Segundo a reportagem da SuperInteressante, a infância está acabando. E a principal responsável pelo seu fim, ironicamente, também é aquela apontada como sua criadora: a mídia.
Se no passado, o surgimento da mídia impressa fez com que o número de escolas expandisse, colocando as crianças lá dentro e fazendo com que os baixinhos ganhassem tratamento diferenciado dos demais seres humanos (na Idade Média criança não passava de mini-adulto. Tinha mais é que trabalhar se quisesse sobreviver), nas últimas décadas, a TV e a Internet tornaram todo o conteúdo do mundo acessível a qualquer pessoa, de qualquer tamanho.
Isso tudo somado ao amadurecimento precoce por conta da responsabilidade atribuída às crianças em colégios que prometem preparar para o vestibular e para o mercado de trabalho desde o pré-maternal (o que eu acho absolutamente desnecessário e mentiroso da parte dos colégios porque, além da maioria das carreiras não precisar de uma nota tão alta, muitas vezes o método não tem nada de inovador e pelo contrário, só atrapalha no desenvolvimento da criança) e ao conceito de supervalorização da adolescência, estaria descaracterizando a inocência da infância e gerando ao invés de crianças, apenas mini-adultos, muito parecidos com os da Idade Média, só que sem a parte do trabalho infantil.
Nem tudo é culpa da TV
Concordo com boa parte da matéria, mas também acho que dá pra ser uma criança inocente e contente e esperta sim, mesmo com toda a tecnologia. Desde de que utilizada e aproveitada com cautela. E, claro, ainda tem muito mais coisa aí envolvida nesse processo de extinção da infância que, se a gente for estudar a fundo, dá até tema de monografia.
Semestre passado, na faculdade, teve uma discussão que fez um paralelo entre o comportamento de liberdade coorporativa e a liberdade dada dentro de casa. Os pais não sabem como tratar os filhos em casa porque não tem contato com a hierarquia bem definida no trabalho. O resultado: o sucesso de programas tipo Supernanny, que chega e diz aos pais: “Você é que tem o controle! Quem manda aqui é você!”. Moral da história: as crianças são normais. Os pais é que precisam de tratamento por não saberem que são os “chefes” da casa e por quererem exibir os filhos por causa dos trocentos mil cursos que ele faz ou estudar no colégio mais difícil da cidade.
A tecnologia não me incomoda. O que me irrita é que tanto os seus usuários e aqueles que a produzem não a aproveitam como deveriam e acabam criando uma geração cheia de baixinho que se acha gente grande só porque sabe programar o vídeo, ops, o DVD, de casa.
Crescer pra quê?
Uma vez eu fiz um teste daqueles bem bobos na Internet para saber “Que personagem da Disney é você?”. Deu que eu era o Peter Pan. Geralmente, esses testes dão uns resultados muito sem noção, mas esse daí acertou em cheio, uma vez que vira e mexe eu me pego assistindo a Castelo Rá-Tim-Bum e me divertindo tanto quanto na época em que eu era menor. Ainda sou meio criança por dentro e se der, ainda quer continuar um pouco assim.
Aliás, eu nunca fui uma criança que fazia questão de crescer. Fisicamente talvez, mas nunca quis fazer coisas a frente do meu tempo. Sempre fui feliz com a idade que eu tive. Quando ligava a Tv, fazia questão de sintonizar nos programas infantis. Quando alugava filme, não achava muita graça se não fosse desenho. Livro, só se tivesse figura. E quando a Internet chegou aqui em casa, o site do Iguinho era o mais acessado.
Por isso me irrita e me chateia um pouco essa história de fim da infância. Eu digo isso porque sou da geração de 90 e vi TV, joguei videogame, e usei computador e cresci muito feliz. A tecnologia não pode ser culpada por tudo. Lembro que quando pedia presente de natal, queria ganhar Cd-Rom ou fita pro MasterSystem e admito que a minha agenda na semana era mais movimentada do que deveria. Mas também joguei muita bola, andei de bicicleta e tomei banho de balde nesse meu quintal. Acho que dá pra aproveitar de tudo um pouco, desde que se tenha limites.
Afinal de contas, o mundo pode ter mudado muito, mas a criança ainda não sabe metade do que aconteceu antes de ela começar a se entender por gente, então, é melhor que ela seja tratada como criança sim, porque é isso que ela é!
Aliás, uma coisa que não me desce é essa história de criança de 8 anos dizendo que é pré-adolescente. Sério, existe coisa mais idiota do que a PRÉ-ADOLESCÊNCIA? Porque, o que ser um pré-adolescente? Nada. Uma criança metida a grande. A criança não sabe nem ler direito e quer exigir tratamento diferenciado? Ah, me poupe! Até o nome da fase é difícil de falar! Pré-Adolescência... É muito grande! Infância é tão mais prático...
