A história desse show começa no ano de 2008.
Minha irmã é muito mais BubléNerd do que eu. Eu gosto dele, acho-o simpático, divertido, canta demais, tem músicas boas, mas me incomoda muito o fato de ele se acomodar em regravar músicas dos outros. Principalmente quando ele tem tanto talento pra compor. Minha irmã não. Ela curte à beça essa vibe Sinatra do século XXI, e quase me mata toda vez que eu falo que ele devia tomar vergonha e começar a lançar CDs compostos essencialmente por ele, ou que ao menos fossem inéditas pra o público.
Em 2008, o Bublé fez o seu primeiro show aqui no Rio. Era quase fim do ano, seria realizado no Vivo Rio e...eu não fui. Não fui porque deixamos pra comprar o ingresso, tipo, uma ou duas semanas antes do show e, quando chegamos à bilheteria... ESTAVA TUDO VENDIDO! Os únicos lugares vazios eram lá na frente, e custavam 1000 reais!!!!!! A gente não ia pagar isso.
Minha irmã, num daqueles seus acessos quando ela não consegue assistir a essas coisas em que é aficcionada, ficou revoltada. Queria comprar o negócio a qualquer preço. E colocou a culpa NA GENTE por 1) os ingressos terem acabado (como se eu tivesse ido lá e comprado tudo!) e 2) por não deixar ela pagar 1000 reais num ingresso.
Na mesma época , a gente acabou indo ver o Maroon 5 (um ótimo show, por sinal, e que custou menos da metade do preço), mas, a mágoa continuou a tomar conta de seu coração até o início desse ano, quando foi anunciada uma nova passagem do canadense aqui no Rio, dessa vez no HSBC Arena. Ela fez questão de comprar o ingresso no primeiro dia de pré-venda para clientes exclusivos (nessa hora eu fiquei feliz de finalmente conseguir aproveitar alguma vantagem dessas de banco). A gente comprou num bom lugar, bem na frente mas não tanto, e só pra constar, o preço era bem menor do que em 2008.
Só que, para nossa surpresa, para um primeiro dia de venda, já tinham bastantes ingressos vendidos até!!!! Ao acompanhar as vendas pela internet depois, vimos que UM MÊS antes do show, já estava tudo LOTADO de novo!!!!! E o cara nem é tão famoso assim!!! Me perguntei quem eram essas pessoas que estavam comprando esses ingressos. Só podia ser cambista, não era possível.
No dia do show, ao chegar nas redondezas do HSBC Arena, um engarrafamento desgraçado tomava conta do trânsito confirmando que aquele povo todo que tinha esgotado os ingressos existia. Mas ainda assim a pergunta persistia: QUEM ERAM ESSAS PESSOAS????? ONDE VIVEM? O QUE COMEM? POR QUE O SÉRGIO CHAPELEN NÃO FAZ UM GLOBO REPÓRTER SOBRE ISSO?
Lá dentro da casa de shows, eu obtive a minha resposta. Obviamente, tinha gente rica que segurava copo de Coca Cola como se fosse whisky e gente velha que não tinha nada melhor pra fazer em casa e resolveu ver quem era esse tal de Michael Bublé. Mas também tinha gente jovem, bem jovem! Muitas adolescentes! Meninas de 15 anos que sabiam todas as letras! Meninas, mulheres e senhoras que o achavam supersexy e levaram cartazes divertidos e plaquinhas com LOVE de um lado (pra levantar quando ele tocasse Haven’t Met You Yet) e Na Na Na Na Na (pra levantar quando ele tocasse Hollywood). E gente de tudo quanto é lugar desse Brasil!!!!!!! Ouvi sotaques do Nordeste e uma outra garota no fim do show gritava para ele que tinha vindo do AMAZONAS só pra vê-lo!!!!! Na boa, gente, É MUITO AMOR sair do Amazonas só pra ver um show!
Tinha até gente famosa circulando por lá! Não resisti e tirei uma foto da diva Adele, que estava sentada algumas cadeiras atrás de mim.
Logo, logo o show começou com a abertura épica de Cry Me a River. Aquela introdução sensacional tocava antes, com as cortinas ainda fechadas, enquanto o público só via as silhutetas gigantes de toda a banda e Bublé no meio, de costas, como se regesse todo mundo, para só depois se abrirem com o vozeirão do cara. Um troço de arrepiar. Pra completar, ao fim da música, ainda explodem fogos do teto do palco, deixando todo mundo de queixo caído.
