sábado, 3 de março de 2012

Manhê, acabei! (2)

After years of a expensive education, a car full of books, and anticipation…

O grande momento da formatura chegou. E você sabe como eu tenho uma queda por formaturas.

Como comentei aqui, terminei a faculdade no fim do ano, mas ainda faltava fazer o juramento, receber o canudo e jogar o capello pro alto. E tudo isso aconteceu nessa última semana.

Quero ver me achar

Mas, antes de compartilhar um pouquinho desses dias especiais aqui no blog, queria dizer que hoje re-visitei o meu post de Guia para novos universitários feito no quarto período, que acabei auto-censurando depois com vistas a evitar dores de cabeças.

Queria ver se tinha algum conselho que gostaria de trocar e dizer que mudei de idéia durante a outra metade do curso. Me surpreendi com a qualidade dos conselhos que dei como Se o professor não chegou em meia hora é porque ele não vem. Arrume suas trouxinhas e vá para casa e Falte a primeira semana de aula de todos os semestres, e não mudaria nenhum deles. Estou pensando até em republicar o post agora que já estou formada.

A única coisa que acrescentaria é: Aproveite a faculdade. E isso vale tanto para passar o máximo de tempo com as pessoas que você gosta, quanto para as aulas. Preste atenção, tire dúvidas, estude bastante. Cobre de seus professores um ensino de qualidade. Eu sei que enquanto a gente está lá dentro, tudo o que a gente quer é passar de qualquer jeito e sair o mais rápido possível. Mas tente aprender o máximo que você puder.

Ah, mas tem um monte de matérias que você vai achar que não vão servir pra nada no futuro!. É verdade. Tem muitas delas. Mas chega lá na frente, é certeza que o seu chefe vai te perguntar uma dessas coisas. Ou vai cair em alguma prova que você for fazer.

Outra coisa que eu queria dizer é que também passei pela insegurança de achar que não estava aprendendo nada. E isso é absolutamente normal. No meio do curso, não me sentia contadora. Pensava que grande parte do que era ensinado na sala tinha objetivos meramente acadêmicos. E que o que era ensinado ali não era o suficiente.

Foto oficial
 
Durante essas crises, um amigo meu me dizia que realmente a faculdade não vai te deixar especialista em nada. É um simples índice que vai te mostrar as diversas áreas em que você pode atuar. Ela dá a base. Mostra o caminho. Cabe a você escolher a diretriz a ser seguida.

Agora, recém-formada, e depois de ter começado trabalhar, vejo que o que ele me dizia era tudo verdade. E digo de coração para você que está passando por uma crise dessas de “meio curso”: ao final ela passa e antes mesmo de completá-lo você já se sente um profissional, só faltando o diploma. Ainda bem.

Você se arrepende de matado aula e tem vontade de matar aquele professor que só te enrolou, porque percebe que não aprendeu nada de determinado assunto muito importante. Mas você também percebe que sim, você sabe um monte de coisas! Certamente mais do que você sabia no início do curso. E até bem mais do que muitos colegas de profissão seus.

Chega a ser engraçado pensar que agora estamos formados, e podemos encher a boca para dizer que, sim, já somos contadores. E podemos discutir “de igual para igual” com outro colega de profissão. Coisa que lá no quarto período parecia distante e impossível.

Pensar que já não somos mais aqueles calouros tímidos, assustados, encurvados lá do primeiro período. Sim, ao final do curso, até a postura do formando é diferente da do calouro. Você ganha mais conhecimento, amigos, e auto-confiança e isso se reflete até no seu jeito de andar. Quase como aquela figura da evolução do homem. E sim, ao fim da faculdade, nos sentimos mais adultos do que nunca.

Na segunda-feira, dia da colação oficial em que recebemos a declaração de conclusão, e fazemos o juramento, só que sem toda a pomba e glamour da cerimônia, senti uma coisa diferente, já no momento em que pisei na Uerj. Era o Grande Dia. O dia de cortar o cordão umbilical da faculdade e se despedir oficialmente do terceiro grau.

Me veio um deja vu do dia da matrícula, em que me perdi na hora de achar a secretaria. Agora já sabia todos os atalhos da universidade. Peguei o elevador do 9º (que é mais rápido e pára menos) e desci pro oitavo. Coisa de gente que já está na faculdade há 4 anos.

(Ah, sim. Hoje, 3 de março, é exatamente o aniversário da primeira matrícula em disciplinas. Há 4 anos. Sei a data porque era véspera do meu aniversário, rs!)

E achei isso muito esquisito também. Afinal, estava a poucas horas de me tornar “ex-aluna”. Pegar o elevador e zanzar pela UERJ não é coisa de ex-aluno. O lugar já parecia não me pertencer mais. Tudo o que eu tinha para fazer já estava feito. Agora ela era das outras turmas mais novas. Dos calouros que estavam prestes a chegar.

Conversei com uma amiga durante muito tempo no hall, depois na varanda, perto da FAF. Uma funcionária confessou também estar tendo esse deja vu do dia da matrícula. Ela dizia que também se sente meio esquisita nessas horas. Como se o tempo passasse na sua frente.

Descobri uma nova sala, moderna e reformada, onde fizemos nosso juramento e recebemos a declaração. A sala levava o nome da chefe da secretaria, que correu atrás para que ficasse pronta. Ela estava toda boba da sala levar o nome dela (e ela merece muito a homenagem). Fiquei triste porque aquela sala bonitona só surgiu a poucas horas de nos despedirmos da Uerj. Mas fiquei feliz porque a faculdade está tentando melhorar.

