domingo, 27 de março de 2011

Annemaniacs - parte 1

Você que já acompanha este blog há algum tempo deve saber que a blogueira em questão é meio completamente viciada, apaixonada, fissurada pela atriz americana Anne Hathaway, que não por acaso interpretou a Mia na versão cinematográfica nada fiel de O Diário da Princesa (outra paixão da blogueira) – Anne chegou até a fazer a voz dos 3 primeiros audiobooks em inglês – e que por acaso apresentou a cerimônia do Oscar desse ano.

E se você não for meio completamente alienado, também deve saber que a mesma passou a última semana no Rio divulgando a animação de mesmo nome na qual ela dubla uma arara azul em extinção nativa da Cidade Maravilhosa.

A essa altura do campeonato, você, leitor esperto, já juntou dois e dois e percebeu que a mente da blogueira entrou em parafuso quando calculou que duas das coisas que ela mais gosta na vida (A Anne e o Rio) iriam se juntar. Ela sabia que essa era uma oportunidade única na vida e também sabia que quando isso acontecesse, ela estaria lá para ver. Mas nunca imaginou que a combinação Anne + Rio seria tão boa.

Bom, acho que a partir de agora, é melhor eu começar do começo.

Pois é, a Anne é “a garota que faz a Mia”. E foi por isso mesmo que desde 2004 (época em que viciei a Jami no Diário e em que chegou a banda larga aqui em casa), um pouquinho antes do lançamento de DP2, a gente começou a acompanhar a sua carreira. Mas não demorou muito pra gente se “aprofundar mais no assunto” e perceber que a própria Anne por si só já era um personagem interessante, o qual valia a pena ler e assistir, porque a menina, além de talentosa, é dona de uma simpatia incrível, de um senso de humor certeiro e tem um sorriso tão gostoso que dá vontade de ser feliz.

Ler as entrevistas, assistir aos programas, ver os filmes, apreciar as fotos sempre nos fazia cair na risada. Anne Hathaway nos divertia (e diverte). E é por isso a gente gosta tanto dela.

Em alguns meses, inconscientemente (ou conscientemente, sei lá) eu e Jamille já estávamos “craques” em Anne. A gente já tinha teorias conspiratórias e tudo. Mas, acontece que a gente nunca foi muito legal das ideias. Porque se tem gente que não suporta que zoem aquilo que de gosta, nós mesmas sempre demos um jeito de brincar até com as noticias que não tinham graça.

E de lá pra cá, a gente vem colecionando um monte de histórias e de piadas internas envolvendo a nossa atriz favorita. Os aniversários, as traduções, as buscas na internet, a história do Hospital da Posse, os planos de plantão no Central Park, as legendas para as fotos, o Adriana Awards, o fake do Raffa, a teoria do casaco arrematado por ele com o troco que ele ia dar pro manobrista, a 1ª vez que a Anne apareceu no JN (na parte policial do jornal, por conta de seu ex-namorado ladrão), as teorias, a história de perguntar “Você não é a garota que faz a Mia?” só pra irritá-la (definitivamente a gente não é normal. Mas é claro que a gente não ia fazer isso), a imitação da foto do gengibre, etc, etc, etc.

Eu não lembro muito bem da data que foi divulgado que a Anne ia dublar o Rio. Só sei que achei a notícia legal, que me passou pela cabeça que eles poderiam fazer alguma coisa por aqui e que achei engraçado o Rodrigo Santoro estar escalado no elenco também (Jesse Einsenberg nem foi mencionado na época) porque meses antes tinha inventado uma teoria de que a Anne tinha que ficar com ele, pra poder ficar vindo pra cá sempre (hehe). (Já a minha irmã discordou. Ela acha que o Rodrigo Santoro tinha que ficar é com ela, porque ele fez o Xerxes em 300, e ela se chama Esther, e a Esther da Bíblia casou com ele, então...)

Mas enfim, Anne vindo ao Brasil era algo absolutamente platônico. A gente preferia focar no plano do Central Park (que também era igualmente platônico e a maior zoação da nossa parte, aliás).

