sábado, 31 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

Sempre tive uma teoria de que os anos ímpares são mais legais que os anos pares. Os anos ímpares são aqueles em que acontecem as coisas inesquecíveis, que são bons do início ao fim, que dão vontade de pedir bis no dia 31/12. Os pares geralmente são aqueles bacanas, mas que fazem a gente sofrer um bocado, talvez como compensação pela incribilidade (existe essa palavra?) do ano anterior.

Mas, depois de 2006 (o ano mais legal do Ensino Médio, e um dos mais legais da VIDA!), eu andava deixando de lado a minha teoria altamente científica.

Contudo, 2011 veio para retomar a minha teoria com força total!!!!

Uau! Que ano, meus amigos! Que ano! 2011 vai deixar saudades, viu!

Um dos anos mais importantes da minha vida, com certeza. Pode não ter sido um ano de tantas descobertas como 2010, mas também foi um ano de conclusões, recomeços e algumas loucuras.

Muita coisa boa aconteceu em 2011 (e eu nem comprei nenhuma Ioguteira Top Therm – pra falar a verdade, eu sempre tive uma. Sério). Não precisa nem forçar muito a vista pra perceber que eu comecei o ano de um jeito e termino hoje uma pessoa bem diferente. Muito mais segura do que quero e me sentindo muito mais valorizada também. Na verdade, acho até que sou uma pessoa muito próxima da que me imaginei quando chegasse a essa altura da vida.

Segue a listinha fora da ordem cronológica:
  • Comecei no estágio novo (num dos primeiros dias do ano, de verdade).
  • Fui à premiere de Rio, fiquei do lado de fora e fui enganada pelos seguranças do evento
  • Prometi a mim mesma que não iria perder minha dignidade indo para porta de hotel, porque isso aí era coisa de gente desocupada.
  • Perdi toda a minha dignidade indo pra porta de hotel
  • Mas ganhei a felicidade total quando fui convidada pra entrar no Fasano pela própria Anne Hathaway (de que vale a sua dignidade quando a possibilidade de encontrar com sua atriz favorita está em jogo?)
  • Abracei, conversei, autografei e tirei foto com a Anne (sério, fui pro céu e voltei nesse dia, HISTÓRICO!!!! MELHOR DIA DO ANO!!! Você não tem noção do quanto eu fiquei feliz em 25/03!!! Uma dica: MUITO, MUITO, MUITO, MUITOOOO!)
  • Joguei boliche com os amigos.
  • Fiquei boquiaberta com as descobertas das minhas pulguinhas do CEFET.
  • Matei a saudade do pessoal no primeiro encontro da INFO 2007, geração de prata.
  • Consegui meu primeiro emprego, em outra empresa que não a do estágio.
  • Achei que o emprego ia estragar tudo e atrapalhar meu penúltimo semestre da faculdade
  • Trabalhei fim de semana e
  • Trabalhei até às 3 da manhã!!!!!!
  • Mas não atrapalhou, deu tudo certo, e estou muito feliz!
  • Andei mais de táxi do que a Angélica
  • Já conheço o Centro como a palma da mão e agora pego ônibus de olho fechado e
  • Viajei pra São Paulo (à trabalho)
  • Fiz progressiva no cabelo
  • Fiquei feliz da vida quando soube que o Jamie vinha pro Brasil
  • Fiquei revoltada quando soube que o show era só em São Paulo, num festival no meio do nada (ah se ele ainda estivesse com a Isabella...)
  • Fui ao show da Sandy, aquela Devassa, mas infelizmente ela não cantou Conga Conga
  • Conheci muita gente nova e legal!
  • Entrei no Copacabana Palace (dessa vez num evento da empresa, não fui correr atrás de ninguém)
  • E perdi meu Riocard no mesmo dia (alegria de pobre dura pouco!)
  • Não fui ao Rock in Rio.
  • Mas fui a dois eventos literários no Rio e à Bienal, encontrei gente de internet e aproveitei o desconto progressivo da Record
  • Comprando no cartão de crédito (esse negócio é um perigo)
  • Me senti a própria Becky Bloom quando achei ter encontrado uma edição raridade de DP a 10 reais
  • Descobri que não era edição raridade coisíssima nenhuma 10 minutos depois
  • Minha irmã conseguiu publicar seu livro. (Aproveite e faça a última compra de 2012, vai que o mundo acaba!!!
  • Fui reclamar taxa no banco e esfreguei a resolução do BACEN na cara da atendente que queria não queria me dar isenção de tarifa
  • Quase que fico reprovada em Cont. Pública porque o professor tinha lançado a nota errada (ufa!)
  • Mas fiquei de prova final em Auditoria, trabalhando com Auditoria, porque as provas que o cara fazia eram super nada a ver.
  • Passei com 10 na prova final (toma!)
  • Descobri que o CR não adianta de porcaria nenhuma quando você está tentando vaga com o professor mais disputado do TCC
  • Fiz meu último SAID pra entrar, escrevi Chuck Norris no formulário (sacanagem, escrevi Concluinte) e nem assim consegui vaga nele
  • Ao invés disso, me alocaram em outro professor que parecia muito rígido pelo email e a gente nunca sabia se quem respondia era ele ou a mulher e não deixou eu usar o tema que eu queria
  • Mas descobri que ele E a mulher eram ótimas pessoas pessoalmente
  • Fiz o TCC, entreguei e nem doeu.
  • Passei com 10 no TCC (Yeah!)
  • Terminei a faculdade.
  • Fiquei com saudade da faculdade.
  • Tirei foto de formatura.
  • Não consegui tirar o meu diploma do técnico até hoje (!!!)
  • Fiz inventário (relato só no ano que vem, rs!)
  • Assisti filme na Sala De Lux.

Eu não sou muito de estabelecer metas pro ano seguinte porque eu nunca cumpro e tal. Mas, acho que agora, com o fim da faculdade, é bom começar a traçar algumas para não ficar vivendo errante e vendo a vida passar por você. Ainda vou pensar nelas direitinho, mas estão mais ou menos esboçadas na minha cabeça já.

No mais, espero que 2012 também não seja um ano “totalmente par” e que o mundo não acabe, porque ainda tem muita coisa pra eu fazer nessa vida.

Feliz 2012 pra vc!
Lisa
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Fim de Ano e o Jogo das Associações

No Cefet, quando a gente não tinha mais nada pra fazer e estava no meio de uma viagem entediante, puxava o Jogo das Associações. Era uma brincadeira bem bobilda que consistia em falar a primeira palavra que lhe viesse a mente de acordo com a que o seu colega acabara de ter dito. Desse jeito, o jogo que começava com uma simples “Pipoca” rumava por palavras pra lá de absurdas que nada tinham a ver com a guloseima saída do milho, principalmente porque no meio do jogo, o Jonas, um dos mais bobildos do grupo, tratava de desvirtuar totalmente as associações imagináveis. Era mais ou menos assim:

- Pipoca
- Cinema
- Filme
- Meninas Malvadas
-Lindsay Lohan
- Sexo
-Rock’n’Roll
- Rock in Rio
- Drogas
- Sexo
- Padrinhos Mágicos

Hã?????

E eu não sei você, mas nessa época do ano sempre acho que os dias nascem diferentes (talvez seja o horário de verão), com um ar mais leve, as pessoas querendo ser felizes, mesmo com todos os problemas, o tempo passando mais devagar (apesar do horário de verão) uma sensação de alívio porque mais um ano se passou... Às vezes tenho a sensação até de que vai nevar no calor de 40º do Rio. É, podem me internar.

Esse ano cheguei a conclusão de que a razão disso tudo talvez seja porque todo fim de ano eu brinco inconscientemente de “O Jogo das Associações”. Acho que associo o fim de ano atual com as coisas legais que acontecem/aconteceram no fim de ano, tipo:

Férias – Aquela sensação de alivio, de pegar o último boletim, de não ter mais provas pra fazer e de não precisar mais acordar cedo pra ir pro colégio. Tem mais de um ano que eu não tiro férias de verdade, mas senti a mesma coisa esse ano. Sério.



Rodízio de pizza/Passeio com os amigos – E a comemoração de encontrar os amigos no fim do ano? Rodízio de Pizza com “Parabéns pra você” aleatórios para qualquer um na pizzaria, ir a um Sítio no meio do nada, fazer excursão pro Rio Water Planet... Também tem tempo que eu não faço mais nada disso. Mas dá vontade de fazer de novo. Dá vontade de ser feliz, sabe?

Animação, gente! Bora, "A Patrícia roubou pão na casa do João..."

Presentes – Ha! Taí uma coisa engraçada. Depois que a gente cresce esse negócio de presentes perde bastante o sentido. A gente compra tudo o que quer logo no meio do ano, geralmente com o próprio dinheiro, até. Não tem razão pra ficar aguardando a data, mas que dá saudade desse tipo de coisa, ah, dá!

Hoje em dia, eu mesma compro meus presente...

CD de Sandy & Junior – Mês de Dezembro chegando e era batata! Lá estava o novo CD da duplinha desembarcando nas prateleiras para servir de presente de Natal de sempre. E virava trilha sonora de fim de ano e das festas com os amigas aqui em casa também. Agora não tem mais CD novo, mas aí chega essa época do ano, eu fico com vontade de ouvir novamente só pra relembrar.