O engraçado é que quando eu tinha 8 anos eu tinha HORROR a essa fase e a posterior a ela também. Eu queria mais era curtir os meus anos de criança e ser bem feliz brincando no parquinho e aproveitar e fazer as coisas que só as crianças podiam fazer. Tipo: brincar no pula-pula. Depois dos 10 anos, não podia mais brincar no pula-pula! Um absurdo! Por que quem tinha 10 podia e quem tinha 11 não? Por isso, também não me interessava pelos outros brinquedos em que só podia entrar quem só tinha mais de 1,40m (mentira. É porque eu era, quer dizer, SOU medrosa mesmo).
Mas então, eu tinha noção de que eu tinha que aproveitar a minha infância. Que tudo ia ter seu tempo. Não fazia (e não faço) questão de ficar apressando as coisas. Fora que sempre que aparecia um adolescente ou um pré-adolescente na Tv, era só pra ficar falando aquelas coisas chatas de brigar com o pai e que eram rebeldes e blábláblá. Sempre achei isso uma babaquice. Mesmo aos 8 anos.
Quando eu cheguei a tal da pré-adolescência, foi uma dor de cabeça aqui em casa. Não porque eu queria fazer coisa de gente mais velha, mas porque quando chega essa fase, os pais acham que tudo é culpa da idade. “Ah, ele está falando isso porque está entrando na adolescência”, ou então “É fase. O filho da Fulana de Tal também está assim”. Nossa, como eu me estressava. Porque aos 12 anos você é totalmente privado de qualquer opinião. O que você fala, não é porque você pensa de uma certa maneira. É porque você está passando por uma fase de rebeldia. Affe! Isso me irritava profundamente. Aos 8 anos a gente tinha mais liberdade do que aos 12. Ainda bem que essa época passou. Depois dos 15, acho que todo mundo se acostuma com essa fase toda de mudança. Inclusive nós mesmos.
Ô saudade!
Mas, do que eu estava falando mesmo? Ah, sim. Dos pirralhos metidos a gente grande. Bom, eu disse ali em cima que não se podia culpar o avanço tecnológico por tudo, mas também disse que era uma questão de saber aproveitar os novos recursos que se tem.
E vai parecer saudosismo da minha parte, mas já reparou como não tem nenhum programa infantil de efetiva expressividade bacana na TV aberta? Dá dó de ligar a TV de manhã e perceber que quem tem 8 anos hoje não tem acesso a um programa que seja mais do que desenhos apresentados por qualquer um (qualquer um mesmo. Na TV Globinho, a rotatividade é tão alta que não dá nem pra decidir se a gente gosta ou não dos apresentadores) e que só sabem fazer propaganda dos novos lançamentos de brinquedos.
E eu não estou nem dizendo que tem que ser uma coisa altamente educativa e que só crianças possam assistir. Mas custa fazer um projeto bacana com desenhos e alguma coisa a mais, tipo a TV Cruj, a Tv Colosso ou algo mais simples, tipo qualquer programa com uma gincana básica?
Segue a lista nostálgica de programas, novelas e musicais infantis da minha época (ô papo de gente velha!) e se prepare porque tem muita coisa de segunda divisão aí no meio também (quem lembrar dos mais absurdos ganha uma bala Juquinha):
• Angélica - Na época em que era gordinha! Ela passou por Manchete, SBT e Globo, onde comandou o Angel Mix, estrelou a novelinha Caça Talentos (Lembra da dança da fadinha? “Bate, bate, eu vim te convidar.. Bate, bate, me chama pra dançar”), Bambuluá e Flora Encantada.
• Eliana – No SBT tinha o Melocoton, a Bizuca, a Rocicléia... Na Record tinha o Nhoc, o Vovô e o bebê Alegria, que depois sumiram. Ah, e a dupla Chiquinho e Pitoco! Sempre hilários! A brincadeira da música dava sempre muita confusão e o Chiquinho sempre zoava ela naquela do desenho da lousa. Nas duas emissoras, tinha a experiência do dia (“... e tesoura sem ponta!”). Muito bom. Era a minha apresentadora loirinha preferida rsrs
• Mariane – Passava na CNT (Acho que minha geração tirou a sorte grande mesmo. Acho que fomos os últimos a desfrutar de alguma programação infantil na CNT)
• Debby – Eu odiava a Debby! Mas às vezes assistia o programa não sei porque. Devia estar esperando a hora do Cruj, visto que às 18h, só que tinha (e ainda tem) na Tv é violência e baixaria. Alguém me ajuda: a Debby era da época da Manchete ou da Rede TV, já? Momento fofoca: Debby atualmente tem 18 anos e cursa faculdade de Veterinária.
