quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ôoooo, que terror!

Cansado de ouvir falar de vampiros?
*Balança a cabeça com aquele barulhinho*
 
Não aguenta mais aquelas histórias de menina comum se apaixona por criatura sugadora que na verdade é do bem, não é mesmo?
*Balança a cabeça com aquele barulhinho de novo*

Pois seus problemas ACABARAM! 
Chegou o sensacional e revolucionário:
Insatiable de Meg Cabot

*Abre aquele sorrisão bem bobo e faz sinal de positivo agora*
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Brincadeiras à parte, Insatiable é um sopro de frescor nessa onda vampiresca que se instaurou nos últimos anos. Na verdade, ele até tira um certo MUITO sarro da vampiromania quando mostra a personagem principal como roteirista infeliz de uma novela que acrescentará os dentucinhos à trama só para atender as necessidades do mercado. A tarefa é ainda mais ingrata quando se leva em conta que Meena não acredita em vampiros e, como eu, NÃO SUPORTA MAIS essas criaturas EM TODO LUGAR!!!

Quem acha que Insatiable é apenas a inserção de Cabot no mundo dos vampiros somente para aproveitar o hype das criaturas sobrenaturais está muito enganado. É até engraçado vê-la publicando algo do gênero, uma vez que sempre afirmou categoricamente não ser muito chegada a esses romances vampirescos porque não consegue aceitar um relacionamento em que uma das partes está louca para morder o pescoço da outra (e não da forma sexy da coisa).

Meg, ao ser pedida por leitores para escrever um romance de vampiros para chamar de seu, cansou de dar a entender que não o faria, pois achava que não havia nada para acrescentar ao tema que o seriado Buffy, a caça vampiros (seu programa preferido de todos os tempos - e ela gostava de Buffy porque nele o Angel não tinha um desejo incontrolável de tornar a Sarah Michelle Gellar o seu jantar) já não tivesse abordado. De fato, quando num almoço descontraído, sua editora sugeriu que escrevesse um livro de vampiros, Meg ironizou: "Eu preferia comer esse copo de vidro que está na mesa do que escrever um livro desses" (daí a piada interna da chefe que quer obrigar Meena a escrever sobre vampiros). A diferença é que na vida real o assunto morreu ali (Meg diz que a chefe dela é muito bacana e nunca faria isso com ninguém).

Só que aquilo ficou martelando na cabeça criativa da escritora até que, olha só como o mundo dá voltas,  ela teve um sonho (brincadeira!) Jack Bauer, o cão, apareceu na sua porta. O totó ganhou esse nome em virtude de seu comportamento ansioso quando perto de seu dono malvado com hábitos noturnos (obviamente, um vampiro). Pronto. Na matemática de Cabot, Vampiro + Cachorro Estressado = Ideia para um livro novinho. Meg sabia que aquilo ia dar trabalho, que o processo ia ser demorado e que ia ter que pesquisar muito para não cair nas armadilhas do vampirismo moderno. E aí é que o negócio ficou ainda mais desafiador.

Ele que é parceiro do Zero-Zero Au, com vocês:
Jack Bauer, o legítimo!
Au-au au!
Tradução: Drop the gun!

Anos depois, ela toda orgulhosa nos agracia com um romance de vampiros contemporâneo cujas veias pulsam sangue do tipo Meg Cabot (o famoso sangue-bão, rs) e por isso mesmo, dá vontade de sugar tudo numa mordida só. Ao invés de inventar novas regras para o jogo, Insatiable mergulha no tradicional e retoma elementos outrora esquecidos como alhos, crucifixos e água benta. Contudo, troca a Transilvânia por NY, que é muito mais cool. Isso tudo sem deixar de lado o senso de humor hilariante e recheado de cultura pop típicos da escritora.

É diferente da maioria dos títulos disponíveis no mercado, usualmente muito sisudos e que se levam a sério demais pro meu gosto (Meg gosta de dizer que inventou um novo gênero, o Gótico Feminino, com esse livro) e um pouco diferente até do que estamos acostumados a ler dela também. É como se Cabot dissesse: "Ok, agora vamos fazer o negócio direito e acabar com essa palhaçada... Só que colocando um monte de palhaçada no meio".

