quinta-feira, 12 de julho de 2012

Patrulha da Vergonha

Há algumas semanas a Karol do Literatura Pop publicou uma postagem que há muito eu esperava para comentar. Quando eu vi o texto no ar, meus dedos coçaram para comentar 1, 2, 3 vezes. Queria me apropriar da discussão, queria responder todo mundo aquilo que estava entalado aqui na garganta. Acabou que eu respondi num comentário gigante sim, como é de meu costume e como a situação pedia, mas consegui me controlar e deixar ela mediar o debate, afinal de contas, o blog é dela.

E ainda bem que eu atei meus dedos porque, ao acompanhar o resto da discussão, percebi que eu não estava por dentro da real gravidade de mais uma polêmica na blogosfera literária. E agora que acho que saquei mais ou menos a profundidade do buraco, trago a discussão para o Inútil, porque aqui sim eu posso me estender o quanto for necessário. Peço permissão para a Karol, para incorporar partes dos meus comentários lá no Literatura Pop no decorrer do texto (acho que não preciso pedir permissão, na verdade, já que fui eu que escrevi, né?).

O assunto em questão era a inquisição que se instaurou nos blogs, procurando textos com erros de português, textos mal-redigidos, editoras que gostam de passar a perna nos leitores, blogueiros que gostam de passar a perna nos leitores, blogueiros que gostam de passar a perna nos outros blogueiros, entre outras coisas.

É a Patrulha da Vergonha que, assim como alguns super-heróis, denunciam anonimamente as mazelas da sociedade (no caso a virtual-literária), atuando como justiceiros na falta de uma polícia atuante.

(E por Patrulha da Vergonha eu me refiro não só aos envolvidos oficialmente no projeto, mas principalmente a todos os que se juntam para rir, tripudiar e apontar o dedo na cara dos outros)

E salvo nos casos em que há plágio ou má fé envolvidos (e comprovados), a atitude prepotente e inconseqüente da Patrulha me envergonha muito mais do que o conteúdo denunciado.

Seje Feliz
A partir do momento em que a pessoa faz um blog literário, pressupõe-se que ela saiba ler (e mais do que juntar palavras, eu quero dizer INTERPRETAR) e que a leitura provoque na mesma o poder de ensinar a escrever também. Mas nem sempre é o que se encontra por aí. Existem sim (muitos) textos (muito) mal-escritos sem nenhum tipo de reflexão acerca daquilo que foi lido e sem nenhum apreço por algum mínimo de gramática. No caso de alguns erros de concordância e ortografia, mais do que ignorância, chega a ser até um pouco de preguiça, já que bastava pesquisar no Google ou usar o corretor ortográfico.

Mas acredito que tirar uma foto desse texto e colocar no Mural da Vergonha para ridicularizá-lo seja uma p*** falta de sacanagem e não gostaria nadinha se acontecesse comigo. Porque isso NÃO FAZ o blogueiro melhorar.

Em casos de erros de português mesmo, se a pessoa, de um blog que você não frequenta, escreve "Hospedar da bicicreta é de prástico", e você ficou muito incomodado a ponto de achar que a pessoa deve saber que o certo é "Os pedais da bicicleta são de plástico", você vai e, com toda a educação, tenta entrar em contato com o autor do post para que ELE possa consertar. Acho até que ele vai ficar muito agradecido do toque que você deu. E se não, você não quer se intrometer do trabalho do coleguinha, deixa ele lá no canto dele escrevendo "bicicreta", não volta mais ao site e “SEJE” FELIZ!

Eu, particularmente, acho a situação toda muito incômoda e, até em blogs que gosto, fico meio sem jeito de dar um toque no blogueiro às vezes. Só se a gente já tiver uma intimidade bem maior. É igual encontrar alface no dente do outro, sabe? Você nunca sabe se avisa a pessoa ou não.


