sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Independência ou...onde é que D. Pedro estava com a cabeça?


Atingir a maioridade é um marco na vida de todo adolescente sedento por Independência. Completar 18 anos (ou 21, não sei exatamente qual a diferença das duas maioridades, quem souber, por favor, não seja egoísta e compartilhe o seu conhecimento com este humilde blog) é daquelas datas aguardadas e comemoradas, já que te tornam livre do domínio dos pais e mudam completamente a sua vida. Só que não.

Há exatos 190 anos, o Brasil também entrava para o rol dos países de “de maior”. O grito do Ipiranga declarou a independência do domínio de nossos colonos portugueses e anunciava que agora o Brasil já era gente grande e mandava no seu próprio nariz. Só que a gente também aprende na escola que o negócio não foi beeeeem...assim. Um brado retumbante e puft! Agora éramos independentes! A tal Independência do Brasil foi sendo construída aos poucos. Vinda da Família Real, liberdade no comércio, diminuição de impostos, condição de Reino Unido a Portugal e Algarves... O Brasil já estava ficando “mocinho”, cheio de marra, com toda a pinta de gente grande. E quando Papai Portugal quis trancar o filhote dentro de casa de novo, aí o moleque já estava todo prosa e não ia agüentar muito tempo dentro do quarto.

A mesma coisa acontece quando a gente faz 18 anos (ou 21. Como disse, não faço a mínima ideia da diferença das duas idades). A data do aniversário pode ser o marco histórico em que a gente faz aquelas piadinhas de que se pode beber, dirigir e ser preso. Mas o nosso processo de independência também acontece do mesmo jeito que o da nossa “mãe gentil”. É aos poucos. Diluído. A gente vai fazendo as coisas sozinho e quando vê já passou.

Primeiro vai comprar o pão na padaria da esquina. Depois pegar o ônibus para ir pro colégio. Dali a pouco começa a perambular por outros cantos da cidade e não sente tanto medo de andar na rua quando o sol já se foi. Então começa a contestar a máxima de que os seus pais sabem o que é melhor para você. Passa a escolher as próprias amizades, não contar tudo o que acontece na sua vida para eles e a filtrar seus conselhos porque têm coisas que, por favor(!), eles simplesmente não entendem (!!!!!!). 

E mesmo assim, quando vem o aniversário de 18 anos, a gente não se sente adulto coisa nenhuma. Ainda moramos com nossos pais e pedimos dinheiro para comprar as coisas que a gente quer e precisamos deles para nos trazer de volta pra casa tarde enquanto não sai a carteira de motorista. (Vendo por um certo ângulo, talvez a carteira de motorista sim seja um documento que autentique alguma coisa próxima da maioridade, mas enfim, divago...)

Segundo a propaganda, ter seu próprio blog é ter Independência. Tá bom, né!

Isso também como o próprio Brasil, que podia ter se declarado Independente, mas por muito tempo teve de pedir dinheiro emprestado para outros países para pagar a merenda, a passagem e os ingressos do cinema no fim de semana. O primeiro débito da famosa dívida externa veio logo assim em o país declarou-se “de maior”, quando o Brasil tomou 3,7 milhões de libras para pagar as contas da época em que ainda era colônia.

Confesso a você que realmente nunca tive problemas com relação a esse negócio de “maioridade”. Sempre tive tudo o que quis e nunca tive esses problemas quanto a horário porque não sou de sair à noite mesmo. Nunca fiz questão de entrar nas matinês das boates. Nem no horário de gente grande também. A responsabilidade da escola sempre esteve presente, mas sem a necessidade de cobrança sem parar porque sempre fiz a minha parte e não dei motivos para preocupação. A relação que a gente tem aqui é em casa é de muita confiança. Meus pais sabem que não vou fazer nada de errado e pronto. Não tem estresse. É até meio sem graça quando eu vou conversar sobre esse assunto com as outras pessoas porque perto delas parece que eu não tenho nada interessante para contar. O que não quer dizer que não tivesse meus próprios contra-tempos com a dependência oficial ou não-oficial porque não liguei para dizer onde estava ou avisei para onde ia sair ou quando ia voltar. Ou que não discutisse por causa de minhas convicções sobre o que eu achava que era melhor para mim.

Lembro de a idade de 14 anos (a mesma de Pedrinho quando virou imperador) ter sido especialmente simbólica, mais até do que a de 18. A gente brigava horrores por causa dessas coisas (por causa de qualquer coisa, pra falar a verdade), e eu comecei a tomar as rédeas da minha própria vida. Também foi a época em que eu de fato comecei a me preocupar com o meu futuro de um jeito mais sério e comecei a tomar as minhas próprias (grandes) decisões. Ironicamente, também foi a época em que, mesmo andando na linha, me senti muito mais livre e me diverti como nunca!!!!