Tocou demaaaaaiis no fim de ano de 1999

DP – Fim de Ano era época de comprar o novo volume de DP. E de fazer contas pra quantos livros faltavam, e discutir o que viria depois e aguardar ansiosamente o próximo volume. E de pensar no que a gente ia fazer depois que acabasse... Pois é, acabou. Mas só de lembrar em como era legal tudo isso, dá uma saudade danada, e às vezes eu acho que ano que vem ainda tem mais. Vai entender!

Aiiii, que saudadeeee!!!!

Blockbusters da Disney – A Disney é sinistra. Todo fim de ano (ou começo de Janeiro) ela lança aquele filme família que arrasta multidões aos cinemas e conquistam um lugar nos nossos corações. Encantada, Enrolados, Muppets. Lá em 2002, há 10 anos, estreava um tal de Diário da Princesa também... Ano que vem tem A Bela e a Fera em 3D. OBA!

Anota aí na agenda! Fevereiro de 2012! Uhuuu!

Comédias Românticas com Natal no meio – Escrito nas Estrelas, Enquanto Você Dormia, O Amor não tira Férias, Bridget Jones, Simplesmente Amor... Na verdade eu gosto MESMO só dos dois primeiros, mas não dá pra negar que os outros são uma gracinha. Dá vontade de assistir de novo sempre no mês de dezembro. Dá vontade de ser feliz depois que a gente assiste. E eu sempre termino achando que a neve é o ingrediente que faz a vida ser mais bonita.

O único defeito do filme é o cabelo-palha da Kate Beckinsale.

E você? Tem alguma associação absurda que faz em época de fim de ano? Ou em outra época do ano? Não vale aquelas clássicas que entram nas listas de todo mundo, tem que ser desse nível ali do Jogo das Associações.

Abs
Lisa
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Becky Bloom em tempos de crise

Outro dia escrevi aqui como se deu o início do meu relacionamento com Becky Bloom e sua trupe 10 anos depois de seu lançamento, por conta da divertida adaptação do livro para as telonas. Pois é, o filme ficou 10 ANOS (!!!!) em negociação até conseguir se tornar realidade. E ironicamente, acabou sendo produzido numa época de crise na economia. Aproveitando a deixa, a película, inclusive, até citava a recessão.

Desde então, o bicho parece estar ficando cada vez mais feio com a crise se espalhando pela Europa e os EUA tendo sido rebaixados no índice de liquidez da dívida e passando a tesoura no orçamento destinado à educação. Ainda bem que aqui no Brasil foi só “uma marolinha”...

O engraçado é que, lá em 2009, quando me apaixonei por Becky Bloom e seus delírios de consumo, eu me peguei imaginando como seria a Becky na crise. Sempre achei que ela ia gastar mais pra manter a economia girando e no final ia livrar o mundo da crise financeira com sua filosofia de vida. Aí, não demorou muito, tia Kinsella anunciou esse livro que, entre outras coisas, mostra, adivinha só, Becky Bloom em meio a uma crise econômica.

Esse “entre outras coisas” inclui a filhinha de dois anos mais sapeca do que nunca (mas ainda bem longe do padrão Becky de aprontar), a volta de Elinor, a insatisfação dos pais para com sua estadia prolongada na casa deles (seria isso uma mensagem subliminar da “crise imobiliária” que deu início a essa onda de desaceleração e desemprego?) e uma superfesta SURPRESA para o Luke*.
* Falando em Luke, nunca na história desse país se viu ele tão humano como neste volume. Se você terminar o livro ainda achando que ele é um executivo amargo, sinto informar, mas você é que está precisando de um transplante de coração.

E, ao contrário do que eu imaginei, na verdade, a Becky ECONOMIZOU nesse livro!!!!! Sim, ela ainda teve uns ataques compulsivos, mas quase nada. A real é que, mesmo inconscientemente, ela fez outras pessoas girarem a economia, mas aí você vai ter que ler pra descobrir como conseguiu essa proeza. :)

Impressionante mesmo é como a série continua nova depois de 6 livros (para entender sua dinâmica de continuação, leia este outro post) e como Tia Kinsella, assim como Papai Noel (aliás, HILÁRIA a cena do Papai Noel, logo no começo), não se esquece de ninguém e habilmente dá um jeito de inserir todos os personagens dos volumes anteriores, como Suze, Jess e Danny, e ao mesmo tempo trazer outros novos, como a secretária Bonnie. O que é ótimo, já que a sensação que se tem ao ler Becky é realmente a de encontrar velhos amigos.

No mais, Mini Becky Bloom é aquela fofura de sempre, com situações constrangedoras e absurdas que fazem rir até a morte e por isso são desaconselháveis de serem lidas em público (acho que a cena da igreja foi a campeã deste daqui, uma coisa quase gilmorística*), e a trama amarradinha e cheia de reviravoltas de Kinsella que faz a gente apertar o coração e terminar o livro com um sorrisão de orelha a orelha.
* Como você pode comprovar pela imagem ao lado (a capa especial de Natal da Inglaterra), o subtítulo da edição brasileira já vem de fábrica e não foi inventado como fez o pessoal do marketing do SBT com Gilmore Girls.

A cada livro que passa, aliás, eu fico mais fã dessa mulher, pois sua capacidade de preencher 500 páginas sem perder o ritmo e mantendo o suspense até o fim não é coisa fácil de se fazer. O final deste daqui, inclusive, deu vontade de narrar o livro tipo Galvão Bueno: “Olha o que ela fez! Olha o que ela fez!”, uma vez que a tal festa surpresa não foi surpresa só para o Luke, mas para os leitores também, mesmo a gente já sabendo da festa desde o início. Genial!

Como disse, cada livro da Becky desperta o mesmo tipo de sensação boa que se tem ao encontrar os amigos. E quando chega a despedida, nas últimas páginas, dá uma saudade danada dessa consumista tresloucada!!! Mas também como já expliquei, de tempos em tempos, a escritora  "tira férias" (tenho pra mim que com as outras personagens Sophie trabalha, com a Becky ela se diverte) e revisita nossa personagem favorita e quando o faz, ataca sempre em dose dupla, com alguma coisa do seu passado recente. Ops, acho que estraguei uma das surpresas... Mas só se você for muito esperto para descobri-la inteira. Vida longa à Becky Bloom!!!!!

PS. Este livro foi adquirido na Bienal 2011 com a filosofia Becky Bloom de que "comprar é um investimento" e de que descontos progressivos são sinônimo de economia.
PS2. Quero Becky Bloom 7 com Becky aprontando todas nas compras coletivas agora.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um Dia - O filme

ATENÇÃO: Esse post contém spoilers do livro e do filme Um Dia. Se você ainda não o leu, SAIA deste blog imediatamente, tome vergonha na cara e só volte aqui quando tiver lido, estamos entendidos??? Se só não viu o filme, continue por sua conta e risco e... CORRA PARA OS CINEMAS antes que ele saia de cartaz!!!!!

Quando escrevi sobre Um Dia (o livro), comentei o fato de ele ser, na verdade, uma história sobre o tempo. E, ironicamente, aquilo que atrapalhou Um Dia (o filme) foi justamente a FALTA de tempo. Porque enxugar 20 anos de duas pessoas em 1h40 de filme era uma tarefa ingrata, quase impossível de cumprir. No entanto, até que a película se vira razoavelmente bem e consegue captar a essência do livro, mesmo que não completamente.

O que faltou ser

Muita coisa ficou na mesa de edição e passagens importantes (principalmente da Emma) ficaram de fora, o que no final tira um pouco do paralelismo proposto na obra original e daquela cola narrativa que unia elementos de um ano ao outro. Algumas piadas ficaram sem final (como a aposta do celular), outras sem início (como a da colega de quarto da Emma), e principalmente, o desenvolvimento dos personagens ficou prejudicado.

Se o livro conseguia equilibrar bem a discussão sobre as mudanças que o tempo faz na gente, sem se esquecer da outra sobre o que a gente faz com o tempo, o filme foca muito mais na segunda e dá a impressão de que faltou “uma perna”. Perna essa que pode interferir na sua interpretação sobre o filme até (ou não) e determinar sua opinião sobre o final (ou não), depende de quem vê.

Engraçado que antes de entrar no cinema, fiquei namorando a capa nova (e linda) na livraria, mas depois de vê-lo, ela já não me parece tão atraente, porque o filme é bom, mas parece uma versão incompleta da obra original. A capa nova parece errada agora. Para mim, a antiga é que corresponde à história verdadeira.

Câmera, close; microfone, please

Das pernas do Dexter, uma das que mais senti falta foi aquela da carta em que ele escreve para Emma, se declarando e dizendo para ela seguir logo o seu sonho, o que serviria para ratificar a influência do destino na história, assim como a correspondência (sem trocadilhos) de seus sentimentos. Cena que, infelizmente, deve ter ficado de fora puramente pelo limitado tempo de fita.

Mas quem sofreu com a mutilação foi mesmo Emma. Quando ela começa a se encontrar e Dexter a se desencontrar, o filme praticamente se esquece da parte feminina do casal, e esta tem sua participação limitada aos anos em que os dois aparecem juntos, mesmo que a personagem ainda tivesse alguns dramas individuais a desenvolver (tem anos que ela só nada e anda de bicicleta!!!!), dando a impressão de que só a vida do Dexter é que não andava como o esperado. As pernas “amputadas” da Emma são as que fazem mais falta e as que eu acho que seriam as mais difíceis de serem mantidas também.