Rimos de todos os nossos percalços da faculdade. Relembramos histórias esquecidas. E discutimos a falta que sentiríamos dali. E do que não sentiríamos falta alguma.

Adiei o momento de ir embora. Conversei durante horas sentada no “queijo”, até ser uma das últimas a deixar a faculdade. Estava acabando. Mesmo.

Dois dias depois, na quarta-feira, aconteceu a cerimônia simbólica de entrega dos diplomas.

Houve colegas que choraram durante a cerimônia. Eu não. Estava tão feliz por aquele momento que não conseguia fazer mais nada a não ser sorrir o tempo todo e aproveitá-lo o máximo possível. Tirei muitas fotos. Juntei amigos e familiares. Esse era o meu dia!!! Me esbaldei. Estava tão agitada que só consegui dormir às 4h da manhã do dia seguinte (e é claro que eu levantei às 7h, o trabalho me chamava).
 

Foi bem emocionante ver meu melhor amigo na faculdade, que fez vestibular duas vezes, ser o orador da turma. E o nosso primeiro professor, que deu nossa primeiríssima aula lá Uerj, lá na bancada dos homenageados. Aliás, o mais legal de tudo é que nós fomos a ÚLTIMA turma dele, já que logo depois ele se aposentou.

O momento catártico da noite veio quando levantamos plaquinhas escrito “NOTA ZERO” para colegas de que não gostavámos (mas não muito alto, afinal de contas, o mundo ainda dá voltas, e ninguém garante que nunca mais vou olhar na cara daquele pessoal).

Na hora em que chamavam o nome da cada formando, aparecia uma foto nossa criancinha e outra agora “grande”, adulto, enquanto tocava uma música escolhida por nós.

Achei muito esquisito tocar Time of your Life para um menino que levantava logo antes de mim. Coisa mais gay. Mas, sei lá, né...

Minha turminha do barulho

Claro que a música que tocou pra mim foi Pés Cansados de Sandoca, com aquele refrão mais do que icônico (eu falei que ia colocar na minha formatura). Quer dizer, quase não tocou. Fizeram uma besteira e recebi o canudo ao som de uma outra música tecno qualquer (por isso que tocou Time of Your Life antes e diz que a foto que apareceu pro garoto foi de uma outra menina). Minha irmã ficou revoltada e gritou: “ESSA NÃO É A MÚSICA DELA!!!!”.

E é claro ela, junto com minha família e minhas amigas fizeram uma baguncinha pra mim.

Quando eu estava voltando já é que ressoou a voz de Sandy. Ameacei voltar para pegar o canudo de novo. E fiz sinal pra todo mundo de que essa sim era minha música. Mas pelo menos a foto foi a minha mesmo.

Diz que levantaram “Passou colando” pra mim. Engraçadinhos. Mas gostei da brincadeira. Podia ser pior. Até que foi divertido.

Também tinha outras plaquinhas bem legais tipo: “Que isso, novinha?”, “Delícia, assim você me mata”, “Turista” e “Vice de novo” (essa foi especial para uma vascaína doente).

Jogar o capello pro alto ao final da cerimônia é simplesmente emocionante. E um pouco dolorido, já que ele voltou direto na minha cabeça.

Minha outra turminha do barulho

E o mais legal de tudo foi ver os colegas que achavam que não iam conseguir e que eu tinha medo de que não estivessem lá junto pra compartilhar esse momento, entrando junto comigo, zoando horrores todo mundo, transbordando alegria. Faltou gente ali ainda, mas fiquei feliz de ter parte deles ao meu lado.

A tristeza veio depois, quando eu percebi que a gente não ia ter mais desculpa para se ver. Bateu uma baita saudade de ficar conversando no hall, enquanto esperávamos a próxima aula.

E ao deixar a Uerj pra comemorar com as amigas de colégio na pizzaria mais próxima (engraçado pessoas que participaram de diferentes partes da sua vida acadêmica num mesmo lugar, rs!), lembrei dos primeiros dias de caloura e pensei:

2 comentários:

  1. Muito emocionantee!
    Ah, e eu te achei rs. Muito bonitas as fotos (e adorei a cor da sua faixinha ser roxa :P)

    Eu penso muito nisso, porque, ao contrário de você, meu EM foi uma porcaria, chato e com pouquíssimos amigos (mas os pouquíssimos são até hoje meus amigos). Na faculdade é diferente, eu amo até as lixeiras, sinto saudade do lugar, dos meus amigos. É um sentimento de que eu pertenço muito àquele lugar e tenho certeza de que vou chorar muito quando tiver que ir embora.

    Mas é uma etapa cumprida e, no seu caso, muito bem. Parabéns e que Deus te abençoe grandemente na fase pós-universitária (existe isso? rs) e que muitas outras vitórias e fases venham pra sua vida =)

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  2. Uhuuul! Parabéns de novo.

    Acho que todo mundo passa por essas crises de meio curso, né? Quer dizer, eu passei por um monte. Crises feias, mesmo. Às vezes eu tenho vontade de voltar pra faculdade só pra passar por tudo isso... Mas aí eu deixo a vontade passar e penso que já foi bom demais eu ter conseguido sair de lá formada :)

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