Só que aí chegou fevereiro de 2011 e saiu a notícia de que o elenco iria divulgar o filme Rio no Rio no mês seguinte. Quando a Jamille viu, a primeira coisa que ela fez foi me ligar (como sempre). Eu nem estava muito animada, afinal de contas, sabe-se lá onde ia ser a premiere e se fosse na Barra a gente estava ferrada tanto pelo tumulto causado, tanto pela dificuldade de voltar pra casa. A gente precisava se preparar. A gente não sabia se ia dar pra ir. Se isso fosse há uns 5, 6 anos, estaríamos menos despreocupadas. Agora, a responsabilidade chamava um pouco mais alto.

Mesmo assim, só de pensar que ao invés de gastar R$ 2400 na passagem para NY, a gente poderia ver a Anne por apenas R$ 2,40 (mil vezes mais barato), com um bilhete único carioquinha*, era algo que deixava a gente meio atônita.
*A Esther diz que o que os governantes deviam fazer mesmo era um bilhete único com integração aérea também. Você pegava o ônibus, e depois era só passar o cartão lá no aeroporto pra embarcar de novo, rs! Imagina só Rio-NY por apenas 2,40! Hahaha!

Tentei mandar email pra Fox pra descobrir quando e onde ia ser o negócio, mas me ignoraram completamente. O “quando” até que foi logo divulgado (eles iam chegar dia 20 de março, a premiere ia ser dia 22), agora o “onde” a gente ficou sabendo a 5 dias do evento. Cinépolis Lagoon, 20h, lá na Gávea. Lugar tranqüilo, horário ingrato e perfeito pra não ter confusão nenhuma. Além do mais, a minha faculdade ainda estava se acostumando a voltar às aulas, a Jamille não tinha nenhum trabalho pra entregar e a gente conseguiu de se “hospedar” na casa de uma amiga da Jami lá por perto. Estava tudo no esquema.

O pessoal da comunidade do Orkut estava animado. Tinha gente querendo até ir pra porta do Copacabana Palace no domingo (acabou que eles nem ficaram no Palace). Eu e Jamille concordamos que não iríamos de jeito nenhum fazer uma coisa dessas. “É muito mico, é muito arriscado, eu jurei que nunca na minha vida faria isso! Isso é coisa de gente doida e desocupada” – dizíamos nós. E eu tinha um aniversário de 1 ano pra ir e a gente ia vê-los na terça-feira, de qualquer forma. Não havia motivos para estresse.

Na segunda-feira, eu acordei meio de mau-humor, chateada com umas coisas, fui pra faculdade sem a menor vontade. Mas quando eu cheguei ao estágio e vi a foto da Anne desembarcando no Ego com aquele sorriso... ah, aí eu sorri também. Fiquei feliz de verdade. Sério, essa mulher tem um sorriso que ilumina os lugares! E foi aí que eu me dei conta de que a Anne estava ali do lado. E que no outro dia eu ia vê-la passar de pertinho. Senti um orgulho danado de ser carioca. Não porque o Rio iria conhecer a Anne, mas porque a Anne ia conhecer o Rio (desculpaê, você que não é do Rio, mas a nossa cidade é mara demais!). Aí eu me animei de verdade. 22 de março de 2011 ia ser O dia.

Jamille: Olha, o carinha está segurando uma plaquinha com o nome dela!
Eu: A gente tinha que ter ido lá com uma dessas e trazido ela pra casa. Hahaha!

A terça-feira chegou e a Jami me ligou dizendo que o negócio ia encher porque tinha uma menina lá na comunidade dizendo que iria chegar 16:40. Eu falei pra ela se acalmar, que não ia ter praticamente ninguém lá. Tudo estava correndo conforme o plano. Consegui sair do estágio na hora planejada, pegamos o metrô e fomos rindo sozinhas bocózonas o caminho inteiro. Teve até um guardinha que ajudou a gente a pegar o ônibus até a Gávea. A única coisa ruim era a chuva, que estava castigando. Ficamos tristes pelo pessoal do elenco que tinha vindo ao Rio e só pegado as famosas águas de março literalmente fechando o verão. A Anne então, branca do jeito que é, mais do que ninguém, merecia pegar uma cor. A minha preocupação era eles cancelarem o negócio por causa da chuva. A Jami já achou que ela podia emprestar o guarda-chuva dela pra Anne (hahahaha!), em troca de um lugar lá no cinema. “Não quero dinheiro, eu só quero entraaaaar”