Dali ele emenda com All of Me e inicia uma das muitas conversas com a platéia. Agradece em português: “Obrigado” e pede em inglês: “Liga a luz. Deixa eu ver o povo” para depois começar a ler os cartazes das fãs em voz alta. Um deles, bem cara-de-pau dizia: “Michael, I love your wife Lu”. Ele replica: “Ah, sua mentirosa! Você não ama ela nada! Você gosta é de mim!”, e continua a se divertir e a divertir ao público contando que sua mulher está lá perto também, que eles se casaram tem um ano, blablablá. Claro que a platéia ciumenta vaia solenemente as menções a sua esposa, e ele observa sorrindo: “Adoro como metade de vocês fica: ‘Buuuuuuu!’ e a outra metade, os homens, fica: ‘Ah, por favor, ele é tããããããão gay!’” (o que não deixa de ser irônico, se você levar em consideração que a tal esposa achou que ele fosse gay mesmo quando eles se conheceram).
Ele continua a ler os cartazes em voz alta: “Michael, you’re Everthing” e “Michael, you just haven’t met ME yet”, e faz a coisa MAIS LEGAL DE TODAS: pede para as donas dos cartazes descerem de onde estavam para entregá-los pessoalmente e tirar uma foto com ele. O público vai ao delírio, e todo mundo fica morrendo de inveja das garotas. As meninas do NE da cadeira de trás se lamentam: “Por que eu não fiz um cartaz também?”, traduzindo o sentimento de toda a platéia.
Antes de continuar, ele fala para o público se divertir bastante e diz para mandar o dedo do meio pra quem estiver do seu lado reclamando de você cantando loucamente. “Você pagou caro por esse ingresso, manda a pessoa se f*der!”, ordena o rapaz
Então se seguem Mack the Knife (uma surpresa no repertório) e Everything, que levanta da galera (música de trabalho + melodia grudenta + composição própria = público feliz).
É impressionante como o cara nasceu pra isso. Adoro o jeito como ele desliza no palco (desliza mesmo, tem até uma rampinha só pra ele descer, deslizando na sola do sapato, deve ser por isso que o sapato dele é tão grande) e rodopia no próprio eixo e gira o microfone. Ele sabe como entreter público e dá a ele tudo o que ele quer.
O que se comprovou nos momentos seguintes em que apresentou toda a parte dos metais da banda, um por um, fazendo graça com cada um deles. Um que teve neném há pouco tempo (com direito a foto do bebê no telão). Outro que, segundo ele, teve vários nenéns ao redor do mundo, porque pega geral (com direito a um telão cheio de fotos de bebês). Um outro que era exatamente o contrário, que não tinha neném nenhum, porque obviamente nunca tinha transado com mulher nenhuma. “Vocês sabem aquele cara do Crepúsculo? Então, ele é igualzinho!” Nessa hora ele se empolga e imita o cara/o Rober Pattinson: “A mulher está lá toda: ‘Me morde!’ – fazendo várias caras e bocas – e esse cara fica: “Não, eu não posso. Eu te amo demais!” – com mais caras e bocas. (Uma das melhores partes do show). Um dos caras dos metais, inclusive era brasileiro, estava muito emocionado de tocar no Brasil, e o povo aplaudiu ele à beça, o nome dele era Jacob (e depois o outro que era de Crepúsculo....).
Feita a introdução dos instrumentos de sopro, Bublé puxa I’ve Got the World an a Sring, cuja participação da banda é fundamental no início com um: “Hey Michael, come on let’s swing, seems like you’ve got the world on a string” e ao final com o coro de “He’s in love, he’s in love!”, e segue com Crazy Love, que contou com o levantamento das já citadas plaquinhas no refrão.
Depois ele continua a apresentar o resto da banda e nos oferece um dos momentos mais divertidos da noite: “Então, gente, eu queria pedir desculpas a vocês porque eu sou casado com uma argentina, então, eu falo um pouquinho de espanhol, mas eu não sei nada de português. Mas eu queria apresentar a vocês ele que toca guitarra, violão e faz alguns vocais da banda que é... daqui mesmo, do Rio, para falar algumas palavras, dizer como é que a gente se sente de tocar por aqui, na língua de vocês”.
