segunda-feira, 23 de junho de 2014

A fórmula do amor - Pt 1

Pt 1 – O início

Muito antes de ficar hiper-super-ultra-mega-blaster-famoso por A Culpa é das Estrelas, eu já era fã do John Green. Não, nunca tinha nem lido nada dele, pecado esse que só fui reparar recentemente com Katherine. Mas apaixonei-me por sua persona praticamente à primeira vista. Acho que o ano era 2008 (ou seria 2009?), as pessoas ainda usavam MSN, o Orkut ainda bombava, o Twitter não existia, e nossas vidas ainda não tinham sido dominadas pelo smartphone. Foi nessa época que eu descobri John Green, totalmente por acaso.

Num tempo em que podia me dar ao luxo de fuçar a internet até enjoar, um dia eu estava no teenreads olhando a lista dos livros recomendados e Katherines me chamou atenção pela capa cheia de símbolos matemáticos e sua sinopse que prometia:

Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Quer dizer, um livro sobre um garoto que quer encontrar a tão famosa fórmula do amor do Leoni tinha que ser legal. E mesmo se não fosse, pelo menos seria uma experiência diferente nesse mar de histórias sobre escritores. Porque se escritores escrevem sobre o que conhecem, nada mais justo que eles criem personagens jornalistas, romancistas, roteiristas, etc. Só que geralmente escritores são escritores justamente porque odeiam os números. Daí é muito, muito, muito difícil você encontrar um personagem que goste de matemática.

Vamos + Fazer = Amor + a 2 
A verdadeira fórmula do amor também conhecida como Relação de Euler.
Quem lembra da aula dessa aula do Welerson?

Mas, enfim, voltando ao meu primeiro encontro com John Green. Daí, como eu estava com tempo livre, entrei no blog do John Green e descobri que ele era um cara muito, muito, muito legal! Tipo, ele tinha um movimento chamado Nerdfighters que mobilizava os adolescentes a serem pessoas mais legais, e um vlog junto com o irmão no qual postava vídeos bacanérrimos comentando sobre tudo (com opiniões muito inteligentes, ainda por cima), e indicava bandas de Wizard Rock, e pedia as namoradas dos fãs em casamento, e não penteava o cabelo e fazia músicas tipo I’m not Edward Cullen no auge da era crepusculete (na verdade quem fez a música foi o irmão dele, mas tudo bem. Aliás, as músicas do Hank são muuuuuuiito boas!)... Enfim, não tinha como não amar.

(Depois teve várias outras coisas legais que eles fizeram também tipo o canal pra ensinar História, e assinar todas as cópias vendidas no pré-venda de...acho que era Paper Towns, o livro, e incentivar ajudar as pessoas que mais precisam, etc)

Outra fórmula do amor

John Green ganha a vida com os livros, mas suas principais conquistas estão na vanguarda da internet. Seja fazendo vídeos, lançando tendências, interagindo com o público, discutindo ideias e... a parte mais legal: fazendo do mundo um lugar melhor.

Sabe aquele professor que é super amigo da turma e faz coisas diferentes toda aula e todo mundo quer assistir a aula dele? Acho que é mais ou menos esse o sentimento entre John Green e seu público.


Acontece que, mesmo o cara fazendo um sucesso estrondoso lá fora, demorou muito para as editoras brasileiras acordarem e trazerem suas obras para cá. (Meu palpite é que A Culpa é da Saga Crepúsculo, como tudo de ruim que aconteceu no mercado literário na época. Ah, sim. Isso e as famigeradas parcerias). Só no final de 2010 é que a Martins Fontes foi lançar Looking for Alaska sob o título de Quem é você, Alasca?, cheia de medo de não dar certo.

Embora tenha sido o livro mais premiado do escritor, talvez realmente não tenha sido a melhor opção para apresentá-lo ao público brasileiro (tanto é que a temática sombria – e digo “sombria”, como característica de alma, e não aludindo ao gênero do terror – não me atraiu também), e então só em 2013 uma editoria tupiniquim voltou a acreditar no autor e a Intrínseca lançou A Culpa é das Estrelas (ACEDE, pros íntimos), com toda a pompa e circunstância que John Green merece.

E aí a internet EXPLODIU! A nerdfighteria fez a sua parte e promoveu John Green até ele ficar umas 10 semanas em primeiro lugar nos mais vendidos, desbancando 50 tons de Cinza e recuperando a fé na humanidade.


Só que A Culpa é das Estrelas também não era o livro que eu queria ler do John Green. Meu coração pertencia à Katherine (que por sinal, é o nome da esposa do Hank, irmão do John). E agora que o autor estava dominando a lista dos bestsellers, foi questão de tempo até eu encontrá-la nas nossas prateleiras para fazer reparação histórica na minha linha do tempo literária. E se você já leu Katherine, sabe que o que eu acabei de falar tem tudo a ver com livro.

4 comentários:

  1. Fazia um tempo que não via uma indicação de livros que valesse à pena. Seu post foi mais uma declaração de amor do que uma indicação, Lisa, mas vou dar uma procurada em Teorema Katherine pra conhecer algo do John Green que vá além de A Culpa é das Estrelas. Gostei do livro, mas foi meio triste e deixou um pequeno trauma...

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    1. Karol, a parte da indicação vem no post da semana que vem. Estou com sentimentos conflitantes quanto a ler ou não ler ACEDE. Mudo de ideia a todo minuto.

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  2. (e o valer a pena não tem crase. Eu vivo pra errar essa expressão.. rs)

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  3. Que post amor, Lisa! Já fui mais fã do John Green e hoje em dia só apareço no CrashCourse pra ver as análises dos clássicos (já usei em trabalho acadêmico, I regret nothing) quando preciso delas. Mas ainda quero assistir todos os vídeos do CrashCourse, se der. Não vai dar, mas pelo menos uma boa parte.

    Mas o post me lembrou do por que admiro ele. Aliás, você conhece há muito mais tempo. Só fui saber quem era John Green em 2010, e Katherines foi o primeiro livro que tive vontade de ler. Tive que importar e demorou eras, e ainda veio com aquela capa horrenda com as cabeças gigantes (e eu amo tanto essa da equação). Parece que ninguém se apega tanto a ele quanto aos outros, e apesar de ACEDE ser meu favorito, esse vem logo depois.

    Vou ler a outra parte do post!

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