Crepúsculo

Seu perfil revolucionário não nos é apresentado, porém penso que permanece implícito durante todo o longa, só fazendo falta realmente na cena da briga de sua última manhã, que remetia àquela discussão sobre o tempo que tanto gosto de ressaltar.

Outra parte que acrescentaria muito à trama seria o deslocamento de Emma em meio aos casais com filhos e sua ironia quanto aos papos de bebê. Este não só faria contraponto à recém-paternidade de Dexter, como justificaria ela não atender o telefone (ela não atende de propósito mesmo?) quando este liga pedindo ajuda com a criança e sua ida para Paris no ano seguinte. No entanto, além do óbvio problema do tempo, a dificuldade encontrada em encaixá-la pode ter sido a deselegância em utilizar o recurso da narração em off, sem contar a possível falta de coerência na película com as cenas seguintes em que Emma demonstra seu terno instinto maternal com a filha de Dexter e revela o desejo de ela própria ser mãe. (Alguma coisa do tipo: Se ela odeia tanto essas crianças, por que diabos quer ter filho?)

"Até que é bonitinho esse seu cafofo"

Mas, engraçada mesmo foi a sensação causada pela ausência do caso de Emma com o diretor da escola, pois, no livro, achei a parte esquisita, errada, não gostei de vê-la cometendo adultério, principalmente, porque era o tipo de coisa que a personagem, romântica e idealista, não faria!!!! Principalmente com aquele diretor nojento. Pensei que não fosse querer vê-la na tela, mas acabou que me peguei perguntando: “Cadê aquele diretor safado?”...

Tal trama revelou-se extremamente importante porque através dela é que se completava a aposta do celular, dava-se o estopim para o começo do seu próprio livro e percebíamos que a Emma também era mais complicada e menos perfeitinha, também capaz de fazer besteira, como o Dexter. Entretanto, entendo que ela foi retirada para proteger a personagem, uma vez que talvez pudesse sofrer com maus julgamentos dos espectadores, a exemplo da cena dos bebês.

Muito provavelmente esse era o diretor e a gente vai vê-lo só no DVD

Outras pequenas alterações são feitas e não fazem a menor diferença, como o local da viagem dos dois logo no início (gostei da inserção da praia de nudismo, haha!), ou o casamento da colega de quarto (que o tema era Maria Antonieta e tinha um labirinto no meio, mas que ganhou uma sequência ótima com a música do Robbie Williams), ou ainda o esperado acerto dos dois, que no livro era na casa dela (jurava que tinha visto essa cena no trailer!!!) e foi transferido para o meio da rua.

Dos meus preciosismos, gostava da cena do trailer que NÃO tinha no livro em que a mãe do Dexter mostrava simpatia pela Emma (que também ficou de fora no filme) e da cena da caixa de lembranças e da foto já no final. Mas sei que isso não fez a menor falta.

O final
E já que estamos falando do final, bom, sou defensora dele até a morte (a minha, quero dizer). Todas as outras conclusões imagináveis não fariam jus à densidade da história. Podia ter tido um final feliz com eles juntos ali em Paris, mas seria simplista demais. Podia terminar com eles morrendo velhinhos, mas ia ser Nicholas Sparks demais. E podia terminar com eles descobrindo que afinal de contas não davam certo juntos, mas seria injusto demais depois de tanto tempo. Ela podia até ter engravido e morrido no parto, mas seria brega demais.

O que aconteceu foi uma fatalidade. Todo mundo está sujeito a elas. Num dia, tudo pode acontecer. Da mesma forma que o relacionamento deles começou meio por acaso, ele terminou. Se a história era um pouco sobre a vida em geral, nada mais justo do que retratar a morte também. Sem contar que, como já dizia aquela frase famosa do Clube dos Cinco, "quando você cresce, o seu coração morre", o acidente só terminou o serviço. Gosto daquele sentimento de o que faltou ser do final e, principalmente, adoro a pegadinha que o autor prega na gente quando volta no tempo e entrega um final feliz através de flashback (se ferrou quem foi ler a última frase do livro achando que ia descobrir o final antes. Conheço uma pessoa que fez isso, mas não vou contar quem fui...)
* E se você quiser discutir porque gostou, ou porque desgostou, coloque a boca nos comentários que a gente abre um debate bem bacana por aqui (o importante não é provar quem está certo ou errado, é colocar seus argumentos e fazer o outro refletir por uma segunda vez, tirar o colega da zona de conforto... Por isso que eu sou forumzeira de carteirinha)

Ninguém pode reclamar que não teve beijo no final...

O filme assim, sem a segunda perna, pode dar margem a algumas interpretações maliciosas. Mas só se você estiver muito de mau humor e não tiver amor no seu coração. Ele emociona. Não como no livro. Mas emociona. A tomada da Emma deitada no chão foi mais A Hora da Estrela do que nunca e quando o caminhão bateu, doeu até em mim.

Roteiros à parte
Mas, se dramática e narrativamente, o filme tem seus percalços (culpa do próprio Nicholls, já que ele mesmo assina o roteiro*), em termos de caracterização o pessoal caprichou.
* Me pergunto se ele não fez de propósito só pra ficar ganhando elogios sozinho sobre como o livro é melhor que o filme...

Peraí, a diretora está usando saia E calça ao mesmo tempo???

A fotografia está sensacional, locações de encher os olhos, trilha sonora* bacana (com direito a música nova do Elvis Costello – é aquele de She, em Notting Hill), figurinos, maquiagem e penteados que remetem aos anos retratados em cena... Dá pra ver que o filme foi feito com muito esmero e carinho. Repare, por exemplo, na passagem de tempo, já quase no fim, enquanto Dex e Emma tentam ter um filho, como a máquina de escrever está posicionada bem ao lado do laptop de última geração, ilustrando o avanço tecnológico nos anos que se passaram.
* Decepção de não ouvir a bacanuda Good Life, que eu acabei viciando no trailer só.

E, claro, como não podia deixar de ser, a Anne super-arrebenta na atuação. O filme todo. Como não sou inglesa, nem americana, achei o sotaque lindo (hahaha!). Sério, gente, isso é que atriz! Ela não precisa fazer careta. A menina passa a emoção só com o olhar. Anne traz a inteligência e simpatia (e as botas do Diário, hehe) que a personagem precisa. Só ela já valia o ingresso (aliás, só ela valia esse ingresso caríssimo mesmo). Uma pena o roteiro não dar mais espaço à personagem.

Anne, sua linda, vai atuar bem assim lá em casa, vai!

Jim Sturgess não fica atrás e faz um Dexter perfeito, sendo detestavelmente adorável na medida certa. E o resto dos coadjuvantes também entrega boas atuações, embora não tenha muito tempo em tela.

Se o livro é melhor que o filme, isso já estava sacramentado desde antes da produção. Mas não ligue para o que dizem os críticos, o filme não deixa de ser ótimo e consegue captar, sim, a alma do livro. Ou pelo menos, parte dela. Se ao menos ele tivesse mais uns 20 minutinhos...
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O Dia em que eu vi Um Dia

Aviso: Este post NÃO comentará o filme, nem o livro, nem qualquer coisa da trama Um Dia. Os comentários sobre o filme você confere nesse outro post e os sobre o livro estão naquele outro publicado dia 15/07.

No último dia 10/12, eu finalmente assisti o filme mais aguardado do ano (pelo menos por mim), Um Dia. E foi emocionante porque nesse dia, eu fui assaltada.

O filme, que era pra ter saído dia 04/11, acabou tendo sua estréia adiada para o mês seguinte, no dia 02/12, o que foi uma atitude de total boicote da distribuidora pra com a película. Estreando agora em Dezembro, Um Dia enfrentaria a concorrência de todos os hits da temporada como Amanhecer (que sozinho já ocupou METADE de todas as salas do país), Muppets e Noite de Ano Novo. Isso sem contar as animações Operação Presente, Happy Feet 2 e Gato de Botas.

Não que esses blockbusters sejam ruins, com exceção de Amanhecer (não entendo como as pessoas se contentam com parte de um Amanhecer quando elas podem ter Um Dia inteiro, numa boa), grande parte deles disputa inclusive a minha atenção nesse fim de ano! O problema é que Um Dia não se encaixa na categoria de filme de férias. Tinha que ter estreado lá pra Outubro, início de Novembro, que era uma época em que não tinha quase nada em cartaz, se quisesse ter algum suspiro de destaque.

Eu, contando os dias pra 04/11, já tinha me programado pra ir no cinema na estréia, ou no mesmo fim de semana que saísse. Porque é claro que, mesmo em Novembro, esse filme não ia passar aqui perto de casa. É uma tradição. Filmes da Anne nunca passam. Só porque eu quero ver. E quem não tem carro, mora longe, e às vezes trabalha no fim de semana tem que fazer todo um esquema antes de ir ao cinema. Por isso eu fiquei revoltadíssima quando vi que os desgraçados da distribuidora adiaram a data do filme para 02/12.

E quando chegou na semana do dia 02/12, surpresa, adivinha quem foi escalada pra trabalhar no fim de semana???? Aí eu fiquei com mais raiva ainda dos desgraçados da distribuidora que adiaram a data do filme para 02/12. Além do mais, irmã e amigas em provas, o filme ficou para a semana seguinte, dia 10/12.

Nessa semana, Um Dia, que já tinha estreado em pouquíssimas salas do Rio, teve seu espaço ainda mais diminuído. 11 salas somente, pra ser mais exata. Praticamente Barra e Zona Sul, com uma sala na Zona Norte, esta última num horário pra lá de ingrato. Optamos pelo UCI New York City Center, que era o que tinha mais horários, era dentro de shopping, a gente já conhecia e era pra onde já estávamos planejando ir mesmo.