Quando a gente solta do bus, vemos o Cinépolis com todas aquelas luzes, e adereços do filme e quase damos uns saltinhos de felicidade. Mas a gente devia saber que aquela chuva era um mau sinal (eu tenho pra mim que ao invés de passar uma arara azul por ali, o que tinha passado era um urubu, isso sim. O que faz total sentido, já que a sede do Flamengo ficava ali perto), porque foi só atravessar a rua pra descobrir que o evento era só pra VIPs. Só entrava com convite. Um absurdo! Mas que raio de premiere é essa em que não tem aquela gradezinha feliz em que a galera fica lá?

Mas, já que a gente tinha vindo de longe mesmo, né! (Aí a gente cantou “Você não sabe o quanto eu caminhei, pra chegar até aquiii” – em homenagem ao Toni Garrido que tinha acabado de passar.) Não custava nada esperar o carro entrar, sabe-se lá o que podia acontecer!

E foi ali que a gente conheceu a Patrícia (que revelou ser “a garota das 16:40”), a amiga dela (que, coitada, nem queria ver ninguém famoso, só queria assistir o filme, hehe) e a Elena (que se revelou ser um fake lá da comunidade). Tinha mais gente lá também, mas não muita. No máximo 20. A maior parte pra ver o Jesse Einsenberg (aquele que fez o filme do Facebook), aliás. E, gente, eu já disse que metade da graça dessas coisas são as pessoas. Estava muito engraçado.

Lembra que eu falei que a maioria dos fãs são adolescentes desocupados? Esquece. Só tinha gente na faculdade ali (ainda vale, né!). Mas a parte de eles saberem se divertir e não se levarem a sério é verdade mesmo. Estava hilário!

- Melhores momentos
* Plaquinhas pro Jesse: “Let us in, pleeeease!”
* Plaquinha pra Anne: A-N-N-E, pra quando ela passar ela ver.

* A ideia de fazer uma plaquinha pro Adam, o namorado da Anne que ninguém conhece: A-D-A-M. Ele ia ficar emocionado e COM CERTEZA ia mandar parar o carro pra atender os fãs dele – que não devem existir em lugar nenhum do mundo.
* Todo mundo se lamentando por não estar fazendo jornalismo na faculdade
* Diálogo Patrícia/Amiga dela

Patrícia: Eu falei pra você arrumar um estágio! A culpa é toda sua da gente não ter convite.
Amiga: Mas por que a culpa é minha? Eu faço Administração!
Patrícia: Porque você ia administrar o evento, oras!
(Todos riem)
* Quando chegou um ônibus cheio de repórter gringo e tinha uma jornalista japonesa sem nenhuma noção de moda. Uma bermuda cintura alta coral curtinha, camiseta e um blazer branco de comprimento maior que a bermuda.
* A ideia de tirar uma foto do convite, vetorizar no Photoshop e imprimir um pra cada um de um outro garoto.
* A galera analisando a geografia local para descobrir por qual a entrada que eles iam passar.
* A gente dizendo que ia ligar pra Anne e aí ELA iam mandar a gente entrar.
* A gente viajando dizendo que ela ia vir lá de dentro, abrindo passagem, tipo “Deixa eu falar com os meu fãs, seu seguranças malvados” (hahahahaha), mais ou menos igual naquela cena do DP2 em que toca Breakaway depois.
* Várias ideias mirabolantes para entrar no hotel, inclusive ir vestido de roupa de praia e sair entrando e levar uma mala vazia fingindo que é hóspede.

* A ideia de ter levado uma cópia pirata de Rio pra eles autografarem, como sinal de vingança por não ter deixado a gente entrar. E a ideia de boicotar o filme também.
* A Jami preocupada que ia rasgar o trabalho que ela tinha que entregar no dia seguinte.
* Jamille e Pathy descobrindo que não eram as únicas que tinham comprado o perfume que a Anne fazia propaganda. (Mas elas disseram que compraram porque era bom também. Se a Anne fizesse propaganda do óleo de amêndoas Paixão, elas não iam comprar. Esse último comentário do Paixão fui eu que fiz, rs!)
* Diálogo:

Menina: Oi, vocês são fãs de quem?
A gente: Da Anne.
Menina: Ah, eu vim pra ver o Jesse.
Não-sei-quem: Ah, o grupo do Jesse é ali do outro lado, ó!
Menina: Ah, tá. (com cara de desolada)
Não-sei-quem: Mas se você quiser ficar aqui, pode ficar também!
* Um ciclista que estava passando e ficou um tempão parado só pra ver o que estava acontecendo.
* Ney Latorraca fazendo cooper e sem entender nada do que estava acontecendo.


