Acabei a faculdade, claro. Com 21 anos na cara, esse título só se faz plausível num contexto acadêmico. (Você imaginou que o post fosse falar de outra coisa, né?)
Pois é, no último 1º de Dezembro eu entreguei meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e este foi oficialmente meu último dia de faculdade. E aconteceu uma coisa engraçada nesse dia. Eu, que sempre achei que não ia sentir falta da Uerj, e que fazia contagem regressiva para o final do curso, fiquei com pena de ir embora. O dia que a gente tanto esperou tinha chegado, era hoje.
Bateu um aperto no coração deixar aquele lugar freqüentado durante os últimos 4 anos. Um sentimento esquisito de orgulho do dever cumprido, com sensação de alívio e até uma certa descrença do tipo “É, acabou mesmo...”.
Foi uma coisa quase Onze Homens e Um Segredo com os amigos adiando a despedida e saindo um a um. Reunidos ali na mesa do 12º discutindo o futuro, o presente, a formatura e até colocando as fofocas em dia porque no oitavo período a gente quase não se vê.
E a julgar pelo meu primeiro ano de faculdade, esse tipo de cena seria praticamente inimaginável. Acho que agora vale uma retrospectiva mais profunda de como eu fui parar em Ciências Contábeis da UERJ.
2007, ano de vestibular, e o curso técnico do Cefet atravessava uma de suas piores fases. Faltavam professores, força de vontade e vergonha na cara e os alunos sofriam mais que mocinha em novela das oito da Globo. Na hora de escolher o curso pro vestibular, eu não queria seguir na Informática. Mais 4 anos nesse desespero? Não, obrigada. Mas eu sabia que tinha que ser alguma coisa a ver com números, porém nada a ver com Biologia. Pesquisando acabei optando por Contábeis.
Fiz as provas de vestibular sem muito compromisso, pois ainda faltava o último ano do técnico (sim, apesar de tudo eu ainda queria concluir o curso. Era uma questão de honra!!!!). E eu passei. Em TUDO! E muito bem! Fora a Uerj, em que eu fiquei lá pra trás, fui 3º lugar na UFF, 3º na Rural e 6º na UFRJ.
A mais perto de casa era a Uerj e a que tinha o melhor horário também (a única com turno matutino). O único problema era o último ano do Cefet, que também era pela manhã. Aí eu acho que fiz a coisa mais doida da minha vida. Decidi fazer os dois cursos ao mesmo tempo. Eram 6 matérias da faculdade, mais outras 6 ou 7 do Cefet. Faça as contas e confira o resultado da minha loucura.
É claro que não dava pra assistir às aulas ao mesmo tempo, mas conversei com os professores e dei meu jeito. Assistia às aulas da Uerj, mas não deixei de entregar nenhum trabalho do Cefet (teve um que a turma adora lembrar, apresentei até em vídeo, haha!), fiz todas as provas e no final, fui aprovada sem preocupações extras em todas as matérias dos dois cursos (incluindo Cálculo, que eu estudei igual a uma condenada pra P2 e me valeu um 9,7 merecido e libertador da Prova Final).
Não me arrependo de ter terminado o curso. Apesar de não ter seguido na profissão, a informática me trouxe uma disposição de procurar como se resolvem os problemas e uma visão de lógica que pouca gente tem. Basta uma lida no Google pra entender rapidamente as fórmulas de Excel e desenvolver condições com o pé nas costas (coisa de programador que entende o conceito de parâmetros, tipos de variáveis, e tem os ifs e elses correndo pelas veias já), fora a mão na roda que é rodar uma query SQL e gerar o relatório que eu quiser muito mais rápido e sem depender do TI.
Mas nesse primeiro ano de faculdade eu sofri demais. E não por conta do excesso de matérias. E nem por causa de Cálculo. O problema é que a cabeça e o corpo estavam na Uerj, mas o coração estava lá em Santa Rita, no Cefet. Porque era lá que estavam os meus melhores amigos. E as pessoas próximas fisicamente no curso de terceiro grau não só pareciam não “substituir” à altura, como eram de dar nojo só de olhar. Se eu tinha vivido praticamente um conto de fadas durante o ensino médio (com direito a vilões, sim, mas com mais momentos felizes do que tristes), a faculdade parecia um pesadelo. Sempre gostei do curso, mas demorou até eu encontrar a minha turma por lá. Era muita gente idiota, mesquinha, sacana, safada e sem caráter.
Felizmente, conforme os períodos iam passando, a turma ia trocando de turno, a quantidade de gente insuportável foi ficando cada vez menor.
Por isso a minha surpresa agora no final em sentir falta de lá. Pois é, também vinha dizendo que não ia sentir falta de ir pra Uerj e assistir aula, só dos colegas, mas não tem jeito, a gente associa o lugar com os amigos que fez, com os momentos que viveu e com o amadurecimento que proporcionou, e agora já cogito até voltar pro Mestrado, mesmo sabendo que aqueles professores não são lá essas coisas.
