Todo super-herói que se preze, na hora de ir lá e enfrentar os bandidos e acabar com as mazelas da sociedade, trata de assumir a personalidade de seu alter-ego ao colocar aquele figurino caprichado com direito a collant customizado e principalmente máscara.
A fantasia permite que o herói esconda a sua verdadeira identidade e que o vejam como aquela pessoa frágil que geralmente é o herói longe do combate ao crime, separando assim a sua vida “pessoal” da “profissional”.
Como disse no início do mês, comecei no novo trabalho e embora eu não seja super-heroina nem nada, todo dia coloco a minha fantasia de “jovem executiva casual”*, uma vez que por lá jeans e tênis** (basicamente minha combinação de roupa para qualquer coisa) são EXPRESSAMENTE PROIBIDOS.
*Até que o figurino não é tão ruim como eu imaginava e dá pra se sentir confortável com o “uniforme de trabalho” durante o dia. O sapato que eu comprei é molinho e não machuca o pé (mas na ida eu vou de tênis e troco no caminho, porque ele esquenta o pé no frio do amanhecer e tipo assim, eu pego trem, né!). Só a camisa social de manga comprida que é meio sufocante e aprisionadora, mas pode usar blusa de manga curta também.
**Terça passada foi tão legal! Liberaram jeans e tênis porque ia ser final da gincana do treinamento. Todo mundo aproveitou, porque depois disso, NUNCA MAIS!
Não é como se ao vestir a roupa, eu me tornasse outra pessoa totalmente diferente ou me fizesse mais ou menos competente. Eu pessoalmente acho que as pessoas num geral deveriam olhar conteúdo, e não CARA de conteúdo, mas já que o povo faz questão e acha que transmite seriedade e credibilidade e tem uns babacas que vão ficar te olhando torto por causa da sua roupa, quando até parece que eles são tão sérios e compenetrados o tempo todo ou que a máscara de trabalho é que faz um profissional de sucesso, fazer o quê, né? Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Sabe aquela coisa de ser você mesmo e não julgue um livro pela capa e beleza interior é o que importa que a gente cansou de ouvir na infância? Pois é, às vezes dá a impressão de que num ambiente corporativo isso não vale de nada. Pelo menos num primeiro momento. Porque o que tem de livros cheios de verbos no imperativo ensinando você a ser extremamente calculista e esquecer de ser você mesmo não está no gibi.
Mas assim como no trabalho existe a necessidade de se colocar a máscara de profissional sério, já reparou em como a gente tem que vestir diferentes máscaras todo o dia de acordo com a situação?
Porque a máscara está lá também como forma de proteção. E a gente às vezes pra esconder aquela cicatriz que não quer que ninguém veja, seja por vergonha, medo de não ser aceito, ou simplesmente um jeito mais prático e fácil de enfrentar as situações.
Vestir a máscara de felicidade quando se está triste, a da paciência quando na verdade se está com vontade de estrangular o pescoço da pessoa, ou a de bravo para exigir respeito. A de quietinho-come-quieto quando num lugar cheio de gente que você acabou de conhecer, ou até mesmo a de extremamente descolado no meio de gente desconhecida para que as pessoas não reparem a sua infinita timidez.
Sim, tem gente que usa máscara de um jeito nada altruísta porque quando está na sua frente te trata de forma super-gentil, mas basta virar as costas para que as verrugas e narigões apareçam. Mas o uso de diversas máscaras não significa necessariamente uma coisa ruim. Ao contrário, pode indicar, por exemplo, uma pessoa multi-facetada. Porque ninguém se comporta da mesma forma o tempo todo. E muitas vezes as tais máscaras são apenas uma variação do nosso próprio eu. Afinal de contas, quando o Zorro coloca a roupa e a máscara, não deixa de ser Diego Alejandro*.
* Minha irmã já estudou com um menino que chamava Diego Alerrandro. A mãe deve ter quisto fazer uma homenagem ao Zorro, mas o escrivão não colaborou!
E aí, acontece que, assim como qualquer (super-)herói, também caímos nas armadilhas das máscaras de conveniência, porque, exatamente do jeito que a gente queria, cada pessoa passa a nos enxergar de um jeito diferente. E então fica impossível tirar a máscara depois de um certo tempo e a gente tem de administrá-las o tempo inteiro.
E às vezes vestir uma máscara de uma das personalidades é menos cansativo do que passar o dia dando explicações. Mas acontece também que qualquer máscara, fantasia ou maquiagem pesada, quando chega no final do dia, cansa. Elas nos sufocam e aprisionam nosso corpo. E, apesar de necessárias, não tem coisa melhor do que eventualmente se despir de toda essa parafernalha e revelar sua identidade secreta.
A fantasia permite que o herói esconda a sua verdadeira identidade e que o vejam como aquela pessoa frágil que geralmente é o herói longe do combate ao crime, separando assim a sua vida “pessoal” da “profissional”.