• Andréa Sorvetão - Passava Zuzubalândia e Turma do Arrepio. Lembro que todo mundo na escola tinha uma mochila de carrinho da Turma do Arrepio.
• Mara Maravilha - No SBT, o Lombardi agradecendo a audiência no fim do programa e na Record ela imitava o agora falecido Enéias!
• Castelo Rá-tim-bum – Ainda bem que passa até hoje. O universo do Castelo é tão bacana que eu ia ficar até amanhã escrevendo sobre. Devo muito do que sou e sei hoje graças ao Castelo. Uma história curiosa: eu tenho uma amiga que ia lavar a mão na hora da música porque achava que a mão dela ia aparecer na TV. Hahaha!
• Rá-tim-Bum – Outro clássico da TVE. Muitos quadros legais! Senta que lá vem história, o enigma da Esfinge (ela era meio medonha), Prof. Tibúrcio (Marcelo Tas sempre envolvido com essas coisas de educação. É outro nome sempre presente nos créditos de todas as produções da Cultura), entre muitos outros.
• TV CRUJ – Simplesmente O MELHOR! Se liga companheiro revolucionário Ultra-jovem, está entrando no ar o meu, o seu, o nosso: COMITÊ REVOLUCIONÁRIO ULTRA JOVEM – TV CRUUUUJ ... Muita saudade do CRUJ. Uma prova de que dá pra fazer um programa com desenhos(Dá o play, Macaco!) e ainda com um conteúdo bacanérrimo. Juca (Caju), Guelé (Chiqué), Macarrão (Macaco ou simplesmente Maca. Foi embora logo no início), Malu (Maluca – Eu não sou maluca, o meu codinome é que é Maluca),e alguns outros companheiros que entraram depois, comandavam o programa que ia ao ar através de um sinal pirata e defendiam os direitos dos Ultra-Jovens porque Nós somos Ultra-Jovens e merecemos respeito!. Com o nome de Disney Club, passava todo dia de noite no SBT. Depois passou a ser exibido aos sábados com o nome de Disney Cruj (a Maya era muito CHAAATAA!). Estou até hoje sem entender o que aconteceu no final do programa que ficou prometendo um super-final e depois não foi ao ar. Poxa, nem pra eles darem um Cruj, Cruj, Cruj, tchau! definitivo pra gente...
Não é fraco esse Cao Hamburger, não, viu? Atualmente, Seu Hamburger também assina o ótimo seriado do Menino Maluquinho. Adooro!
• Passa ou Repassa – Dispensa explicações. Eu peguei a época em que a Angélica apresentava, antes do Celso. A brincadeira do Torta na Cara é simplesmente histórica. Quem não brincou disso em alguma gincana na escola que atire a primeira torta.
• Tv Colosso – Uma TV comandada por cachorros. Com programas como Jornal Colossal com apresentação de William Bones. Demais, né? Chegava da escola na hora em que o chefe francês anunciava: Está na horra, pessoall. Horra de matarr a fome! Anos mais tarde, serviu de inspiração para um trabalho do Vidas Secas. Ia ser tão bom se voltasse!
• Mundo de Beakman – Mais um achado. Passava na Record à tarde. Muito demais. Beakman era um cientista maluco que explicava os fenômenos da natureza de uma maneira ainda mais louca. Uma das assistentes de palco se chamava Lisa (era a que eu mais gostava, por que será?), fora o Lester. Se todo professor de física/química passasse isso na sala de aula, os alunos iriam aprender muito mais.
• Sítio do Pica Pau Amarelo– No início eu achava mais legal quando a Cuca usava tomara-que-caia. Depois enjoou um pouco, já que mudaram todos os atores.
Ainda tinha as novelas - Chiquititas, Carrossel (eu tenho o CD!), Carinha de Anjo, Gotinha de amor, Diário de Daniela...-, as atrações musicais especialmente para os pequerruchos - Sandy e Junior, Trem da Alegria, Apresentadoras-Cantoras Loirinhas-ou não e só não vou falar do Chaves porque quando eu nasci, ele já era velho, mas ainda bem que passa até hoje também. Para mais lembranças, favor visitar esse site e esse outro aqui.
Depende de nós
Curtiu a listinha? Quem lembra do programa da Debby, da Mariane e do Agente G, me cobra a bala Juquinha depois. Agora, diz aí se qualquer coisa dessa lista não era melhor do que a gente tem hoje na Tv Aberta (que já não é muita coisa)!