Esse cinema fica na Barra da Tijuca e pra quem não mora no Rio, acho que vale um resumo sócio-geográfico do lugar. A Barra da Tijuca é um bairro de difícil acesso pra quase todo o resto da população carioca. Possui praticamente só uma via de entrada e outra de saída, que é por onde passam todos os carros e ônibus de lá. Ah, sim, na Barra não tem trem, nem metrô (pelo menos até 2015). Além disso, a Barra é um lugar de gente “diferenciada” e que gosta de se sentir assim. Moram em condomínios fechados, adoram incorporar vocábulos derivados do inglês no seu dia-a-dia, brigam quando alguma linha de ônibus que liga o bairro a outras áreas menos afortunadas é criada, mas fazem questão de criar serviços os quais a única serventia é ostentar “Sou rico e eu POSSO!!!!”.

Pois então, pensamos em pegar a sessão das 18:00, e chegando ao shopping 17:50 (lembra que eu falei do trânsito da Barra?), demos sorte de conseguir uma vaga improvisada no estacionamento, e tivemos que correr e desviar das pessoas (nessa época do ano, já é Natal em todos os lugares, e não só na Leader) para chegar à fila do ingresso.

Ao chegar naquela maquininha, uma surpresa: os ingressos estavam esgotados! Que coisa esquisita! Como assim Um Dia está com os ingressos esgotados? Eu pensei que ninguém mais queria ver esse filme! Tentamos a sessão das 20:30 e mais dificuldade para comprar o ingresso. Não é possível! Aliás, por que tinham tão poucos lugares na tela? E aí a Jami levou um susto quando reparou que o preço do ingresso era 25 reais a meia! Isso mesmo que você acabou de ler. Um ingresso inteiro custava 50 REAIS!!!!!!

E o motivo para o roubo (sim, é praticamente um assalto, convenhamos!) era porque Um Dia estava sendo exibido SOMENTE na nova e especial sala DE LUX. A Jami ficou muito revoltada. Como assim 50 reais num ingresso??????? Fomos comprar na bilheteria com atendimento humano, pra ver: 1) Se não tinha ingresso mesmo nem pra sessão de 20:30, e 2) Qual era a dessa sala DE LUX.

Quando pedimos os ingressos (tinha lugar), a vendedora perguntou: “É sala De Lux, vocês vão querer mesmo assim?”, como quem alertava, “Depois não diga que eu não avisei, hein!” Aí a Jami quis saber a razão de a sala De Lux ser tão especial a ponto de custar O DOBRO do preço de um ingresso normal. Uma inteira e duas meias saiam a 100 reais! 100 reais para ir no CINEMA!!!!!!

Pra você não dizer que eu estou inventando

Jami: E o que é que tem de diferente na sala De Lux?
Vendedora: É mais confortável.
Jami: SÓ ISSO?????
Vendedora: E a poltrona é reclinável também...

Dias antes eu tinha visto Os Muppets pelo preço normal e a poltrona até balançava!!!!!!!

E pra ficar ainda mais comprovado que isso é frescura do público da Barra da Tijuca, depois ainda descobrimos que esse é o único cinema DO BRASIL que tem essa palhaçada.

Mas, não tínhamos escolha. Com o filme saindo de cartaz na semana seguinte, era a única chance de ver a Anne no cinema. É, Anne, o que mais eu não faço por você, hein? Só tu pra fazer a gente encarar a sala De Lux mesmo!!!

Começamos a fazer uma listinha do que essa sala tinha que ter pra valer o preço do ingresso:

  • Pipoca de graça
  • Champagne, vinho, água Perrier
  • Canapés
  • Caviar
  • Tapete vermelho na entrada
  • Mantinha para se cobrir
  • Massagem
  • Banheiros com torneiras e assentos de ouro, com telas passando o filme dentro de cada reservado para que o espectador não perdesse nenhum minuto de filme
  • Um escravo que abanasse os clientes e servisse uvas na nossa boca
  • Um bate-papo no fim da sessão com o David Nicholls e outros envolvidos no filme como a diretora e a própria Anne Hathaway

E pensamos em mandar uma carta pra Anne, pedindo reembolso do ingresso também: 
Oi, Anne, lembra de mim? Então, estou mandando pra você o comprovante do ingresso de Um Dia para que você reembolse. Se você acha que isso é extorsão, foi exatamente isso o que a gente sentiu quando teve que pagar esse ingresso. É um absurdo! Com 100 REAIS deve dar pra alimentar uma família subsaariana inteira por um mês! Tudo bem, não precisa reembolsar, basta entrar na campanha contra os cinemas “diferenciados” no Brasil. Você viu aquelas criancinhas lá do Alemão que nunca foram ao cinema na vida. Se isso continuar, mais gente vai ficar nessa situação, sem possibilidade de acesso à cultura. Eu sei que você adora um protesto, vai! Não precisa fazer nada. É só dizer exige que seus filmes não passem nessas salas ‘elitizadas’. Sabemos que isso pode não ser o suficiente, mas é preciso que alguém dê o primeiro passo.

E então, chegada a hora do filme, nos encaminhamos para o cinema, subimos o primeiro lance de escadas e, apertadas, entramos no primeiro banheiro feminino que vimos do cinema, na parte onde ficavam as outras salas normais. Ao adentrarmos o banheiro, eis que nos deparamos com UM HOMEM (!!!!) reclamando que ali era o banheiro masculino. A gente teve que dizer que na verdade ele é que estava no banheiro errado e o cara saiu correndo esbravejando alguma coisa do tipo: “É por isso que não tinha mictório aqui!”. Ai, Deus, esses clientes que não são De Lux! Tsc, tsc, tsc...

Depois disso, subimos o segundo lance de escadas, que dava para tão falada sala De Lux. Ao avistarmos uma salinha de espera com sofás e uma TV de plasma, quase acreditamos que era ali mesmo que a gente ia ver o filme e fazer o tal debate no final, só que sem David Nicholls e cia. Fomos recebidos por um rapazinho que avisou que caso a gente quisesse pipoca era só pedir que eles levavam até o nosso lugar e entramos na verdadeira sala de cinema.

A sala já estava semi-escura, iluminada apenas com uma luzinha azul tipo Tron, e as pessoas pediam champgne, pipoca e água (tudo isso servido em taças de vidro).

Ficamos em dúvida se perguntávamos ou não o preço da pipoca, ou se era de graça mesmo, afinal, ficar perguntando preço é coisa de pobre. Depois da sessão é que tivemos a ideia de perguntar quais eram os sabores de pipoca disponíveis (diz que tinha vários azeites especiais), mas ficamos em dúvida do que dizer caso ele mencionasse o preço de alguma delas.

- Então, quais os sabores de pipoca você tem?
- Nós temos pipoca com azeite de oliva grego, ervas finas e sal mediterrâneo...
- Ah, obrigada. Eu queria doce, com leite condensado, brigadeiro e coco ralado em cima... Pena aqui não ter.

As poltronas realmente eram grandes e bastante confortáveis e vinham com uma mesinha para colocar a pipoca e as taças de vinho. Eram parecidas com aquela que o Chandler comprou quando achou que tinha quebrado a cadeira do Joey, em Friends (ou o contrário, o Joey que comprou pro Chandler, sei lá), e tinham um dispositivo para reclinar as costas e levantar os pés.

A Jamille demorou um pouquinho a se entender com a poltrona e levou um susto quando seus pés foram elevados enquanto ela apertava um dos botões e fazia força para que recostasse as costas para trás. Hahahahaha!

Além disso, as tais poltronas possuíam um dos braços levantáveis para que os casais de namorados pudessem se pegar desfrutar melhor da companhia um do outro. A julgar pelo tamanho das duas poltronas juntas, fiquei com medo que algum casal tentasse conceber alguma criança ali mesmo. E cheguei a me perguntar se era por isso que as pessoas pagavam um preço desses, mas cheguei à conclusão que existem motéis mais baratos do que o ingresso de apenas uma pessoa ali.

Depois de acabado o filme, deu muita pena de ir embora e deixar a tal poltrona, porque ela estava confortável mesmo e pelo preço que a gente tinha pagado, devia ficar lá a noite toda, afinal, era o equivalente a uma diária de hotel.

Mas, levantamos e fomos embora, mas não antes de vistoriar o banheiro De Lux, que se provou uma enorme decepção não apenas por não ter as telinhas com o filme nem as torneiras e vasos de ouro, mas porque nem tinha uma camareira para ajudar na limpeza e segundo o meu pai, o masculino estava faltando até papel para secar a mão. Tsc, tsc, tsc!

Além disso, a Jami, coitada, que quase não tem tecido adiposo, ficou lá batendo os dentes durante o filme, porque realmente não tinha mantinha para se cobrir e aquele comercial do Guaraná Antártica ali também não era nada De Lux (a gente acha que tinha que passar uma propaganda mais chique, tipo Guaraná Dolly, haha. Sacanagem, De Lux mesmo seria qualquer comercial de perfume desses da Tv a cabo, tipo Channel, Carolina Herrera...).

Entretanto, ao final da experiência decidimos implantar uma nova tradição. Agora todo dia 10/12, a gente vai assistir um filme no De Lux, não importa qual esteja passando lá. Afinal, a gente não sabe como conseguiu VIVER sem isso até hoje.

