Dia 26 de Agosto de 2012
Tem gente que não gosta do Centro da cidade (no meu caso, o Centro do Rio). Acha que é muita bagunça, muita gente aglomerada, uma correria geral. Eu não. Gosto do Centro exatamente por causa disso tudo aí.
Ele é muito democrático, e tem gente de tudo quanto é jeito. Gente rica, gente pobre, gente alta, baixa, gorda, magra, preta, branca... Todo mundo se encontra no Centro. É uma área essencialmente comercial que não “pertence a ninguém”, mas que durante o dia é compartilhada por todos, sem frescuragem.
O Centro está sempre fervilhando, com gente andando de um lado para o outro e eu gosto disso. Gosto de poder resolver tudo o que eu quiser andando apenas alguns quarteirões. De encontrar praticamente tudo (TUDO mesmo!) que eu quiser e a um preço mais barato. Gosto dos vendedores fazendo graça na Uruguaiana. Dos protestos da Cinelândia. Da diversidade da Carioca. Da largura da Presidente Vargas. Gosto de ter a sensação de estar no meio de onde tudo acontece, no centro de tudo. No Centro.
Ao contrário de muita gente, e, como praticamente todo carioca, eu adoro sol. Confesso que tem anos que não vou à praia, mas sou dessas que se deixa influenciar pelo humor do astro-rei. Quando o dia está nublado, assim também fica o meu espírito. Mas se estiver ensolarado, por mais raiva que eu queira ter do resto do mundo, não consigo e um tipo de alegria sem sentido invade o meu coração. Por isso, do mesmo jeito que não consigo me imaginar morando numa cidadezinha do interior, acho que não seria feliz vivendo em um lugar em que não fizesse sol o ano todo. Além de ficar resfriada com muita facilidade, o psicológico também não iria se adaptar a grandes quantidades de frio e chuva durante muito tempo.
Antes que você me chame de maluca, existem estudos que dizem que os países em que faz mais frio lideram os índices de suicídio. (Só por curiosidade, eles também lideram os quadros de educação, e acredite, isso também está relacionado com a ausência de sol do lado de fora. Aliás, essa foi a ideia principal para o desenvolvimento de Hora do Recreio – O Filme, a versão longa-metragem, mas ainda em animação, desse desenho bacanudo que marcou a minha infância. Aliás, fica a dica, o filme é MUITO LEGAL!)
Gosto especialmente do Centro e do Sol quando eles se combinam à tarde, no horário das 15h-16h. É nesse horário que o Sol já dá uma trégua e começa a se encaminhar para seu leito à oeste (ou seria a leste?). As próprias pessoas dão uma pausa para o café ou começam a contar o tempo para as 18h.
E depois de ontem, posso dizer que gosto especialmente do Centro e do Sol quando eles se combinam à tarde, no horário das 15h-16h de um sábado.
A tarde estava linda. O sol brilhando. Eu ia ter que ficar esperando até às 16h pela próxima aula do cursinho e achei um desperdício ficar trancafiada numa sala estudando, ou tendo que aturar gente me neurotizando sobre o quanto eu devo estudar mais. Na maioria dos dias, quando esse tempo da tarde fica livre, eu até fico lá estudando mesmo. Mas não ontem. Havia trabalhado demais no último mês. Não sabia mais o que era um fim de semana livre há um tempo razoável...
Por isso resolvi curtir o dia. Tirar a tarde para mim. Não fazer absolutamente nada pro mundo. Como há muito tempo eu não fazia.
Tomei um picolé depois do almoço e bati perna a tarde inteira. A cidade não estava morta, vazia. O movimento até que era razoável. São Paulo pode ser a cidade que nunca dorme. Mas o Rio faz questão de relaxar. E foi isso que eu vi. Ao invés dos funcionários de roupa social, estavam lá turistas tirando foto, gente exótica, esquisita, de chinelo, que ao contrário do resto das outras pessoas, parece só visitar o Centro no fim de semana por conta de alguma atividade especial. (Experimente observar o metrô no fim de semana. Nem parece a mesma cidade. Difícil encontrar alguém normal por ali). Um Rio relaxado, sem correria. As pessoas sem pressa. A cidade meio preguiçosa. Andando sim, mas a passos de formiga e quase sem vontade.
O próprio sol também estava meio preguiçoso. Brilhava sim. Lindamente. Como uma bela tarde de sábado no Rio deve ser. Mas até ele parecia sem vontade de queimar nossa pele. Só estava lá. Quase que curtindo o fim de semana, tanto quanto nós. E os prédios, sempre altos, como todo centro urbano, faziam sombra para que eu passeasse sem derramar uma gota de suor. Maravilhas da cidade grande.