Senhores programadores de Tv, deixem de serem preguiçosos! Nós sabemos que vocês têm capacidade para fazer melhor do que isso que está aí. E sabemos porque crescemos assistindo o que vocês botaram no ar durantes anos. Algumas coisas geniais, outras nem tanto, mas todas elas definitivamente mais criativas do que o que passa hoje em dia. Na TV a cabo ainda tem uns programinhas, agora na TV aberta, a referência que se tem de criança hoje em dia é Maísa! Dá muita pena dos pequenos de hoje. Sério.
E nem me venham com esse papo de que as crianças estão mais espertas e tecnológicas e não iam gostar desses programas porque eu acho que é só uma questão de saber vender bem o seu peixe e se esforçar um pouquinho pra fazer alguma coisa de qualidade. Eu duvido que se reprisassem o Cruj, não ia dar audiência. (Coisa impossível de acontecer agora, visto que a Globo é que tem o contrato com a Disney.)
Se as crianças estão ficando “adultas demais”, talvez seja porque ninguém mostrou pra elas que ser criança também é muito legal. E sem precisar ficar batendo na tecla de que ela é pequena e é boba, etc. Que ela pode ser uma criança esperta e mexer com as modernidades, mas que também pode soltar pipa e andar de bicicleta. Mas que não pode desrespeitar o pai e nem fazer tudo o que quer, apesar disso tudo.
É só uma questão de apresentar a ela uma parte diferente do mundo, porque tem coisas que ela ainda não deve ver e outras que ela depois não poderá mais aproveitar. Se todo mundo fizer a sua parte, acho que a gente consegue salvar a infância da extinção.
Ai, ai! Bate até uma emoção em rever...
Se no passado, o surgimento da mídia impressa fez com que o número de escolas expandisse, colocando as crianças lá dentro e fazendo com que os baixinhos ganhassem tratamento diferenciado dos demais seres humanos (na Idade Média criança não passava de mini-adulto. Tinha mais é que trabalhar se quisesse sobreviver), nas últimas décadas, a TV e a Internet tornaram todo o conteúdo do mundo acessível a qualquer pessoa, de qualquer tamanho.
Isso tudo somado ao amadurecimento precoce por conta da responsabilidade atribuída às crianças em colégios que prometem preparar para o vestibular e para o mercado de trabalho desde o pré-maternal (o que eu acho absolutamente desnecessário e mentiroso da parte dos colégios porque, além da maioria das carreiras não precisar de uma nota tão alta, muitas vezes o método não tem nada de inovador e pelo contrário, só atrapalha no desenvolvimento da criança) e ao conceito de supervalorização da adolescência, estaria descaracterizando a inocência da infância e gerando ao invés de crianças, apenas mini-adultos, muito parecidos com os da Idade Média, só que sem a parte do trabalho infantil.
Nem tudo é culpa da TV
Concordo com boa parte da matéria, mas também acho que dá pra ser uma criança inocente e contente e esperta sim, mesmo com toda a tecnologia. Desde de que utilizada e aproveitada com cautela. E, claro, ainda tem muito mais coisa aí envolvida nesse processo de extinção da infância que, se a gente for estudar a fundo, dá até tema de monografia.
Semestre passado, na faculdade, teve uma discussão que fez um paralelo entre o comportamento de liberdade coorporativa e a liberdade dada dentro de casa. Os pais não sabem como tratar os filhos em casa porque não tem contato com a hierarquia bem definida no trabalho. O resultado: o sucesso de programas tipo Supernanny, que chega e diz aos pais: “Você é que tem o controle! Quem manda aqui é você!”. Moral da história: as crianças são normais. Os pais é que precisam de tratamento por não saberem que são os “chefes” da casa e por quererem exibir os filhos por causa dos trocentos mil cursos que ele faz ou estudar no colégio mais difícil da cidade.
A tecnologia não me incomoda. O que me irrita é que tanto os seus usuários e aqueles que a produzem não a aproveitam como deveriam e acabam criando uma geração cheia de baixinho que se acha gente grande só porque sabe programar o vídeo, ops, o DVD, de casa.
Crescer pra quê?
Uma vez eu fiz um teste daqueles bem bobos na Internet para saber “Que personagem da Disney é você?”. Deu que eu era o Peter Pan. Geralmente, esses testes dão uns resultados muito sem noção, mas esse daí acertou em cheio, uma vez que vira e mexe eu me pego assistindo a Castelo Rá-Tim-Bum e me divertindo tanto quanto na época em que eu era menor. Ainda sou meio criança por dentro e se der, ainda quer continuar um pouco assim.
Aliás, eu nunca fui uma criança que fazia questão de crescer. Fisicamente talvez, mas nunca quis fazer coisas a frente do meu tempo. Sempre fui feliz com a idade que eu tive. Quando ligava a Tv, fazia questão de sintonizar nos programas infantis. Quando alugava filme, não achava muita graça se não fosse desenho. Livro, só se tivesse figura. E quando a Internet chegou aqui em casa, o site do Iguinho era o mais acessado.