Aí o carequinha da guitarra falou com aquele carioquês delicioso, para delírio da galera: “Fala Riooooo!!!!!!! Então, o Michael queria que eu dissesse pra vocês como é bom tocar aqui, como a gente é se sente acolhido pelas pessoas, e como tocar com ele é um prazer e tal... Mas a verdade é que é tudo mentira. Ele não gosta dos fãs, e só liga pro dinheiro. E ele só maltrata a gente... E além de tudo a gente ainda é mal pago.” Nisso, o Bublé com aquela cara de bobo, como se não soubesse de nada lá na frente dele. E o cara continuou: “Se vocês souberem o contato do pessoal do Seu Jorge, avisa aí, porque a gente tá doido pra sair dessa banda. Então é o seguinte: o Michael está aí na frente crente que eu tô falando um monte de coisa boa dele, então pra ele não ficar chateado, vocês, por favor, dêem uma salva de palmas quando eu pedir. Michael Bublé!!!!!”, ao passo que o público aplaudiu, fez barulho e riu pra caramba.
Completando as apresentações, finalmente Bublé introduziu o pianista e iniciou mais um dos seus números bobildos. “Eu e esse cara, antes do show, ficamos aqui ensaiando umas músicas de macho pra tocar pra vocês. Toca aí!”. Eles tocam um pouquinho de Don’t Stop Believing e ele continua: “Não, não, não está macho o suficiente. Deixa eu mostrar uma parada de macho pra vocês”, aí ele levanta a calça e mostra uma meia dos Muppets. “Toca outra música de macho aí”, e começa a cantar A Whole New World do Alladin. Completei em português quando dele jogou pra galera, tô nem aí. (Geralmente ele ainda completa: “Não, agora eu quero uma coisa mais macho”, e canta YMCA, mas dessa vez a gente ficou só com Aladdin).
Voltando a seriedade (mais ou menos), ele cantou Georgia on My Mind (cover do Ray Charles, aí ele ficou fazendo uns trejeitos de cego com a cabeça. Muito bobo!) e Sway, para depois emendar com um momento Michael Jackson, em que cantou Billy Jean com direito a moonwalk e chapeuzinho que foi devidamente jogado pra platéia, e Twist and Shout, dos Beatles, em que ele fez questão de dizer que queria recriar a cena do Curtindo a Vida Adoidado, com todo mundo de pé, dançando, fazendo o “Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh!” . Nessa música ainda jogaram aquelas bolas gigantes pro meio do povo. Muito legal!
Como se não bastasse isso tudo, em All I do is dream of you, o show ganhou participação do Naturally7 e ele simplesmente passou no meio do povo e foi cantar lá atrás, no fundos do HSBC Arena! Ele pediu desculpas pra quem tinha comprado o ingresso caro lá na frente (tipo eu), mas que ele tinha que fazer isso. O povo da frente teve tudo que subir nas cadeiras pra ver ele de costas. O povo de trás ficou feliz pra caramba de vê-lo de pertinho. E lá ele cantou Home (com o HSBC formando um grande coral) e Some Kind of Wonderful. Save the Last Dance for Me foi tema de sua volta ao palco principal, e aí eu não resisti, pulei da cadeira em que estava em pé, fui pra perto do corredor e por muito pouco, não consegui pegar na mão dele passando ali perto. #soudessas
A partir daí liberou geral, e foi todo mundo pra frente do palco. Vocês não têm noção de quão perto eu consegui ficar! Fila do gargarejo total, ninguém na frente. Só o Bublé. Dava pra sentir os perdigotos saindo de sua boca. E na maior tranqüilidade. Sem empurra-empurra nem nada! Quaaaaaase que eu peguei na mão dele de novo. Foi por pouco, muito pouco.
Ali de pertinho eu acompanhei Heartache Tonight em que ele pulava e pedia para pularem no refrão. E Haven’t Met You Yet, que não teve acompanhamento das tais plaquinhas de LOVE (a essa altura do campeonato não tinha ninguém sentado mesmo), mas ganhou chuva de prata no final. Durante as canções algumas fãs jogaram camisetas pra ele autografar. Como ele estava cantando, simplesmente enxugava o suor nas camisetas e devolvia (as fãs devem ter ficado felizes do mesmo jeito). Ele saiu do palco, o povo pediu mais um e logo voltou pro Bis.