Mas, não satisfeita em defender o português correto (eu sei que eles avaliam a situação e entendem quando foi “pobrema” de digitação, quando é "intensional" – apesar de isso tudo ainda causar alguma “discurssão” -, etc), a Patrulha ainda se acha no direito de julgar a coerência, coesão e o nível de profundidade dos textos alheios!!!

Amigo, se a pessoa tem um texto que VOCÊ considera raso, quem é você para ficar apontando o dedo na cara dos outros? Não é como no caso da “bicicreta” que todo mundo sabe como escreve. Porque aqui, estamos falando de uma questão de OPINIÃO. (E se você acha que aquele texto raso é porque a pessoa não leu o livro, ou o que quer que seja, ainda assim é uma OPINIÃO!) E você pode muito bem guardá-la para si, se ninguém te perguntou nada a respeito. Mais uma vez, clique no botão de fechar a página, não volta mais ao site e “SEJE” FELIZ!

Você gostaria que alguém tirasse uma foto da sua sala, colocasse na internet, e juntasse uma galera pra ironizar a disposição e qualidade da sua mobília? Não, né? Então deixa o canto dos outros em paz!

Deixa acontecer naturalmente
Uma vez o Felipe, aqui mesmo no blog, criticava o meu alto nível de expectativa para com as resenhas que encontrava por aí. E ele estava corretíssimo na sua afirmação. Sou chata mesmo, mas nem por isso fico tripudiando em cima dos blogs que fazem essas resenhas que EU acho de araque. Respondi a ele na época: “Acho que seria muito injusto da minha parte exigir que TODO MUNDO tivesse uma visão aprofundada sobre os livros que lê. Poxa vida, só porque a pessoa não reparou naquele detalhezinho ínfimo, ela não pode ter uma opinião sobre o livro? Eu seria muito prepotente se pensasse assim. Em suma: Gostaria que todas as resenhas fossem inteligentes e divertidas? Sim. Posso exigir isso de todo mundo? Não.”

E não posso exigir isso de todo mundo porque as pessoas são diferentes!!!!! Têm histórias de vida diferentes, níveis de educação diferentes, visões de mundo diferentes!!! Se essa pessoa é uma leitora de verdade, ela vai aprimorar sua capacidade de interpretação e um dia quando ela voltar pra visitar o texto novamente, ELA vai sentir vergonha. Garanto que VOCÊ quando começou o seu blog era bem pior do que é agora. É um processo natural que não cabe julgamentos de outrem. Então, apliquemos a sabedoria das letras do Grupo Revelação e paremos de propagar tanta tristeza e ódio no mundo cibernético: "Deixa acontecer naturalmente/Eu não quero ver você chorar/Deixa que o amor encontre a gente/Nosso caso vai eternizar"

Por que tanto ódio?
Agora entra a parte que demorei pra entender. A razão de as pessoas terem tanto ódio no coração e gastarem tanto tempo fiscalizando o blog dos outros não é SÓ porque está na essência do ser humano ser perverso, malvado e gostar de se sentir superior às custas dos outros. O problema é mais grave do que parece e esbarra naquilo que eu já cansei de falar aqui que não são de Deus. Vamos ver se você adivinha, dou-lhe 1, dou-lhe 2, dou-lhe 3. 

Acertou se você disse “Parceria”. Plim, plim, plim! *Luzes piscando* 

(Sério, gente, esse negócio é um câncer na blogosfera. Só traz desgraça, PQP!

Amigos, vocês têm colocar na cabeça que para manter blog não precisa de apoio de ninguém importante não, sério! Tanto é que todo mundo achou um absurdo quando o Ministério da Cultura autorizou uma verba altíssima para a Betânia montar o dela!!! Os blogs de TV não têm acordo com ninguém e conseguem sucesso e popularidade produzindo apenas conteúdo de qualidade! Muitas vezes são blogs muito mais inteligentes e criativos do que os literários! A galera se diverte muito mais e se leva muito menos a sério! E você vê muito menos picuinhas do que na blogosfera literária também! E olha que é TV, um produto "inferior" à literatura, hein! Pensem nisso!)