Mas, sério, se a moda pega, estamos ferradas. Anne, faça o favor de fazer filmes com mais apelo comercial porque se continuar desse jeito, eu vou ter que ficar estudando a vida inteira, e não porque é importante, mas porque só assim vai ser possível bancar a entrada do De Lux. Ainda bem que o filme do ano que vem é o Batman, que passa em qualquer bat-canto.
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domingo, 11 de dezembro de 2011

Censo Vitória 2011 - Resultado

Olá, amigos! É com muito orgulho que eu venho anunciar o resultado dessa pesquisa de extrema relevância para a sociedade brasileira, o Censo Vitória.


Antes de tudo, gostaria de agradecer aos 15.000 x 10^-3 participantes que nos ajudaram nessa empreitada com vistas a descobrir em que pastos tinha passado nossa amada Vaca Vitória (lembrando que a margem de erro é de 1,5% para mais ou para menos) e depois, devo desculpar-me pela demora na entrega nos resultados. Dito isto, vamos aos dados:

1.    Você conhece a Vaca Vitória?
A 1ª pergunta “Você conhece a Vaca Vitória?” servia de base para toda a pesquisa. 10 pessoas declararam conhecer a Vaca Vitória, enquanto o restante se dividiu entre ter ouvido falar nela pela primeira vez no blog do Felipe e não fazer a mínima ideia de quem era ela.


2.    Como você tomou conhecimento da Vaca Vitória?
A grande maioria teve seu primeiro contato com a Vaca Vitória na escola ou no ambiente familiar. O restante das respostas se alternou entre Amigos, Internet, Já falei que nunca ouvi falar nessa vaca antes e Blog do Felipe, o que não só confirma as respostas da pergunta anterior como revela a falta de espaço na mídia de eletrônica como Filmes e TV, assim como nos Livros e Revistas. O estudo ainda levantou uma dúvida ainda mais intrigante: “Por que a Vaca Vitória não entrou na igreja se a porta estava aberta???”.


3.    Com que idade você ouviu falar da Vaca Vitória pela 1ª vez?
O resultado foi bastante pulverizado com 67% das respostas entre 2 e 8 anos e o restante declarando ter tido contato com a Vaca Vitória somente a partir da adolescência.  O que ratifica a influência da Vaca Vitória no imaginário infantil, daqueles que a conheceram, ao menos.


4.    Sexo

Dos entrevistados, a grande maioria foi do sexo feminino, somando 80% deles, enquanto os homens representaram apenas 20% da pesquisa. E essa pergunta não acrescentou em nada.


5.    Quantos anos você tem AGORA?
93% dos entrevistados se enquadram na definição de Jovem do IBGE, ou seja, até 24 anos. O restante encontra-se na faixa-etária adulta.


6.    Em que Estado(s) você passou a infância?

Talvez uma das perguntas mais importantes do questionário. A grande maioria passou a infância no Rio de Janeiro (10 entrevistados), enquanto o restante se dividiu entre Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao cruzarmos os dados com os resultados das perguntas anteriores, percebemos que a quantidade de carioquinhas é a mesma que já conhecia a Vaca Vitória antes da pesquisa.


7.    Qual o seu nível de escolaridade?
67% dos participantes declararam cursar ou ter cursado parcialmente curso superior, 20% deles concluíram a faculdade, 6% referem-se ao Ensino Médio e 7%, assim como a Copélia, preferiram não comentar.



Com tudo isso, o Censo Vitória chega à conclusão que a Vaca Vitória não pasta fora das fronteiras do Rio de Janeiro. Uma das causas identificadas foi sua ausência de meios de comunicação de massa como livros, revistas, TV e Cinema. A Internet ainda foi lembrada na pesquisa, e pode ser um importante instrumento para espalhar a comovente história de Vitória para o mundo todo. Sua permanência no imaginário infantil se deve principalmente à passagem deste ícone cultural nas escolas e pelos familiares.

Agradecemos mais uma vez a participação daqueles que responderam ao questionário, muito obrigada e tenham um bom dia.

PS. Aproveitando a oportunidade, veio por meio deste informar que o resultado da outra enquete sobre a maneira como o leitor do Inútil se loga para comentar nos blogs. A maioria esmagadora utiliza a Conta Google, com 9 votos (69%), enquanto Outros obteve 2 (15%), e Facebook empatou com Twitter, ambos com apenas 1 voto (7,5% cada). Com isso, fica comprovado que o sistema de comentários do Inútil atende às exigências do mercado e não há necessidade de mudança. Se você se sentiu prejudicado por esta decisão pois geralmente se loga através de outro tipo de conta, sinto muito, devia ter respondido à enquete, então!
PS2 Acabei liberando os comentários para todo mundo, por causa da Roberta, que estava tendo problemas pra comentar, mas se começarem a pintar Anônimos abusados por aqui, vou ter que repensar o sistema. E se eles aparecerem, devo dizer que são muito abusados mesmo, porque já deixei uma mensagem intimidadora na caixinha de comentários. Ah, sim. Ainda tem os spammers, né? Vamos ver como fica...
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Manhê, acabei!

Acabei a faculdade, claro. Com 21 anos na cara, esse título só se faz plausível num contexto acadêmico. (Você imaginou que o post fosse falar de outra coisa, né?)

Pois é, no último 1º de Dezembro eu entreguei meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e este foi oficialmente meu último dia de faculdade. E aconteceu uma coisa engraçada nesse dia. Eu, que sempre achei que não ia sentir falta da Uerj, e que fazia contagem regressiva para o final do curso, fiquei com pena de ir embora. O dia que a gente tanto esperou tinha chegado, era hoje.

Bateu um aperto no coração deixar aquele lugar freqüentado durante os últimos 4 anos. Um sentimento esquisito de orgulho do dever cumprido, com sensação de alívio e até uma certa descrença do tipo “É, acabou mesmo...”.

Foi uma coisa quase Onze Homens e Um Segredo com os amigos adiando a despedida e saindo um a um. Reunidos ali na mesa do 12º discutindo o futuro, o presente, a formatura e até colocando as fofocas em dia porque no oitavo período a gente quase não se vê.

E a julgar pelo meu primeiro ano de faculdade, esse tipo de cena seria praticamente inimaginável. Acho que agora vale uma retrospectiva mais profunda de como eu fui parar em Ciências Contábeis da UERJ.

2007, ano de vestibular, e o curso técnico do Cefet atravessava uma de suas piores fases. Faltavam professores, força de vontade e vergonha na cara e os alunos sofriam mais que mocinha em novela das oito da Globo. Na hora de escolher o curso pro vestibular, eu não queria seguir na Informática. Mais 4 anos nesse desespero? Não, obrigada. Mas eu sabia que tinha que ser alguma coisa a ver com números, porém nada a ver com Biologia. Pesquisando acabei optando por Contábeis.

Fiz as provas de vestibular sem muito compromisso, pois ainda faltava o último ano do técnico (sim, apesar de tudo eu ainda queria concluir o curso. Era uma questão de honra!!!!). E eu passei. Em TUDO! E muito bem! Fora a Uerj, em que eu fiquei lá pra trás, fui 3º lugar na UFF, 3º na Rural e 6º na UFRJ.

A mais perto de casa era a Uerj e a que tinha o melhor horário também (a única com turno matutino). O único problema era o último ano do Cefet, que também era pela manhã. Aí eu acho que fiz a coisa mais doida da minha vida. Decidi fazer os dois cursos ao mesmo tempo. Eram 6 matérias da faculdade, mais outras 6 ou 7 do Cefet. Faça as contas e confira o resultado da minha loucura.

É claro que não dava pra assistir às aulas ao mesmo tempo, mas conversei com os professores e dei meu jeito. Assistia às aulas da Uerj, mas não deixei de entregar nenhum trabalho do Cefet (teve um que a turma adora lembrar, apresentei até em vídeo, haha!), fiz todas as provas e no final, fui aprovada sem preocupações extras em todas as matérias dos dois cursos (incluindo Cálculo, que eu estudei igual a uma condenada pra P2 e me valeu um 9,7 merecido e libertador da Prova Final).

Não me arrependo de ter terminado o curso. Apesar de não ter seguido na profissão, a informática me trouxe uma disposição de procurar como se resolvem os problemas e uma visão de lógica que pouca gente tem. Basta uma lida no Google pra entender rapidamente as fórmulas de Excel e desenvolver condições com o pé nas costas (coisa de programador que entende o conceito de parâmetros, tipos de variáveis, e tem os ifs e elses correndo pelas veias já), fora a mão na roda que é rodar uma query SQL e gerar o relatório que eu quiser muito mais rápido e sem depender do TI.

Mas nesse primeiro ano de faculdade eu sofri demais. E não por conta do excesso de matérias. E nem por causa de Cálculo. O problema é que a cabeça e o corpo estavam na Uerj, mas o coração estava lá em Santa Rita, no Cefet. Porque era lá que estavam os meus melhores amigos. E as pessoas próximas fisicamente no curso de terceiro grau não só pareciam não “substituir” à altura, como eram de dar nojo só de olhar. Se eu tinha vivido praticamente um conto de fadas durante o ensino médio (com direito a vilões, sim, mas com mais momentos felizes do que tristes), a faculdade parecia um pesadelo. Sempre gostei do curso, mas demorou até eu encontrar a minha turma por lá. Era muita gente idiota, mesquinha, sacana, safada e sem caráter.

