quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ooops, she did it again

Crítica de Princesa para Sempre. Contém Spoilers!

Terminar uma obra de sucesso é uma grande responsabilidade. Quando ela se prolonga por quase 10 anos na vida dos leitores e os dois últimos volumes deixam várias perguntas em aberto, a responsabilidade é maior ainda. E quando acrescenta-se o fato de que os finais de cada volume já lançados são literalmente um capítulo à parte na história contada, você imagina o tamanho do problema que Meg Cabot tinha criado para si mesma.

Além de fazer um final que não desapontasse, ela ainda tinha que honrar toda a trajetória de seus personagens, mostrá-los mais maduros - sem perder a personalidade única de cada um, nem o senso de humor que caracterizou a série - e se superar no quesito clímax. Não podia ser só mais um bom final. Tinha que ser O final.

Depois de ler 20 ou mais livros seus, eu aprendi a confiar em Meg Cabot. Quando eu pensava que ela não tinha mais nada pra inventar, e que não dava pra ficar melhor, ela ia lá e fazia uma coisa ainda mais inteligente! Então, quando eu fui ler o 10º livro em inglês mesmo (esse era um livro muito importante pra ficar dependendo da tradução da Ana Banana. E olha que bonito, ele chegou aqui em casa no dia do meu aniversário!), eu sabia que tia Meg não ia me decepcionar. Afinal, se Mia Thermopolis é a princesa de Genovia (para sempre, aliás), é porque Cabot é a rainha dos finais felizes.

E como não podia deixar de ser, assim como sua ídola Britney Spears, Meg Cabot conseguiu de novo (did it again)! Meg simplesmente arrebentou. Ela tinha prometido o melhor final de série de todos os tempos e cumpriu! Por isso, quando eu li aquele “final feliz” (literalmente) eu quis voar até os EUA e dar um abraço nessa mulher.

E depois eu quis bater nela por me fazer ficar lendo até as 4 da manhã e depois não conseguir mais dormir de tanta adrenalina na veia. Dia 10 de março – quando eu terminei de ler e aniversário da Jami – eu parecia um zumbi. Meu corpo clamava por cama. Mas eu deitava e não conseguia dormir! Foi ridículo. Eu achei que nunca mais ia conseguir pregar os olhos, então comecei a gritar pela casa: “Eu quero dormir!”, como se isso fosse resolver alguma coisa. Definitivamente, Meg foi a culpada. Já desisti dos tabefes, mas o abraço está guardado para a Bienal. Voltando ao livro...

Toda a parte inicial funciona quase como um índice de todos os eventos importantes que estão para ocorrer pra já ir criando expectativa para os mesmos. A vida social da Mia nunca esteve tão movimentada. Confesso a você que no começo eu achava que alguns dos temas pareciam meio bobos e ficava pensando: “Mas qual o grande problema disso?”. Só que aí, depois o livro foi se desenrolando e as coisas que eu achava bestas foram se entrelaçando de uma maneira tal que provaram que não eram nada bobas.

Princesa para Sempre começa com uma entrevista pra lá de esperta e engraçada da Mia para a teenScene, – que nos faz um pequeno resumo do que se passou nos últimos dois anos e o que ainda estava por vir – segue com as cartas de aceitação para a faculdade, quebra o clima com as cartas de rejeição do Liberte meu Coração, e depois de uma breve troca de mensagens de texto e convites para festas e bailes de formaturas, finalmente adentramos o diário de Mia pela última vez.

E ali na primeira frase do diário, eu consegui ficar mais arrebatada do que já estava (eu já estava mega-feliz desde os agradecimentos aos leitores. Não tinha o meu nome lá, óbvio, mas foi quase como se tivesse). E esse sentimento se repetiu muitas vezes ao longo das quase 400 páginas do livro.

A 1ª frase do último diário fazia alusão à primeira frase do 1º volume da série! É pra matar do coração isso, né não? Faltou pouco pra eu precisar dos equipamentos da Pavlov Surgical. rs

Antes de tudo, Princesa para Sempre é uma grande homenagem aos livros anteriores. Os leitores mais atentos (ou os mais viciados) vão perceber referências a antigos volumes em praticamente todos os capítulos. Desde as mais descaradas até as mais escondidas (tipo essa da 1ª frase). Revisitamos antigos lugares que foram importantes em algum ponto da história (NY está mais presente do que nunca, com direito a muitos lugares novos para eu acrescentar a minha listinha de pontos turísticos quando eu for lá), somos revisitados por personagens que fizeram parte da vida da Mia em algum momento (só não apareceu no 10 quem não tinha desculpa para aparecer, ou ia atrapalhar o enredo. De resto, tá todo mundo lá), frases e situações antológicas são revividas e objetos do passado são reencontrados. Ler DP10 é um grande teste de memória. (Eu que tinha relido os 9 anteriores em preparação encontrei a maioria dos detalhes, mas ainda deixei passar alguns deles.) Foi tudo extremamente amarradinho – dando aquela sensação de que nada do que passou foi em vão, exatamente como todo fim de série deve ser.