Por isso me irrita e me chateia um pouco essa história de fim da infância. Eu digo isso porque sou da geração de 90 e vi TV, joguei videogame, e usei computador e cresci muito feliz. A tecnologia não pode ser culpada por tudo. Lembro que quando pedia presente de natal, queria ganhar Cd-Rom ou fita pro MasterSystem e admito que a minha agenda na semana era mais movimentada do que deveria. Mas também joguei muita bola, andei de bicicleta e tomei banho de balde nesse meu quintal. Acho que dá pra aproveitar de tudo um pouco, desde que se tenha limites.
Afinal de contas, o mundo pode ter mudado muito, mas a criança ainda não sabe metade do que aconteceu antes de ela começar a se entender por gente, então, é melhor que ela seja tratada como criança sim, porque é isso que ela é!
Aliás, uma coisa que não me desce é essa história de criança de 8 anos dizendo que é pré-adolescente. Sério, existe coisa mais idiota do que a PRÉ-ADOLESCÊNCIA? Porque, o que ser um pré-adolescente? Nada. Uma criança metida a grande. A criança não sabe nem ler direito e quer exigir tratamento diferenciado? Ah, me poupe! Até o nome da fase é difícil de falar! Pré-Adolescência... É muito grande! Infância é tão mais prático...
O engraçado é que quando eu tinha 8 anos eu tinha HORROR a essa fase e a posterior a ela também. Eu queria mais era curtir os meus anos de criança e ser bem feliz brincando no parquinho e aproveitar e fazer as coisas que só as crianças podiam fazer. Tipo: brincar no pula-pula. Depois dos 10 anos, não podia mais brincar no pula-pula! Um absurdo! Por que quem tinha 10 podia e quem tinha 11 não? Por isso, também não me interessava pelos outros brinquedos em que só podia entrar quem só tinha mais de 1,40m (mentira. É porque eu era, quer dizer, SOU medrosa mesmo).
Mas então, eu tinha noção de que eu tinha que aproveitar a minha infância. Que tudo ia ter seu tempo. Não fazia (e não faço) questão de ficar apressando as coisas. Fora que sempre que aparecia um adolescente ou um pré-adolescente na Tv, era só pra ficar falando aquelas coisas chatas de brigar com o pai e que eram rebeldes e blábláblá. Sempre achei isso uma babaquice. Mesmo aos 8 anos.
Quando eu cheguei a tal da pré-adolescência, foi uma dor de cabeça aqui em casa. Não porque eu queria fazer coisa de gente mais velha, mas porque quando chega essa fase, os pais acham que tudo é culpa da idade. “Ah, ele está falando isso porque está entrando na adolescência”, ou então “É fase. O filho da Fulana de Tal também está assim”. Nossa, como eu me estressava. Porque aos 12 anos você é totalmente privado de qualquer opinião. O que você fala, não é porque você pensa de uma certa maneira. É porque você está passando por uma fase de rebeldia. Affe! Isso me irritava profundamente. Aos 8 anos a gente tinha mais liberdade do que aos 12. Ainda bem que essa época passou. Depois dos 15, acho que todo mundo se acostuma com essa fase toda de mudança. Inclusive nós mesmos.
Ô saudade!
Mas, do que eu estava falando mesmo? Ah, sim. Dos pirralhos metidos a gente grande. Bom, eu disse ali em cima que não se podia culpar o avanço tecnológico por tudo, mas também disse que era uma questão de saber aproveitar os novos recursos que se tem.
E vai parecer saudosismo da minha parte, mas já reparou como não tem nenhum programa infantil de efetiva expressividade bacana na TV aberta? Dá dó de ligar a TV de manhã e perceber que quem tem 8 anos hoje não tem acesso a um programa que seja mais do que desenhos apresentados por qualquer um (qualquer um mesmo. Na TV Globinho, a rotatividade é tão alta que não dá nem pra decidir se a gente gosta ou não dos apresentadores) e que só sabem fazer propaganda dos novos lançamentos de brinquedos.
E eu não estou nem dizendo que tem que ser uma coisa altamente educativa e que só crianças possam assistir. Mas custa fazer um projeto bacana com desenhos e alguma coisa a mais, tipo a TV Cruj, a Tv Colosso ou algo mais simples, tipo qualquer programa com uma gincana básica?