Como disse no início do mês, comecei no novo trabalho e embora eu não seja super-heroina nem nada, todo dia coloco a minha fantasia de “jovem executiva casual”*, uma vez que por lá jeans e tênis** (basicamente minha combinação de roupa para qualquer coisa) são EXPRESSAMENTE PROIBIDOS.
*Até que o figurino não é tão ruim como eu imaginava e dá pra se sentir confortável com o “uniforme de trabalho” durante o dia. O sapato que eu comprei é molinho e não machuca o pé (mas na ida eu vou de tênis e troco no caminho, porque ele esquenta o pé no frio do amanhecer e tipo assim, eu pego trem, né!). Só a camisa social de manga comprida que é meio sufocante e aprisionadora, mas pode usar blusa de manga curta também.
**Terça passada foi tão legal! Liberaram jeans e tênis porque ia ser final da gincana do treinamento. Todo mundo aproveitou, porque depois disso, NUNCA MAIS!
Ainda bem que eu não tenho que usar capa e nem calcinha por cima da calça. Aí também já ia ser demais.
Não é como se ao vestir a roupa, eu me tornasse outra pessoa totalmente diferente ou me fizesse mais ou menos competente. Eu pessoalmente acho que as pessoas num geral deveriam olhar conteúdo, e não CARA de conteúdo, mas já que o povo faz questão e acha que transmite seriedade e credibilidade e tem uns babacas que vão ficar te olhando torto por causa da sua roupa, quando até parece que eles são tão sérios e compenetrados o tempo todo ou que a máscara de trabalho é que faz um profissional de sucesso, fazer o quê, né? Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Sabe aquela coisa de ser você mesmo e não julgue um livro pela capa e beleza interior é o que importa que a gente cansou de ouvir na infância? Pois é, às vezes dá a impressão de que num ambiente corporativo isso não vale de nada. Pelo menos num primeiro momento. Porque o que tem de livros cheios de verbos no imperativo ensinando você a ser extremamente calculista e esquecer de ser você mesmo não está no gibi.
O pessoal do CRUJ também usava máscara, mas era por uma causa nobre
Mas assim como no trabalho existe a necessidade de se colocar a máscara de profissional sério, já reparou em como a gente tem que vestir diferentes máscaras todo o dia de acordo com a situação?
Porque a máscara está lá também como forma de proteção. E a gente às vezes pra esconder aquela cicatriz que não quer que ninguém veja, seja por vergonha, medo de não ser aceito, ou simplesmente um jeito mais prático e fácil de enfrentar as situações.
Vestir a máscara de felicidade quando se está triste, a da paciência quando na verdade se está com vontade de estrangular o pescoço da pessoa, ou a de bravo para exigir respeito. A de quietinho-come-quieto quando num lugar cheio de gente que você acabou de conhecer, ou até mesmo a de extremamente descolado no meio de gente desconhecida para que as pessoas não reparem a sua infinita timidez.
E no fundo, no fundo, se a gente parar pra pensar, todos nós somos um pouco atores, não é?
Sim, tem gente que usa máscara de um jeito nada altruísta porque quando está na sua frente te trata de forma super-gentil, mas basta virar as costas para que as verrugas e narigões apareçam. Mas o uso de diversas máscaras não significa necessariamente uma coisa ruim. Ao contrário, pode indicar, por exemplo, uma pessoa multi-facetada. Porque ninguém se comporta da mesma forma o tempo todo. E muitas vezes as tais máscaras são apenas uma variação do nosso próprio eu. Afinal de contas, quando o Zorro coloca a roupa e a máscara, não deixa de ser Diego Alejandro*.
* Minha irmã já estudou com um menino que chamava Diego Alerrandro. A mãe deve ter quisto fazer uma homenagem ao Zorro, mas o escrivão não colaborou!
Tira, a máscara que cobre o seu rosto...
Aliás, bota! Bota uma máscara aí, Ronaldinho!
E aí, acontece que, assim como qualquer (super-)herói, também caímos nas armadilhas das máscaras de conveniência, porque, exatamente do jeito que a gente queria, cada pessoa passa a nos enxergar de um jeito diferente. E então fica impossível tirar a máscara depois de um certo tempo e a gente tem de administrá-las o tempo inteiro.
E às vezes vestir uma máscara de uma das personalidades é menos cansativo do que passar o dia dando explicações. Mas acontece também que qualquer máscara, fantasia ou maquiagem pesada, quando chega no final do dia, cansa. Elas nos sufocam e aprisionam nosso corpo. E, apesar de necessárias, não tem coisa melhor do que eventualmente se despir de toda essa parafernalha e revelar sua identidade secreta.