E também como todo final que se preze, tem que ter aquela big festa em que todos os personagens aparecem e confraternizam. E como todo livro do Diário que se preze, essa festa tinha que ser surreal e bombástica. O aniversário da Mia tem show de ninguém menos do que Madonna cantando os hits das antigas (É Meg, não precisa nem dizer que você é que sempre quis um aniversário desses! Rsrs). Sem contar as 3 centenas de celebridades que rendem uma piadinha ótima sobre a Angelina Jolie e sua prole. A chegada dos convidados parecia até o tapete vermelho do Oscar. E o melhor de tudo: esse povo todo fez total a diferença para a trama! Se eles não estivessem lá, milhões de coisas seriam diferentes. Sem dúvida, uma das melhores partes do livro. Só senti falta da Anne na festa. Sério. Ia ser hilário se ela fosse. Meg vacilou aí. Hehe!

A cada capítulo que passava, eu queria chegar logo na outra página e quando o Michael estava em cena então, o coração batia até diferente: Mi-chael, Mi-chael! As passagens com ele são definitivamente as melhores. Nesse livro, o cara está simplesmente irresistível!!!! Nunca ele esteve tão presente, engraçado, irônico, confiante, bonito... e rico! Se ele pedisse, eu casava! Hahaha! Cheguei a reler várias vezes a parte da cafeteria (a melhor!) e a do Boathouse (acho que a 2ª melhor).

A dose de emoção aqui também foi além do comum. Pela 1ª vez, o Diário levou lágrimas aos meus olhos. Todas as cenas de despedida foram matadoras. A parte da Mia limpando o armário e depois andando pelo corredor da escola pela última vez (poucos meses antes eu tinha feito algo semelhante. Só a parte do corredor. Minha escola não tem armários. Apesar de que aquele negócio dos bilhetinhos deu mó saudade dos tempos de colégio), o discurso sobre amizade quase no final, a parte em que ela faz um balanço desde quando ela descobriu que era princesa até ali (ela tinha que lembrar que estava acabando, né!)... E umas outras partes idiotas, mas que eu também me identifiquei. Eu super subutilizava o computador da escola procurando besteira no Google com os amigos, igual ela ficou lembrando uma hora (é incrível o que a gente não descobre sobre os nossos professores na Internet! Há há! Saudades desse tempo bom!) e mesmo que não tenha nada a ver, meu pai também super fica justificando qualquer ação do meu comportamento como sendo fruto da faculdade (quando a mãe da Mia falou algo do tipo, eu pensei: “Não acredito que ela tá falando isso pra garota, coitada!”).

Como a série é auto-biográfica, não podia ficar de fora a dificuldade da Mia em publicar o seu livro (coisa que realmente aconteceu com ‘O Diário’ antes de virar sucesso). Os pedaços do livro da Mia colocados dentro do DP10 ficaram em pontos absolutamente estratégicos, fazendo assim um diálogo bem legal entre as duas obras.

Resumindo, eu achei perfeito. Foi um final muito digno e absolutamente bem feito, fechando o ciclo de maneira brilhante. Dona Meg teve um cuidado extra-especial na hora da escolha das palavras nesse livro. É até difícil de acreditar que a autora escreveu enquanto estava doente, de tão bom que ficou.