A fiscalização da blogosfera passa pela Parceria a partir do momento em que algumas editoras só querem saber de audiência e não fiscalizam o conteúdo de seus parceiros.

Aí a Patrulha da Vergonha assume o papel de justiceiro dos blogs fracos e oprimidos que não têm apoio comercial para seguir sobrevivendo (como se para se ter um blog de mais qualidade, as pessoas precisassem realmente desse apoio) e têm menos seguidores do que aqueles que publicam resenhas sem alma e sorteios fajutos.

A editora legitima um blog “mais ou menos” (na OPINIÃO de alguns) e o resto das pessoas se sente na obrigação de esculachar com o blog alheio porque, obviamente, elas possuem um blog muito melhor do que aquele escreve “bicicreta” sem dó nem piedade da língua portuguesa. Uma atitude pra lá de deselegante e que eu, sinceramente, acho muito mais vergonhosa porque demonstra o quanto as pessoas podem ser mesquinhas quando querem.

(E aí a gente entra novamente na questão do status, da profissionalização dos blogueiros, das confusões causadas pelas parcerias e das vantagens de NÃO tê-las que já foram discutidas aqui)

Tô contigo, Sandra!

Fazendo a sua parte
Você que reclama desses blogs “universitários” (o termo aqui é utilizado no mesmo sentido que em Sertanejo Universitário, que quanto mais estudo diz ter, mais iletradas são suas canções), é muito fácil de contribuir para uma blogosfera mais legal, e você pode fazê-lo SEM acionar o Disque-Denúncia!

Se as editoras dão força para blogs do tipo “Eu quero Tchu, Eu quero Tcha”, é só não dar audiência para eles, não fazer fila nos sorteios e não divulgar esse tipo de prática (pelo menos quando forem nos blogs que você não gosta mesmo)!

Não vai machucar ninguém, vai fazer um bem danado pra você que não vai ser obrigado a aturar tanta baixaria e pode ser que um dia, quando os blogueiros e as editoras perceberem que esse *modelo de negócio* não é de Deus e não funciona mais, os blogs sejam mais bem escritos e não haja tantas promoções obscuras!!!!

(E aí entra também uma outra discussão muito legal sobre a mudança do perfil de consumo do brasileiro, a expansão do mercado literário e a multiplicação dos blogs que a gente começou lá no cantinho da Karol)

E continue produzindo textos bacanas que você gostaria de ler! O simples ato de escrever bem melhora não só o seu próprio blog, mas também os blogs alheios, que, através da leitura, vão aprender inconscientemente como fazer um blog melhor. Vão aprender muito mais do que uma gongada sarcástica, aliás. O resultado pode não vir em popularidade, em números, mas vem em amigos e satisfação, que são muito mais legais!!!!!

Finalizando
A blogosfera não precisa de controle de qualidade, de polícia, de fiscalização. 

Ela precisa de VERGONHA. NA CARA.

Vergonha na cara pra parar com essa palhaçada de competição em quantidade de seguidores. Vergonha na cara pra parar de querer enganar os outros. E vergonha na cara pra deixar de ser tão infantil e começar a olhar mais pro seu próprio umbigo do que vigiar a grama do vizinho, que muitas vezes nem é mais verde, mas causa inveja só porque tem mais gente pisando, também.

Mostre que você tem classe e não se deixe levar por essas polêmicas sem sentido. Ao fazer isso, aí sim você estará sendo uma pessoa superior.