Pra finalizar, Feeling Good, Me and Mrs. Jones (supercoral de novo no refrão “Meeeeeeeeeee aaaaaaand Mrs., Mrs Jones”) e A Song For You. Nessa última, um trompetista surgiu lá no meio da arquibancada fazendo solo, enquanto as cortinas se fechavam encobrindo o resto da banda e deixando só o Bublé na frente de todos. Quase perdi o foco. Então, já sem instrumentos e começa a cantar sem microfone (tipo, olha, eu canto muito!), até meio emocionado. Ele fez com as mãos para as pessoas fazerem silêncio e me lançou um olhar superfuzilante quando ameacei cantar junto (Eu sei que era pra mim, eu vi! Hahahaha!). Ao fim da música, ele se retira para trás das cortinas e é o fim do show.
No palco, Bublé faz jus ao preço do nosso ingresso. Não foi o melhor show que eu já vi na vida, mas com certeza, valeu cada centavo pago. Ele entende que os shows são feitos para as pessoas e faz de tudo para que elas se divirtam o máximo possível, preparando uma surpresa a cada minuto. (Faltou só Hollywood no repertório, que é uma de suas músicas mais legais. Maior falta de consideração, visto que o pessoal tinha feito até plaquinha com o Na, na, na...) Mas o cara manda muito bem. Show de música, show de simpatia, show de humor. Faz sentido o pessoal correr pra comprar e lotar sempre. Uma aula pra muito ‘artista’ que se acha por aí. Quando é que ele volta, hein?
Obs. Aqui alguns dos melhores momentos do show de SP. Diz que lá teve até pedido de casamento!!!! Melhor que a encomenda.
Minha irmã é muito mais BubléNerd do que eu. Eu gosto dele, acho-o simpático, divertido, canta demais, tem músicas boas, mas me incomoda muito o fato de ele se acomodar em regravar músicas dos outros. Principalmente quando ele tem tanto talento pra compor. Minha irmã não. Ela curte à beça essa vibe Sinatra do século XXI, e quase me mata toda vez que eu falo que ele devia tomar vergonha e começar a lançar CDs compostos essencialmente por ele, ou que ao menos fossem inéditas pra o público.
Em 2008, o Bublé fez o seu primeiro show aqui no Rio. Era quase fim do ano, seria realizado no Vivo Rio e...eu não fui. Não fui porque deixamos pra comprar o ingresso, tipo, uma ou duas semanas antes do show e, quando chegamos à bilheteria... ESTAVA TUDO VENDIDO! Os únicos lugares vazios eram lá na frente, e custavam 1000 reais!!!!!! A gente não ia pagar isso.
Minha irmã, num daqueles seus acessos quando ela não consegue assistir a essas coisas em que é aficcionada, ficou revoltada. Queria comprar o negócio a qualquer preço. E colocou a culpa NA GENTE por 1) os ingressos terem acabado (como se eu tivesse ido lá e comprado tudo!) e 2) por não deixar ela pagar 1000 reais num ingresso.
Na mesma época , a gente acabou indo ver o Maroon 5 (um ótimo show, por sinal, e que custou menos da metade do preço), mas, a mágoa continuou a tomar conta de seu coração até o início desse ano, quando foi anunciada uma nova passagem do canadense aqui no Rio, dessa vez no HSBC Arena. Ela fez questão de comprar o ingresso no primeiro dia de pré-venda para clientes exclusivos (nessa hora eu fiquei feliz de finalmente conseguir aproveitar alguma vantagem dessas de banco). A gente comprou num bom lugar, bem na frente mas não tanto, e só pra constar, o preço era bem menor do que em 2008.
Só que, para nossa surpresa, para um primeiro dia de venda, já tinham bastantes ingressos vendidos até!!!! Ao acompanhar as vendas pela internet depois, vimos que UM MÊS antes do show, já estava tudo LOTADO de novo!!!!! E o cara nem é tão famoso assim!!! Me perguntei quem eram essas pessoas que estavam comprando esses ingressos. Só podia ser cambista, não era possível.