Alguns podem dizer que o final foi um pouco previsível, mas é porque para bom leitor, meia palavra basta e as dicas estavam lá pra todo mundo ver (só a Mia cega que é que não viu! Rs). Entretanto, os eventos até o fim não são tão previsíveis assim, tanto é que não me impediram de roer todas as unhas e depois atacar o pacote de sucrilhos (eu tive que mudar de estratégia uma hora, senão ia acabar sem dedo), nem de dar soquinhos no ar à lá Pelé quando as minhas previsões se confirmaram. Talvez o JP chamar os paps tenha sido um pouquinho demais, mas eu já desconfiava disso desde o 9 (eu sou uma boa leitora) e não é como se ele não tivesse feito coisas piores antes, nem como se eu torcesse por ele algum dia (Ele só me enganou no final do 7, mesmo assim no 7 ½ , eu já saquei ele). E talvez o livro também pudesse ter umas 30 páginas a menos no início... Mas nada que comprometesse e tirasse o brilho da série. Tia Meg ganhou pontos extras por se preocupar com cada detalhe (se você não estiver muito atento, vão passar até desapercebidos), então continua com nota máxima e estrelinhas de bônus.

No mais, é a boa e velha Mia de sempre - mais madura e um pouco mais esperta sim, mas que a gente ainda tem vontade de dar uns cascudos de vez em quando – somada aos ótimos diálogos, às referências a cultura pop e mais umas meta-referências da vida real que a gente adora. (O que foi aquela parte do final que ela falou algo do tipo: “Eu não vou escrever aqui porque é muito íntimo, até mesmo para esse diário. VAI QUE ELE CAI EM MÃOS ERRADAS”? Ha! Demaaaaais! Rolei os olhos, olhei pra minha mão e me senti A espiã nessa hora. Só essa frase já valeu a ausência de descrição da aguardada cena final. E vamos combinar que seria algo absolutamente desnecessário. O fragmento do Liberte meu Coração ali já dava conta do recado.)

Com toda certeza, Mia vai deixar saudades, mas não é como se ela dissesse “adeus pra sempre”. É só um “até logo”. De vez em quando, quero dizer, de vez em nunca, ela ainda posta no seu recém-criado blog (o post da posse do Obama é o melhor!) e apesar do ponto final (final mesmo!) da história, a autora deixou totalmente o circo armado com a turma ainda morando em NY para eventualmente a gente fazer uma visita. Afinal de contas, como o título já deixa bem claro, o carinho pela nossa princesa favorita é para sempre.

Diz que eu não tô maluca e que tem dois símbolos do infinito na capa.
Mia ia ODIAR isso! Fatão!

3 comentários:

  1. Primeiramente, vc não ta doida.. parece mesmo o símbolo do infinito :P
    Aah cara eu ainda não me recuperei... DP é... DP! É a minha adolescência, é talvez a minha referencia em alguma coisa, é parte SIGNIFICATIVA da minha vida. Ver o ponto final (literalmente, como vc disse) é bom e ruim. É estranho, a gente fica perdido, fica feliz pela mia, pq realmente parece que ela EXISTE. No filme do diário, o primeiro. Tem uma hora que a minha fala no discurso do baile de aniversario dela “and Genovia.. I Love Genovia..” e eu falo “ and Mia... I LOVE MIA!”. Eu desisti de comentar sobre o livro pq tem mtas partes perfeitas! Maas como sempre, tinha que ter um baile, O baile e terminar numa festas, A festa. A Meg é perfeita e eu definitivamente vou gritar quando vê-la na bienal, coisa que uma vez quando eu era pequena eu falava que não ia gritar na frente de um ídolo que nem as garotas loucas do show ao vivo de “Sandy e Junior – era uma vez”. Mas Sim eu Vou gritar feito uma louca quando ver a MEG!

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  2. Um ano depois de você escrever isso encontrei o seu blog por acaso e estou amando! Adoro a Meg de Paixão e perdi todo o meu inglês quando tentei falar com ela na Bienal (a pessoa mais fofa do mundo, fala sério).

    Esse livro é completamente mortal, cara. Se eu já era apaixonada pelo Michael graças aos outros livros, esse livro fez com que eu quisesse ME MATAR por não ter um. Fala sério, a cena em que a Mia o entrevista é perfeitíssima!!! Acredito que todas as garotas são um pouco da Mia e ler esse livro logo após entrar para faculdade faz parecer que tínhamos amadurecido juntas, crescido juntas, como confidentes.

    Agora que o livro acabou, só me resta encontrar meu Michael, mas a coisa tão tãããão difícil...

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  3. Eu NUNCA ia reparar nos infinitos se você não tivesse falado!

    Ai, esse livro é lindo, perfeito demais! E o Michael, nem comento. Ele está no meu Top 5 de personagens mais encantadores da literatura. Só perde pro meu "grande amor" Rick Doyle e pro marido da minha gêmea, Sr. Darcy; empata com Luke Brandon.

    Bjos

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