Felizmente, conforme os períodos iam passando, a turma ia trocando de turno, a quantidade de gente insuportável foi ficando cada vez menor.

Por isso a minha surpresa agora no final em sentir falta de lá. Pois é, também vinha dizendo que não ia sentir falta de ir pra Uerj e assistir aula, só dos colegas, mas não tem jeito, a gente associa o lugar com os amigos que fez, com os momentos que viveu e com o amadurecimento que proporcionou, e agora já cogito até voltar pro Mestrado, mesmo sabendo que aqueles professores não são lá essas coisas.

Foi a mesma coisa do Cefet? Não! Não dá nem pra comparar. No Cefet, a gente tinha uma paixão incondicional uns pelos outros e pela instituição, uma coisa meio mágica até. (Mais detalhes na tag cefet aqui do blog). Mas fico feliz de levar pelo menos algumas amizades e tenho certeza que encontrei gente que vou carregar no coração pelo resto da vida.

Porque no final das contas, CR (Coeficiente de Rendimento, a maior preocupação do calouro) não serve pra nada e é esse tipo de coisa que fazem os 4 anos da faculdade valerem a pena.

PS Mas ainda volto lá pra pegar o meu diploma e comer no recém-inaugurado bandejão.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Polícia para quem precisa

Eu não sei se você lembra, mas em maio desse ano, um estudante foi assassinato em pleno campus da USP. O alunado protestou por segurança e o reitor na mesma hora já avisara que ia pedir a ocupação da polícia no campus. Os alunos então pediram um plebiscito para decidirem se eram a favor da presença da PM na faculdade, mas o reitor ignorou e colocou a polícia assim mesmo.

Passados alguns meses, a polícia levou para a delegacia alguns estudantes que estavam fumando maconha na universidade. Foi o estopim de uma onda de protestos contra a ocupação da PM na faculdade e mais um monte de outras coisas que culminaram na invasão da reitoria, greve dos alunos e uma baita polêmica no mundo virtual.

Depois de ler um pouquinho sobre o assunto, fica óbvio que toda essa confusão não foi causada só por causa de um baseado.

Na verdade, a questão vai um pouco além da maconha. Tem o problema de o reitor ter tendências ditatoriais, uma vez que não foi eleito pelo corpo estudantil e nem pelos meios oligárquicos da USP. E tem o problema de que esse reitor anda abusando do poder, respondendo a processos na justiça e processando aluno por nada também. A polícia seria apenas mais um instrumento para calar voz dos estudantes e coibir manifestações dos mesmos, o que lembraria ainda mais os tempos de ditadura.

E mídia não divulga, mas, no fundo os alunos até que têm uma luta bacana, com projetos que garantam maior segurança na universidade (como mais iluminação e mais ônibus internos), além da ocupação da polícia. Alguns deles, que a mídia também prefere não entrevistar, não defendem a saída da PM, mas sim um acordo para definir qual o verdadeiro papel da polícia no campus e evitar assim o constrangimento dos estudantes, porque, a polícia, quando quer, também abusa da sua autoridade.

Mas os próprios alunos também não ajudam. Numa votação para desocupar o prédio, foi decidido que eles iriam sair. Ignorando as próprias regras, os mais radicais ficaram. Passado o choque inicial e avaliando apenas um pouco mais a fundo a situação, realmente, o protesto tem causas justas, mas ser iniciado depois do incidente da maconha não deu lá muita credibilidade para o movimento.

Chamá-los de “filhinhos de papai” é errado porque eles estão na faculdade por méritos próprios. Não foi o papai que os colocou lá dentro, como acontece nas faculdades de elite do exterior. Não interessa se eles são ricos ou são pobres. Eles estudaram muito e passaram num vestibular muito disputado, no qual muita gente ficou de fora. Mais respeito aqui.

Agora dizer que eles são “maconheiros” não chega a ser um raciocínio tão infundado até para quem não está na USP, porque quem fez/faz/conhece minimante a universidade pública sabe que os estudantes que geralmente estão envolvidos mais ativamente das questões políticas da universidade são os mesmos que fazem uso da erva. Através dos corredores é possível sentir o odor próximo aos centros acadêmicos, diretórios estudantis e afins, assim como escutar os boatos de outras barbaridades que acontecem dentro das tais salas de reunião.

È ainda mais difícil criar simpatia pelo movimento estudantil quando se percebe que muitos de seus integrantes não vão para faculdade para estudar. E aí eu já nem estou falando fator maconha, que é nojento. Mas do fator política, que é mais nojento ainda.

A escolha da chapa vencedora nas eleições para o DCE é um pouco mais do que o grupo que irá representar os alunos na luta por uma universidade melhor. A maioria delas é apoiada por partidos políticos e a escolha da chapa vencedora significa, também, qual o partido que irá “comandar” os alunos daquele pólo estudantil.

Sim, a universidade também é um espaço para o debate político e, querendo ou não, é através da política que se resolvem os nossos problemas. Mas acontece que muitos desses alunos não estão lá com o objetivo de se formar. Fora os amigos da erva, que vão ficar por lá durante um bom tempo por motivos óbvios (depois dizem que maconha não faz mal...), ainda tem a galera que está na universidade com fins de se lançar na carreira política futuramente e pra eles, quanto mais tempo permanecerem por lá, melhor. E quem está pagando para esse pessoal NÃO estudar é VOCÊ!!!!! (E você vai se surpreender se eu te disser que alguns deles nem matriculados estão!)

Eles se disfarçam de estudantes politizados, quando na verdade são OS PRÓPRIOS POLÍTICOS. Talvez não os políticos de hoje. Mas certamente os vereadores, deputados, prefeitos e senadores de amanhã (ou assessores deles). E pode ter certeza que quando eles chegarem lá, a primeira coisa que farão será dar as costas para o movimento estudantil do qual fizeram parte, como um certo ex-prefeito de Nova Iguaçu.

Ou talvez nem precisem esperar tanto, porque a corrupção já começa no próprio campus. Os aspirantes a políticos são os mesmos que só aparecem na sala de aula no dia da prova (na faculdade eles sempre estão, mas nunca estudando) e sempre desenrolam um jeitinho brasileiro de entregar os trabalhos fora do prazo.

Agora, quando foi que algum desses movimentos tomou o seu partido para reclamar daquele professor que cometeu a maior injustiça? Quando foi que você viu algum aluno indo à aula como você? Quantas vezes ele foi então?

Falta ação nas pequenas coisas, mas sobra revolta contra o imperialismo, os EUA, a Alca e o FMI. Falta compromisso com o curso, mas sobra lábia para conseguir vantagens que os outros alunos não conseguem. Faltam às aulas mesmo, mas espalham fumaça na faculdade!

Pois é, pode ser que eu esteja generalizando, mas é bem mais provável que a história que eu vou contar agora também se aplique a sua universidade, colégio, ou mesmo à USP.

Antes de entrar na UERJ, fiz CEFET, e aí já se vão 7 anos que, com muito orgulho, eu não sei o que é pagar pela minha educação. Lá no CEFET, a gente tinha problemas de infra-estrutura e de ordem política até também. E foi lá que eu aprendi a lutar pelos meus direitos porque, se eu não o fizer, ninguém mais o fará. Ninguém mesmo.

Os integrantes do grêmio dificilmente apareciam nas aulas, pois estavam militando para o partido deles ou tentando eleger chapas amigas em outros colégios/faculdades do Estado ou protestando contra o FMI ou coisa parecida. Sim, eles até ajudaram em algumas conquistas como o passe para entrar nos ônibus que era um problemão. E conseguiram isso graças a seus contatos políticos, é verdade.

Mas por quase não assistirem à aula, não tinham a mínima ideia de nenhuma das revoltas da turma contra professores safados que queriam fazer o que quisessem (e nem se metiam também). E olha que essas revoltas eram muitas! Aquela INFO era fogo! (E falando em fogo, foram alguns integrantes desse mesmo grêmio que participaram do episódio fogo no sítio, mas enfim). Se a gente dependesse de grêmio, estaria ferrado.

Mais revoltante ainda foi ver, depois terminado o 3º ano, a líder do grêmio, que havia sido reprovada (provavelmente por falta) querendo entrar com recurso para conseguir o diploma dela de qualquer jeito! Essa mesma “militante” fez campanha para um deputado nas últimas eleições (por que será???) e disse estar indo ajudar na causa da USP (o que ela foi fazer lá????).

Daí também você já vê como tem gente se aproveitando dessa situação para simplesmente fazer bagunça, protesto e propaganda política ao invés de debater as ideias referentes aos problemas da universidade de um jeito sério.

Apesar disso tudo, não sou a favor da polícia fora do campus, nem de polícia perseguindo aluno que não fez nada ilícito (que por acaso era o que os alunos que foram o estopim para toda essa confusão estavam fazendo) e muito menos de policial que bate em aluno. Ou “aluno”. Torço muito para as coisas se acalmem e, principalmente, se resolvam democraticamente lá na USP. Mas também não vou sair em defesa de nenhuma das partes, porque, sinceramente, nenhuma delas merece.
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

5 razões para assistir A Mentira (Easy A)

Descolado, clichê (sim, dá pra ser os dois!) e engraçado na medida certa, A Mentira é uma comédia adolescente dotada de inteligência como não via desde Meninas Malvadas – que por acaso é o filme favorito do Felipe. Injustamente, a película protagonizada por Emma Stone saiu direto para DVD aqui no Brasil (essas distribuidoras não entendem nada mesmo!) e como não tinha na TV ainda e só ouvia elogios do filme, aproveitei minha ida ao outro lado da cidade, onde fica minha atual locadora-gigante, já que aquela minha outra do coração faliu, e dei uma força pro negócio. Valeu que o filme passou na HBO uma semana depois, mas enfim.