Foi a mesma coisa do Cefet? Não! Não dá nem pra comparar. No Cefet, a gente tinha uma paixão incondicional uns pelos outros e pela instituição, uma coisa meio mágica até. (Mais detalhes na tag cefet aqui do blog). Mas fico feliz de levar pelo menos algumas amizades e tenho certeza que encontrei gente que vou carregar no coração pelo resto da vida.
Porque no final das contas, CR (Coeficiente de Rendimento, a maior preocupação do calouro) não serve pra nada e é esse tipo de coisa que fazem os 4 anos da faculdade valerem a pena.
PS Mas ainda volto lá pra pegar o meu diploma e comer no recém-inaugurado bandejão.
Pois é, no último 1º de Dezembro eu entreguei meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e este foi oficialmente meu último dia de faculdade. E aconteceu uma coisa engraçada nesse dia. Eu, que sempre achei que não ia sentir falta da Uerj, e que fazia contagem regressiva para o final do curso, fiquei com pena de ir embora. O dia que a gente tanto esperou tinha chegado, era hoje.
Bateu um aperto no coração deixar aquele lugar freqüentado durante os últimos 4 anos. Um sentimento esquisito de orgulho do dever cumprido, com sensação de alívio e até uma certa descrença do tipo “É, acabou mesmo...”.
Foi uma coisa quase Onze Homens e Um Segredo com os amigos adiando a despedida e saindo um a um. Reunidos ali na mesa do 12º discutindo o futuro, o presente, a formatura e até colocando as fofocas em dia porque no oitavo período a gente quase não se vê.
E a julgar pelo meu primeiro ano de faculdade, esse tipo de cena seria praticamente inimaginável. Acho que agora vale uma retrospectiva mais profunda de como eu fui parar em Ciências Contábeis da UERJ.
2007, ano de vestibular, e o curso técnico do Cefet atravessava uma de suas piores fases. Faltavam professores, força de vontade e vergonha na cara e os alunos sofriam mais que mocinha em novela das oito da Globo. Na hora de escolher o curso pro vestibular, eu não queria seguir na Informática. Mais 4 anos nesse desespero? Não, obrigada. Mas eu sabia que tinha que ser alguma coisa a ver com números, porém nada a ver com Biologia. Pesquisando acabei optando por Contábeis.
Fiz as provas de vestibular sem muito compromisso, pois ainda faltava o último ano do técnico (sim, apesar de tudo eu ainda queria concluir o curso. Era uma questão de honra!!!!). E eu passei. Em TUDO! E muito bem! Fora a Uerj, em que eu fiquei lá pra trás, fui 3º lugar na UFF, 3º na Rural e 6º na UFRJ.
A mais perto de casa era a Uerj e a que tinha o melhor horário também (a única com turno matutino). O único problema era o último ano do Cefet, que também era pela manhã. Aí eu acho que fiz a coisa mais doida da minha vida. Decidi fazer os dois cursos ao mesmo tempo. Eram 6 matérias da faculdade, mais outras 6 ou 7 do Cefet. Faça as contas e confira o resultado da minha loucura.
É claro que não dava pra assistir às aulas ao mesmo tempo, mas conversei com os professores e dei meu jeito. Assistia às aulas da Uerj, mas não deixei de entregar nenhum trabalho do Cefet (teve um que a turma adora lembrar, apresentei até em vídeo, haha!), fiz todas as provas e no final, fui aprovada sem preocupações extras em todas as matérias dos dois cursos (incluindo Cálculo, que eu estudei igual a uma condenada pra P2 e me valeu um 9,7 merecido e libertador da Prova Final).
Não me arrependo de ter terminado o curso. Apesar de não ter seguido na profissão, a informática me trouxe uma disposição de procurar como se resolvem os problemas e uma visão de lógica que pouca gente tem. Basta uma lida no Google pra entender rapidamente as fórmulas de Excel e desenvolver condições com o pé nas costas (coisa de programador que entende o conceito de parâmetros, tipos de variáveis, e tem os ifs e elses correndo pelas veias já), fora a mão na roda que é rodar uma query SQL e gerar o relatório que eu quiser muito mais rápido e sem depender do TI.
Mas nesse primeiro ano de faculdade eu sofri demais. E não por conta do excesso de matérias. E nem por causa de Cálculo. O problema é que a cabeça e o corpo estavam na Uerj, mas o coração estava lá em Santa Rita, no Cefet. Porque era lá que estavam os meus melhores amigos. E as pessoas próximas fisicamente no curso de terceiro grau não só pareciam não “substituir” à altura, como eram de dar nojo só de olhar. Se eu tinha vivido praticamente um conto de fadas durante o ensino médio (com direito a vilões, sim, mas com mais momentos felizes do que tristes), a faculdade parecia um pesadelo. Sempre gostei do curso, mas demorou até eu encontrar a minha turma por lá. Era muita gente idiota, mesquinha, sacana, safada e sem caráter.
Felizmente, conforme os períodos iam passando, a turma ia trocando de turno, a quantidade de gente insuportável foi ficando cada vez menor.