Segue a lista nostálgica de programas, novelas e musicais infantis da minha época (ô papo de gente velha!) e se prepare porque tem muita coisa de segunda divisão aí no meio também (quem lembrar dos mais absurdos ganha uma bala Juquinha):
Apresentadoras loirinhas e não-loirinhas também
• Xuxa - a única que ainda faz coisas para os baixinhos• Angélica - Na época em que era gordinha! Ela passou por Manchete, SBT e Globo, onde comandou o Angel Mix, estrelou a novelinha Caça Talentos (Lembra da dança da fadinha? “Bate, bate, eu vim te convidar.. Bate, bate, me chama pra dançar”), Bambuluá e Flora Encantada.
• Eliana – No SBT tinha o Melocoton, a Bizuca, a Rocicléia... Na Record tinha o Nhoc, o Vovô e o bebê Alegria, que depois sumiram. Ah, e a dupla Chiquinho e Pitoco! Sempre hilários! A brincadeira da música dava sempre muita confusão e o Chiquinho sempre zoava ela naquela do desenho da lousa. Nas duas emissoras, tinha a experiência do dia (“... e tesoura sem ponta!”). Muito bom. Era a minha apresentadora loirinha preferida rsrs
• Mariane – Passava na CNT (Acho que minha geração tirou a sorte grande mesmo. Acho que fomos os últimos a desfrutar de alguma programação infantil na CNT)
• Debby – Eu odiava a Debby! Mas às vezes assistia o programa não sei porque. Devia estar esperando a hora do Cruj, visto que às 18h, só que tinha (e ainda tem) na Tv é violência e baixaria. Alguém me ajuda: a Debby era da época da Manchete ou da Rede TV, já? Momento fofoca: Debby atualmente tem 18 anos e cursa faculdade de Veterinária.
• Andréa Sorvetão - Passava Zuzubalândia e Turma do Arrepio. Lembro que todo mundo na escola tinha uma mochila de carrinho da Turma do Arrepio.
• Mara Maravilha - No SBT, o Lombardi agradecendo a audiência no fim do programa e na Record ela imitava o agora falecido Enéias!
Cao Hamburger, o gênio
Existem pessoas que nasceram para fazer coisas para crianças. Nos EUA, eles têm Chris Columbus, o nome por trás de Esqueceram de mim, Um herói de brinquedo e Harry Potter 1 e 2. Aqui no Brasil, Cao Hamburger é O CARA! O moço é tão predestinado que carrega uma guloseima no sobrenome. Ele é o responsável por:• Castelo Rá-tim-bum – Ainda bem que passa até hoje. O universo do Castelo é tão bacana que eu ia ficar até amanhã escrevendo sobre. Devo muito do que sou e sei hoje graças ao Castelo. Uma história curiosa: eu tenho uma amiga que ia lavar a mão na hora da música porque achava que a mão dela ia aparecer na TV. Hahaha!
• Rá-tim-Bum – Outro clássico da TVE. Muitos quadros legais! Senta que lá vem história, o enigma da Esfinge (ela era meio medonha), Prof. Tibúrcio (Marcelo Tas sempre envolvido com essas coisas de educação. É outro nome sempre presente nos créditos de todas as produções da Cultura), entre muitos outros.
• TV CRUJ – Simplesmente O MELHOR! Se liga companheiro revolucionário Ultra-jovem, está entrando no ar o meu, o seu, o nosso: COMITÊ REVOLUCIONÁRIO ULTRA JOVEM – TV CRUUUUJ ... Muita saudade do CRUJ. Uma prova de que dá pra fazer um programa com desenhos(Dá o play, Macaco!) e ainda com um conteúdo bacanérrimo. Juca (Caju), Guelé (Chiqué), Macarrão (Macaco ou simplesmente Maca. Foi embora logo no início), Malu (Maluca – Eu não sou maluca, o meu codinome é que é Maluca),e alguns outros companheiros que entraram depois, comandavam o programa que ia ao ar através de um sinal pirata e defendiam os direitos dos Ultra-Jovens porque Nós somos Ultra-Jovens e merecemos respeito!. Com o nome de Disney Club, passava todo dia de noite no SBT. Depois passou a ser exibido aos sábados com o nome de Disney Cruj (a Maya era muito CHAAATAA!). Estou até hoje sem entender o que aconteceu no final do programa que ficou prometendo um super-final e depois não foi ao ar. Poxa, nem pra eles darem um Cruj, Cruj, Cruj, tchau! definitivo pra gente...
Não é fraco esse Cao Hamburger, não, viu? Atualmente, Seu Hamburger também assina o ótimo seriado do Menino Maluquinho. Adooro!
Outros
• Agente G – Passava de noite na Record. Tinha aquele cara gordão Gérson de Abreu (daí o nome do programa) e um monte bonecos. A gente aqui em casa chegou a pintar um troço de forma cilíndrica que tinha no quintal com a cara do Refri, o refrigerante falante que tinha na geladeira do programa.• Passa ou Repassa – Dispensa explicações. Eu peguei a época em que a Angélica apresentava, antes do Celso. A brincadeira do Torta na Cara é simplesmente histórica. Quem não brincou disso em alguma gincana na escola que atire a primeira torta.