Sinopse: 'A Mentira' acompanha Olive (Emma Stone), uma menina comum que era meio invisível no colégio. Um dia ela decide ajudar seu amigo gay e finge que teve um caso com ele. Os dois se tornam os mais populares. Ela percebe que sua vida se tornou parecida com a heroína do romance "A Letra Escarlate", Hester Prynne, e começa a fazer dessa ajuda a garotos desesperados, seu modo de ficar popular.

E enquanto assistia, não pude deixar de elaborar uma pequena lista mental de por que o Felipe devia assisti-lo, não só porque o filme tem uma pegada Meninas Malvadas mesmo, mas também porque estava cheio de piadas internas da produção que por acaso calhavam de ser um monte de piadas internas compartilhadas pelo nosso grupo de amigos. Então, chega de enrolação. Vamos à lista:

5 razões para o Felipe assistir A Mentira (Easy A)

1.    Roteiro afiado e redondinho
O roteiro é inteligente, subversivo e afiadíssimo a la Meninas Malvadas. Redondinho, ele deixa você boquiaberto do início ao fim tanto pelas piadas ágeis e non senses quanto pelas reviravoltas até o final. São 90 minutos sem gorduras que amarram todas as pontas deixadas pelo caminho.


2.    Elenco afinado
Não, ninguém canta no filme. Quer dizer, tirando a Emma Stone em uma das cenas (a comentar). Na verdade duas. Mas enfim, não é isso que eu quero dizer. Dá pra ver os atores se divertindo horrores durante as cenas, em especial os pais de Olive, interpretados por Stanley Tucci e Patrícia Clarkson, que parecem rir o tempo todo, e o professor (interpretado pelo Homem Areia do Homem Aranha 3), que simplesmente inventava todas as falas no improviso. E como já deu pra perceber, assim como qualquer comédia adolescente que se preze, TODO MUNDO ESTÁ NESSE FILME! Sério, se você parar pra contar, são mais de 10 nomes de destaque, entre eles Amanda Bynes (que desistiu da carreira de atriz depois desse filme), o James de Crepúsculo (a escalação desse aí foi ironia pura, genial!), o Dan de Gossip Girl e a Phoebe de Friends. Fazer o quê? Quando o roteiro é bom, todo mundo quer participar.

Nem que tenha que vestir uma fantasia bizonha dessa

3.    Emma Stone (que é ruiva!)
Sim, o elenco de apoio é ótimo e o roteiro é bacana à beça, mas não fosse Emma Stone, Easy A poderia  facilmente (sem trocadilho) deixar de ser uma comédia realmente legal para se tornar apenas um filme de mau gosto e metido a engraçadinho. Era preciso uma boa dose de carisma, um belo tempo de comédia e uma pitada de inteligência e sensibilidade para dar vida à personagem que, sim, é nerd e antissocial, mas ao mesmo tempo é cheia de malandragem e pensa nos outros antes de si mesma. E a ruivinha a interpretou com maestria sem descambar para nenhum dos lados. Reza a lenda que Emma Stone abandonou uma proposta de trabalho em Sucker Punch para ser protagonista de A Mentira. Fez bem. Ao contrário do mico que ia pagar no filme do Snyder, aqui ela mostra realmente qual é O Papel da Mulher Ruiva no Mercado Elitista de Holllywood. Eu já gostava dela em Zumbilândia (outro filme bacanérrimo!), assistirei ao novo Homem Aranha feliz só pra ver o que ela vai aprontar.

Isn't She Lovely

4.    Referências a clássicos da literatura e da cultura pop
Tal qual As Patricinhas de Beverly Hills, Easy A faz a lição de casa e consegue contextualizar clássicos da literatura como A Letra Escarlate e Huckeberry Finn (que todo mundo odeia) com os clássicos adolescentes da Sessão da Tarde de John Hughes como Gatinhas e Gatões e O Clube dos Cinco (que todo mundo adora), entre outros. E o melhor de tudo, SEM DEIXAR NINGUÉM PERDIDO. É claro que se você tiver uma noção das referências vai ser muito mais legal, mas se não fizer a mínima idéia do que se tratam os títulos que eu acabei de citar, pode ficar tranqüilo, porque além de fazer o trabalho, Easy A ainda apresenta o seminário e faz aquele resuminho antes da prova pra quem não leu o livro tirar nota boa. Ah sim, caso você faça parte do último grupo, é bem capaz de querer caçar os clássicos depois que acabar o filme.

A de amor is for Awesome

5.    Trilha sonora esperta
Segundo o diretor, o filme tem quase 40 músicas de trilha sonora. E quando ele fala trilha sonora, não é no sentido de temas instrumentais, mas sim de trilha sonora de novela mesmo, com músicas para tocar no rádio. E a seleção foi feita de um jeito muito bacana de forma a estender o espírito do filme através das músicas. O destaque, claro, vai para a piada interna* com a música da Natasha Bigfield, patronese do Projeto Casa do Bolso Cheio de Luz do Sol (piada mais interna ainda), que aparece no começo da película e depois continua por todo o filme, construindo assim uma gag musical. Mas ainda tem Don’t Cha para caracterizar 2005/06, We Go Together (do Grease),  Don’t You Forget About Me (do Clube dos Cinco) e Good Life (que toca no trailer de Um Dia, que por acaso também tem a Patrícia Clarkson no elenco, que também tem a Anne, que já trabalhou com o Stanley Tucci... Tá parei, rs)
* Nos comentários, o diretor contou que escutou a música uma vez e achou que essa era a “pior música do mundo” (tal qual na cena), mas aí, durantes as filmagens, eles colocavam a música pra tocar, e no final do dia, a equipe toda a estava cantando alto. E a Natasha Bigfield, na verdade, achou muito legal de ter recebido essa homenagem. Sério.

Take me awaaaaaay, a safer plaaaace
Take me awaaaaaay, a safer plaaaace

Bônus:  
 6. O diretor é Iguaçuano.
Brincadeira. Mas é que o cara cismou de espalhar laranjas pelo filme como recurso estilístico. Isso é o que dá ficar assistindo ao filme com comentários (ele e a Emma Stone são hilários!!!). Deu vontade de comprar o DVD só pra contar as laranjas. rs

Easy A não só faz o dever de casa, mas dá aula de como fazer filmes adolescentes bacanas. Espero que assim como os filmes John Hughes, este também possa fazer escola.

Curtindo a vida adoidado

Obs. O título em português, apesar de genérico, fala toda a verdade sobre o filme, que realmente é sobre uma mentira, mas o trocadilho-triplo de Easy A (“A” da Letra Escarlate/ Mocinha fácil/ Fácil de tirar A) é muito mais legal.
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aquele com a menina que gostava de seriados

A TV é o novo cinema. A crítica especializada não cansa de noticiar que as histórias da telinha estão dando um banho nas da telona. Foi-se o tempo em que televisão era subproduto da dramaturgia e servia apenas para impulsionar a carreira dos astros para Hollywood.

Nos últimos anos, o que se viu foi justamente o contrário. A TV virou cenário de superproduções, oscarizados como Steven Spielberg, Martin Scorcese e Glen Close apostam suas fichas em projetos televisivos (pois é, agora eles querem um Emmy também!) e atores que amargavam papéis ruins no cinema como Patrick Dempsey (McDreamy lindooo!!!!), Alec Baldwin (genial!!!), Kiefer Sutherland (Drop the gun!!!) e Hugh Laurie (amooo!!) tiveram suas carreiras revitalizadas depois de estrelarem as cultuadas Grey’s Anatomy, 30 Rock, 24 Horas e House, respectivamente. As 4 séries, juntamente com Lost, Mad Men, Dexter e Desperate Housewives (esqueci alguma? COM CERTEZA!!!!), foram* protagonistas – e com todos os méritos - do que se chamou de A Era de Ouro da TV Americana.
* O verbo está no passado, porque, infelizmente, algumas das séries já acabaram, as que continuam no ar visivelmente não tem o mesmo pique de antigamente e as novas parecem longe de empolgar e revolucionar do jeito que essas o fizeram.

E de fato, com as pessoas indo cada vez menos aos cinemas, Hollywood arrisca cada vez menos e as melhores ideias acabam indo parar na televisão. Conseqüência disso é que já não é tão raro encontrar pessoas que vibram mais com séries do que com filmes.

Luke: Welcome to The O.C, bitch!

Paula Pimenta parece ter consciência disso e faz os seriados tomarem o lugar das películas nas citações de início de capítulo e no coração da nova protagonista.

Minha Vida Fora de Série é um spin-off da outra série de sucesso de Paula, Fazendo meu Filme, se passa no mesmo universo ficcional da mesma, só que, dessa vez, dá voz à amiga da Fani, Priscila, que se descobre fissurada em seriados depois de apresentada via DVD à série mais literária e com os diálogos mais legais da TV, Gilmore Girls*
* A referência a Gilmore Girls logo no início abre faz inclusive um paralelo com a relação mãe e filha da protagonista.