Obs. Como sempre, quero deixar claro que não sou a dona da verdade (o post critica justamente como algumas pessoas se esquecem que também não são) e não tenho a intenção de tirar o site de ninguém do ar. Quando comentei no blog da Karol, os ânimos estavam bem mais aflorados do que agora. E vejo muitas virtudes no projeto, inclusive, como o combate ao plágio e a cobrança em cima de algumas editoras que se acham “ixperrrrtaxxx”, das quais não tinha conhecimento antes. Não escrevi o post por nenhum acontecimento em específico e não acompanho os detalhes da Patrulha. Só queria expandir o assunto iniciado no Literatura Pop um pouco mais e mostrar que nem sempre agir ativamente é o melhor caminho. Se você chegou até o fim deste texto e ele te fez pensar nem que seja só um pouquinho, já me sinto com o seu dever cumprido. E como sempre, a caixa de comentários está aberta a argumentações, desde que o nível seja mantido e não ofenda ninguém. Abraços!

19 comentários:

  1. Lisa eu tô super por fora do que acontece na blogosfera literária, mas pelo "tom" do seu post eu já visualizava que isso iria acontecer a dois anos atrás. Eu já deixei de seguir vários blogs literários pela má qualidade dos textos apresentados ou porque as opiniões eram meramente para cumprir tabela com tal Editora popstar.
    Existiam blogs que antes de terem "parcerias" tinham resenhas maravilhosas e que depois das "parcerias" perderam opinião própria, e isso eu sinto no texto. O que eu faço, tiro o blog do meu reader e sigo minha vida feliz. Assim como eu faço com a TV quando está passando alguma coisa que não é do meu agrado.
    Essa atitude de pratulhar os blogs com erros ou opiniões rasas, só dão mais ibope (na minha humilde opinião).
    Beijooos

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    1. Pois é, Monalisa! Estressa tanto acompanhar todos esses barracos que eu também prefiro ficar por fora. Quando eu vou ver o negócio já aconteceu há um tempão. Também acho que "patrulhar" os blogs ruins dá mais IBOPE pra eles, mais IBOPE pra patrulha, e só piora as coisas. Assim como você, "troco" de canal e vivo feliz. Não quero nem voltar a falar desse assunto aqui no Inútil, porque até posts como esse ajudam a propagar essas coisas chatas.

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  2. Eu acho que o Vergonha Literária tem seus méritos (como você mesma citou ali nas letras pequenas, combater o plágio [quer dizer: POR QUE POR QUE POR QUE a criatura abre um blog literário se NÃO QUER LER E RESENHAR os livros? Me expliquem] ou as atitudes desonestas de algumas editoras), mas o que muito me incomoda lá é toda a questão dos 'erros de português'. Uma das primeiras discussões que tive ao entrar em Letras foi justamente que nossa formação não nos dá o direito de sair fiscalizando o resto da população: e olha que a língua é justamente o que a gente estuda. Tem erro? Como você disse, educadamente dá um toque, se você acha que isso ajuda (eu não faço, mas gostaria que fizessem comigo, por exemplo). E fim. Qual é o sentido de usar isso pra humilhar alguém? Por que crucificar a pessoa como se tivesse cometido um crime?
    Quanto aos textos sem profundidade: concordo que tem muitas resenhas por aí que mal são resenhas, já que nem tem opinião. Mas e aí? Se tem quem goste de ler, não posso fazer nada. E quem sou eu pra julgar como os outros escrevem? Certamente tem gente que não gosta do que eu escrevo também. As coisas são assim mesmo. Se eu não gosto do blog, paro de visitar e deixo quem gosta ser feliz.
    O problema todo é essa necessidade de fiscalizar todo mundo. Não precisa se contentar com a mediocridade, mas também não precisa crucificar e expôr ao ridículo o que não te agrada. A maioria dos blogs da blogosfera literária estão aí porque muita gente ama ler, opinar e quer ter a oportunidade de compartilhar suas impressões com outras pessoas (pelo menos acredito que isso conte mais do que a possibilidade de ter parcerias): ou seja, é uma forma de diversão. E nenhum de nós é melhor ou mais importante pra poder brincar de fiscal da blogosfera.

