Há muito, muito tempo que eu vinha paquerando Nick Hornby na livraria (metonimicamente falando, claro). A primeiríssima razão do início desse 'romance' é que eu simplesmente adoro a versão cinematográfica de Um Grande Garoto. Desde a primeira vez que eu assisti o filme, entrou na minha lista dos favoritos. Era meio dramático e tinha uma mensagem que facilmente poderia cair para o sentimentalismo barato, mas ao invés disso abordava o tema de forma extremamente divertida (Ex: "Todo homem é uma ilha. Eu sou Ibiza", rs).
Alguns anos depois, resolvi pesquisar mais sobre o autor que dado origem àquele filme bacanudo do Hugh Grant cantando Killing me Softly. E aí eu descobri que:
1) O cara é fissurado em cultura pop. É daqueles que, assim como você e eu, comenta de tudo. De música a filmes, de futebol a novela das oito. E se bobear, faz listinhas de Top 5 pros seus preferidos.
2) Acredita que os livros tem que ser legais, acima de tudo. Para ele, o bom livro é aquele que faz você ter vontade de desligar a TV durante o seu programa preferido.
3) Sua filosofia de vida é que: De perto, ninguém é normal. Se você observar bem, no fundo, todo mundo é um pouco ridículo.
Só a partir dessas 3 premissas, Nick Hornby já tinha me conquistado antes mesmo de eu ter lido qualquer coisa dele. Então, eu passei a procurá-lo nas livrarias e por muitos anos só trocamos olhares, já que o moço estava se fazendo de difícil (leia-se: o livro era muito caro pra quantidade de páginas que tem, e aí eu também ficava com pena do dinheiro). Nesse período de observação, acabei assistindo às adaptações do elogiadíssimo Alta Fidelidade, seu maior sucesso, e do criticadíssimo Amor em Jogo, livremente inspirado em Febre de Bola (Americano é muito besta e não dá a mínima pra futebol, por isso trocaram pra baseball no filme, affão pra eles).
Pensei em engatar uma conversa definitiva sobre Um Grande Garoto, afinal, seria a escolha mais sensata, uma vez que era o filme com dedo do Nick que eu mais tinha gostado. Mas acabou que um dia, no Submarino, um milagre aconteceu! Uma longa queda, a história de 4 pessoas que resolvem pular do mesmo prédio* na mesma noite de ano novo (não teve um especial da Globo, Os Amadores, com um tema parecido?), estava custando nada menos que 10 reais!!! Foi o sinal para eu partir pro ataque porque, você sabe, eu não resisto a livros a 10 reais.
*O Topper House era concorrido, viu! Uma especíe de Uerj de Londres.
O tema é cascudo, sim. Suicídio. Mas, como esperava, Hornby trata amelancolia - melancolia nada, DEPRESSÃO mesmo (como o próprio Nick gosta de dizer) - de um jeito leve e ao mesmo tempo profundo e (por que não?) bem humorado. Até porque, imagina só, um livro sobre depressão que também é deprimente... Ao invés de passar de uma mensagem de que isso vai passar, vai acabar dando mais motivos pras pessoas quererem se matar!
Com narrativa em 1ª pessoa fragmentada entre os 4 personagens - Martin, um apresentador de televisão que viu a carreira desabar depois de se envolver em um escândalo; Maureen, uma senhora solitária cuja vida se resume a cuidar do filho que há quase duas décadas se encontra em estado vegetativo; JJ, um músico americano fracassado que sobrevive entregando pizzas; e Jess, uma desequilibrada e passional filha de um ministro. - Hornby dá voz a todos eles de forma convincente, inclusive para a solitária Maureen, que depois eu fui descobrir ser inspirada no próprio Nick, o qual tem um filho autista e decora o seu quarto com adereços do Arsenal tal qual a senhorinha que não suporta palavrão (ah, sim, esqueci de dizer, ele é torcedor fanático do Arsenal. Quando eu ler Febre de Bola, comento mais).
Seus personagens estão longe de serem perfeitos, mas têm a perfeita noção de suas falhas e estão dispostos a melhorar como pessoas. Não espere contos-de-fadas aqui e por conta disso, talvez o final possa desapontar um pouco. Mas deu muita vontade de ler até o final, me divertiu e trouxe algumas reflexões sobre a vida durante a tal longa queda. E isso foi o bastante para eu querer marcar um segundo encontro com o autor, pra gente se conhecer melhor (Alta Fidelidade já está agendado aqui). Na mão de outro, o tema 'suicídio' e 'sentido da vida' poderia soar piegas, mas conhecendo as 3 premissas da filosofia hornbyiana ali de cima, sei que Nick faz tudo isso despretensiosamente - o que vier a mais que o entretenimento é lucro. E considerando que esse livro só me custou 10 reais, você imagina só o lucro que eu ganhei.
Obs. Foi engraçado ler o JJ falando que queria pular com um exemplar de The Revolucionary Road pra quando noticiassem no jornal, as pessoas pudessem se interessar pelo livro, e que, inclusive, deveriam fazer um filme sobre ele (o livro). Primeiro porque isso é a cara do Nick. E depois porque, agora em 2010 (Uma Longa Queda é de 2005), já existe uma versão de "Foi Apenas um Sonho" (título em português) para cinema estrelando o casal de Titanic, Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, indicada ao Oscar e tudo.