No dia do show, ao chegar nas redondezas do HSBC Arena, um engarrafamento desgraçado tomava conta do trânsito confirmando que aquele povo todo que tinha esgotado os ingressos existia. Mas ainda assim a pergunta persistia: QUEM ERAM ESSAS PESSOAS????? ONDE VIVEM? O QUE COMEM? POR QUE O SÉRGIO CHAPELEN NÃO FAZ UM GLOBO REPÓRTER SOBRE ISSO?
Lá dentro da casa de shows, eu obtive a minha resposta. Obviamente, tinha gente rica que segurava copo de Coca Cola como se fosse whisky e gente velha que não tinha nada melhor pra fazer em casa e resolveu ver quem era esse tal de Michael Bublé. Mas também tinha gente jovem, bem jovem! Muitas adolescentes! Meninas de 15 anos que sabiam todas as letras! Meninas, mulheres e senhoras que o achavam supersexy e levaram cartazes divertidos e plaquinhas com LOVE de um lado (pra levantar quando ele tocasse Haven’t Met You Yet) e Na Na Na Na Na (pra levantar quando ele tocasse Hollywood). E gente de tudo quanto é lugar desse Brasil!!!!!!! Ouvi sotaques do Nordeste e uma outra garota no fim do show gritava para ele que tinha vindo do AMAZONAS só pra vê-lo!!!!! Na boa, gente, É MUITO AMOR sair do Amazonas só pra ver um show!
Olha só a propaganda de pacote de viagens totalmente FAIL que eu achei!
Tinha até gente famosa circulando por lá! Não resisti e tirei uma foto da diva Adele, que estava sentada algumas cadeiras atrás de mim.
Só fiquei chateada porque não rolou uma canjinha da Adele, mas tudo bem.
Logo, logo o show começou com a abertura épica de Cry Me a River. Aquela introdução sensacional tocava antes, com as cortinas ainda fechadas, enquanto o público só via as silhutetas gigantes de toda a banda e Bublé no meio, de costas, como se regesse todo mundo, para só depois se abrirem com o vozeirão do cara. Um troço de arrepiar. Pra completar, ao fim da música, ainda explodem fogos do teto do palco, deixando todo mundo de queixo caído.
Dali ele emenda com All of Me e inicia uma das muitas conversas com a platéia. Agradece em português: “Obrigado” e pede em inglês: “Liga a luz. Deixa eu ver o povo” para depois começar a ler os cartazes das fãs em voz alta. Um deles, bem cara-de-pau dizia: “Michael, I love your wife Lu”. Ele replica: “Ah, sua mentirosa! Você não ama ela nada! Você gosta é de mim!”, e continua a se divertir e a divertir ao público contando que sua mulher está lá perto também, que eles se casaram tem um ano, blablablá. Claro que a platéia ciumenta vaia solenemente as menções a sua esposa, e ele observa sorrindo: “Adoro como metade de vocês fica: ‘Buuuuuuu!’ e a outra metade, os homens, fica: ‘Ah, por favor, ele é tããããããão gay!’” (o que não deixa de ser irônico, se você levar em consideração que a tal esposa achou que ele fosse gay mesmo quando eles se conheceram).
Ele continua a ler os cartazes em voz alta: “Michael, you’re Everthing” e “Michael, you just haven’t met ME yet”, e faz a coisa MAIS LEGAL DE TODAS: pede para as donas dos cartazes descerem de onde estavam para entregá-los pessoalmente e tirar uma foto com ele. O público vai ao delírio, e todo mundo fica morrendo de inveja das garotas. As meninas do NE da cadeira de trás se lamentam: “Por que eu não fiz um cartaz também?”, traduzindo o sentimento de toda a platéia.
Antes de continuar, ele fala para o público se divertir bastante e diz para mandar o dedo do meio pra quem estiver do seu lado reclamando de você cantando loucamente. “Você pagou caro por esse ingresso, manda a pessoa se f*der!”, ordena o rapaz
Então se seguem Mack the Knife (uma surpresa no repertório) e Everything, que levanta da galera (música de trabalho + melodia grudenta + composição própria = público feliz).