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    1. Geralmente as pessoas que mais gostam de pegar no pé do "português correto" são as que têm menos estudo (estou falando isso de maneira geral mesmo, sem entrar no mérito da patrulha). Os próprios estudiosos de Letras defendem o direito à linguagem informal, desde que tal esteja em consonância com o contexto em que se encontra.

      A questão da qualidade dos textos é tão subjetiva que vai variar não só de pessoa para pessoa, como até do momento em que a mesma pessoa está lendo.O lance todo é que essas malditas parcerias criam uma rivalidade ridícula entre os blogs, porque "profissionaliza" o blogueiro. Tem gente que se acha profissional, tem gente que acha que é melhor que os profissionais, tem gente que acha que sem parceria não dá pra viver... Aí as pessoas se esquecem que o mais importante é se divertir e ficam criando intriga umas com as outras, porque não tem o status que o coleguinha tem. E aí as próprias editoras, percebendo que todo mundo quer entrar nesse joguinho, começa a tratar os leitores feito lixo, afinal, todos os blogueiros estão sedentos para fazer parte do time.

      Eu prefiro me manter longe das polêmicas porque elas me fazem mal (não gosto de ver gente sendo idiota só porque quer ser idiota) e só trazem problema. Meu tempo na internet já é curto e eu não quero desperdiçá-lo com esse tipo de bobagem.

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  3. Bom , aí vou eu.

    O post da Karol também me fez pensar muito sobre blogs, parcerias, acusações, selinho anti-spam e etc, até porque eu faço parte da Patrulha da Vergonha (não oficialmente) mas não apoio todos os tipos de críticas.

    Acho que por isso meu pensamento é um pouco diferente.

    Não vejo esse tipo de site como patrulha, até porque ninguém impede ninguém de fazer nada. Vejo mais como um site de fofoca (Por isso faz tanto sucesso, gostamos desse tipo de entretenimento), sei lá, um lugar que eu entro pra rir e não pra condenar ninguém. Eu disse que não apoio todos os tipos de críticas porque algumas delas não tem graça nenhuma, como erros de português, banners mal feitos e etc, não são nenhum crime contra a humanidade. Não levo a sério esses textos. Falo por mim, nesses casos tô nem aí pra quem foi a pessoa gongada, só procuro descobrir a identidade do blogueiro quando é algo sério tipo falcatrua em promoções.

    Sobre as resenhas "rasas", esse também é um assunto bem discutido. Se fosse pra avaliar seriamente, todo mundo ia para o saco, já que ninguém (a maioria, pelo menos) estudou pra ser crítico de verdade. O que me incomoda é a posição que os blogs assumem, se espelhando nos blogs maiores. Deixando aquela imagem de clube da leitura, despretensiosa para assumir uma postura profissional (com pretensão de alcançar muitos seguidores) que eles definitivamente não tem. Isso é o que me irrita! A pessoa mal sabe escrever e vem mandar spam no Twitter de uma resenha de 2 linhas? É chato. A qualidade cai muito porque muitos só querem fama, sei lá.

    Sempre acaba fugindo do controle esse tipo de situação. Eu mesmo já desisti da minha lista de spammers, só mando o selo pra pessoa sentir pelo menos vergonha. Mas a blogosfera literária parece ser um mundinho cor de rosa, como se tudo fosse perfeito. Algumas coisas que ninguém gosta continuam porque ninguém fala (Como spam, plágio, promoções de compra de alma, resenhas falsas, posts de propaganda disfarçados de dica do blogueiro) e acho bom que falem para ficarmos sabendo. Tem muita gente sem noção.
    Creio que há limite pra tudo, mesmo que o limite seja bem tênue, mas se fosse pra votar entre "parar" e "continuar", ficaria com a segunda opção.

    E aí a gente entra no grande paradoxo. Se todo mundo pode ser feliz do jeito que quiser e se quem não gosta é só ignorar... Basta deixarem pra lá a patrulha da vergonha. Faz sentido?

