Outro dia estava assistindo o Esporte Espetacular, era uma reportagem do Galvão relembrando o ouro do César Cielo. E o Cesão assistia a sua prova narrada pelo Galvão, e se emocionava. E sem querer, eu me peguei chorando junto com o Cielo.
É muito legal pensar nos atletas olímpicos como
super-heróis. É bacana ver um Michael Phelps, um Usain Bolt, esses caras
realmente sobrenaturais que fazem tudo parecer fácil. Mas, na maior parte das
vezes, a jornada até ali não foi nada fácil.
E o Cesão sempre falou muito sobre isso. Sobre esforço,
foco, dor e abdicação. Os resultados extraordinários não são à toa. E é por
isso que ele chora toda vez que vê.
Como eu estou muito olímpica, assisti também a série documental
do Sportv sobre As Bicampeãs olímpicas do vôlei feminino. Primeiramente, se
você não assistiu, por favor, veja. Uma série com qualidade incrível que traz
curiosidades sobre aquela geração vitoriosa, mas também sobre a construção do
esporte desde Barcelona 92 e o estigma de “amarelonas” que elas enfrentaram
durante muitos anos até o momento da glória. E além de vibrar novamente com a
vitória das meninas, também me peguei emocionada com aquela história de
superação, união, tristezas e sorrisos. É a jornada do herói com todos os seus
elementos.
No caso das meninas, mais do que atletas individuais de alto
rendimento, a vitória só veio porque elas eram um time de alta performance. Um
time que, assim como o Cesão, também abdicou de muitas coisas. Também suou,
sangrou e sentiu dor. Mas que tinha um próposito e acreditou que, não só era
possível, como valia a pena. É claro que nada disso foi fácil. Mas, dava pra
ver ali também que aquelas meninas tinham uma cumplicidade que só quem estava
ali vivendo aquelas emoções conseguem entender.
Mas gatilho também é uma coisa engraçada, porque mesmo eu
não sendo atleta olímpica, nem nada, eu acho que eu meio que entendo o que
esses atletas estão querendo dizer. Por isso essas entrevistas têm mexido tanto
comigo.
Porque eu sei o que é abdicar de coisas por um propósito
maior. E depois de chegar no topo, eu sei o que é olhar pra trás e lembrar do
sofrimento, quase sem acreditar que foi capaz de superar e sobreviver a tudo
aquilo pra chegar até ali.
Eu também sei o que é sofrer e não conseguir. Eu também
entendo o choro da derrota. O sentimento de que toda aquela dor não serviu de
nada.
E também sei que muitas vezes só quem vai te dar forças é o
restante de um grupo que também está remando junto com você, mesmo que o seu
esporte não seja remo.
E eu entendo tudo, tudo, tudo isso. Porque eu já chorei em
todas essas situações. E é por isso que eu choro junto com eles toda vez que
vejo um atleta emocionado.
As medalhas não são à toa e os atletas não são super-heróis.
E mesmo se fossem, parece absurdo, mas é preciso lembrar que, como já cantava
Junior Lima, os heróis também podem sangrar e chorar.
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