E aí eu turistei a Biblioteca Nacional e, entre outras coisas, descobri que a Capricho nos seus primórdios era para maiores de 18 (ó ironia), e vi todos os Mc Donald’s com bolas na entrada porque era o McDia Feliz (fiquei até emocionada quando vi que na Uruguaiana estavam rolando umas “atrações” e promoções esquisitas que há muito eu não via) e entrei em todas as lojas de departamento, experimentei um monte de roupas e não levei nada, mas descobri que as sapatilhas da Moleca são os calçados mais cristãos desse mundo (essas eu ainda vou comprar).
Precisava de um tempo assim em que as horas não tivessem pressa para passar, e ninguém para me dizer o que fazer, e o resto do mundo parecesse desacelerar tanto quanto eu.
Quando deu a hora, eventualmente, eu voltei pro curso, cheia de sede. Como boa carioca que sou, acho que para a tarde ficar melhor, só podia ter rolado uma água de coco bem gelada.
Minha irmã já tinha me indicado o vídeo, mas só agora pude conferir. A música é muito boa e acho que combina com o post. [Se você gostou da música mesmo, tem ela inteira aqui. Olha, se passa um comercial de cervejas desses aqui no Brasil, eu começo até a beber... ]
Tem gente que não gosta do Centro da cidade (no meu caso, o Centro do Rio). Acha que é muita bagunça, muita gente aglomerada, uma correria geral. Eu não. Gosto do Centro exatamente por causa disso tudo aí.
Ele é muito democrático, e tem gente de tudo quanto é jeito. Gente rica, gente pobre, gente alta, baixa, gorda, magra, preta, branca... Todo mundo se encontra no Centro. É uma área essencialmente comercial que não “pertence a ninguém”, mas que durante o dia é compartilhada por todos, sem frescuragem.
O Centro está sempre fervilhando, com gente andando de um lado para o outro e eu gosto disso. Gosto de poder resolver tudo o que eu quiser andando apenas alguns quarteirões. De encontrar praticamente tudo (TUDO mesmo!) que eu quiser e a um preço mais barato. Gosto dos vendedores fazendo graça na Uruguaiana. Dos protestos da Cinelândia. Da diversidade da Carioca. Da largura da Presidente Vargas. Gosto de ter a sensação de estar no meio de onde tudo acontece, no centro de tudo. No Centro.
Ao contrário de muita gente, e, como praticamente todo carioca, eu adoro sol. Confesso que tem anos que não vou à praia, mas sou dessas que se deixa influenciar pelo humor do astro-rei. Quando o dia está nublado, assim também fica o meu espírito. Mas se estiver ensolarado, por mais raiva que eu queira ter do resto do mundo, não consigo e um tipo de alegria sem sentido invade o meu coração. Por isso, do mesmo jeito que não consigo me imaginar morando numa cidadezinha do interior, acho que não seria feliz vivendo em um lugar em que não fizesse sol o ano todo. Além de ficar resfriada com muita facilidade, o psicológico também não iria se adaptar a grandes quantidades de frio e chuva durante muito tempo.
Antes que você me chame de maluca, existem estudos que dizem que os países em que faz mais frio lideram os índices de suicídio. (Só por curiosidade, eles também lideram os quadros de educação, e acredite, isso também está relacionado com a ausência de sol do lado de fora. Aliás, essa foi a ideia principal para o desenvolvimento de Hora do Recreio – O Filme, a versão longa-metragem, mas ainda em animação, desse desenho bacanudo que marcou a minha infância. Aliás, fica a dica, o filme é MUITO LEGAL!)
Gosto especialmente do Centro e do Sol quando eles se combinam à tarde, no horário das 15h-16h. É nesse horário que o Sol já dá uma trégua e começa a se encaminhar para seu leito à oeste (ou seria a leste?). As próprias pessoas dão uma pausa para o café ou começam a contar o tempo para as 18h.
E depois de ontem, posso dizer que gosto especialmente do Centro e do Sol quando eles se combinam à tarde, no horário das 15h-16h de um sábado.
A tarde estava linda. O sol brilhando. Eu ia ter que ficar esperando até às 16h pela próxima aula do cursinho e achei um desperdício ficar trancafiada numa sala estudando, ou tendo que aturar gente me neurotizando sobre o quanto eu devo estudar mais. Na maioria dos dias, quando esse tempo da tarde fica livre, eu até fico lá estudando mesmo. Mas não ontem. Havia trabalhado demais no último mês. Não sabia mais o que era um fim de semana livre há um tempo razoável...
Por isso resolvi curtir o dia. Tirar a tarde para mim. Não fazer absolutamente nada pro mundo. Como há muito tempo eu não fazia.
Tomei um picolé depois do almoço e bati perna a tarde inteira. A cidade não estava morta, vazia. O movimento até que era razoável. São Paulo pode ser a cidade que nunca dorme. Mas o Rio faz questão de relaxar. E foi isso que eu vi. Ao invés dos funcionários de roupa social, estavam lá turistas tirando foto, gente exótica, esquisita, de chinelo, que ao contrário do resto das outras pessoas, parece só visitar o Centro no fim de semana por conta de alguma atividade especial. (Experimente observar o metrô no fim de semana. Nem parece a mesma cidade. Difícil encontrar alguém normal por ali). Um Rio relaxado, sem correria. As pessoas sem pressa. A cidade meio preguiçosa. Andando sim, mas a passos de formiga e quase sem vontade.