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    1. Felipe, sabia que vc ia aparecer pra defender, rs! Tô meio cansada pra responder todo mundo agora, mas faço questão de responder de uma vez o seu comentário principalmente porque, Touché, você apontou a falha do argumento.

      Sim, se tudo o que eu falei no texto foi para as pessoas deixarem de pegar no pé das outras, que raios estou eu aqui botando o dedo na cara de quem bota o dedo na cara dos outros? E realmente é isso que eu faço sempre. Ignoro os blogs que acho que não têm bom conteúdo e ignoro também a "Patrulha da Vergonha". Acho inclusive que a Patrulha da Vergonha perderá fora, assim como os tais blogs, no dia em que as pessoas pararem de dar IBOPE pra eles. E aí cedo ou tarde, vão encerrar suas atividades. Só que deu vontade de escrever "um pouquinho" sobre o assunto depois do post da Karol, só pra deixar registrado que o melhor caminho para melhorar a blogosfera não é gongando os outros. É fazendo um blog legal, espalhando a paz, a harmonia e os bons valores que fazem do mundo cibernético um lugar melhor. E quem sabe abrir os olhos de alguém que realmente ache que o Mural da Vergonha é a melhor saída. Tem gente que acha que pisar nos outros é uma forma de mostrar como é superior. Não é. Só mostra o quanto ela é tão mesquinha e estúpida.

      Agora vamos aos pontos críticos do seu comentário, ok?

      "Só procuro descobrir a identidade do blogueiro quando é algo sério tipo falcatrua em promoções" - Sinceramente, acho muito esforço da sua fazer esse tipo de coisa, e também penso que aqui, ignorar seria a melhor saída também. Já estou sabendo que vc se mete em um monte de confusões só porque "quer descobrir a verdade". A minha pergunta é: Vale a pena mesmo esse estresse todo? Eu acho que não.

      "Algumas coisas que ninguém gosta continuam porque ninguém fala (...) Creio que há limite pra tudo, mesmo que o limite seja bem tênue, mas se fosse pra votar entre "parar" e "continuar", ficaria com a segunda opção" - Bom, já tem muito tempo que está assim. E tem muito tempo também que essas denúncias estão sendo feitas, que quase toda semana praticamente pipoca um texto revoltado com a blogosfera em algum canto. Será que o simples ato de denunciar está surtindo mesmo algum efeito? Como disse no texto (e como você também já está cansado de saber), acredito que o melhor jeito de dar um jeito nessas práticas é não difundir a prática de parcerias, sorteios e afins, e principalmente, "Não se misturar com essa gentalha". Tenho uma teoria bem interessante que um dia ainda vai ganhar um texto aqui no Inútil, mas enfim. Acho que é isso.

      Abraços,
      Lisa

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  4. Muito bom o seu post =).
    Acho que esse problema de apontar o dedo atinge uma boa parte dos blogs, não só os de livros.
    Tem blog que critica blog de moda, blog diarinho (por conta dos erros de português e afins) e lembra do blog Pérolas do Orkut?
    Acho que faz parte do nosso comportamento apontar o dedo e criticar os outros, principalmente quando o que o outro faz/posta/escreve foge do nosso conceito do que é bom e adequado (embora não seja um traço muito bonito).
    Meu maior problema com esses blogs não é bem os posts, é mais o que acontece nos comentários. A falta de moderação faz o negócio descer a ladeira de um jeito que ofensas do tipo "a mãe dela é feia e ela é pobre e gorda" sempre aparecem. Desse jeito o que era pra ser uma "reflexão" sobre o erro vira um negócio pessoal e vulgar.

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    1. Realmente faz parte do ser humano "apontar o dedo na cara dos outros", e realmente isso não é algo do que temos de nos orgulhar. O que acontece nos comentários pode ser pior, mas talvez eles não existissem se o próprio blog não fizesse apologia à baixaria (claro que em nível menor) nos posts. Acho que os posts raramente trazem alguma reflexão e muitas vezes são feitos só para humilhar os outros mesmo.