Mas aí o tempo vai passando e esse tipo de coisa vai ficando para trás porque a gente vai assumindo responsabilidades cada vez maiores (porque, como já diria Tio Ben, elas logo aparecem quando ganhamos grandes poderes) para conquistar verdadeiramente a tal independência e começar a traçar própria vida e, quando vê, tem diploma, trabalho, problemas no trabalho, conta no banco, um monte de contas para pagar e operadores de telemarketing te caçando e oferecendo serviços que você não quer.

E aí a gente percebe que ser independente dá muito mais trabalho do que parecia! E quando a gente vê, mesmo assim, não somos independentes coisa nenhuma! Estamos dependentes dos nossos empregos, que nos consideram como plenamente adultos, e sugam nosso tempo, nossa saúde, juventude e noites de sono por causa de um salário no final do mês. E descobre também que realmente a gente não faz a mínima ideia do que é melhor para nós! E na primeira crise de insegurança, veja só, corre pros braços daqueles que um dia a gente tanto desprezou.

Onde é que D. Pedro estava com a cabeça quando veio com esse papo de Independência ou Morte? De que adianta ter Independência se não tem dinheiro, casa, comida e roupa lavada? Como assim “ou Morte”, se na primeira crise, a primeira coisa que Seu Pedro fez foi fugir para o colo do próprio pai também? Ele não teve pena do filho dele, não? Largar o moleque aqui pra governar um país inteiro com 14 anos depois do período de regência? Sério, Pedrinho estava na época de colocar tachinha na cadeira do professor, brincar de queimado, jogar bola de gude, sei lá!

D. Pedro II era tipo Riquinho só que mandava num país inteiro
E não tinha Mc Donald’s em casa.

Para quê essa gente insiste tanto em diminuir a maioridade nesse país? Será que só porque Pedrinho assumiu a responsabilidade de comandar um país inteiro faz sentido declarar a independência de jovens, obviamente dependentes, cada vez mais cedo? Será que realmente vai fazer alguma diferença?

É claro que ser independente tem suas vantagens. Mas, sinceramente, é tanta preocupação que às vezes que dá a maior vontade de ser colônia de novo.


12 comentários:

  1. Desde 2002 a maioridade é aos 18 anos. Antes disso, maioridade civil era aos 21 e a maioridade penal aos 18. Mas isso não existe mais.... há dez anos :s

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    1. 2002, hm, faz sentido! Novo Código Civil, né? Annie sempre prestando consultoria jurídica aqui no Inútil! Obrigada e Deus lhe pague, rs!

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  2. Já pensei muito em Independência ou Morte (Até em fazer um post sobre isso) e, nesse caso, eu optaria pela morte, porque essa falsa independência é uma bobagem. Já faz tempo que quero uma casa só pra mim mas... COMO? Não sei cozinhar, limpar, lavar e uma série de outras coisas importantes (tenho que aprender). E se agora, que tenho tudo isso feito por outras pessoas, não tenho tempo, fazendo tudo isso terei menos ainda. Ou posso pagar alguém. Mas aí é menos dinheiro e mais dependência. Enfim.

    Não vale a pena agora. E sou igual a você na relação de confiança em casa. Talvez minha mãe até torça pra eu fazer alguma besteira de vez em quando (Brincadeira).

    Acho que a maior independência é ter um dinheiro SEU, que você pode gastar com o que quiser. Sinto esse "poder" do dinheiro mesmo morando na casa da minha mãe, comendo a comida dela (que eu que compro, aliás) e vestindo as roupas que ela lava (Na máquina de lavar que eu comprei, usando o sabão que eu comprei. Obviamente, também comprei as roupas). Me sinto bem :-)

    PS: Acho que nunca vou tirar carteira de motorista. Como faço? rs

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    1. Felipe, a ideia de fazer esse post já existe há uns dois ou três anos. Talvez exista até antes mesmo do blog existir. Mas só agora é que conseguir colocar "o plano em ação", rs!

      Às vezes tenho vontade de morar sozinha só pra ficar mais perto do trabalho, mas também chego a conclusão de que ia dar muito mais trabalho e eu provavelmente ia morrer de fome. Aliás, também iria me sentir muito sozinha à noite. E aí se inventasse de ir morar com alguma colega (hipoteticamente), sei que não ia prestar porque uma coisa é você ser amigo da pessoa, outra é aturar todas as manias dela o dia inteiro. E digo isso não só em relação a ela, mas também em relação a mim.