• Tv Colosso – Uma TV comandada por cachorros. Com programas como Jornal Colossal com apresentação de William Bones. Demais, né? Chegava da escola na hora em que o chefe francês anunciava: Está na horra, pessoall. Horra de matarr a fome! Anos mais tarde, serviu de inspiração para um trabalho do Vidas Secas. Ia ser tão bom se voltasse!
• Mundo de Beakman – Mais um achado. Passava na Record à tarde. Muito demais. Beakman era um cientista maluco que explicava os fenômenos da natureza de uma maneira ainda mais louca. Uma das assistentes de palco se chamava Lisa (era a que eu mais gostava, por que será?), fora o Lester. Se todo professor de física/química passasse isso na sala de aula, os alunos iriam aprender muito mais.
• Sítio do Pica Pau Amarelo– No início eu achava mais legal quando a Cuca usava tomara-que-caia. Depois enjoou um pouco, já que mudaram todos os atores.
Ainda tinha as novelas - Chiquititas, Carrossel (eu tenho o CD!), Carinha de Anjo, Gotinha de amor, Diário de Daniela...-, as atrações musicais especialmente para os pequerruchos - Sandy e Junior, Trem da Alegria, Apresentadoras-Cantoras Loirinhas-ou não e só não vou falar do Chaves porque quando eu nasci, ele já era velho, mas ainda bem que passa até hoje também. Para mais lembranças, favor visitar esse site e esse outro aqui.
Depende de nós
Curtiu a listinha? Quem lembra do programa da Debby, da Mariane e do Agente G, me cobra a bala Juquinha depois. Agora, diz aí se qualquer coisa dessa lista não era melhor do que a gente tem hoje na Tv Aberta (que já não é muita coisa)!
Senhores programadores de Tv, deixem de serem preguiçosos! Nós sabemos que vocês têm capacidade para fazer melhor do que isso que está aí. E sabemos porque crescemos assistindo o que vocês botaram no ar durantes anos. Algumas coisas geniais, outras nem tanto, mas todas elas definitivamente mais criativas do que o que passa hoje em dia. Na TV a cabo ainda tem uns programinhas, agora na TV aberta, a referência que se tem de criança hoje em dia é Maísa! Dá muita pena dos pequenos de hoje. Sério.
E nem me venham com esse papo de que as crianças estão mais espertas e tecnológicas e não iam gostar desses programas porque eu acho que é só uma questão de saber vender bem o seu peixe e se esforçar um pouquinho pra fazer alguma coisa de qualidade. Eu duvido que se reprisassem o Cruj, não ia dar audiência. (Coisa impossível de acontecer agora, visto que a Globo é que tem o contrato com a Disney.)
Se as crianças estão ficando “adultas demais”, talvez seja porque ninguém mostrou pra elas que ser criança também é muito legal. E sem precisar ficar batendo na tecla de que ela é pequena e é boba, etc. Que ela pode ser uma criança esperta e mexer com as modernidades, mas que também pode soltar pipa e andar de bicicleta. Mas que não pode desrespeitar o pai e nem fazer tudo o que quer, apesar disso tudo.
É só uma questão de apresentar a ela uma parte diferente do mundo, porque tem coisas que ela ainda não deve ver e outras que ela depois não poderá mais aproveitar. Se todo mundo fizer a sua parte, acho que a gente consegue salvar a infância da extinção.
Ai, ai! Bate até uma emoção em rever...
aaaai nem deu pra ver o vídeo aqui, mas só de ver o pedacinho da camera entrando na janeliha já bateu a emoção *-* era tão legaaaaaaaall.
ResponderExcluirquando eu era criança eu tbm não queria crescer logo (até hoje ainda não quero rsrs) e ficava estressada com a minha prima mais nova que com 7,8 anos ficava teimando que era pré-adolescente! argh!
mas gente, com a Maysa como referência de criança acho que eu tbm se fosse mais nova iria querer ser mais velha hsuahsuahsua.
saudades dos desenhos bonitinhos e legaais...fantastico mundo de bob, ursinhos carinhosos...não essas coisas horrorosas e retardadas de "meu amigo é um macaco" (acho q o nome do desenho nem é esse)...