Narrado em 3ª pessoa e alternando os pontos de vista assim como uma novela, Insatiable é uma sequência contemporânea do clássico Drácula de Bram Stoker (o que já exorciza eventuais bizarrices tipo seres sombrios que brilham no sol). O livro conta a história de Meena Harper*, a roteirista que além de não suportar vampiros e ter de escrever sobre eles, sofre com um 'dom' que só complica sua vida. Ela consegue ver como todo mundo vai morrer e isso, obviamente, enterra todas as suas chances de desenvolver qualquer relacionamento. Paralelamente, temos o suspeito e irresistível professor universitário**, estilo Zé Mayer, Lucien Antonescu, que não pode morrer porque... bom, ele já está morto; uma série de misteriosos assassinatos; e um caça-vampiros durão, mas com um passado digno daqueles quadros lacrimejantes dos nossos programas dominicais: Alaric - atenção para o sobrenome dele - Wulf (haha, muito boa, Meg!)***.
*O nome da mocinha também é uma homenagem à Mina Harker do original, entre outras brincadeiras.
**Eu já tive o desprazer de ter aula com um desses na faculdade. O sujeito tinha uma cara muito assustadora (o meu professor-vampiro não era nada atraente, nem apreciava um bom vinho, escutando uma boa música, como o do livro), e, além de aparecer DO NADA justamente quando a gente estava falando mal dele, o maldito ainda SUGAVA todas as nossas energias ao passar um trabalho e uma prova por semana! Não tivemos dúvidas. Com todos esses atributos, estávamos lidando com um vampiro. E durante todas as aulas daquele período, tínhamos vontade de dar logo uma estaca naquela criatura das trevas para acabar de vez com todo o nosso sofrimento. Pois é, os vampiros da ficção estão enchendo o saco, agora os da vida real, ah, esses sim sabem como infernizar a nossa vida!
***Apesar do nome, o personagem é 100% humano.

Estão no livro também: Jack Bauer (o cão), uma discussão muito legal de por que os vampiros exercem todo esse fascínio nas pessoas, cenas de ação alucinantes, muita zoação para cima de todos os sanguessugas atuais e seus intérpretes (tudo sem descer do salto, claro. Afinal, não é nada principesco ficar falando mal do trabalho dos outros, mesmo que você seja um rei) e algumas ótimas sacadas como o inferninho do Dimitri (existe melhor caracterização da luxúria e universo submundo vampirescos do que uma boate? Acho que não...) .

Sou fã nº 1 de Meg Cadáver Cabot (você já deve ter percebido pela quantidade de curiosidades e afins quando este blog fala da escritora mais fofa da vida), mas não é todo livro seu que me coloca nesse estado de euforia. Insatiable me deixou assim desde a primeira frase da sinopse e agora eu estou aqui me mordendo de vontade de comentar outros muitos detalhes das suas linhas e entrelinhas com alguém. Sem dúvida, um livro que entra fácil, fácil nos Melhores da Meg (e olha que pra entrar nesse grupo, a concorrência é bem grande!), confirmando ainda mais a genialidade da escritora. Pois é, Meg, você me deixou de queixo caído. De novo!

E não bastasse o enredo ser um convite irrecusável para alguém sedento por um livro que colocasse esses coisas ruins em seu devido lugar, sem perder o bom humor, a campanha de marketing envolvida também foi SEN-SA-CIO-NAL!!!! 

Primeiro, na home do livro, para termos acesso a trechos e curiosidades do mesmo, tínhamos de responder uma perguntinha que, geralmente, alfinetava com muita classe aquela série cujo título tem sinônimo de entardecer*. E apesar de abraçar o Drácula (literariamente falando), Meg não o fez de um jeito leia-o porque é o vampiro certo e os outros só deturpam sua verdadeira fama de mau (ô papinho  mala esse!), mas deu a maior força para um dos padrinhos da vampirada, criando até um clube do livro online pra ele, porque é divertido pra caramba descobrir a origem de todos os mitos. E mesmo não tendo lido o dito cujo (foi mal, eu vi o filme esses dias e o final foi bem chato), achei essa atitude bacanérrima. Imagine quão legal seria se nossos professores usassem esse argumento, hein?
*Curiosamente e propositalmente até, penso eu, o livro foi lançado coladinho com o curto spin-off caça-níqueis e com o terceiro filme da tal série.

Depois, cara, dá só uma olhada nesses book trailers:

Primeiro, os já tradicionais com encenações de bonecas Barbie:


E o meu preferido:

Putz, essas histórias de vampiro tem um certo 'ar mexicano' mesmo. Tá explicado porque a Meena é roteirista de novela, daquelas bem melodramáticas...

Ficou com água na boca, né? Agora só atacando o livro mesmo pra saciar toda essa curiosidade. E como uma pessoa que nunca gostou de vampiros, mas devorou e adorou um livro que dá uma estacada em toda essa febre ensandecida, a única coisa que eu posso dizer é: "Valeu, Meg! Mostra pra esse povo como é que se faz!".


*Tenho certeza que se a Meg fosse brasileira ia zoar isso. Ou então esse outro político medonho aqui.
**Se liga na pág. 42, que aparece 'Brazil' de verdade. E na pág 94, há uma menção ao Rio de Janeiro. Prova de que a Meg estava com a cabeça no Brasil, ou mais uma brincadeira velada com a série dos vampiros brilhantes? Tô falando que eu preciso comentar urgentemente esse negócio...