É impressionante como o cara nasceu pra isso. Adoro o jeito como ele desliza no palco (desliza mesmo, tem até uma rampinha só pra ele descer, deslizando na sola do sapato, deve ser por isso que o sapato dele é tão grande) e rodopia no próprio eixo e gira o microfone. Ele sabe como entreter público e dá a ele tudo o que ele quer.
O que se comprovou nos momentos seguintes em que apresentou toda a parte dos metais da banda, um por um, fazendo graça com cada um deles. Um que teve neném há pouco tempo (com direito a foto do bebê no telão). Outro que, segundo ele, teve vários nenéns ao redor do mundo, porque pega geral (com direito a um telão cheio de fotos de bebês). Um outro que era exatamente o contrário, que não tinha neném nenhum, porque obviamente nunca tinha transado com mulher nenhuma. “Vocês sabem aquele cara do Crepúsculo? Então, ele é igualzinho!” Nessa hora ele se empolga e imita o cara/o Rober Pattinson: “A mulher está lá toda: ‘Me morde!’ – fazendo várias caras e bocas – e esse cara fica: “Não, eu não posso. Eu te amo demais!” – com mais caras e bocas. (Uma das melhores partes do show). Um dos caras dos metais, inclusive era brasileiro, estava muito emocionado de tocar no Brasil, e o povo aplaudiu ele à beça, o nome dele era Jacob (e depois o outro que era de Crepúsculo....).
Feita a introdução dos instrumentos de sopro, Bublé puxa I’ve Got the World an a Sring, cuja participação da banda é fundamental no início com um: “Hey Michael, come on let’s swing, seems like you’ve got the world on a string” e ao final com o coro de “He’s in love, he’s in love!”, e segue com Crazy Love, que contou com o levantamento das já citadas plaquinhas no refrão.
Depois ele continua a apresentar o resto da banda e nos oferece um dos momentos mais divertidos da noite: “Então, gente, eu queria pedir desculpas a vocês porque eu sou casado com uma argentina, então, eu falo um pouquinho de espanhol, mas eu não sei nada de português. Mas eu queria apresentar a vocês ele que toca guitarra, violão e faz alguns vocais da banda que é... daqui mesmo, do Rio, para falar algumas palavras, dizer como é que a gente se sente de tocar por aqui, na língua de vocês”.
Aí o carequinha da guitarra falou com aquele carioquês delicioso, para delírio da galera: “Fala Riooooo!!!!!!! Então, o Michael queria que eu dissesse pra vocês como é bom tocar aqui, como a gente é se sente acolhido pelas pessoas, e como tocar com ele é um prazer e tal... Mas a verdade é que é tudo mentira. Ele não gosta dos fãs, e só liga pro dinheiro. E ele só maltrata a gente... E além de tudo a gente ainda é mal pago.” Nisso, o Bublé com aquela cara de bobo, como se não soubesse de nada lá na frente dele. E o cara continuou: “Se vocês souberem o contato do pessoal do Seu Jorge, avisa aí, porque a gente tá doido pra sair dessa banda. Então é o seguinte: o Michael está aí na frente crente que eu tô falando um monte de coisa boa dele, então pra ele não ficar chateado, vocês, por favor, dêem uma salva de palmas quando eu pedir. Michael Bublé!!!!!”, ao passo que o público aplaudiu, fez barulho e riu pra caramba.
Voltando a seriedade (mais ou menos), ele cantou Georgia on My Mind (cover do Ray Charles, aí ele ficou fazendo uns trejeitos de cego com a cabeça. Muito bobo!) e Sway, para depois emendar com um momento Michael Jackson, em que cantou Billy Jean com direito a moonwalk e chapeuzinho que foi devidamente jogado pra platéia, e Twist and Shout, dos Beatles, em que ele fez questão de dizer que queria recriar a cena do Curtindo a Vida Adoidado, com todo mundo de pé, dançando, fazendo o “Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh! Aaaaaaahhhhh!” . Nessa música ainda jogaram aquelas bolas gigantes pro meio do povo. Muito legal!