O próprio sol também estava meio preguiçoso. Brilhava sim. Lindamente. Como uma bela tarde de sábado no Rio deve ser. Mas até ele parecia sem vontade de queimar nossa pele. Só estava lá. Quase que curtindo o fim de semana, tanto quanto nós. E os prédios, sempre altos, como todo centro urbano, faziam sombra para que eu passeasse sem derramar uma gota de suor. Maravilhas da cidade grande.
E aí eu turistei a Biblioteca Nacional e, entre outras coisas, descobri que a Capricho nos seus primórdios era para maiores de 18 (ó ironia), e vi todos os Mc Donald’s com bolas na entrada porque era o McDia Feliz (fiquei até emocionada quando vi que na Uruguaiana estavam rolando umas “atrações” e promoções esquisitas que há muito eu não via) e entrei em todas as lojas de departamento, experimentei um monte de roupas e não levei nada, mas descobri que as sapatilhas da Moleca são os calçados mais cristãos desse mundo (essas eu ainda vou comprar).
Precisava de um tempo assim em que as horas não tivessem pressa para passar, e ninguém para me dizer o que fazer, e o resto do mundo parecesse desacelerar tanto quanto eu.
Quando deu a hora, eventualmente, eu voltei pro curso, cheia de sede. Como boa carioca que sou, acho que para a tarde ficar melhor, só podia ter rolado uma água de coco bem gelada.
Minha irmã já tinha me indicado o vídeo, mas só agora pude conferir. A música é muito boa e acho que combina com o post. [Se você gostou da música mesmo, tem ela inteira aqui. Olha, se passa um comercial de cervejas desses aqui no Brasil, eu começo até a beber... ]
quem não gosta de sol bom sujeito não é! =p
ResponderExcluirseu texto me lembrou de uma situação que vivi no Centro. Eu tinha passado uma semana em Curitiba, cidade linda mas na qual me senti uma alienígena. não alimento essas comparações entres cidades e estados. cada um é legal a seu modo. Mas eu não consegui me identificar com Curitiba de jeito nenhum.
Bem, eu cheguei da viagem num dia e no outro marquei com um amigo, num barzinho da Lapa, à tarde. Antes de ir pro bar, eu passei na Rio Branco. Aí de repente, enquanto esperava o sinal abrir, olhei pra cima, pros lados, e me senti tão absurdamente integrada àquele lugar, me senti tão em casa. Depois fui comer empada e a felicidade só aumentou! =p
Já "turistei" mais pelo Centro, quando aquela região fazia parte do caminho pro trabalho e pra faculdade.
ah, eu não gosto da largura da Presidente Vargas. Nunca conisgo atravessá-la de uma vez!
Eu também gosto do centro. Quando eu trabalhava meio período, gostava de ir caminhando até lá, passando nas lojas e shoppings pra ver as coisas, mesmo sem dinheiro pra comprar nada. Pena que agora eu nunca tenho tempo pra fazer isso mais. Aqui o povo parece que dorme o fim de semana inteiro, então lugar nenhum tem movimento entre a manhã de sábado e a segunda-feira.
ResponderExcluirAh, e também amo dias ensolarados! Só por isso que eu gosto do inverno de BH. Posso morrer com o vento cortante, mas o azul do céu me deixa mais feliz. E também por isso que eu amo o horário de verão. Delícia sair do trabalho "cedo" e ver o sol se por no caminho de casa. Não dá, por mais estressada que eu seja, pra ficar de mau-humor.
Hoje faz um ano que eu viajei pra Bienal e tô toda nostálgica desde ontem. Esse post só veio pra piorar as coisas. Ô vontade de curtir esse solzinho aí, nessa cidade com cheiro de mar pra todo lado (vocês nem devem sentir, né? Mas o ar é totalmente diferente daqui).
Eu até gosto de sol. Quando não está escaldante. E gosto do centro de SP, mas prefiro a Av. Paulista.
ResponderExcluirAqui em SP o tempo é meio maluco, então é comum termos no mesmo dia um lindo céu azul, um céu nublado e turbulento, chuva, neblina... Eu gosto dos dias meio frios, de céu cinza. Não afetam muito meu humor, nem nada do tipo, mas me fazem sentir em SP. Quando está calor demais não parece a minha cidade.
Agora, para relaxar por aqui, desço para a Paulista (onde eu trabalho) e ando, ando, ando, olho as lojas, vejo as luzes, vejo os doidinhos pregando o fim do mundo no Vão do Masp, essas coisas. Me sinto muito paulistana andando pela Avenida Paulista e gosto muito também.
=)
- Ah, e se eu morasse na praia jamais ficaria anos sem dar um mergulho. Adoro água - mas pode ser que eu curta uma praia só porque não tenho uma disponível a qualquer momento. Vai saber.