Por isso a minha surpresa agora no final em sentir falta de lá. Pois é, também vinha dizendo que não ia sentir falta de ir pra Uerj e assistir aula, só dos colegas, mas não tem jeito, a gente associa o lugar com os amigos que fez, com os momentos que viveu e com o amadurecimento que proporcionou, e agora já cogito até voltar pro Mestrado, mesmo sabendo que aqueles professores não são lá essas coisas.
Foi a mesma coisa do Cefet? Não! Não dá nem pra comparar. No Cefet, a gente tinha uma paixão incondicional uns pelos outros e pela instituição, uma coisa meio mágica até. (Mais detalhes na tag cefet aqui do blog). Mas fico feliz de levar pelo menos algumas amizades e tenho certeza que encontrei gente que vou carregar no coração pelo resto da vida.
Porque no final das contas, CR (Coeficiente de Rendimento, a maior preocupação do calouro) não serve pra nada e é esse tipo de coisa que fazem os 4 anos da faculdade valerem a pena.
PS Mas ainda volto lá pra pegar o meu diploma e comer no recém-inaugurado bandejão.
Êeeeee! PARABÉNS! Terminar a faculdade é um dos melhores momentos pra qualquer um. A maior sensação de alívio que eu já senti na vida (incluindo o alívio do Cruzeiro não ter caído pra série B ontem. Essa foi a segunda maior.).
ResponderExcluirNão entendi como você conseguiu fazer CEFET e faculdade ao mesmo tempo. Seu curso era só técnico, não tinha o médio também?
Acho que todo mundo deveria saber um mínimo de lógica de programação. Só o mínimo, também não quero ficar desempregada. Tem gente que mal sabe usar as aspas na busca do Google!
Não sinto falta nenhuma da UFMG. Fiz 5 anos de curso sem nunca encontrar "a minha turma". Embora ainda tenha contato com alguns pelo Facebook e Twitter, não ficou nenhum amigo de verdade. Já CEFET... É CEFET e só quem fez sabe o que isso significa.
Obrigada!
ResponderExcluirÉ difícil de entender mesmo. O médio era em 3 anos, o técnico em 4. Aí acabava o médio ainda tinha o 4o ano técnico (que tinha aula todo dia!). Eu ia às aulas da faculdade, fazia só as provas e entregava e apresentava os trabalhos no Cefet. Loucura total! (E no final ainda tirava nota maior do que o povo q assistia a todas às aulas).
Mas no segundo semestre teve greve na Uerj e eu pude assistir 2 bimestres de aula no técnico tranquilamente, junto com o pessoal, feliz da vida. *-* (Devo ser a única pessoa que gostou de ter greve em 2008, hehe)
Também acho que todo mundo devia ter noções de lógica de programação, mas é difícil convencer os alunos de outros cursos que isso vai ser útil pra vida dele. Quem nunca viu info acha tudo muito difícil (e é mesmo até vc se acostumar com a coisa. É uma das matérias que mais reprovam até em Info, que dirá em outros cursos). Então, acho que vc pode ficar tranquila que continuará empregada. Acho que vc devia se preocupar mais com webdesiners de garagem, rs!
Que triste vc não ter encontrado ninguém legal na faculdade, mas realmente Cefet só entende quem vive.
Bjs
Lisa
Elisa... Parabens!!!!
ResponderExcluirTenho certeza que terminar a faculdade deve se uma das maiores conquistas que se pode ter. Afinal de contas, facil é entrar, dificil é sair rapido.
Fico muito feliz por vc, eu não tinah ideia que vc fazia contabilidade. Com certeza saiu um peso das suas costas, coisa que eu espero que aconteça comigo ano que vem que é qndo me formo em economia.
Definitivamente esta é uma fase dificil da vida que já esta passando.
Fico imaginando os perrengues que vc passou no primeiro ano fazendo cefete faculdade. Eu encarei algo parecido no ultimo ano da escola, trabalhava, fazia tecnico e ensino médio e dpois fiz tecnico, ensino medio e cursinho tudo num dia só. Mas quando vc olha para traz ve que todo o sofrimento valeu a pena!
bjos
Ah, tá. Meu técnico foi só dois anos, junto com o segundo e terceiro do médio.
ResponderExcluirGraças a Deus, eu sempre tive facilidade com lógica. Tirando banco de dados, as matérias de programação foram as minhas melhores tanto no técnico quanto na faculdade. E webdesigners de garagem são nosso maior pesadelo!
JÁ?? rs
ResponderExcluirParabéns, Lisa, passou com mérito! E aqui no meu curso ainda tem gente que diz que é impossível se formar em 4 anos. Vou provar pra eles que é possível, mas ainda falta 1 ano pra mim.
Olha, não vejo a hora de terminar e acho que não vou sentir saudades. E tenho minha turma desde o 1º período, mas mesmo assim... é muito sofrimento! Quero paz :-)
"webdesigners de garagem" kkkkkkkkk
Parabéns, Lisa!
ResponderExcluirImagino o tamanho dessa conquista pra você, tão novinha e já formada.
Pra mim ainda faltam pelo menos 2 anos e meio, mas depois de tanto perrengue, uma crise existencial e um semestre trancado, eu tou decidida a fazer o melhor desse tempo que ainda vou passar por lá. :)
Bjs