Alguns anos depois, resolvi pesquisar mais sobre o autor que dado origem àquele filme bacanudo do Hugh Grant cantando Killing me Softly. E aí eu descobri que:
1) O cara é fissurado em cultura pop. É daqueles que, assim como você e eu, comenta de tudo. De música a filmes, de futebol a novela das oito. E se bobear, faz listinhas de Top 5 pros seus preferidos.
2) Acredita que os livros tem que ser legais, acima de tudo. Para ele, o bom livro é aquele que faz você ter vontade de desligar a TV durante o seu programa preferido.
3) Sua filosofia de vida é que: De perto, ninguém é normal. Se você observar bem, no fundo, todo mundo é um pouco ridículo.
Só a partir dessas 3 premissas, Nick Hornby já tinha me conquistado antes mesmo de eu ter lido qualquer coisa dele. Então, eu passei a procurá-lo nas livrarias e por muitos anos só trocamos olhares, já que o moço estava se fazendo de difícil (leia-se: o livro era muito caro pra quantidade de páginas que tem, e aí eu também ficava com pena do dinheiro). Nesse período de observação, acabei assistindo às adaptações do elogiadíssimo Alta Fidelidade, seu maior sucesso, e do criticadíssimo Amor em Jogo, livremente inspirado em Febre de Bola (Americano é muito besta e não dá a mínima pra futebol, por isso trocaram pra baseball no filme, affão pra eles).
Pensei em engatar uma conversa definitiva sobre Um Grande Garoto, afinal, seria a escolha mais sensata, uma vez que era o filme com dedo do Nick que eu mais tinha gostado. Mas acabou que um dia, no Submarino, um milagre aconteceu! Uma longa queda, a história de 4 pessoas que resolvem pular do mesmo prédio* na mesma noite de ano novo (não teve um especial da Globo, Os Amadores, com um tema parecido?), estava custando nada menos que 10 reais!!! Foi o sinal para eu partir pro ataque porque, você sabe, eu não resisto a livros a 10 reais.
*O Topper House era concorrido, viu! Uma especíe de Uerj de Londres.
O tema é cascudo, sim. Suicídio. Mas, como esperava, Hornby trata a
Com narrativa em 1ª pessoa fragmentada entre os 4 personagens - Martin, um apresentador de televisão que viu a carreira desabar depois de se envolver em um escândalo; Maureen, uma senhora solitária cuja vida se resume a cuidar do filho que há quase duas décadas se encontra em estado vegetativo; JJ, um músico americano fracassado que sobrevive entregando pizzas; e Jess, uma desequilibrada e passional filha de um ministro. - Hornby dá voz a todos eles de forma convincente, inclusive para a solitária Maureen, que depois eu fui descobrir ser inspirada no próprio Nick, o qual tem um filho autista e decora o seu quarto com adereços do Arsenal tal qual a senhorinha que não suporta palavrão (ah, sim, esqueci de dizer, ele é torcedor fanático do Arsenal. Quando eu ler Febre de Bola, comento mais).
Seus personagens estão longe de serem perfeitos, mas têm a perfeita noção de suas falhas e estão dispostos a melhorar como pessoas. Não espere contos-de-fadas aqui e por conta disso, talvez o final possa desapontar um pouco. Mas deu muita vontade de ler até o final, me divertiu e trouxe algumas reflexões sobre a vida durante a tal longa queda. E isso foi o bastante para eu querer marcar um segundo encontro com o autor, pra gente se conhecer melhor (Alta Fidelidade já está agendado aqui). Na mão de outro, o tema 'suicídio' e 'sentido da vida' poderia soar piegas, mas conhecendo as 3 premissas da filosofia hornbyiana ali de cima, sei que Nick faz tudo isso despretensiosamente - o que vier a mais que o entretenimento é lucro. E considerando que esse livro só me custou 10 reais, você imagina só o lucro que eu ganhei.
Obs. Foi engraçado ler o JJ falando que queria pular com um exemplar de The Revolucionary Road pra quando noticiassem no jornal, as pessoas pudessem se interessar pelo livro, e que, inclusive, deveriam fazer um filme sobre ele (o livro). Primeiro porque isso é a cara do Nick. E depois porque, agora em 2010 (Uma Longa Queda é de 2005), já existe uma versão de "Foi Apenas um Sonho" (título em português) para cinema estrelando o casal de Titanic, Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, indicada ao Oscar e tudo.
Ah, eu também aproveitei essa promoção do submarino, os livros que eu queria também estavam todos a 9,90 *-*
ResponderExcluirPS: Vc está lendo livro a beça né?
Pois é, não tem nem mais espaço na minha estante. Mas esse daí só a resenha que é nova. Já tinha lido há alguns meses. A maioria das resenhas que eu posto aqui são assim, com alguns meses de atraso. Pq se eu escrever, quero que seja uma bem bacana, estruturada, criativa, informativa, engraçada... E isso leva tempo.
ResponderExcluirE tem livros que leio, mas não faço resenha tb, pq não tem nada de diferente pra falar. E tem os outros que eu leio, faço resenha, mas não publico aqui, senão o blog fica monotemático. Aí qd chega uma ocasião especial, talvez eu publique. Enfim, são muitas as situações...