Conforme o tempo ia passando, a coluna ia indo pro brejo e o cansaço se aproximava. As pessoas nos ônibus tudo olhando pra galera lá fora (ô vergonha!). Um carinha da produção veio conversar com a gente super gente boa falando que estava preocupado com a nossa segurança, porque os carros vinham que vinham e passavam por cima mesmo, que talvez eles abrissem o vidro e tal. O povo estava colaborando. Aí começaram a chegar mais carros, mais carros, e os caras avisaram pro pessoal chegar pra trás porque dali a pouco iria passar o carro do Sério Cabral e que eles não ligavam de atropelar, não sei o quê...

Passaram uns carros muuuuito pretos e todo mundo xingando: “Esse Sérgio Cabral é um safado! Ele não quer se reeleger, não!”. Dali a pouco uma gritaria: “ELES TÃO LÁ DENTRO!”. Todo mundo virou macaco e subiu na grade. Eu fui perguntar pro carinha gente boa e ele falou que eles ainda iam chegar. Alguém com uma câmera semi-pro diz que conseguiu captar eles lá de dentro. Outro alguém diz que tinha visto a foto.

Se ampliar dá pra ver

É isso aí. A Anne passou bem na nossa cara e a gente não viu nem a sombra dentro do carro. Ela ia embora no dia seguinte. O sonho acabou. Tão perto, tão longe. A gente ainda tentou ver alguma coisa lá de longe, mas nem deu (por que eu não levei meus binóculos?). O único que abriu o vidro foi o Carlinhos Brown, crente que a gente estava lá por ele, mandou beijinho e tudo. A Patrícia ainda queria ir pro hotel no mesmo dia, mas a amiga não deixou. Eu também já estava morta e conformada.

É isso aí, a gente sabia do risco. Só não precisava terem mentido assim na cara dura. Se bem que era o trabalho dele, e podiam ter colocado a gente pra dentro, não tinha quase ninguém... Sei lá. De qualquer forma, foi legal. Me diverti com a galera. E na melhor das hipóteses, pelo menos já tinha parado de chover.

Acontece que o sonho até tinha acabado, o que a gente não sabia é que o que estava por vir era muito melhor que pão doce.

4 comentários:

  1. Gente, que história épica! rs
    Ainda teve o Ney La Torraca perdido no meio disso tudo hahaha
    Espero pela Parte 2

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  2. Ah, tô curiosa é pela próxima parte, rsrs. A Anne é muito fofa mesmo *-*

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  3. "Gente, que história épica!" [2]

    Pena que eu já sei o final mas nem por isso vou deixar de me empolgar!

    Ri demais com os comentários nessa muvuca aí que você se meteu. Deve ter sido tenso quando todas as esperanças praticamente acabaram.

    Ontem eu li sobre um curso para aprender a escrever textos pequenos com sucesso e confesso que lembrei de você kkkkkk
    Esse eu dividi em 3 partes pra ler e não pude deixar pra comentar só no fim de semana porque daqui a pouco sai a parte 2.

    PS: Eu ampliei a foto e dá pra ver mesmo rs
    PS2: Nunca gostei do Ney Latorraca
    PS3: Ontem deu DP 1 na Disney e me lembrei dessa aventura aqui.

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  4. caara eu fiquei rindo aqui por lembrar disso tudo!! o dialogo do 'nao sei quem', era EU! hauahuaua
    e quem mandou a menina procurar os fãs do Jesse, foi a Patricia!!!!
    Esse dia foi o tipico 'depois que passa a gente ri', ja que na hora eu fiquei foi muito revoltada com o ' Staff'. A elena estava quase chorado coitada, se eu nao tivesse muito injuriada com o 'Staff' teria sentido mais peninha dela!!
    Aaah cara, esse dia foi memoravel!!!

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