      O engraçado disso de ganhar o seu próprio dinheiro é que eu achei que, por sempre ter tudo o que quis, não ia ficar "dependente de ter a minha própria renda" (olha só a ironia: a dependência da independência!). Mas depois que a gente começa a receber, mesmo não gastando com muita coisa, realmente não consegue imaginar como era possível essa vida de pedir dinheiro pro pai! rs

      Também ainda não tenho carteira de motorista. Mas estou querendo muito tirar. O negócio é que agora eu não tenho tempo mesmo. Vai ficar pras próximas férias. Como você faz? Procura uma auto-escola, ué! :P

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  3. Acho que todas as gerações vão sofrer com isso: Quero ser "independente" logo e depois quer voltar a ser criança porque percebe que o mundo é mau e que só desse o cacetete na gente.
    O problema: é que não dá pra voltar atrás e o troço só vai pra frente.

    Bom, e como você também não dei (muito) trabalho pros meus pais e comecei a "trabalhar" ainda na adolescência (aula de reforço na vizinhança. Tem gente me devendo até hoooje!).

    PS: Felipe, seu bobo, tirar carteira de motorista traz uma independênciaaaa. Bom mesmo quando o carro é seu porque se você dividir com os irmãos, tsc tsc, briga, briga!
    Talvez seja a sensação de ter seu próprio dinheiro, mesmo assim o dinheiro não é suficiente pra pagar as contas e morar sozinho.

    E cá entre nós, morar sozinho parecia muito legal quando eu era adolescente, mas agora que moro "sozinha", pô, é um saco ter que ficar lembrando o que tá faltando na geladeira, limpar casa, jogar lixo fora, e consertar as coisas na casa. Um saco!!!

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    1. Aline, como eu disse, nem fui dessas de fazer questão de dar o grito de independência. Sempre tive vontade de falar com essas pessoas que reclamam da falta dela: "Deixa de ser besta! Aproveita seu pai e sua mãe enquanto você tem! Um dia você vai ver como é que vc tinha vida boa e não sabia!". Imagino como deve ser complicado pra vc que além de morar sozinha, ainda mora em outro país! Sobre esse negócio de cozinhar e consertar as coisas na casa, hoje me peguei pensando em como nossa geração é um zero à esquerda em tarefas domésticas. As meninas não sabem cozinhar, passar, lavar... E os meninos não sabem nem o que é uma chave de fenda. A gente não vai conseguir a independência nunca desse jeito, rs!

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  4. Sinceramente, acho que esse lance de maioridade é muito relativo. Claro, a maioridade civil é indiscutível, aos 18 anos desde o Novo Código Civil (2002), mas a maioridade subjetiva, prática, é outra história. Por exemplo, eu tenho 22 anos, mas se a minha mãe falar que não vou fazer tal coisa, eu não faço mesmo. E não é por questões financeiras e sim por ter crescido ouvindo "Enquanto viver sob o meu teto blá blá blá", que tantos pais falam rs.
    Pra mim, ser adulto é quando você tem a total independência da sua vida mesmo. Mora na sua casa, paga todas as contas, decide tudo, arruma, faz comida, etc. Isso dá muito trabalho... Se for parar pra pensar, é a maior coisa de adulto mesmo rs. Tem uma menina na minha sala que tem 20 anos, mas faz isso tudo que eu falei e não recebe ajuda financeira de ninguém, porque é de família pobre, veio fazer faculdade e teve que se virar nos 30! Muito admirável isso, uma atitude muito adulta.
    Eu me acho muito dependente (emocionalmente) da minha mãe e sei que em uma determinada hora vou ter que me tornar adulta de verdade e sei que será muito difícil. Mas ainda falta um pouco rs.
    E quanto à discussão de diminuir a maioridade, é uma questão mais penal do que outras coisas; em resumo, é pra permitir que pessoas de x idade (menor que 18) respondam como adultos pelos crimes que cometerem. Eu não concordo. Claro que vários menores são até mesmo usados para cometer crimes, uma vez que são inimputáveis, mas na minha opinião esse problema não se resolve colocando pessoas cada vez mais novas na prisão, pois, como se sabe, o sistema carcerário brasileiro não recupera ninguém. Bom, isso já é outra discussão, né? Rs

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    1. Roberta, quase tirei essa parte da redução da maioridade do texto, mas acabei deixando só pra ver se aparecia alguém pra comentar e porque achei interessante a comparação com o fato de que a gente já teve um ADOLESCENTE dirigindo o país!!!!
      (Sabe-se lá o nível de autonomia do imperador nessa época, mas a história nos diz que, para todos os efeitos, quem mandava era ele).