adoraaaava a eliana, lembro que quando ela saiu do sbt eu falei logo que não ia mais ver bom dia e cia pq a jaqueline era muito sem graça hsuahusa, mas vamos combinar que ela era até legal perto dos que viriam depois rsrs
vou parar de escrever senão vou ficar hooras aqui nessa nostalgia hehehe
;*
Pretendo não economizar palavras, então vamos lá:
ResponderExcluirahh dá mta saudade de lembrar. Eu já tive tb as minhas crises de peter pan, lembro que uma vez, acho que era quando eu tava indo pra 7° série ou 8°, algo assim, e eu começei a falar pra minha mãe que eu não queria mais crescer. Hehehe, minha crise foi a pior né hehehe
Lembro de alguns desses programas. Eu AMAVA o programa da eliana, melocoton, chiquinho, pitoco (pitoco morreu :( ), era tudo mto engraçado. O desenho da eliana sendo zoado, o biólogo sérgio rangel, e o que falar da tesoura sem ponta, tudo mto bom. Também me lembro vagamente do programa do cientista doido, era mto legal tb. eu lembro até hj que uma vez ele pegou um palito de churrasco e atravessou uma bola SEM FURAR.Até hoje eu digo por aí que isso é possível, hehehe.
Era tudo mto bom.
Sei que não é mto a sua praia, mas uma das coisas que eu lembro quando era criança e que eu amava também era os animes que passava na tv manchete. Eles passavam o negócio mto bem, e eu minha prima erámos viciadas neles, hehehe
Minha prima começou a desenhar por causa deles, e depois ela me ensinou e até hj to aqui. Não estaria fazendo a faculdade que estou se eu não soubesse que eu tinha dom pra desenhar (profundo nééé). Hoje em dia tem mó coisa de acharem que alguns desenhos são violentos aí eles ficam cortando o desenho todo pras crianças não ficarem sequeladas e matarem alguém. Vi desenhos mto mais violentos do que os que passam hj em dia na manchete e nem por isso fiquei sequelada e nem matei ninguém. Acho que isso acontece pq eu era uma criança que amava brincar, e não ficava enchendo minha cabeça de besteiras. As crianças de hoje em dia que devem ficar sequeladas por causa da maísa -.-' (mini adulto xD).
Lembro que eu brinquei de boneca até os meus 13 anos e não me arrependo nem um pouco disso. Parei de brincar com elas pq não via mais graça, e não porque uma pré adolescente metida disse que eu não tinha idade pra isso, hehehe.
PARTE 2
ResponderExcluirLembro de chaves. Um dia eu fui na casa de uma amiga minha que tinha acabado de se mudar pra ficar brincando o dia todo com ela. Acabei vendo chaves o dia todo, huahuahua. Mto bom, morria de rir. Até hoje eu rio das mesmas piadas sem graça. xD
Lembro dos pirulitos, daqueles que tinha que rodar, aí vc lambia o quanto quisesse e depois podia guardar pra lamber depois (que nojento huahuahhuuahua, mas é a pura verdade). Depois o negócio ficava todo melado e vc tinha que jogar fora por questão de higiene, huehuehuehue.
Ai ai, amei minha infância e se eu pudesse voltar pra aproveitar um pouco ela, eu voltaria.
Ainda tenho as minhas bonecas guardadas aki.
Mas meu pai deu minha coleção de bonequinhos da kinder ovo pro meu primo (ahhhh kider ovo, época perfeita, em que 1 era 1 real, se não for centavos - OBS: a passagem do ônibus da minha casa pro centro era 0,75 centavos o.o, hj em dia é 1,90!! roubo ò.ó).
E o que falar do meu master system, amava!!! Meu pai tb deu pro meu primo -.-'
Mas eu amava jogar sonic e vivia trocando CARTUCHO com o meu primo (era outro)!! huahuahua, se hj eu tivesse a oportunidade de jogar os jogos de master system de novo eu jogava com certeza!!
Bem, não vou me prolongar mais
tá mto grande já
Acho que vc já percebeu isso ^^'
Bem é isso.
Bjs
Preciso dizer que adorei o post?
ResponderExcluirEu fui uma criança típica, que queria ser adulta logo. Tanto que minhas amigas eram sempre mais velhas.
Minha apresentadora loirinha favorita era a Mariane. Mas de todas eu gostava mesmo da Mara. Adorava Castelo Rá-tim-bum (vc viu a foto do Marcelo Tás no Twitter? De "porque sim não é a resposta", hahaha.), Rá-tim-bum, X-tudo, Agente G, Glub glub, Mundo da Lua, Disney Club (e os desenhos? Cada um melhor que o outro), Passa ou repassa. Das novelas, Carrossel era (é) minha favorita. Mas eu também adorava Chiquititas e, bem antes disso, Chispita e Vovô e eu (lembra dessas duas? São da época de Carrossel).
Chaves é atemporal, não dá nem pra ser encaixado em um post, porque merece um espaço só pra ele.
Quero minha balinha!
;)