Vou confessar pra você, houve uma época da minha vida em que eu não curtia seriados. Nenhum. Mesmo. Eu achava que todos os seriados americanos eram chatos. Minha irmã, que assistia praticamente toda a grade de programação do SBT, é que era a seriadora de casa.

Mas aí, domingo, hora do almoço, e no SBT passava um tal de Smallville com o protagonista mais gato de todos os tempos e Globo passava a Turma do Didi. Aí eu pensava Seriado-Com-Carinha-Muito-Gato ou Turma-do-Didi-Sem-Graça? Hmmm, acho que eu prefiro Smallville. E aí eu fiquei MUITO viciada em Smallville. Assistia todo domingo, mesmo com o SBT trocando os horários sempre, e com os comerciais gigantescos, e com o Celso Portiolli atrasando horrores a exibição da série (a TV a cabo só chegou aqui em casa tem mais ou menos um ano).

Conversava com as amigas depois sobre como o Tom Welling estava (muito) bonito no episódio (gente, eu também tive 14 anos! E, o que fazer se o cara é lindo mesmo? Qualquer pessoa com olhos fica desnorteada, numa boa), procurava fotos dele na internet (e a Fernanda nunca vai esquecer daquele email com aquela foto...) e depois de descobrir que um grupo de professoras – apelidadas por nós de Smallvillemaníacas – também era fissurado em Smallville e seu protagonista-super-gato, colocamos até o Tom Welling na capa de um trabalho (sério, a gente aprontava muito nessa época!). Ai, Deus, lembrei da música do Lex, Fe!!!!!

Yataaaaaaa! \o/ <--- Hiro Nakamura, from the future

Na cola de Smallville (Somebody saaaaave meeeee...), passava, também no SBT, The O.C, ou melhor, O.C – Um Estranho no Paraíso (Californiaaaaaaaa, here we coooome...), que eu comecei a assistir porque estava esperando "As aventuras do Superboy". E porque era legal mesmo. Passado o preconceito inicial, vi na TVAberta temporadas inteiras de CSI, Monk, Chuck, Desperate Housewives, Heroes (que eu sempre achei ruim) e milhares de séries canceladas no SBT (a mais traumática sem dúvida foi Reunion, que era uma série do tipo "quem matou?" e ficou sem final). Baixei as 3 primeiras temporadas de House (que vejo até hoje com muita dó no coração de como está agora), Grey`s Anatomy (que não assisto sempre por pura preguiça porque sempre que vejo está bem boa) e vi Gilmore Girls todinha em maratonas de DVD. 

Infelizmente, teve uma hora que eu tive que largar Smallville, porque, não importava o quanto seu protagonista fosse lindo, a história já não dava mais pra aguentar (depois da 4ª temporada a série se perdeu muito e na última acho que só sobrou o Clark do início pra contar a história). E depois da decepção que foi o final de Lost (mesmo achando que ainda assim é uma série que coloca quase todas as outras no chinelo. A Constante, então, é tipo o MELHOR EPISÓDIO JÁ FEITO NA TV!), prefiro as séries sobre pessoas e assisto ocasionalmente Pych, Parenthood, Big Bang Theory, Gossip Girl, Glee (eu sei que é ruim, mas não consigo não ver), Friends (o Chaves americano) e recentemente reservei um lugar no meu coração para 30 Rock porque a Tina Fey é simplesmente genial. Merece todos os Emmys que tem. Ponto.

Lorelai: Oy with the poodles already!

E se os seriados derivados (Joey, Private Practice, Angel...) dificilmente são tão bons quanto os originais, MVFS consegue a proeza de ser MUITO melhor do que a série que lhe originou. Os personagens estão com características muito mais definidas e a trama muito mais bem amarrada e sem ecos, nem dejavu, e o mais legal de tudo, com ritmo de seriado mesmo.

Nos livros em série, prefiro aqueles com formato episódico (com finais satisfatórios e que funcionam de um jeito mais ou menos independentes) ao estilo novelão (sempre com ganchos para o próximo volume). E se na capa de MVFS1 há a menção de que esta é a 1ª temporada, tal fato não é apenas uma brincadeirinha com a mocinha viciada em seriados. O livro realmente tem a estrutura e ritmo de uma temporada completa com episódios de apresentação começando nas férias, depois início das aulas, desenvolvimento de tramas, episódios fillers (os famosos enche-lingüiça), personagens que aparecem no meio da temporada, personagens que voltam no meio da temporada e botam lenha na fogueira pra season finale... Aliás, a única diferença de MSFV para qualquer outra série de TV foi que se fosse na televisão, o episódio de fim de temporada (o famoso season finale) com certeza ia ter um super-gancho (que os seriadores gostam de chamar de cliffhanger) pra temp. seguinte. SEMPRE tem!


Seth: Pudim! Eu gosto tanto de falar pudim. Pudim, Puudim.

Apesar de ser um spin-off, por sua protagonista quase não ter destaque em FMF e por todos os personagens terem por volta de 13 anos (o que vai de encontro à tendência atual de "envelhecer" os personagens para torná-los mais atrativos ao público teen), MVSF é uma história nova e não se apoia o tempo todo no sucesso de sua progenitora. É uma série com um BAITA potencial (mais que FMF, inclusive), com universo e os personagens muito ricos (digo, ricos em personalidade. Isso aqui é Brasil, não o Upper East Side) e que renderiam umas 6 temporadas, com o pé nas costas.

A Priscila é simpática até dizer chega, o Rodrigo um fofo, o Leo bobildo demais... Dá vontade de ser amigo deles!!!! Como a distância geográfica aqui não será problema (como em FMF) a série permite que os coadjuvantes roubem a cena nas próximas temporadas, com tramas próprias e o fato de todo mundo ter 13 anos possibilita que se acompanhe o crescimento dos personagens daquele jeito bem seriado mesmo.

Seth: 'I... wish I were a mermaid'
Summer: You remember that? That was, like, sixth grade.
Seth: 'I wish I were a mermaid, and friends with all the fish. A shiny tail and sea shells, that
[Summer kisses him]
Seth: would be my wish.'


Aliás, essa idade é um problema. Outro dia estava conversando com um amigo que achava que estava ficando velha, e não tinha mais paciência com livros com histórias adolescentes. Mas, depois de MVFS, cheguei à conclusão de que: 1) eu devia estar de TPM quando falei isso e 2) Na verdade, eu NUNCA tive paciência pra essas historinhas que tratam o adolescente como o adolescente mesmo. Porque eu não tinha paciência com meninas (e meninos) de 13 (na verdade meninas(os) de 12 são bem piores) nem quando EU tinha 13 anos!!!!! Que dirá agora!

Por isso não estava curtindo aquele episódio piloto com a P(i)riscila piriguetando lá no clube – o que logo acabou e bem feito pra ela teve que comer o pão que o Marcelo amassou depois. (Priscila e Marcelo foi tipo a Summer dando em cima do Ryan no 1º episódio de The O.C. Olha isso! Summer e Ryan! ERRADO, totalmente errado. Ainda bem que The O.C não sobreviveu tempo suficiente pra fazer os roteiristas apelarem pra um casal desses!)

Se bem que a minha 7ª série foi bem divertida com chegada da Deborah e das Smallvillemaníacas (mesmo sem serem Smallvillemaníacas ainda) e as palmas únicas e/ou silenciosas, e os papéis que a gente passava fazendo enquete para descobrir “Quem é o pai do carrapato?” e “Onde está o Osama?”, e a trollagem (na época não tinha esse nome também) de, quando pedissem a borracha emprestada, fazê-la rodar a sala toda, mesmo a pessoa estando do lado daquele que pediu o negócio... Acho que foi o ano mais legal do ginásio, na verdade.

Mas depois que os personagens voltaram das férias, deixaram de agir como pré-adolescentes e sim como pessoas normais e legais, eu lembrei dessa minha 7ª série maneiríssima e me identifiquei totalmente com o livro e a história decolou que foi uma beleza.

Lorelai: O que aconteceu com as bigornas?

Pra completar, a escrita da autora está cada vez mais segura e descontraída e dá pra perceber que Paula está cada vez mais à vontade com seus personagens agora já conhecidos de longa. Inclusive, quem se acostumou a encontrar easter eggs nas cenas de Lost vai sorrir com um par de meta-referências mais do que descaradas.

Torço desde já para que MVFS seja renovada para pelo menos 6 temporadas, porque nos seriados o que menos importa é o final e, como disse, ainda dá pra brincar um bocado com esses personagens e inventar um monte de plots legais. Mas, por enquanto, fico no aguardo da season premiere da 2ª temporada, que tem tudo pra ser ainda mais divertida que a primeira.

Até o S02E01!

Parece o Shelby de Smallville esse au-au...

PS Não pude deixar de reparar que tem um Felipe Fagundes na sala da Priscila e, conhecendo o Felipe Fagundes, meu amigo, não pude deixar de imaginar que, se eles fossem da mesma sala, a Priscila já teria ouvido umas belas broncas sobre como ela deveria ter orgulho de ser ruiva (pra mim ela é ruiva também, porque compro a briga do Felipe!!!) e como o mercado elitista de Hollywood discrimina o homem e a mulher ruiva sempre.
PS 2 Ao contrário do que possa parecer, o título do post não denota displicência da minha parte para com MFVS, mas na verdade, é uma referência aos episódios de Friends, que sempre começavam com “Aquele com...”, já que ninguém nunca lembra o nome dos episódios mesmo.


Desmond: Te vejo em outra vida, brotha!
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