      Sei que a discussão é mais no campo penal do que no civil e também acho que não vai adiantar coisa nenhuma abaixá-la de 18 para 16. Por mais que existam menores que cometam crimes, cadeia só vai piorar a situação. Estava vendo uma reportagem na TV esses dias que a redução da maioridade penal é tudo o que o tráfico quer. Porque os meninos entrariam na cadeia, eventualmente sairiam em alguns anos e quando saíssem, iriam direto para os cargos de comando da organização criminosa, afinal, quem mais iria acolhê-los na sociedade?

      Também me acho muito dependente da minha da família. Estou virando concurseira e vejo gente animada pra prestar concurso para outras cidades, outros estados... Mas não consigo me imaginar longe deles. Pelo menos ainda. Também admiro essa gente que passa por cima dos medos e vai atrás do sonho. E cada um tem sua própria história e seus próprios motivos para sair de casa também.

      Mas, uma das motivações para escrever o texto foi perceber como é engraçado que mesmo a gente sendo muito dependentes ainda dos pais, o mundo já nos enxerga como independentes, sabe? De certa forma, é claro que já somos um pouco! Afinal, a gente tem que resolver nossos próprios problemas e não pode simplesmente pedir pra mãe ir reclamar na escola, entendeu? Mas, basta colocar os pés em casa que viramos os "filhinhos da mamãe" (para o bem e para o mal, rs). E de certa forma, isso é até bom porque ser adulto o tempo inteiro é um saco. E também, mesmo com toda a independência do mundo, ainda bem que a gente tem eles para chorar feito criança quando a gente precisa.

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  5. Quando completei 18 anos, minha vida inteira mudou... Só que não. Ser "de maior", até agora, é igualzinho a ser "de menor". Estudo, não trabalho, não preciso pagar contas, não tirei carteira de motorista (e tenho medo de nunca criar coragem pra tirar) e posso pedir auxílio dos meus pais pra resolver quase todos os meus problemas. Me identifiquei com o que você falou sobre você e a sua família - somos assim aqui também.

    Vontade de sair de casa acho que todo mundo tem de vez em quando, né? Eu "brigo" muito com meu pai, porque ambos somos muitos teimosos - na verdade somos parecidos demais -, e se tem uma pessoa com quem eu discuto e pra quem gosto de afirmar minhas opiniões, é ele. Mas mesmo com isso acho que ainda estou bem aqui. Não é nem só o fato de eu ser dependente financeiramente, mas também de simplesmente gostar de morar com meus pais. E, exatamente, ser independente dá tanto trabalho! Tem dias que tudo o que eu queria era o conforto de ganhar um carona pra chegar às 7:30 na faculdade - e isso nem é algo muito significativo.

    O dia que eu sair de casa, quero que seja de um jeito bom. Quero me sentir segura e saber que eu posso realmente lidar com tudo o que vou precisar lidar - porque daí, vai ser uma experiência positiva (que é como eu acho que deve ser).

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  6. Realmente, a ideia de independência parece muito atrativa, até o momento em que temos que lavar nossa roupar, fazer nossa comida e coisas do tipo!A maturidade nada tem a ver com o um número no RG, não é algo tangível,"a partir deste momento vc é maduro o suficiente para ser independente", até escrevi sobre isso.Quando puder dá uma passada no meu blog

    http://normalzero.blogspot.com.br/

    Adorei a postagem!!

    Bjs :-D

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  7. Acho que meu processo de independência começou aos 13 anos, quando eu bati o pé que queria fazer a prova do cursinho, sendo que a gente ia pro sítio de um amigo do meu pai no mesmo fim de semana. Aquele momento foi muito decisivo na minha vida, eu não faço a menor ideia de como estaria hoje se não tivesse feito aquela prova. Meu primeiro salário veio no mesmo mês em que fiz 18, mas eu sempre odiei não ter dinheiro, então, desde criança dava um jeitinho. Comecei comprando o lanche de 25 centavos quando minha mãe me mandava comprar o de 30 - e, no final do mês, tinha o suficiente pra alguns metros de elástico. Depois entrei num curso de bordado, enjoei, fiz curso de bijuteria, enjoei também, e passei a vender Avon até terminar o técnico e conseguir estágio.

    Meu próximo passo é morar sozinha e não vejo a hora de chegar. Chega uma hora em que a gente já não se sente mais em casa quando mora com os pais. A minha chegou há uns dois anos. Mesmo sendo grande, a casa ficou pequena e eu me irrito cada vez mais com coisas idiotas que os outros fazem. É hora de juntar dinheiro e tomar meu rumo. Não tenho a menor vontade de voltar a ser colônia, o império já está difícil. E, bom, mais cedo ou mais tarde, a gente tem que proclamar a república.

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    1. Sei que estou atrasada pra responder, mas posso dizer que foi esse foi um dos comentários mais legais que o Inútil já recebeu em todos os tempos?

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