Como se não bastasse isso tudo, em All I do is dream of you, o show ganhou participação do Naturally7 e ele simplesmente passou no meio do povo e foi cantar lá atrás, no fundos do HSBC Arena! Ele pediu desculpas pra quem tinha comprado o ingresso caro lá na frente (tipo eu), mas que ele tinha que fazer isso. O povo da frente teve tudo que subir nas cadeiras pra ver ele de costas. O povo de trás ficou feliz pra caramba de vê-lo de pertinho. E lá ele cantou Home (com o HSBC formando um grande coral) e Some Kind of Wonderful. Save the Last Dance for Me foi tema de sua volta ao palco principal, e aí eu não resisti, pulei da cadeira em que estava em pé, fui pra perto do corredor e por muito pouco, não consegui pegar na mão dele passando ali perto. #soudessas
Ó o povo tudo doido subindo na cadeira!
A partir daí liberou geral, e foi todo mundo pra frente do palco. Vocês não têm noção de quão perto eu consegui ficar! Fila do gargarejo total, ninguém na frente. Só o Bublé. Dava pra sentir os perdigotos saindo de sua boca. E na maior tranqüilidade. Sem empurra-empurra nem nada! Quaaaaaase que eu peguei na mão dele de novo. Foi por pouco, muito pouco.
Ali de pertinho eu acompanhei Heartache Tonight em que ele pulava e pedia para pularem no refrão. E Haven’t Met You Yet, que não teve acompanhamento das tais plaquinhas de LOVE (a essa altura do campeonato não tinha ninguém sentado mesmo), mas ganhou chuva de prata no final. Durante as canções algumas fãs jogaram camisetas pra ele autografar. Como ele estava cantando, simplesmente enxugava o suor nas camisetas e devolvia (as fãs devem ter ficado felizes do mesmo jeito). Ele saiu do palco, o povo pediu mais um e logo voltou pro Bis.
Pra finalizar, Feeling Good, Me and Mrs. Jones (supercoral de novo no refrão “Meeeeeeeeeee aaaaaaand Mrs., Mrs Jones”) e A Song For You. Nessa última, um trompetista surgiu lá no meio da arquibancada fazendo solo, enquanto as cortinas se fechavam encobrindo o resto da banda e deixando só o Bublé na frente de todos. Quase perdi o foco. Então, já sem instrumentos e começa a cantar sem microfone (tipo, olha, eu canto muito!), até meio emocionado. Ele fez com as mãos para as pessoas fazerem silêncio e me lançou um olhar superfuzilante quando ameacei cantar junto (Eu sei que era pra mim, eu vi! Hahahaha!). Ao fim da música, ele se retira para trás das cortinas e é o fim do show.
No palco, Bublé faz jus ao preço do nosso ingresso. Não foi o melhor show que eu já vi na vida, mas com certeza, valeu cada centavo pago. Ele entende que os shows são feitos para as pessoas e faz de tudo para que elas se divirtam o máximo possível, preparando uma surpresa a cada minuto. (Faltou só Hollywood no repertório, que é uma de suas músicas mais legais. Maior falta de consideração, visto que o pessoal tinha feito até plaquinha com o Na, na, na...) Mas o cara manda muito bem. Show de música, show de simpatia, show de humor. Faz sentido o pessoal correr pra comprar e lotar sempre. Uma aula pra muito ‘artista’ que se acha por aí. Quando é que ele volta, hein?
Obs. Aqui alguns dos melhores momentos do show de SP. Diz que lá teve até pedido de casamento!!!! Melhor que a encomenda.
Que legal que parece ter sido esse show. Ele deve ser engraçado.
ResponderExcluirOuvi uma meia dúzia de músicas depois do seu primeiro post, mas não me conquistou. Achei só legalzinho.
Conheço gente daqui que foi pra esse show. Elas são loucas por ele. Naquele show que eu fui em SP, teve um maluco que baixou lá de Fortaleza sem nem ter ingresso. Não sei se eu chegaria ao ponto de atravessar metade do país. SP, RJ e BSB até vai; mais longe do que isso, só se gostar MUITO mesmo.
Adele kkkkkkkkkkk Você é má.
Depois disso tudo e ainda não foi o melhor show da sua vida?! :)
ResponderExcluirAdoro ouvir/ler esse tipo de relato. Até eu, que nunca escutei Bublé (mal conheço, aliás), fiquei curiosa. Parece ter sido incrível!
E só quem é fã mesmo pra tal coisa. Também conheci gente que veio do norte do país (não lembro o estado, Pará? que veio exclusivamente pra show.