleza, não há tristeza... Eles seguem enganando seu corpo e sua mente com recompensas abstratas, o que torna as concretas pouco valiosas, quando, na verdade, o inverso é mais confiável.
   
Certamente, muitas vezes o delírio de uma dimensão fantástica, em que dor e rejeição são substituídos por finais felizes para todo o sempre, parece a única saída para sentir-se um pouco mais vivo, mas, no fundo, é o acordar que o mantém respirando, não o sonho. São os cortes e as cicatrizes. São as lágrimas e as palpitações. É o amargo que faz o doce tão saboroso. É preciso estar presente para sentir as inúmeras possibilidades ao seu alcance.
   
Serve de nada fugir. Viver a mentira enfraquece a verdade e também a si próprio. Sua presença transforma-se em um vagar translúcido e fantasmagórico. Sua voz é silenciada e não existe desculpa sobre busca de uma inspiração maior que me pareça mais infundada. Para que negar a realidade? Para que fingir um caleidoscópio de imagens sem sentido quando o mar e o céu já ditam adjetivos e mensagens diferentes quando se está triste e quando se está contente? Contudo, é preciso senti-los para isso, não rumar errante em sua inconsciência.
   
Inexiste necessidade de ser estranho ou anormal, aéreo ou controverso. A sobriedade mantém seus olhos e seus sentidos alertas para a poesia e os remédios para a infelicidade podem chegar pela exaustão de uma dose cavalar de canções e acordes cinzentos ou pelas palavras doces de uma lembrança recorrente em um filme genial de brinquedos falantes e até mesmo de um velhinho e sua casa que voam com balões. Porém, experimentá-los mais plenamente é apenas possível para aqueles que se permitem estar, com os pés no chão e a mente passeando tranqüila, não esquizofrênica e perturbada pelo veneno injetado/ingerido. Para aqueles que acreditam que as possibilidades dos sóbrios são limitadas, enganam-se, pois os entorpecidos sim, estão presos, não o contrário.
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