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  5. Autorização dada, Lisa! (hehehe)

    Adorei o post, mas o tempo tá curto. Volto aqui mais tarde pra comentar direito.

    Beijos!

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    1. Vamos lá então.

      Não sei como comentar aqui sem parecer repetitiva, redundante, mas enfim...

      Também acredito que o cerne do negócio é a "invejinha por causa do fulaninho que faz blog feio e tem parceria e eu que faço blog bonitinho não tenho". Acho que as pessoas dão valor demais a essas parcerias e, como ja tinha respondido a um dos comentários no meu blog, coloco aqui também: acho que a política de parcerias limita o que o blogueiro vai ler e limita aquele que lê o blog, ou seja, é uma reação em cadeia.

      Tem muita gente que fica revoltada com o blogueiro fulano que tem blog só pra ganhar livros, mas no fundo quer fazer a mesma coisa e vive correndo atrás. Eu optei por não ter parcerias porque não tenho tempo, nem saco. Durante o ano que contribuí para o Subtítulo tive que ler alguns livros enviados a eles por parcerias e quase surtei os lendo, enquanto os que eu queria ler de verdade estavam lá na estante, me encarando. Comprar os livros é caro, mas pelo menos compro o que realmente quero ler, né?

      Continuo achando o trabalho do VL interessante em alguns pontos. Mas cansei do tom prepotente do site, da ignorância dos comentários e da maldade que é destilada por lá eventualmente.

      Enfim, é isso aí. Vou trabalhar agora.

      =)

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    2. Karol, vc nunca é repetitiva. Nunca gostei do VL justamente pelo "tom prepotente do site", essa coisa de "somos os donos da verdade" que eles têm. Realmente o blog tem pontos interessantes que acabam perdidos em meio a tanta arrogância. A intenção pode até ser boa no fundo, mas o jeito como as coisas são abordadas fazem-no perder a credibilidade.

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  6. Lisa, sou da época em que fazíamos blog com motivos diversos dos que eu vejo hoje. Eu mesma já tive, e os motivos eram fazer amigos, se divertir, desabafar, espalhar seus gostos pelo mundo da web... Hoje não, a maioria quer ficar popular, importante, conhecido, ganhar prêmios, dinheiro e muito mais. Não critico, acho ótimo; cada um com seu objetivo. Só acho totalmente equivocado você, que tem o objetivo de profissionalizar o seu blog, criticar o blog do colega que só quer mesmo se divertir, desabafar.
    Mais equivocado ainda é ofender alguém porque não sabe escrever a Gramática culta, ou porque você acha "brega" as roupas que a pessoa usa ou o jeito como ela usa maquiagem, os livros que lê. São coisas que me deixam triste, desestimulam os donos dos blogs "zuados" e podem até mesmo causar sérios danos à auto estima da pessoa. Penso que em um país como o nosso, onde as pessoas pouco se interessam por escrever (principalmente se for mais de um parágrafo), atitudes assim só contribuem para a situação ser essa mesmo, do desinteresse.
    Óbvio que eu gosto de ler um texto bem escrito, ver uma foto bonita, apreciar uma maquiagem bem feita, me convencer com uma boa resenha; nem por isso, porém, ofenderei quem não se encaixa nos meus padrões de qualidade. Sua frase está certíssima, o quê falta, não só na blogosfera, mas no MUNDO, é vergonha na cara, bom senso, respeito. Essas palavras simples são a chave pro entendimento entre as pessoas =)

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    1. Eu preferia a época em que a gente criava blogs só pra se divertir, desabafar, espalhar seus gostos pela web. Também não condeno quem queira ficar popular, importante, conhecido, ganhar dinheiro, desde que o faça de forma honesta. Mas acaba que esse tipo de coisa macula um pouco algo que era tão legal e acho que a popularidade deveria ser resultado de um projeto de qualidade e não objetivo final a qualquer preço.
      Realmente falta NO MUNDO em geral um pouco mais de respeito, bom senso, pensar mais antes de agir, porque nessa de criticar por criticar, a gente acaba ferindo os sentimentos dos outros. Se cada um fizer a sua parte, mundo será um lugar melhor.