E NÃO É SÓ APENAS ISSO!
Levando para casa esse fantástico livro, você ainda ganha inteiramente de grátis a bagagem necessária para embarcar no próximo volume da série (porque um livro só pra uma história boa dessas não tapa nem o buraco do dente, né? rs).

Obs. Boneco não incluído.

11 comentários:

  1. Considerando que eu adoro histórias de vampiros, mesmo tendo ficado bem seletiva e enjoada ultimamente, esse livro tá na minha lista, quero muito ler! Ter Meg zoando os outros livros de vampiros deve ser demais!

    :*

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  2. Eu ri muito com a introdução do post. HHUAHUAHUAUHAU Adorei!
    Aliás, adorei o seu blog, tá super bacana e original. *-*

    Insatiable já está na minha lista de "must read". o/

    Grande beijo.

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  3. Obviamente que qualquer livro da Meg está na minha lista! Esse livro parece ser muito engraçado, embora eu ame as histórias de vampiros, principalmente se rolar um cara bonitão e brilhante!!! rs...
    Beijos

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  4. Eu já estou cansada é de livros sobrenaturais, independente de serem vampiros ou qualquer outro ser. Raramente algum me interessa. Na verdade, o único que me interessou foi o da Viviane Fair, a série A Caçadora, devo ler em breve. Tirando isso, li Crepúsculo por curiosidade. Ah, e teve As Crônicas de Nárnia também, que eu gostei de verdade, rs.

    Mas tá... Você conseguiu me deixar curiosa, rsrsrs. Pode ser que eu acabe lendo também.

    Bjs

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  5. Adorei seu post do livro. Muito bom msm, tão ironico quanto a Meg no livro. Eu li o livro e concordo com td que vc disse, e se vc quiser já tem alguem pra conversar sobre ele!
    Parabens pelo post!

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  6. Liv
    Vamos fazer pressão no pessoal da Galera pra apressar a tradução e passar esse livro na frente porque merece!

    BagGirl
    Obrigada pelos elogios. A primeira frase do post eu peguei emprestado da primeira frase da sinopse oficial pq a minha reação foi essa mesma de balançar a cabecinha quando a li. Aí eu tive a ideia de expandir a propaganda utilizando todo o modelo Tabajara de ser, rs.

    Camila
    Ixi, Camila, vai ficar na vontade então. Não tem ninguém que brilhe nesse livro, haha!

    Cíntia
    Eu tb não gosto de romances sobrenaturais. Nunca gostei. Li o 1º da Mediadora da Meg, mas não me empolgou pq eu não consigo achar graça nessas histórias. (Tenho uma resenha engavetada aqui dele que fala sobre isso até). Tb acho um saco que só haja livro assim ultimamente. Mas o legal desse livro é que ele satiriza tudo isso. E contextualiza e faz umas críticas muito sensatas até com relação ao marketing e tal. Por isso, considero um "must". Tem que ler, rs.

    Thais
    \o/ Eba!!!! Alguém pra discutir o livro comigo! Obrigada pelos elogios, vou entrar em contato contigo.

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  7. Também gosto de livros e histórias em geral de vampiros, seja Anne Rice ou Charlaine Harris (jamais Stephanie Mayer - num gostei nem um pouco). Mas principalmente sendo um livro da Meg, com certeza quero ler. Adorei o modo como você falou do livro, deixa mesmo com água na boca. Eu quero. hehehe. Bjs

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  8. É até engraçado vê-la publicando algo do gênero, uma vez que sempre afirmou categoricamente não ser muito chegada a esses romances vampirescos porque não consegue aceitar um relacionamento em que uma das partes está louca para morder o pescoço da outra (e não da forma sexy da coisa).

    Sério que a Meg disse isso?! Que tuuudo, concordo totalmente, hashuashua...

    Ah, cara, amei! Quero ler esse! :D

    Bjos!

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  9. Fe, vc acha eu que eu inventei essas coisas todas, menina?

    É tudo verdade. Tá aqui o link de onde ela falou isso que vc perguntou: http://www.megcabot.com/2005/12/113465729605621719/

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  10. Não acredito que não comentei nesse post antes, me lembro de ter lido e gostado muito. Vim comentar no Platão Modas e acabei lendo esse aqui de novo, ainda mais agora que foi lançado no Brasil (e a capa do Brasil é mais legal que a original!)

    Eu não tinha atentado para o fato da Meena ter um dom. Não é muita coisa para um livro só?

    De qualquer forma eu quero ler! Parece hilário.
    De novo, saí fuxicando os links na resenha e tem cada pérola! O que é aquela entrevista da Meyer falando mal de todo mundo? o.O

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  11. Oi Lisa!
    O único livro de vampiro que ainda consegue me deixar ansiosa por mais é o da série da Sookie.
    Adorei sua resenha, achei super divertida! Também não tinha lido nada da Meg Cabot ainda e "Insaciável" acaba de se tornar um forte candidato a primeiro livro dela que lerei rs
    Beijos!

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