Ai, eu odeio camisa social! E odeio uniforme. Não sou sempre adepta do "jeans e tênis", gosto de salto alto, de andar mais arrumadinha, etc. Mas o negócio é poder escolher. Ainda bem que na informática as empresas não costumam ligar pra isso. Onde eu trabalho, nós mulheres até nos arrumamos direitinho, mas, dependendo do clima, os homens aparecem de bermuda, chinelo e boné. Mas isso é só dentro da empresa também, pra reunião em cliente, tem que estar tudo nos trinques!
ResponderExcluirEsse negócio das máscaras, às vezes é até meio inconsciente. Tem gente que me acha super tímida. Na verdade, sou é meio antipática, o que é bem diferente. Aí outros me acham simpática, agradável e delicada. A maioria me acha transparente. Hein? Tem alguém que não está enxergando bem, então. Será que fui eu que fiz as pessoas pensarem assim? oO
Eu tava escrevendo um post mais ou menos sobre isso... e apaguei hehe
ResponderExcluirEu trabalho como 'aprendiz de advogada' desde os 16 anos. Tive que aprender a vestir roupa de adulto e a fazer cara de adulto (coisa que até hoje é meio difícil) pra convencer as pessoas de que eu sabia do que estava falando. Aprendi isso depois que eu fui atender uma pessoa e ela perguntou 'sua mãe está aí?' --'
ODEIO discriminação contra estagiários. Poucas coisas me dixam mais fula que isso. Nosso Pai! 'Ah, é estagiária, por isso que você não ta entendendo o que eu to falando'. Gracinha, estagiário não é tradução pra burro. #desabafei
AMO quando eu chego pra pedir alguma informação ou consultar alguma coisa e pedem a minha OAB hahahaha Aí eu falo 'hmm, ainda não tenho'.
Negócio é que no mundo dos advogados a qualquer momento pode chegar um cliente de-ses-pe-ra-do querendo uma reunião naquele instante (e chegam mesmo!) ou, de repente, vc precisa muito falar com um juiz ou sei lá... Se não estiver com roupa de adulto, não respeitam, não.
Só que eu também não acho que deveriam proibir vestir isso ou aquilo. (Ta, tênis definitivamente não é elegante.) Calça jeans, por exemplo, é definitivamente proibido lá no escritório. Mas quem disse que uma calça jeans não pode ficar formal? Depende de como você usa, né?
Agora deixa eu sair daqui que eu demoro um tempão pra escolher a minha roupa de adulto!
Primeiramente, TENHO que ratificar o comentário da Annie, porque é assim mesmo. Eu trabalho do outro lado, do lado de quem pede a OAB pros advogados haha mas sinto muita discriminação pelo fato de eu ser uma "simples" estagiária.
ResponderExcluirComentando do post, eu adoro roupa social, mas não posso usar, porque onde eu faço estágio é inviável, o sapato me machucaria, a roupa iria incomodar. Enfim, sonho com o dia em que poderei me fantasiar de advogada *-* haha. Sinceramente acho que a roupa é importante, porque a primeira impressão que a pessoa tem de você é a sua aparência, e estar mais arrumado passa credibilidade.
Eu uso máscaras o tempo todo no estágio... No sentido bom da palavra (pelo menos eu acho). Muitas máscaras impedem situações constrangedoras, desnecessárias. O ruim é que você tem que sustentar aquilo e hoje, por exemplo, passei por uma situação na qual minha máscara "menina calminha" caiu, porque me estressei tanto com uma advogada que saiu correndo com o processo sem eu deixar que ela levasse haha que as pessoas se assustaram. Mas sabe, isso sou eu, ser "explosiva", só ali que não, por causa da máscara.
Enfim, mais uma coisa que queria comentar: o quisto. Haha pouca gente sabe usar, e quando eu falo me olham torto. Que bom que você usa também :P
Beijos
Texto muito bom!
ResponderExcluirEu tenho um MEGA problema com as máscaras. Não sei usá-las! Quer dizer, não me sinto confortável usando mesmo sabendo que é preciso. Eu fiquei com esse negócio de "somente a verdade" na cabeça, aí qq coisa que faço "fora" do que eu considero meu natural, eu empaco.
Roupa social é uma delas. Isso não combina comigo!
Se lembra daquela vez que fui no cliente? Meu Deus, parecia tudo uma farsa! Aquela roupa não era minha, aquele comportamento não era meu! A vdd é que eu estava lendo Percy Jackson! kkkkk
Pra mim é até difícil usar as palavras certas, só porque elas são o que uma autoridade quer ouvir. Eu morreria no exército porque acho aquele comportamento na hierarquia RIDÍCULO! O maior simplesmente pisa no menor só porque tem uma posição mais elevada, e o menor aceita tudo numa boa por causa da máscara que vestiu. Eu ia falar logo:"Dá para parar de abuso?" o.O
Foi o que fiz com o Cirto num trabalho... Esqueci da minha máscara de aluno e fui falar como ser humano de igual pra igual.
Agora acho que o que estou falando não tem mais nada a ver...
Voltando...
Eu só queria poder não usar máscara nenhuma, e todo mundo também seria como é e acabou.