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  7. Bom, se a pessoa quer gastar o tempo dela coletando os erros alheios, que faça! Eu, na maior parte do tempo, gosto do Vergolha Literária, por exemplo. Acho que esse tipo de blog é útil pra abrir os olhos das pessoas. Só não gastaria o meu tempo com isso, sou muito desapegada pra isso, embora às vezes me revolte com as coisas.

    Num mundo perfeito, ninguém erraria nada. Num mundo "semi-perfeito", uma pessoa erra, outra percebe e avisa, a uma corrige e fica tudo certo. No mundo real, eu já levei patada e fui bloqueada em blog por fazer isso. E erros de português são o de menos, tem muita coisa podre que deve ser mostrada.

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    1. Cíntia, essa pessoa que deu a patada em você é que foi a realmente prejudicada porque perdeu uma leitora e a chance de corrigir o seu erro.

      Acho que os olhos das pessoas já estão abertos há muito tempo, o problema é que elas não querem fechá-los. Todo mundo fala muito, mas continua fazendo fila nesses "blogs baixaria", dando trela pra esse tipo de coisa. Concordo com você que tem coisa que precisa ser mostrada, mas a que preço? Muitas vezes o que acontece é que são criadas polêmicas sem sentido que só denigrem a imagem de alguém inocente. Além do mais, na maioria dos casos, esse tipo de blog não resolve o problema de verdade.

      Acho bobeira ficar correndo atrás de problemas na internet. Já tenho problemas demais na vida real e não gasto meu tempo nem seguindo esses problemas virtuais, porque isso só faz mal pra mim mesma.

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  8. Gosto dos posts do Vergonha Literária onde denunciam casos de plágio, de editoras fazendo merda e sim, de blogueiros querendo passar a perna nos leitores/seguidores.
    Uma denúncia feita há algum tempo no blog, no fim das contas, não tinha provas de quem estava falando a verdade, mas fez com que eu mudasse de opinião quanto às promoções. Eu já achava ridículo ter que seguir blog, twitter, curtir isso e aquilo, mas agora pensar que talvez seja uma promoção fantasma ou com sorteados marcados, me desanima ainda mais em participar. Acho falta de respeito e falta de vergonha na cara.
    Agora os posts para apontar os erros de portugês eu não gosto. Além de não adiantar nada, eu já vi a própria pessoa que escreve aquele blog também escrever errado nos posts. E eu não estou nem aí, se eu for num blog e tiver erro no texto eu aviso nos comentários e ficaria contente se fizessem o mesmo comigo.

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    1. Bom, Raquel, eu não sigo porque não gosto do blog. Acho arrogante, prepotente e na maioria das vezes de mau gosto. Tiro o meu chapéu para as denúncias de casos de plágio, mas há muito tempo que prefiro ficar longe das promoções. Não participo porque acho que esse tipo de coisa desvirtua o sentido do blog na maioria das vezes. Além disso, é tanta confusão é melhor ficar de fora mesmo. Comprar o livro é caro, mas causa menos estresse. Já cansaram de me corrigir aqui e eu agradeço muito quando o fazem. Esse tipo de coisa é muito mais construtivo do que a simples denúncia.

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  9. A Karol me indicou seu texto, e achei simplesmente perfeito! Eu confesso que gostava dos blogs patrulheiros, mas achava as denúncias relevantes. Agora, virou apenas guerrinha e falta do que fazer. Parabéns pelo texto e pelo blog. Não vim aqui para fazer propaganda, mas acabo de escrever um texto ponderando sobre isso, e gostaria de saber a sua opinião

    http://aceitaumleite.blogspot.com.br/2012/08/blogueiros-uni-vos.html

    Beijão!

    Lu Tazinazzo

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